Telma 05/12/2013A filha da minha mãe e eu – Maria Fernanda GuerreiroResenha feita por CINTHIA para o blog LIVRO COM DIETA
Quando peguei esse livro para ler, não sabia nada sobre ele. Comecei a lê-lo pensando que se tratava da história de duas filhas de pais diferentes e intrigas familiares (nem me perguntem de onde tirei isso), e depois li que era um romance.
Não espere por romance, o romance é de duas páginas. Isso mesmo!
Na apresentação da autora diz que o livro é um romance. Sinceramente, para mim não é. É um drama psicológico. Nele são tratados vários temas: conflitos entre mãe e filha, como não ser mãe, ciúme, mentiras, negligência no sexo, drogas, falta de unidade familiar, vários tipos de traumas e anulação pessoal. Acredito que por isso me senti bombardeada o tempo todo (muitos problemas), e depois de tudo cheguei à conclusão de que quem deveria ter procurado um tratamento, não o fez.
Me deparei com uma família completamente desestruturada, muito perturbada, com sérios problemas psicológicos. Problemas causados por antepassados. Problemas não resolvidos quando deveriam ser. O único que salva é o pai da Mariana (mesmo assim muito compassivo). E como a superação de traumas não é como resolver problemas palpáveis, problemas na alma levam tempo, e às vezes a vida toda, então, passei o livro todo esperando por isso, ou que alguém levantasse e dissesse: “Vocês todos precisam de um terapeuta urgente!” Esperava outras coisas que não posso citar.
Assim que iniciei o livro comecei a gostar, e gostar muito, a leitura fácil, desenvolvia com rapidez e estava ávida para saber o que ia acontecer na próxima página. De repente, ocorre a possível solução para o drama da Mariana, ou pelo menos pareceu isso. Fiquei sem entender, pois estava um pouco antes da metade do livro, e me perguntei o que vinha a seguir, já que o gancho principal estava mostrando sua solução. A solução é perdida no ar, e tudo retorna a estaca zero, e mais problemas são apresentados um a um mantendo a noção cronológica da vida da Mariana.
O livro passa uma mensagem muito boa, mostra problemas reais que várias famílias passam, mas durante a narrativa me senti em uma montanha russa, ficava com a perspectiva alta e depois descrente. E para a Mariana, não há meio termo, ora ela é adulta demais para a idade dela, ora criança demais.
Para quem gosta de abordar o lado psicológico de uma pessoa, ou de uma família, de fazer uma análise de erros que não pode ocorrer em uma família, esse livro é o ideal.
É um livro bom de ler para entender que antes de formar uma família há necessidade de resolver os problemas consigo próprio para não gerar uma futura geração de pessoas com problemas diversos. Isso é apresentado em cada página. A autora mostrou em todas as linhas que há necessidade de se ter um alicerce psicológico para iniciar uma família. Essa proposta a autora alcançou.
Uma pessoa certa vez me disse que “pais desajustados, filhos problemáticos e/ou tristes”, e nesse livro mostra muito bem isso e muitas outras coisas em relação à família.
“Com o tempo, percebi que se minha mãe era a melhor do mundo, às vezes, era a pior também. Não sei porque, mas, com ela sempre tive sentimento de dívida. Durante quase uma semana ela ficou sem falar direito comigo e encheu meu irmão de mimos. Aquilo me doía, mas eu tinha meu pai para me apoiar e, de alguma maneira, isso me dava forças para ignorar o resto. Inclusive ela.”
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http://livrocomdieta.blogspot.com.br/2013/12/resenha-filha-da-minha-mae-e-eu.html