O Quinze

O Quinze Rachel de Queiroz
Shiko




Resenhas - O Quinze


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Suzana 09/06/2021

Históricas da seca
Incrível como um livro consegue abrir sua mente e seu coração para um tipo de dor que a gente não viveu, mas que pode, através da imaginação, chegar próximo do sentir?
Esse livro é um pequeno conjunto de histórias de vidas sertanejas que se entrelaçam e têm destinos tão diferentes, dores iguais mas tão divergentes?
Eu me emocionei muito com algumas passagens, Chico Bento e Cordulina entraram no meu coração e na minha alma?
Fiquei indecisa quanto ao destino do Josias, não sei se lamentava ou se agradecia por Deus ter-lhe poupado.
Quanto a Vicente e Conceição? vida que segue?
Rodrigo.Silva 09/06/2021minha estante
Como é que faz pra ler um carai de um livro nesta caraia que faz um tempão porra


Suzana 09/06/2021minha estante
Não entendi


Rodrigo.Silva 09/06/2021minha estante
Me ajude por favor faz duas horas que eu quero ler um livro e não consigo


Suzana 09/06/2021minha estante
Mas não tem como ler livros por aqui, aqui a gente só comenta, faz resenha do que estamos lendo, vemos o que os outros estão lendo para ter inspirações para leituras futuras? esse livro eu tenho físico, em casa. Aqui só posto as minhas impressões e faço os acompanhamentos da minha leitura.


Rodrigo.Silva 09/06/2021minha estante
Sério isso. Caramba meu Deus. Kk?kkk tá bom vou sair então


Suzana 09/06/2021minha estante
Beleza ??




jota 12/07/2016

Antecipando Vidas Secas?
O que mais se impressionou no livro de Rachel de Queiroz foi a saga da família do retirante Chico Bento que em alguns momentos me lembrou de outra história, lida há bastante tempo.

Aquela escrita por Graciliano Ramos, Vidas Secas, que também tem uma família de retirantes (Fabiano, Sinhá Vitória, os meninos e a cachorra Baleia) castigada pela seca do sertão nordestino.

O livro de Rachel, escrito em 1930, teria influenciado Graciliano, que publicou Vidas Secas em 1938? Fiquei com essa questão na cabeça. E ainda estou com ela...
Luís Henrique 12/07/2016minha estante
Eu sei, Jota, que eles eram muito amigos. E sempre há uma influencia. Mas infelizmente essa cena de retirantes eram muito comuns no Nordeste.


jota 13/07/2016minha estante
Tens razão. Mas eu fiquei marcado por Vidas Secas (tanto o livro quanto o filme de 1963) e as cenas de O Quinze são também muito fortes, impressionantes, coisa que não vi em José Lins do Rego, Jorge Amado, nos outros livros de Graciliano...


Luís Henrique 13/07/2016minha estante
Tem coisa que marca mesmo. Isso é o que é bom da literatura, senti não na pele mas nas vísceras o que lemos. Achei São Bernardo de Graciliano e Memorial de Maria Moura, de Rachel sensacionais. A descrição do sertão deles é muito viva. Um sertão que eu conheço tão bem.


Thiago 14/07/2016minha estante
O Graciliano numa crônica de fato fica bem impressionado, e ele não conseguia acreditar que um livro como esse tivesse sido escrito por uma pessoa tão jovem e ainda por cima que usasse saias.


jota 14/07/2016minha estante
Grande Thiago: esclareceu!


Douglas 08/12/2016minha estante
Jota, sua comparação é valida. Realmente Vidas Secas e O Quinze tem o mesmo "plano de fundo" e são narrados na mesma pessoa( terceira pessoa). No caso, esse plano de fundo é a migração em meio a seca.
Mas algo que é importante observa é que em Vidas Secas os personagens são desumanizados e por muitas vezes "bichos". Na verdade, o mais humanizado entre os personagens dessa obra é um animal , a chorra Baleia.
Em 'O Quinze' , ao contrario de Vidas Secas, os personagens são humanizados: sofrem , amão, sentem saudade e idealizam um futuro bom. Isso é percebível nos momentos de dor de Cordulina diante da situações dos filhos e os momentos de esperança de Chico Bento , idealizando um bom futuro em São Paulo
Na minha minha opinião são obras com o mesmo plano de fundo, como disse, porém com visões e ângulos diferente. Um abraço, espero ter ajudado.




Carolina.Gomes 30/12/2021

O quinze de Raquel de Queiroz
Meu primeiro contato com a obra de Raquel e eu fiquei encantada com a sensibilidade de seu olhar sobre a seca, sobre o sofrimento do nordestino retirante.

A miséria que assola o povo de Quixadá é observada pela personagem principal, uma professora progressista que mora na capital do estado, mas que visita sua avó, durante as férias.

Conceição é uma protagonista feminina que não pensa em casar e se dedica a minimizar o sofrimento do povo dos campos de concentração.

Outros personagens merecem destaque como Chico Bento que junto com a mulher e a prole numerosa, sai em busca de melhores condições de vida e Vicente que não abandona a terra e insiste em recuperar o que a seca destruiu.

Esse romance inspirou Graciliano a escrever Vidas Secas, uma das maiores obras da literatura brasileira.

Foi uma honra conhecer o romance inaugural de Raquel e Memorial de Maria Moura me aguarda em 2022.

O quinze é marcante, doído, belo, real e infelizmente, ainda muito atual.

Recomendo fortemente!
Joao 30/12/2021minha estante
Poxa, Carolina. Você acabou de colocar mais um livro nas minhas metas para o ano que vem hahaha.
Essa questão dos campos de concentração eu já tinha lido sobre. O romance dá algum enfoque nessa questão?
E também não sabia que esse livro foi inspiração direta para Vidas Secas. Que sensacional!


BiolaBlues 30/12/2021minha estante
Já está na mjnha lista!!


Ana Sá 30/12/2021minha estante
Nossos livros didáticos de literatura têm uma dívida com a obra da Queiroz... Aliás, com a obra de várias mulheres! A literatura caipira da Ruth Guimarães também fica esquecida, e a gente sempre se surpreende quando cruza com essas autoras. Adorei a resenha!


Carolina.Gomes 30/12/2021minha estante
John, a autora trata dos campos de concentração. Não é uma análise profunda, mas me fez pesquisar sobre. O sentimento das personagens te dá uma dimensão?

Ana, colocação perfeita! Quero conhecer Ruth Guimarães. Viva a nossa literatura brasileira!


Thamiris.Treigher 01/01/2022minha estante
Amo muito esse livro!!


Michela Wakami 01/01/2022minha estante
Amo!??




Evy 10/08/2011

DESAFIO LITERÁRIO 2011 - Tema: Literatura Brasileira / Mês: Agosto (Livro 1)
O Quinze é um romance seco e doloroso que trata da grande seca que assolou o sertão em 1915 e da qual Rachel de Queiroz ouviu muito falar em sua infância. A autora conseguiu transmitir em suas palavras toda a misério do povo retirante e criou quadros desoladores descrevendo cenas terríveis da fome e da seca. Este livro dói.

A história se divide em dois planos: um que enfoca o relacionamento afetivo de Vicente e Conceição e o outro com um peso bem maior que enfoca o vaqueiro Chico Bento e sua família. Conceição é uma moça culta, professora na cidade e que passa suas férias na fazenda da Família em Quixadá. A avó, Mãe Nácia, arreigada as velhas tradições se preocupava com a neta que já tinha 22 anos e não pensava em casar, apesar de ficar de gracejos com Vicente, seu primo. Vicente era criador rude de gados, apaixonado por suas terras e reses e quando todos decidiram abandonar o sertão na seca, inclusive Conceição e Mãe Nácia, ficou e resistiu lutando bravamente. Apesar das diferenças, ambos se gostam, muito embora os acontecimentos da vida os tenham mantido separados por toda a história.

O outro foco, e o mais importante do livro, é sobre o vaqueiro Chico Bento que é forçado a abandonar a fazenda onde trabalhava e sair em busca de novas oportunidades com sua mulher e seus 5 filhos. Com a venda de algumas reses soltas pela Mãe Nácia, Chico junta algum dinheiro, compra mantimentos e uma burra e inicia sua trágica e penosa marcha em direção ao Amazonas, onde pretende trabalhar com extração de borracha. A viagem é tão seca e dura quanto o clima. Num determinado momento da viagem, desesperado de fome, um dos filhos de Chico come mandioca crua e agoniza até a morte, envenenado. As descrições que Rachel faz dessa viagem e dessas cenas são tão perfeitas que parecem quadros mostrando a realidade crua. Separei um trecho que achei lindíssimo, apesar da tristeza:

"O sol poente chamejante, rubro, desaparecia rapidamente como um afogado, no horizonte próximo.
Sombras cambaleantes se alongavam na tira ruiva da estrada, que se vinha estirando sobre o alto pedregoso e ia sumir no casario dormente dum arruado.
Sombras vencidas pela miséria e pelo desespero que arrastavam passos inconscientes, na derradeira embriaguez da fome.
Uma forma esguia de mulher se ajoelhou no chão vermelho.
Um vulto seco se acocorou ao lado, e mergulhou a cabeça vazia entre os joelhos agudos, amaprando-a com as mãos.
Só um menino, em pé, isolado, olhava pensativamente o grupo agachado de fraqueza e cansaço.
Sua voz dolente os chamou, num apelo de esperança.
E sua mão se destacou no fundo escuro da tarde apontando o casario, além.
Mas a única aparência de vida, no grupo imóvel, era o choro intermitente e abafado de uma criança.
Lentamente, o menino se voltou. Ainda esperou algum tempo. Ainda repetiu seu apelo e seu gesto.
Depois saiu devagar, de cabeça erguida, os olhos fitos nos telhados pretos que se espalhavam lá longe.
Leve e doce, o aracati soprava.
E lentamente foi-se abatendo sobre eles a noite escura pontilhada de estrelas, seca e limpa como um manto de ciznas onde luzissem faúlhas".


Realmente fiquei impressionada com este livro e com a narrativa de Rachel de Queiroz. O que mais gostei foi a simplicidade da linguagem, a qual não esperava por ser um clássico da literatura. Mesmo quando é Conceição, a professoa, quem está falando, o diálogo é espontâneo e cotidiano, o que tornou a leitura agradável apesar de toda a amargura que a história carrega.

A história de amor entre Vicente e Conceição que poderia ser o lado bom da história também não é, já que há uma falta de comunicação entre ambos além do disnível cultural que os levam a um desfecho infeliz. É como se a seca não fosse responsável apenas pelas misérias da fome, mas também pela impossibilidade de ser feliz.

Leitura recomendada!
Li 25/08/2011minha estante
Lembro que quando li este livro, gostei muito! Escolhi um este mês que tbm fala sobre a seca, Luzia-homem, de Domingos Olímpio, mas não achei nem perto de ser tão bom quanto o de Raquel, tão claro, simples e mesmo assim vívido!

Bjoos


Léia Viana 30/08/2011minha estante
Da Rachel de Queiroz eu só conhecia "Memorial de Maria Moura" e eu amei. Linda resenha!


Fabiana 04/01/2013minha estante
Amei a resenha. Vc conseguiu traduzir mto bem o q este livro nos faz sentir. Maravilhoso e chocante.


Ed 30/09/2015minha estante
Fiquei desejando uma continuação.. Sei lá, queria saber mais da vida do Chico Bento e o restante da família em São Paulo e adoraria um final feliz pra Conceição e Vicente. De um todo amei a simplicidade das palavras e as emoções que as mesmas desperta.


Ida 14/07/2019minha estante
Parabéns pela resenha. O livro é um retrato fiel do sofrimento de um povo.


Bruno B. 08/05/2020minha estante
https://brunobts2014.wixsite.com/maisumcapitulo/post/o-quinze-raquel-de-queiroz
Saiu mais uma publicação do Blog Mais Um Capítulo. Vai lá conferir!!




Thiago Oliveira 16/08/2010

A seca de 1915!
O quinze é a descrição da vida de retirantes cearenses que sofrem com o pior fenômeno climático por eles já vivenciado. A visão central da obra é feita em cima de Chico Bento, Iguatuense morador de Quixadá. Chico Bento era contratado de Dona Maroca para cuidar do gado, mas a seca atacava sem piedade o sertão e o mesmo foi ordenado a soltar o gado e deixá-lo morrer se até o dia de São Pedro não chovesse. A chuva não chegou, mas com insistência e fé o caboclo decidiu esperar mais uma semana, tempo perdido. Nada de chuva e a única saida foi arrumar as trouxas e ir-se embora para a cidade em busca de alguns miréis. Pelo fato de não ter conseguido passagens de trem, Chico Bento e a familia fazem a viagem a pé. Na estrada Mocinha, cunhada de Chico Bento, deixa a familia para trabalhar em uma venda. Pouco mais a frente, Josias, um dos filhos do caboclo, morre por ter comido uma macacheira crua ainda na terra. Chegando em Acarape, Pedro, outro filho, foge da familia e mesmo assim Chico Bento persistira até o fim. Chegando ao destino, toda a familia estava em extrema miséria, foram parcialmente salvos pela comadre Conceição que deu de comer a todos por alguns dias e arrumou um "emprego" para seu compadre. Conceição se apegara de forma impressionante a Duquinha, filho caçula de Chico Bento, que decidirá criar a criança. Vendo a situação dificil Chico Bento e Cordulina sua esposa vão a São Paulo com os três filhos que lhe restam dois seis que tinham. Josias morrera, Pedro fugira e Duquinha tinha sido adotado por Conceição sua madrinha. Depois da viagem nada mais é relatado sobre a familia.

Conceição sempre fora muito apaixonada por Vicente um vaqueiro que conhecia desde criança. Os dois vivem uma história morna, sem um corresponder ao outro. Conceição termina como varias mulheres, solteira, dedicando seu tempo a Duquinha filho adotivo. E Vicente? Somente cuidando das reses, pelas quais tinha muita paixão.

Rachel de Queiroz aborda de maneira nobre a situação de nordestinos frente a essa desgaça ambiental que fora a seca de 15. Mostrando tanto a situação do Fenômeno climático, como o descaso das autoridades frente a população mais carente.
Sérgio Filho 18/08/2010minha estante
Encontramos paralelo na temática da seca e da migração no clássico Vidas Secas de Graciliano Ramos, que apresenta as personagens em sua animalidade.


Douglas 23/08/2010minha estante
Muito bom esse livro!
retrara a vida desse povo tão sofrido,mas tão corajoso!
E um livro que desejo ler em breve!


Cla 24/08/2010minha estante
este foi o primeiro livro que li com atematica da seca,ainda mais que o livro eu ganhei da escritora em um encontro na abl....li com maior prazer...e esta resenha esta incrivel....fez-me lembrar do livro como se tivesse lido ontem...


Lucia Sousa 26/10/2010minha estante
Foi ao ler agora sua resenha que me lembrei já ter lido esse livro em miha adolescência,e eu me lembrava ,sempre que o lia,daquela música do Luís Gonzaga,falando de uma família fugindo da seca e indo morar numa cidade,para sempre longe de seu verdadeiro lar.Muito triste!


André | @oantipoda 19/02/2020minha estante
Caro Thiago, não foi o dia de São Pedro, e sim São José.




Patty 15/04/2020

Recomendo!
Escrita dura e triste sobre realidade da seca do sertão nordestino. A leitura me surpreendeu positivamente.
Julinhafox 15/04/2020minha estante
Pedro Bookster colocou no Desafio de leitura dele, fiquei com vontade de ler! Bom saber que está sendo sempre tão bem recomendado!


Patty 15/04/2020minha estante
É maravilhoso mesmo! Você vai gostar bastante também. :)


Julinhafox 17/04/2020minha estante
Que bom, obrigada pela dica! :)


Bruno B. 30/05/2020minha estante
Mais um vídeo no YouTube, se puder assistir, ficarei grato.

https://youtu.be/AS8MzpyoOLw




Leticia 23/01/2022

"Talvez tenha enlouquecido também de fome. Fome demais tira o juízo."

Em algum histórico passado meu, eu disse que muito se fala do vazio existencial do homem moderno, mas que não há vazio maior que o da fome. A fome é um vazio abreviador, abreviador de sonhos, abreviador de até mesmo outros vazios, ela abrevia a vida.

Creio que a leitura de "O Quinze" seja capaz de dialogar a maioria dos brasileiros, com aqueles que hoje vivenciam a fome, e àquela geração que vive à sombra de relatos de familiares que vivenciaram a miséria em tempos passados.

Rachel de Queiroz me trouxe à memória os relatos dos meus avós, um casal de pequenos agricultores e feirantes, que conseguiram uma ascenção só após os anos 2000 (e aqui eu falo do básico, uma casa própria, um plano de saúde, e a poder escolher o que comprar em um supermercado). Isso me lembra o que Carolina de Jesus fala em um trecho de Quarto de Despejo, que o preço dos gêneros alimentícios impossibilita a realização de sonhos. Por isso eu tenho OJERIZA a discursos que romantizam a pobreza, "dinheiro não traz felicidade", e ainda me soltam versículo bíblico "o dinheiro é a raiz de todos os males". Eu não sei se o dinheiro é realmente a raiz de todos os males, mas eu sei que a falta dele não é nenhuma virtude, e sim a miséria.

Eu sei que por conta da seca, da miséria, da fome, pela falta de dinheiro, as personagens de Rachel de Queiroz ficaram pelo caminho, enterrados em uma vala qualquer, como se fossem um nada. É isso que a miséria faz, não tem nenhum engrandecimento, nenhuma virtude, nenhum lado de bom.

Obs: Não sei porque me proponho a escrever alguma resenha, nunca sai uma resenha propriamente, e sim um desabafo .
Marilia 24/01/2022minha estante
Ana, tua resenha é ouro! Conseguir trazer em palavras o que o livro provocou em nós é uma habilidade e tanto! Estou com esse livro aqui na estante em frente, vou incluir na minha lista.


Leticia 24/01/2022minha estante
Obrigada, Marilia! Foi uma leitura que me provocou uma série de reflexões. É uma leitura que verdadeiramente vale a pena!


Carolina.Gomes 28/01/2022minha estante
Quando o livro cala na alma? ??????




Andrade 20/09/2017

Meu primeiro Queiroz!
Quando você para pra pensar que “O quinze” foi escrito por uma garota que não tinha nem 20 anos na época e percebe que é um sucesso, você logo pensa: tenho que ler. Incrível o jeito que Rachel de Queiroz consegue passar para os leitores o que foi a seca! Ela narra de uma forma nua e crua o quão terrível foi a seca de 1915 no sertão.

Confesso que fiquei com uma morbidez terrível ao longo do livro – como nós, seres humanos, conseguimos reclamar da vida, sendo que outras pessoas realmente passam fome? Este livro mudou a minha forma de encarar o mundo. E o que mais me deixa atônito é saber que nessa mesma hora que estou aqui escrevendo tem gente passando fome por causa da seca. Quer reclamar da vida? Vai viver no sertão...

Outro ponto do livro que quero abordar é o fato do racismo. Então quer dizer que uma pessoa branca não pode se relacionar com uma pessoa branca? Ninguém aqui no Brasil é 100 % branco. Querendo ou não todos nós temos sangue de negro. Estamos em pleno século XXI, esse preconceito tem que acabar!

Então “O quinze” é uma obra bem atual, que retrata a seca do nosso querido sertão de uma forma muito minuciosa e que faz o leitor querer se aprofundar mais. É difícil ler e não mudar. O leitor cria um vínculo com os personagens e querem que eles consigam vencer a terrível seca!
Citações:

“Leio para aprender, para me documentar.”

“Só talvez por um milagre iam agüentando tanta fome, tanta sede, tanto sol.”
Salomão N. 20/09/2017minha estante
"Leio para aprender, para me documentar." S2


Andrade 20/09/2017minha estante
KKKKKKKKKKKKKKKKK, quando li essa frase foi o ápice!!!


Andrade 20/09/2017minha estante
A melhor frase do livro pra mim..




hermi 07/05/2021

"Ora, se não morre! Aquilo é um curral da fome, doninha!"
Por ser um livro de época e afins, o livro é bem "curto e grosso", a temática do livro é sobre a seca e acho que isso foi bem desenvolvido, mas acredito que envolva uma temática maior por trás e isso não foi tão bem desenvolvido quanto imaginei, mas é bem legal até, um clássico nacional. Acredito que seria interessante se tivesse finalizado a história do Vicente e da Conceição e falar o que aconteceu com os outros personagens.
lovergio 07/05/2021minha estante
Q chic ela fazendo resenha eu n sei fazer isso n só falo se gostei ou não do livro


hermi 15/05/2021minha estante
KSKSKSKMAKANSJSKAAJAK


rayane 27/05/2021minha estante
concordo demais!




Michela Wakami 11/08/2021

Uma grande seca.
Uma grande seca, iniciada em 1915, atinge o nordeste do Brasil.
Para evitar que as pessoas migrassem para Fortaleza, foi criado um campo de concentração, aonde as pessoas que fugiam da fome e da miséria, foram levadas.
A autora relata muitos momentos de extrema miséria e tristeza.
O final, achei que deixou a desejar. Mas o livro em si, é muito bom.
Vanessa 11/08/2021minha estante
Quando li ele na época da escola gostei bastante. Realmente o final deixa a desejar. Que bom que vc gostou.


Tangerina 11/08/2021minha estante
Eu confio tanto nas suas resenhas e no seu ponto de vista, me instiga a querer ler tudo o que você lê.


Michela Wakami 15/08/2021minha estante
Oi amore, obrigada pela sua confiança, me sinto honrada. ???




geovana 24/08/2021

não é o tipo de livro que eu leio, mas até que gostei e li rápido ele. a história tem como foco a situação difícil que a família de chico bento está passando. retrata a realidade dos retirantes nordestinos quando essa região foi atingida por uma seca enorme em 1915.

é uma história triste muitas vezes em um cenário deplorável mas que tem um final bom. gostei bastante e li rapidinho também.
Fernanda 24/08/2021minha estante
Ela escreve muito bem.


geovana 24/08/2021minha estante
@fernanda sim fiquei besta q ela escreveu com 20 anos


Fernanda 25/08/2021minha estante
Memorial de Maria Moura é bom também.




Pablito 10/04/2020

Ótimo livro. História triste dos retirantes do Ceará. Só ficou faltando a conclusão da história do Chico Bento. Poderia ter falado o destino da personagem.
Bruno B. 08/05/2020minha estante
https://brunobts2014.wixsite.com/maisumcapitulo/post/o-quinze-raquel-de-queiroz
Saiu mais uma publicação do Blog Mais Um Capítulo. Vai lá conferir!!


Bruno B. 30/05/2020minha estante
Mais um vídeo no YouTube, se puder assistir, ficarei grato.

https://youtu.be/AS8MzpyoOLw




Jeniffer Geraldine 31/01/2019

Rachel fez história
Um livro bastante importante na literatura brasileira. Escrito por uma mulher, aos 19 anos, sobre uma das mais terríveis seca ocorrida no Ceará, em 1915. Rachel fez história!
Muitos vão achar parecido com Vidas Secas, mas é super importante lembrar que O Quinze é de 1930 e o livro escrito por Graciliano Ramos é de 1938.
Além de retratar sem romantismo a seca, a autora também tira o romance de cena ao criar uma personagem feminina, a Conceição, independente para o aceitável na época, interessada na leitura, nos estudos, e em ajudar o próximo. Uma mulher que encontrou a maternidade através da "adoção" e soube colocar seus desejos acima da subjetividade social.
Ed 07/02/2019minha estante
Tá na minha lista deste ano :)


Jeniffer Geraldine 09/02/2019minha estante
Boa leitura, Ed!




Maria Ferreira / @impressoesdemaria 29/03/2017

O Quinze
Este é um livro publicado em 1930 que tem como temática a pior seca que o Ceará enfrentou em 1915. Pode-se dizer que o livro se baseia em três personagens principais para expor os sentimentos comuns a todos que viveram aquela realidade, mesmo que fossem diferentes, tinham em comum a seca e seus danos.

Conceição é uma mulher que não segue o mesmo padrão das demais mulheres da época porque é uma professora independente e solteira, que dá valor ao exercício intelectual e gosta de ler. Nas férias, Conceição vai para Quixadá para tentar convencer sua avó, Mãe Nácia, a ir com ela para a capital porque lá a vó terá melhores condições de vida. A vó, depois de muita resistência decide ir com a neta.
Vicente é primo de Conceição, filho de pais com condição financeira que lhes permite mudar para um lugar que não é tão atingido pela seca, mas apesar disso e de outros fazendeiros estarem soltando seus gados por não ter mais como mantê-los, Vicente resolve ficar na fazenda dele para cuidar dos gados.
Chico Bento, tinha um emprego como cuidador de uma fazenda, mas com o agravamento da seca, a dona manda soltar o gado e Chico Bento fica sem emprego. Diante dessa realidade, se vê obrigado a emigrar com sua esposa Cordulina e seus filhos.
governo dava passagem para que as pessoas pudessem ir para outros lugares, mas havia pessoas que só pegavam para revender e assim acabava prejudicando outras pessoas que realmente precisavam delas, como foi o caso da família de Chico Bento. Na falta de passagens, a família teve que ir a pé. Durante a viagem, um dos filhos, o mais novo, sem ter o que comer, escondido da mãe, comeu mandioca crua e morreu envenenado. Essa foi uma das cenas mais dolorosas. Em outra cena, em que Cordulina está delirando de tanta fome e o marido sai para procurar alguma coisa para comer, ao encontrar uma cabra a mata e quando termina, o dono aparece e reclama seu animal tomando dos braços de Chico, depois que este explicou que sua mulher estava quase morrendo de tanta fome, o homem deu as tripas do animal e eles foram obrigados a comer as tripas sujas, sem água para lavar. Esse é só uma das situações em que o leitor percebe o quanto a fome é capaz de desumanizar o ser humano, que se submete às mais diversas situações para manter sua sobrevivência.
Conceição e Vicente são primos mas sentem atração um pelo outro, o problema é que nenhum dos dois toma a iniciativa e acabam pensando que o outro não gosta. Essa questão leva a duas outras que são postas no livro: o papel da mulher na sociedade daquela época e os resquícios do tempo da escravidão, que só foi abolida em 1888. Quanto à primeira questão, o natural era que as mulheres casassem e enquanto os maridos trabalhavam, elas ficassem cuidando da casa e dos filhos. Conceição, como já dito, vai na contramão de tudo isso por ainda ser solteira e por não desejar ter filhos, além de passar suas horas livres lendo, coisa que as mulheres daquela época não faziam. Quanto à segunda questão, tem uma cena em que Conceição está conversando com sua avó e esta lhe conta de uma história que ouviu sobre Vicente estar sendo falando com outra mulher, que é negra, ao que Conceição responde: "--Então Mãe Nácia acha uma tolice um moço branco andar se sujando com negras?", ao que a senhora responde: "--Mas, minha filha, isso acontece com todos... Homem branco, no sertão- sempre saem essas histórias... Além disso não é uma negra; é uma caboclinha clara...". (grifos meus). Aqui fica evidente o racismo. Primeiro, homens brancos não podem relacionar-se com mulheres negras e depois a negação da cor para amenizar, como se dizer que uma pessoa é negra fosse um xingamento.

A narrativa é feita de forma direta e objetiva, o que intensifica a dor e sofrimento pelos quais os personagens passam. Não tem como não se comover.


site: http://www.impressoesdemaria.com.br/2016/10/o-quinze-rachel-de-queiroz.html
meriam lazaro 06/01/2018minha estante
Que ótima resenha, Maria. Uma parte minha torceu por um final diferente; outra parte reconheceu que o final dado pela escritora à história é coerente com as expectativas da Conceição. Meu primeiro livro de Rachel.


Maria Ferreira / @impressoesdemaria 06/01/2018minha estante
Obrigada, Meriam. Também foi o meu primeiro.




kalinka 12/04/2020

Em meio aos efeitos da seca, Rachel nos envolve com os dilemas de seus personagens. Mais do que protagonista, essa seca condiciona a vida de muitos de seus filhos, que a vivenciam de maneira diferente. Para uns, ela é interna, mortal, um triste destino. Para outros, é algo externo, "dos outros", e que nem sempre limita os seus caminhos. Com uma linguagem simples, a autora transforma essa aflição em um fato, passível de solução com o milagre da chuva. De maneira especial, a obra também humaniza: os retirantes (que vivem em condições humilhantes, mas que ainda são humanos), alguns não retirantes (que se compadecem com a problemática), os animais (que possuem nomes e sentimentos), e a Casa nas Aroeiras (que mais que um lugar, era uma vida que agora estava “abandonada, sozinha e viúva”). É mais do que um romance inacabado, trata-se da história de pessoas que vivem do que podem Ter e ser.
Bruno B. 08/05/2020minha estante
https://brunobts2014.wixsite.com/maisumcapitulo/post/o-quinze-raquel-de-queiroz
Saiu mais uma publicação do Blog Mais Um Capítulo. Vai lá conferir!!


Bruno B. 30/05/2020minha estante
Mais um vídeo no YouTube, se puder assistir, ficarei grato.

https://youtu.be/AS8MzpyoOLw




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