Wash2 01/05/2024
Rachel
Nessa resenha nem vou falar do livro, que é um consagrado clássico da literatura brasileira.
Quero falar de Rachel de Queiroz, que eu nunca tinha lido (infelizmente não me foi indicada nas escolas que passei, nem por amizades).
Fiquei admirado com a sua biografia. Escreveu "O Quinze" aos 20 anos. Antes disso, aos 16, já escrevia para a imprensa. Na maturidade, foi a primeira escritora eleita para a Academia Brasileira de Letras.
Lógico que tais proezas não surgiram do nada. Recebeu uma educação de classe social alta e também dos pais que lhe permitiram conhecer literatura de qualidade desde criança.
Mas tais favorecimentos de nada adiantariam sem o próprio esforço e dedicação, que são exemplificados na situação em que escreveu este livro, em 1929 (extraído do prefácio onde há uma resumida biografia dela):
"Rachel conta que, deitada de bruços no soalho da sala, à noite, no casarão do sítio do Pici, em Fortaleza, onde passara a morar com a família, escrevia, a lápis, num caderno escolar, à luz de um lampião a querosene.
Para fugir à vigilância da mãe, preocupada com sua saúde, esperava que todos estivessem dormindo e só então escapava da área dos quartos e deslizava para a sala. (...)
Depois, passou tudo a limpo numa velha máquina de escrever Corona".