Manuelzão e Miguilim

Manuelzão e Miguilim João Guimarães Rosa




Resenhas - Manuelzão e Miguilim


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Eduarda Graciano do Nascimento 16/04/2019

"Carecia de pensar feito já fosse pessoa grande?"
De um lado, a infância, do outro, o início da velhice. As duas novelas de Guimarães Rosa presentes no livro acompanham essas duas fases da vida nas pessoas de Miguilim, de “Campo Geral”, um garoto de cerca de oito anos que vive feliz no Mutúm - terra que o maravilhava, mas que para sua mãe era esquecida por Deus - e de Manuelzão, de “Uma Estória de Amor”, um vaqueiro de sessenta anos que começa a sentir o peso de tantos anos de trabalho e a questionar suas escolhas de vida.

Eu nunca tinha lido Guimarães Rosa. Tenho Grande Sertão: Veredas na estante há muitos anos, mas sei da fama e nunca me arrisquei. Dessa vez, o autor foi o escolhido, com Manuelzão e Miguilim, para o Clube de Leitura do qual faço parte e não tive como escapar. Não vou mentir: a leitura foi muito difícil e eu sinto que mesmo lendo as duas novelas inteiras não consegui me acostumar. Claro que isso de forma alguma anula o encantamento que as histórias me causaram. Nem sei de qual gostei mais.
Eu só tenho 26 anos mas sou uma pessoa muito nostálgica. E pra completar (ou por isso mesmo) meu transtorno de ansiedade me faz projetar o futuro com muita freqüência, então não tinha como um livro como esse não mexer profundamente comigo. As duas histórias são curtas e simples, mas de uma beleza sem igual. Aprendemos tanto com aquele que já viveu muito quanto com aquele que ainda tem sua inocência intocada. Ambas as histórias são dolorosas e acolhedoras, cada uma à sua maneira.
Por mais difícil que seja sua leitura, esse livro é poesia pura! Não à toa Guimarães Rosa o chamou Poemas. A leitura é quase cantada. Ele merece a releitura que eu preciso fazer.

E eu achando que Peter Pan era o auge...

site: https://cafeidilico.com/blog/2019/04/resenha-do-livro-manuelzao-e-miguilim-de-joao-guimaraes-rosa.html
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Wal - Ig Amor pela Literatura 01/02/2019

Um sertão de poesias...
Amo Grande Sertão: Veredas como nenhum outro livro que já li; mas “Miguilim” é uma pequena história, do mestre Rosa, que afaga minha alma, de uma maneira, que nenhuma outra fez. Miguilim é um menino de oito anos que vivia no Mutúm, terra encantada para ele, lugar lindo, inesquecível -, um moço disse. Uma criança que apresentava problemas na visão, mas que enxergava o mundo com o coração; tudo podia ser bonito...carecia de não se amofinar mesmos nos momentos difíceis, pois Dito, seu irmão mais amado, havia ensinado: Sempre alegre, Miguilim!… Sempre alegre, Miguilim!

Mas, um dia, a tristeza chegou e apeou naquelas bandas...Miguilim viu a morte levar seu amor maior...e disse: ”Mãe segurava com jeito o pezinho machucado do doente, como caso ainda pudesse doer, se o pé batesse na beirada da bacia. O carinho de Mãe segurando aquele pezinho era a coisa mais forte do mundo”. Naquele dia Miguilim apertou os olhos no travesseiro, precisava de chorar, toda-a-vida, para não ficar sozinho.

O tempo passou e o menino lembrou... “Sempre alegre, Miguilim!”. Seguiu seu caminho, contou causos, precisa daquilo para suportar as dores da vida; soube também que ainda enxergaria muitas coisas. Miguilim era a sensibilidade destoando da brutalidade que, às vezes, imperava naquele pedaço de chão...é Guimarães mostrando seus sertões - a harmonia entre a rudeza e a doçura.

Só digo mais uma coisa: Quem não leu essa pequena obra-prima, LEIA!

site: https://www.instagram.com/amor.pela.literatura/?hl=pt-br
Helder 13/09/2020minha estante
Linda resenha




monique.gerke 17/12/2018

Maravilhoso define.
Não foi sem receio que escolhi ler este volume de Guimarães Rosa. A linguagem única e original por vezes assusta. O começo da leitura é truncado, avança com dificuldades ..mas quando se pega o ritmo da escrita de Guimarães, a leitura flui, se torna prazeirosa.
As duas histórias (Campo Geral e Uma história de amor) são lindas. Mas Campo Geral...ahhh, Campo Geral é sublime.
Acompanhar Miguilim, com seus sete anos de idade, descobrindo o bonito da vida, e com ela a dor, foi especial, deixou a alma e o coração quentinhos. Na outra ponta, acompanhar Manuelzão - com seus sessenta anos de idade - nas suas reflexões sobre o tempo de vida que ainda resta, que fins levaram seus sonhos, escolhas, amores.., foi deverás especial.
Personagens “secundários” como Dito e o velho Camilo também deram um colorido importante a esta obra.
Recomendo demais.
Renova a alegria de estar viva!. De ser brasileira. Devolve o simples a vida, o olhar as pequenas coisas. Aquece o profundo. O trivial se torna sublime.
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Uma palinha pra quem ainda está em dúvida:

“Foi no meio duma noite, indo para a madrugada, todos estavam dormindo. Mas cada um sentiu, de repente, no coração, o estalo do silenciozinho que ele fez, a pontuda falta da toada, do barulhinho. Acordaram, se falaram. Até as crianças. Até os cachorros latiram. Aí, todos se levantaram, caçaram o quintal, saíram com luz, para espiar o que não havia. Foram pela porta-da-cozinha. Manuelzão adiante, os cachorros sempre latindo.- "Ele perdeu o chio..." Triste duma certeza: cada vez mais fundo, mais longe nos silêncios, ele tinha ido s'embora, o riachinho de todos. Chegado na beirada, Manuelzão entrou, ainda molhou os pés, no fresco lameal. Manuelzão, segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito batendo com um estranhado diferente, ele se debruçou e esclareceu. Ainda viu o derradeiro fiapo d'água escorrer, estilar, cair degrau de altura de palmo a derradeira gota, o bilbo. E o que a tocha na mão de Manuelzão mais alumiou: que todos tremiam mágoa nos olhos. Ainda esperaram ali, sem sensatez; por fim se avistou no céu a estrela-d'alva. O riacho soluço se estancara, sem resto, e talvez para sempre. Secara-se a lagrimal, sua boquinha serrana. Era como se um menino sozinho tivesse morrido.“
Gabi bela 02/01/2019minha estante
Que linda resenha! ?




Debora 11/09/2018

Miguilim - um futuro grande homem
Que lindo acompanhar Miguilim em sua infância, suas relações com os irmãos, com a família, mas, também, com os animais e a natureza à sua volta. Como ele presta atenção à sua volta, com que coração ama a mãe, a "mais ladina de todos". Um grande prazer ler este livro.
Já em seu conto, seria Manuelzão ou a festa o grande personagem?
Não sei... sei que a contação de histórias me encantou. E me acalentou o coração ver o filho fazendo o que ele desejava: se oferecer para tentar reduzir sua dor/solidão pelo viver sofrido e pelo caminho.
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Kymhy 31/03/2018

Manuelzão e Miguilim - João Guimarães Rosa
Dois personagens totalmente diferentes, o pequeno Miguilin e o adulto Manuelzão nos mostrarão recortes de suas vidas, criando duas novelas singelas e recheadas de criticas quanto à forma de ver e viver a vida.

site: https://gatoletrado.com.br/site/resenha-manuelzao-e-miguilin-joao-guimaraes-rosa/
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Aryane 16/02/2018

Amei!
É impossível não se apaixonar por Miguilim e Dito.

site: amoremletras.wordpress.com
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Mr. Jonas 07/02/2018

Manuelzão e Miguilim
As duas obras de Manuelzão e Miguilim, inicialmente publicadas no volume Corpo de Baile unidas a outras cinco novelas, podem ser vistas como exemplos de um procedimento recorrente na obra de Guimarães Rosa: partir do regional para atingir valores universais. Dessa forma, cada uma apresenta um momento da vida: infância e velhice.
Em Campo Geral, embora o protagonista não seja o narrador, todos os fatos são apresentados de acordo com sua visão de mundo. Dessa forma, pode-se perceber que a intenção de Rosa era criar seu universo ficcional a partir da percepção de um menino em processo de crescimento. Trata-se também de uma história de aprendizagem, já que acompanhamos o processo de amadurecimento do pequeno Miguilim.
Em Uma Estória de Amor, o procedimento narrativo também é bastante interessante, está presente o foco em terceira pessoa e, assim como em Campo geral, em diversos momentos o autor emprega o fluxo de consciência, recurso através do qual falas e pensamentos são misturados. O recurso cria um ritmo que dá dinamismo e sofisticação à narrativa.
Ambas as narrativas têm por característica a forte presença da oralidade, desenvolvida, porém, em um universo que também dialoga com a alta cultura. Além disso, há nas novelas os típicos procedimentos de criação de palavras de Guimarães Rosa.
Em relação ao tempo, as duas narrativas também apresentam pontos comuns, em ambas a temporalidade psicológica é mais importante que a cronológica. O tempo de amadurecimento de Miguilim, assim como a percepção temporal de Manuelzão, que inclui vários períodos de resgate do passado, são as que realmente contam para a estruturação da narrativa.
O espaço também é fundamental para a compreensão das novelas. Ambientadas no sertão de Minas, a natureza local parece favorecer a construção das narrativas, fornecendo o ambiente necessário para o desenrolar dos enredos.
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eneida 30/01/2018

O fato de ser mineira, filha de nordestinos, talvez justifique o quanto gosto de Guimarães Rosa, pois reconheço e identifico tantas coisas da fala, das comidas, da fauna, da flora, dos costumes e etc.
A descrição da natureza, do sertão do interior de Minas Gerais, o vocabulário, natural e inventado, a vida simples, sem nada de modernidade, uma simplicidade e uma inocência que beiram o nada, onde somente existe o seu sentimento e o do outro, e a natureza.
Se Grande Sertão Veredas e Sagarana me conquistaram, Manuelzão e Miguilim me encantou.
Miguilim é uma criança, o mais velho de cinco irmãos, inocente e puro, descobrindo a vida, suas alegrias, tristezas, maldades e sofrimentos.
Manuelzão é um senhor, no final da vida, analisando a vida que levou, seus erros e acertos, seus amigos e família.
Representam extremos da vida, da inocência e da sabedoria.
Mas sem dúvida Miguilim foi o mais marcante, leitura que emociona.
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Gladston Mamede 13/11/2017

São duas novelas que foram colacionadas num só livro. Duas novelas de poesia estranha para alguém de ambiente urbano. Estranhas não só pelas palavras, mas pelos valores que são expressados, pelos costumes que são narrados, pelo jeitão tão comum e, simultaneamente, tão diferente dos enredos. Já li, reli e reli outra vez. Sou apaixonado com esse livro.
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Luiz993 17/07/2017

O melhor de Guima
Por enquanto, para mim, a melhor obra de Guimarães Rosa. Miguilim é a infância, Manuelzão, a maturidade. Um universo condensado na vida de dois personagens encantadores e tão próximos de nossa humanidade.

Miguilim é a inocência da aurora da vida, os descobrimentos, um mundo de fantasias e o desejo de ver mais da vida. Dor e alegria, componentes da vida!

Trecho preferido da obra: “Mas porquê você foi falar do capeta, Dito?” Eu me acabo de tanto rir imaginando o semblante chocado de Miguilim e o empávido colosso rosto de Dito.

Manuelzão é a exteriorização do que é a vida, com suas mazelas e cadinhos de felicidade. Ah, poi, é a vida selada com honestidade, justa de justiça, vivida de viva vida.
Êta trêim bão, minêro!
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Ana Ruppenthal 06/04/2017

Lindo!
Uma pérola na literatura brasileira. Mantém o vocabulário rústico do interior do sertão mineiro sem perder a riqueza narrativa e literária, e, sem, ademais, deixar o leitor confuso. Aliás, confusão é a última coisa que pode se esperar desse livro: o enredo é tênue como o pensamento das pessoas e o leve passar da vida naqueles rincões. A primeira parte, pois, é a história de um menino, sua vida, seus sentimentos puros que aos poucos se amarguram, a sua percepção da vida, suas expectativas - mas tudo narrado de um modo tão infantil e tão bonito que deixa a gente até besta, lembrando da nossa própria infância. A segunda parte é a história de um rude homem sertanejo, mas um cara rude que tem sentimentos e vontades perfeitamente humanas, só tendo que assumir um aspecto de durão. Ambas as partes são simplesmente fantásticas. Ao meu ver Guimarães Rosa é um dos escritores mais genais da língua portuguesa, e merece ser lido em cada mísera linha.
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Eliana198 09/03/2017

Miguilim
Amor total pelo Miguilim,um encantamento, Já a segunda parte, gostei não
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Reinaldo 27/10/2016

Manuelzão é bom. Miguilim é uma pequena obra prima. Dito é um personagem inesquecível.
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marciofleury 21/02/2016

Um romance sertanejo narrado por uma percepção infantil
É um dos clássicos da literatura brasileira. Narrativa acontece a partir da percepção de uma criança que se compara com seus irmãos na leitura do mundo em sua volta. É um romance que mostra a vida sertaneja a partir de seus conflitos intrínsecos e subjetivos.
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Brnoliver 28/11/2015

Duas visões do sertão
O livro conta duas estórias que não tem uma conexão exata entre elas. Confesso que a segunda, "Uma estória de amor", que conta sobre a vida de Manuelzão que administra uma lugarejo, não me agradou muito, talvez pelo fato de estar acostumado com clímax, antagonismo e mistérios. Mas gostei do "Campo geral", que é a primeira parte do livro que narra a estória de Miguilim. Apesar das dificuldades com as palavras que não são nada usuais (usei o Priberam para enteder os significados rs), Miguilim emociona pela lembraça da infância e pelo final que realmente apresenta um desfecho interessante ao contrário da segunda história que parece não se desenvolver... Ah, e não exatamente tem uma estória de amor na segunda parte.

Citação: "O ruim tem raiva do bom e do ruim. O bom tem pena do ruim e do bom... Assim está certo." ? Campo geral.

Citação²: "Quem castiga nem é Deus, é os avessos." ? Uma estória de amor.
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