Na Nossa Estante 03/08/2014
Em “A Rainha Branca”, Philippa Gregory nos apresenta uma história de amor nascida de uma guerra inglesa, conhecida como: A Guerra das duas Rosas. De um lado os Yorks e do outro os Lancaster, respectivamente rosas vermelhas e rosas brancas.
Lady Elizabeth Grey ficara viúva durante a guerra, e perdera suas terras para a sogra. Com medo de viver na pobreza com seus filhos e ficar condenada à caridade alheia, ela toma coragem, esquece que a família de York é sua inimiga, e vai esperar o novo rei na estrada com seus dois filhos, à espera de ajuda para recuperar seu sustento. Acontece que no sangue dessa jovem corre a herança Poderosa da deusa Melusina e o que era para ser um belo massacre se torna uma história de amor. Contra todas as estratégias concebidas para o governo de Eduardo IV de York pelo seu fiel servo Richard Neville, o Conde de Warwick, o jovem rei se apaixona e se casa.
Eu sempre tive uma atração por romances sobre a História da Inglaterra e dos outros países que compõem a Grã-Bretanha. Li algumas narrativas sobre guerra e muitos romances históricos que exploravam o folclore local, na minha adolescência, e posso dizer que poucos me impressionaram mais do que esse romance da Philippa.
A autora narra na voz de Elizabeth, então nós temos um enredo mais enfocado para o mundo feminino. Vemos o lado das mulheres nos bastidores da guerra e conhecemos a maldade e a mesquinhez velada com que nós mulheres muitas vezes nos tratamos. Em muitos momentos eu odiei a personagem principal porque sabia que ela estava usando seu poder para se vingar de certas pessoas, ao invés de usar a cabeça para alicerçar suas bases políticas, mas acho que esse é o forte do livro. Todos os personagens são bastante humanos e nos surpreendem para mal ou para bem.
Eduardo por um bom tempo me convenceu como marido apaixonado, afinal, ele teve filho a beça com a Elizabeth (quase uns 9) e mesmo assim continuava atraído por ela (grande feito para uma época em que não existia cirurgia plástica, né gente?), mas depois de um tempo descobrimos que ele arrumou algumas amantes e me choca o fato de Elizabeth permitir sem nenhuma reação, mas pensando bem, considerando o tempo que viviam, até que umas escapadelas poderiam ser consideradas normais (ou não).
Enfim, estou aguardando ansiosamente pela continuação. Quer dizer, pelo que sei até já saiu, mas preciso que o Submarino faça mais uma promoção de 50% para que eu possa adquirir. Acho que promete ser uma série muito boa. Ah! Detalhe: quando comecei a ler esta história, meu irmão estava lendo a série "Game of Thrones" e como ele nunca lê nada na dele, teve que vir me dar spoilers da série. Eu acabei percebendo muitas semelhanças na guerra das duas Rosas com a guerra que os Stark e os Baratheon travaram contra os Targeryan. Uma delas é a semelhança entre o nome “Lancastter” e “Lannister”, mas também tem a deposição de um rei, o questionamento da legitimidade dos herdeiros de Eduardo, entre outras coisinhas que vou guardar pra mim para não dar spoillers.
Recomendo para quem gosta de uma narrativa romântica com um pouco de realismo.
Um beijo a todos!
Alê Lemos.
site: http://oquetemnanossaestante.blogspot.com.br/2014/08/livro-resenha-091-rainha-branca.html