Artur 05/12/2016#ForçaDonovan “Encarcerados” é aquele tipo de livro que já te fisga por conta da capa. Esse mascarado bizarro, com essas seringas bizarras, com esse fundo negro bizarro, me alertou com força sobre uma possível história sombria. Descobri o livro através da Pam Gonçalves, eterna Garota It, há uns três anos, e de cara já sabia que iria gostar, não só por causa da empolgação dela com esse romance, mas porque o enredo parecia realmente bom.
A história gira em torno de Alex, um garoto que logo cedo entrou para o mundo do crime. Mundo esse que, basicamente, se resumia em furtar casas.
Certo dia, quando o jovem Alex resolve invadir uma casa na calada da noite, junto com seu amigo Toby, os dois acabam sendo surpreendidos por pessoas estranhamente peculiares. Homens com olhos prateados vestidos com ternos pretos, e uma pequena criatura mascarada encurralam os garotos e acabam por matar Toby. Alex foge, mas não faz ideia de que será injustamente responsabilizado por esse crime.
Por causa de um evento que não foi muito explorado nesse volume, o Verão do Massacre, foi criada uma prisão monstruosa, conhecida com Furnace. A dita cuja detém seus prisioneiros nas entranhas da terra, quilômetros e quilômetros abaixo da superfície.
Após ser julgado, Alex é enviado para Furnace. Lá acaba por conhecer Donovan, seu companheiro de cela. E se aproxima de Zê, um garoto que conheceu no tribunal, e que foi tão injustiçado quanto Alex. Os três passam por situações desumanas, desde o trabalho pesado que são obrigados a fazer, até às coisas que acabam por testemunhar, como ver um dos “amigos” virar uma espécie de monstro e matar o próprio companheiro de cela, mesmo que este não fosse flor que se cheirasse.
E então Alex e Donovan, já cansados da tortura que é viver em Furnace, bolam um plano tão louco quanto genial para fugir da prisão. E se você achou que alguém nunca conseguiria escapar de uma prisão usando luvas, você se enganou.
O livro termina em um misto de emoção e surpresa, e com uma promessa que PRECISA ser cumprida no livro dois. #ForçaDonovan
A história, em si, é muito boa. O autor conseguiu apresentar problemas e ir destrinchando cada um de forma organizada e viciante. Mas algumas questões me surgiram, e espero que sejam respondidas ao longo da série. Como, por exemplo, para onde são enviadas as GAROTAS criminosas; como realmente aconteceu o Verão do Massacre; qual o real intuito de Furnace; como ninguém sabe o que acontece ali se é um mundo moderno, em que há câmeras, televisão e outros meios que poderiam facilmente denunciar as atrocidades da prisão; como conseguiram explodir a Sala Dois sem causar desmoronamentos etc.
Também pude perceber que a tradução não ficou legal, e com certeza não houve nenhum tipo de revisão. A palavra “ginásio”, por exemplo, é bem recorrente na história. Em nosso país, pelo menos até onde sei, ginásio é aquela “quadra” poliesportiva que temos nas escolas, clubes etc. E academia, é aquele lugar em que fazemos exercícios, malhamos, trabalhamos os músculos. O “ginásio” que há no livro é uma academia, e só fui entender isso quase terminando o livro. É como se tivessem traduzido a palavra “gym” em seu sentido literal. Como se tivessem traduzido a obra no Google Translator. Alguns podem achar besteira, mas isso me incomodou um pouco. Espero que a editora corrija esse e outros erros numa futura edição.
Enfim. Recomendadíssimo.
#VemSolitária