Kelly 25/01/2015Já faz muito tempo que, passeando por uma livraria, me deparei com esse exemplar. Logo de cara a capa me conquistou, mas o titulo foi o que realmente me fez querer ler o livro.
Fiquei curiosa ao extremo...
Enfim, quando finalmente peguei o livro, para minha surpresa, descobri que a autora, é Nacional! Fiquei super feliz e com um gostinho a mais pela leitura..
Vamos a resenha?
"Quando vi as duas listras azuis no teste de gravidez, tive uma certeza: preciso me sentir filha antes de me tronar mãe. Porque uma parte da minha alegria era inventada, e a outra, não era minha."
O livro já começa com essa frase marcante e confusa, e logo após isso Mariana, a protagonista, começa a nos contar sua estória.
Ela acabou de descobrir que está grávida, e acredita que para ser uma boa mãe, ela precisará entender como ser uma boa filha, e é aí que a estória começa realmente.
Mariana nos levará em uma viagem ao seu passado onde nós apresentará Helena sua mãe, e o resto de sua família. Quando digo, não quero que entendam que eles não são importantes, pois nesse livro todos eles são e possuem papéis fundamentais no decorrer da estória, mas de certa forma Helena é a principal, já que o foco é apresentar o relacionamento das duas.
Helena é uma mulher dura, passou por vários momentos difíceis na infância, e carrega consigo alguns traumas.
Mas o problema geral, é que Helena é dura com Mariana e ela acredita que a mãe a ame menos do que Guga, seu irmão.
Ao mesmo tempo que Mariana tem orgulho da mãe, às vezes ela tem raiva por se sentir desprezada, o que leva a vários conflitos delas indiretamente.
"Passei boa parte da minha vida alternando entre querer ser igual a minha mãe ou ser tudo o que ela não era. Mas, o mais curioso é que, em ambos os casos, a referência era a mesma. Até quando eu queria ser completamente diferente dela, era nela em que eu me espelhava."
Como toda filha mulher, sua relação é bem melhor com seu pai, o que ela acredita criar ciúmes em sua mãe, mas só depois de madura é que ela vai entender o porque desse conflito.
Durante a estória, ela vai passar por muitos momentos felizes e tristes também, vamos acompanhar sua infância difícil até seu real amadurecimento. Incluindo o amadurecimento da relação dela com a sua mãe.
De certa forma a obra me lembrou muito a minha infância com a minha mãe, e talvez por isso eu tenha me sentido da família, mas a verdade é que pela forma como a autora conduz a estória é impossível não se sentir.
Com o passar da leitura você começa junto com a Nana, a entender os motivos de Dona Helena, as razões pelas quais seu tratamento entre os filhos é diferenciado, o porque dela ser tão fechada.
"Depois de tantos anos, compreendi que não é que minha mãe não sabia dar. Ela não sabia era receber."
O livro é tocante é realmente sensível, e acredito que tudo aquilo que se direcione a família seja mais complicado e sentimental, a leitura nos proporciona lidar com vários sentimentos do dia a dia, tais como culpa, remorso, perda, liberdade, carência, entre outros.
"Mas não é nos sentimentos demonstrados que residem nossos maiores erros e sim naquele amor que, apesar de existir, não se mostra. Os pais querem tanto ser justos com os filhos que, às vezes, acabam sendo injustos."
Os pais podem sim as vezes ser injusto ou não nos entender, como o livro mesmo demonstra, mas ele prova que mesmo duros os pais são leões, quando o assunto é defender suas crias, e são nesses pequenos momentos que Nana, assim como nós se sentia verdadeiramente amada pela mãe que parecia tão distante e fria.
"minha mãe era como um doce de mil folhas, com várias camadas, e só se chegava ao creme tirando cada folha antes."
A relação delas vai começar a mudar quando as drogas, um assunto tão pesado é complicado chega a família, e agora mais do que nunca elas vão precisar se unir pra salvar alguém que amam, incluindo a ajuda do pai e toda a outra parte da família que até aquele momento era mais um incômodo do que um alívio.
Bom, as Minhas considerações pelo livro é que ele realmente é lindo e tocante, não ao ponto de te fazer chorar, já que sou uma manteiga derretida e dessa vez não chorei, mas o suficiente pra te fazer refletir sobra a vida e sobre o relacionamento que temos com nossa família, mas principalmente com nossa mãe.
A capa é linda e a diagramação perfeita, os pequenos erros sempre existem, mas nada que venha a atrapalhar a leitura. Eu li o livro em e-book, mas com certeza vai pra lista daqueles que quero adquirir, pois tenho certeza de que quando for mãe, também vou precisar aprender a ser filha, e essa com certeza será uma bela leitura.
Eu percebi que entender nossa estória e entender a estória de quem está ao nosso redor é fundamental, e minha mãe assim como D. Helena é do tipo que não sabe receber, e aposto que muitos que leem passam por algo parecido.
Enfim eu gostaria de pedir que lessem, vale muito apena, e mais do que uma leitura esse livro é um ensinamento, e pra mim o principal é de que nunca esta tarde para amar e concertar algo.
E mais uma vez sou surpreendida por uma obra nacional de tirar fôlego! Cada vez mais minha estante fica com a cara do Brasil kkkkkkkk
Espero que tenham gostado!!!
Beijokas e até a próxima!
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