Victor.Chemello 01/04/2024
Leitura mais fraca do ano... Pelo menos até agora.
O livro "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" não se qualifica como uma obra inteiramente ruim, porém carece de profundidade na caracterização dos personagens e apresenta tentativas mal sucedidas de construir uma trama interessante ou envolvente.
À medida que avançava na leitura, crescia em mim a sensação de que a narrativa não chegaria a um desfecho satisfatório e de que poderia estar dedicando meu tempo a uma obra de maior qualidade. A curiosidade em descobrir a identidade do assassino foi o único fator que me motivou a concluir a leitura, porém fui decepcionado pela previsibilidade do desfecho e pela falta de um motivo convincente para o crime.
Além disso, o livro é permeado por passagens históricas e um excesso de diálogos em idiomas estrangeiros (latim, italiano e francês), como se o autor buscasse demonstrar seu conhecimento sobre esses temas e línguas por mera vaidade. Embora seja louvável mostrar tais habilidades em suas obras, é fundamental que isso seja feito de forma natural e não forçada, a fim de evitar uma impressão de ostentação desnecessária.
O livro consegue cumprir sua proposta de entreter, proporcionando momentos engraçados que me arrancaram risadas sinceras. No entanto, essa qualidade não é suficiente para tornar a obra memorável, pois ela não o é. Trata-se de um livro no máximo "agradável", onde acompanhamos a investigação pouco cativante de Machado Machado (a quem carinhosamente costumo chamar de Sherlock Holmes da Shopee), o que pode gerar certo tédio e fazer com que o leitor queira abandonar a leitura.
É um livro "legalzinho", porém facilmente esquecível.