Bru | @umoceanodehistorias 05/09/2016Não tenho palavras para iniciar essa resenha. Conclui essa leitura há dois meses e apenas agora tomei coragem de sentar em frente ao papel, pegar a caneta e tentar escrever.
Mais uma vez, o Maurício conseguiu me surpreender de uma forma tão positiva, que sinto a história tatuada em minha mente. Por conta disso, nenhuma palavra será capaz de descrever a magnitude dessa história para mim. Decerto tentarei, e espero que possa transmitir para vocês uma parte do que senti.
O Rosto que Precede o Sonho nos apresenta à história de Tomas Ventura, sua vida é praticamente perfeita, está cercado daquilo que ama: um violão, amigos, bons discos, um emprego dos sonhos, uma casa flutuante e um telescópio.
Podemos dizer que a vida de Tomas está boa agora, pois ele se arrepende de não ter percebido os sinais que poderiam ter impedido que seus pais entrassem naquele avião e morressem. O que mais faz na vida agora é esperar que novos sinais apareçam, pois, dessa vez, estará pronto para identifica-los.
Tomas levou um fora da namorada e, para se distrair, vai ao sebo/bar de seu amigo Benjamin. Após alguns minutos de conversa e uma boa bebida, Benjamin diz ao Tomas algo que o deixa alegre: a loja recebeu novos discos. Ao se dirigir ao local para escolher novos discos, a sineta da loja toca e anuncia a chegada de um novo freguês, ou, no caso, freguesa, a mulher mais linda que Tomas já viu na vida com olhos cor de mel.
“ – Futuro é algo que não planejo – Tomas meneou com a cabeça. – Trato sempre por uma perspectiva diferente. Onde estarei no final do dia? Essa é a questão. Goto daquele ensinamento que diz que devemos aproveitar o caminho, e não esperar o final dele pra sentir prazer.”
Após a chegada da moça, eles começam a conversar sobre música e disputar quem leva qual disco. Quando chegam em um disco em específico, os dois o tocam ao mesmo tempo e fazem uma brincadeira: devem montar uma banda, Benjamin escolherá a melhor e, o vencedor, levará o disco, mas, o que ninguém esperava, era que a misteriosa moça entende de música e monta uma banda tão boa quanto a de Tomas. Por conta disso, fica decidido que ninguém levará o disco, que eles o ouvirão juntos da loja.
O nome da linda moça é Aurora, ela é fotógrafa e estava na cidade por conta do aniversário do pai (quem receberá os discos) e para um projeto de fotografia de borboletas.
Ao mesmo tempo em que esse fora acontece com Tomas, ele recebe uma proposta de criar uma trilha sonora para um filme, mas ele está certo de que não pode aceitar, afinal, ele não quer mais fazer isso, já tem o suficiente. Mas, parece que aqueles olhos cor de mel lhe deram inspiração e ele aceita o desafio: Compor a trilha sonora de um filme em dez dias.
Tomas e Aurora parecem dispostos a viver esse amor e caem de cabeça nele. Será que foi por conta disso que Tomar ignorou os sinais que tanto esperou ao longo dos anos?
A primeira coisa que devo dizer sobre esse livro é como os personagens foram bem criados. Tomas é fascinante. Ele tem um dom de compor músicas, sabe disso e se gaba, apenas para fazer graça e da boca para fora. Aurora é uma mulher madura, forte e determinada. Ela é aquele tipo de pessoa que se vê um tornado vindo, segura sua mão e encara ele com você. Benjamin foi uma grata surpresa, ele é um ótimo amigo, sempre com algo bom para dizer e incentivar.
A história não há palavras para descrever, ela foi muito bem desenvolvida, tem todas as pontas amarradas e é uma trama direta, o autor não fica enrolando com longas explicações que não serão úteis ao final. Por conta disso, a leitura é extremamente fluída e é possível ler o livro em poucas horas, mesmo porque o leitor fica determinado a saber o que vai acontecer.
Em relação aos sinais: Meu Deus, fiquei me perguntando – e ainda pergunto – quanto o autor precisou pesquisar para criar duas cadeias de sinais que são muito ligadas. Quando nos são apresentados, você tem aquele “clique” na cabeça e fala: É isso aí!, que mágico.
Não vou me estender, pois a resenha já ficou imensa, apenas faço um apelo para vocês leitores: LEIAM. Esse livro merece ser lido pelo mundo.
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