Aly 10/01/2022
Que livro? péssimo!
Eu estava com as expectativas bem altas em relação ao livro, pois as críticas, em sua maioria, eram ótimas. Porém, que decepção!!!
O Cirurgião é um romance policial/suspense sobre um serial killer de mulheres, que tortura e estupra suas vítimas antes de matá-las. Dois detetives são o ponto central da trama: um homem e uma mulher. E, é claro, também há a vítima sobrevivente, a Dra. Cordell, que é o maior objetivo do assassino.
A violência sexual é o grande X do livro. O tempo todo estamos diante de um serial killer que sente prazer em reduzir suas vítimas à meros objetos. Em deixá-las desesperadas, vazias. Um serial killer que goza com o sofrimento que causa (sentimental, físico e psicológico). Que se sente superior pelo simples fato de ser um homem. Então, é claro que uma história assim precisa ser escrita com cuidado.
Só que não é esse o caso. Primeiro que existe um machismo gritante no livro e que me fez ler na base da raiva mesmo: a detetive é a mulher masculinizada, ?machona?, feia, sem nenhum atrativo, que não se maquia, de feições duras; enquanto a Dra é a vítima, a mulher linda mesmo cansada, que atrai olhares de todos, uma médica forte mas que por dentro precisa ser cuidada, que não confia em nenhum homem, não se sente segura.
Segundo: a forma que a autora tratou o trauma da Dra (ela foi estuprada, mas conseguiu escapar antes de ser morta) foi banal. A Dra estava há dois anos tentando retomar sua vida aos poucos, fechada para o mundo exterior, não dava abertura para homens entrarem no espaço pessoal dela. Mas, basta aparecer o detetive charmoso, viúvo, respeitoso, apelidado de ?Santinho? na delegacia por ser o cara sempre correto, que tudo mudou. Ela começou a se sentir segura, a desejar os toques dele. Permitiu que ele conhecesse sua vulnerabilidade. Nem estou entrando na questão de não ser ético o detetive se relacionar com a vítima de um caso em andamento - mas sim a forma que a Dra simplesmente conseguia abrir mão de todas as suas reservas por causa dele. Somente dele. Em questão de dias. Gente??? Realmente o que uma mulher traumatizada precisa é de um homem cidadão do bem confiável para cuidar dela e curar seu trauma.
Terceiro: mais uma vez entramos na questão do machismo e, também, na rivalidade feminina. A detetive, que até então sempre foi focada na sua carreira, começa a sentir inveja da médica por sempre atrair a atenção (principalmente do outro detetive). Começa a sentir ciúmes do relacionamento que ela vê começando a surgir entre os dois. De novo: gente?????
Eu fiquei extremante surpresa ao descobrir que esse livro foi escrito por uma mulher, porque juro, a falta de noção em retratar as mulheres foi o cúmulo pra mim. Eu continuei lendo porque realmente estava interessada no suspense em torno do crime, mas esses outros pontos negativos foram bem maiores e me desanimaram bastante com a leitura.
Então, estou avaliando com 1 estrela porque não posso avaliar com 0.