A Alma imoral

A Alma imoral Nilton Bonder




Resenhas - A Alma Imoral


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@venturieta 08/08/2010

A alma tautológica de Nilton Bonder
A leitura dos conceitos de "corpo" e "alma", e dos embates entre estas duas instãncias ao longo dos séculos são até interessantes. Nilton Bonder, apoiado na tradição judaica, acaba produzindo uma tese inteligente sobre tradição e traição.

No entanto, considero que o livro tem dois problemas fundamentais:

1)A repetição da tese-chave à exaustão, no primeiro capítulo (o único realmente relevante, na minha opinião. Os outros três me pareceram um "chover no molhado" sem fim.

2) Uma coletânea de lendas judaicas que toma a maior parte do livro, com suas respectivas "morais". O fato é que elas desconfortavelmente me lembram - tanto em termos de construção textual quanto de profundidade - as historietas daquela coluna de jornal do Paulo Coelho. O nível de aprendizado com tais "minutos de sabedoria" também passa por aí.

Apesar de achar que boa parte do livro é um embuste, continuo achando que o cerne é muito interessante, e consegue produzir até momentos brilhantes, como o seguinte:

"É interessante notar que, quando o Criador comanda, está em sua mais plena função de estabelecer diretrizes ao que cria; quando proíbe, no entanto, abre a porta para uma dimensão de co-criação. Admitir que é possível para uma criatura fazer algo que não pode é chamá-la a criar, seja pela obediência ou pela trangressão. Preceba-se que mesmo a obediência ao que é proibido é distinta da obediêcia ao que é comandado. Obedecer ao proibido por opção é de ordem evolucionária, como também a trangressão" (1998, p.14)

No mais, repetições e #maktubfeelings.
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Flá 08/02/2023

Recomendo
Um livro com abordagem bem interessante sobre alma, corpo e comportamento. O autor discorre sobre antigos conceitos, baseados em textos bíblicos e na própria psicologia, e através de parábolas exemplificativas defende que nem sempre o certo é o bom e sim, o errado pode ser o bom.
Nilton Bonder disserta sobre mudanças que esquivamos ao menosprezar nossas capacidades e para evitar desconfortos. Ele defende que legitimar nossas transgressões pode ser essencial para nossa própria evolução, como também, a necessidade de orientar-se e quebrar paradigmas já que a vida é a possibilidade de redefinir-se.
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Fernandamota 21/12/2020

Tempo de Travessia
Apesar de não ter sido para resumir o livro, não consigo pensar em uma melhor forma de descrever as lições de ?Alma Imoral? além das palavras de Fernando Pessoa:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos". Fernando Pessoa

O livro tem uma linguagem um pouco intricada, mas gostei da experiência da leitura.
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Júlia Vichi 30/01/2019

Algumas pérolas em meio a pedregulhos
O conceito de que é preciso haver uma tensão entre tradição e traição é o ponto alto deste livro. A noção de que para criemos uma nova lei e uma outra realidade é preciso de um traidor é bastante iluminadora, haja visto que o traidor, em nossa sociedade contemporânea, é sempre visto com maus olhos. O traidor, segundo Bonder, é, na verdade, um revolucionário.

Porém, o livro apresenta alguns problemas:

1 - utiliza passagens judaicas para explicar quase tudo, as quais, para mim, não passam de autoajuda. É difícil concordar com boa parte do livro se Bonder parte da premissa que "Deus" criou o "Paraíso" e lá deu ao homem a possibilidade de transgredir, pois se partirmos de uma visão científica, essa não seria a explicação mais provável do porquê os humanos têm esse ímpeto de transgressão, tendo em vista a Evolução;

2 - o autor tenta, muitas vezes, relacionar Religião com Evolução de maneira problemática. Como no trecho "Deuteronômio (12:28): "Guarda e cumpre todos estes ensinamentos, para que seja bem para ti e para teus filhos depois de ti, porquanto farás o que é bom e é direito aos olhos do Criador." Nilton Bonder alega que esta passagem aborda o sentido da existência de forma semelhante à de Darwin. Porém, sabemos muito bem que a religião e a ciência operam de maneira bem distintas;

3- Bonder diz que a ciência comprovará o que a Religião previu, algo que é bastante complicado de se alegar;

4 - o autor se alonga demasiadamente em certas explicações e retoma constantemente o conceito de tradição e traição; corpo e alma, só que com exemplos diferentes. O livro, apesar de já ser breve, poderia ser resumido em um número significativamente menor de páginas;

Apesar disso, encontramos no livro alguns pensamentos instigantes, como:
- "A imutabilidade do ser e da família, da propriedade e da tradição é a proposta desesperada de negar a natureza humana, que é mutante e requer novas formas de 'moral'."
- "A tradição se fez da traição."
- "E um novo 'correto' sem um novo 'bom' em vista significa aumentar a confusão e a perplexidade. Essa metamorfose nos assusta com a possibilidade de estarmos abrindo mão de nossa integridade e identidade."
- "O tradicionalista se apavora ao ver contrariada uma de suas máximas preferidas: sim, mexemos em time que está ganhando!"
- "Não haverá tradição sem traição, nem traição sem tradição."
- "A opinião pública, os dogmas, as convenções, a moralidade e as tradições podem muitas vezes querer representar uma 'unanimidade' que os desqualifica como determinadores do que é justo, saudável ou construtivo."

Em suma, o livro apresenta o conceito de tradição, traição e de alma imoral de uma maneira interessante, porém possui certos trechos que beiram à autoajuda e conexões complicadas entre Ciência e Religião.
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Durval 06/12/2011

Quando transgredir é o correto
Nilton Bonder possui grandes qualidades como escritor: ele é claro, correto, fiel a suas idéias e posições. Logo de início, ao expor os conceitos centrais da obra, ou seja, "alma" e "moral" (ou "imoral") ele é muito claro e rigoroso. Moral refere-se aos padrões de conduta adotados por grupos, ao que geralmente se considera correto mas nem sempre vai ser o certo, dependendo da situação. Alma refere-se ao princípio da vida, que é movimento, mudança, evolução. Na cultura, refere-se então ao princípio transgressor. Portanto a conclusão lógica é que a alma é imoral.

Bonder, que é rabino, mostra como essa ideia é suportada pela tradição judaica, com base em textos tradicionais. Para mim parece um pouco estranho que a necessidade da transgressão precise ser demonstrada com base na tradição mas é interessante ver como isso é possível.

A ideia de que em determinadas situações transgredir é o mais correto é amplamente suportada pela cultura ocidental, não apenas na tradição judaica, que Bonder focaliza especificamente, e por isso o livro visa as pessoas interessadas nesta tradição.

Enfim, um texto consistente, correto e bem fundamentado, compatível com a proposta do autor, que pode ser considerada limitada para alguns leitores.
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Fidel 05/08/2015

As vezes decidir ler uma determinada obra somente pelo prefácio não é uma tarefa fácil. É muito comum haver decepções e perda de interesses logo no primeiro capítulo. As vezes o autor tem uma narrativa truncada, difícil, desconexa e confusa. Mas em dado momento tudo faz sentido, seja porque na realidade o leitor não estava preparado para a leitura do livro, ou porque o autor gosta mesmo de complicar e dá sentido a tudo em poucas páginas como fazem os novelistas.

Certo dia estava ouvindo um programa de rádio e a apresentadora, diante de um problema que envolvia relacionamento homem / mulher, citou um livro chamado a "A Alma Imoral". Não foi a opinião da apresentadora que despertou em mim o interesse pelo livro. O meu encontro com ele foi obra do acaso. Meses antes do fato da rádio, uma vizinha estava se desfazendo dos seus livros e me deu alguns. Quem estava entre os livros recebidos? O livro de Nilton Bonder, A Alma Imoral. Ao olhar rapidamente o prefácio, não me interessei muito pelo conteúdo e coloquei-o na lista de espera de leitura. Porém ao ouvir a apresentadora falar do livro, fui tomado por uma vontade muito forte corri para lê-lo o mais rápido possível.

A minha opinião sobre o livro é que ele é fantástico e aprendi muito sobre minha alma e entendo agora que o meu corpo é o reflexo frágil daquilo que a minha alma representa. O conteúdo religioso do livro, embora importante, não foi o que mais me identifiquei, mas o fato do autor dar um significado a alma que até então eu não entendia e como esta se relaciona com o corpo.

Talvez leitores eruditos e não eruditos, vejam outros significados, mas eu acho que a proposta do autor é mesmo esta: fazer-nos olhar para nossa alma transgressora sem estar preso ao que é certo e o que é errado através de um corpo moldado pela sociedade que se contrapõe a alma, a alma imoral e transgressora.

site: http://fideldicasdelivros.blogspot.com.br
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Jhe_telma 01/05/2021

Gostei
O livro fala da imoralidade da alma. O autor compara a psicologia evolucionista á compreensão da natureza humana no texto bíblico.
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bobbie 21/01/2020

Tornou-se um dos meus livros preferidos de todos os tempos
Jamais poderia enfatizar o suficiente o quanto todos deveriam ler este livro. Ele choca e surpreende por ser escrito a partir de uma ótica religiosa. A alma imoral tem o poder de libertar aqueles que, a despeito de não fazerem mal algum para a sociedade, se sentem excluídos pela religião em razão de atos tidos como transgressores. Através de uma perspectiva teológica, fundada pela interpretação da Bíblia, o rabino Nilton Bonder analisa o ser humano como um indivíduo que possui tanto uma faceta moral/cultural quanto natural/animal. A primeira regula nossos atos, é responsável pelas leis - sejam elas humanas ou "religiosas" -, enquanto que a segunda responde pelos nossos instintos, a nossa Verdade pessoal e inalienável. Através de uma dialética fenomenalmente desenvolvida entre a vida e os preceitos bíblicos, Bonder nos mostra que a transgressão não somente deve ser aceita, quando atende aos anseios de nosso âmago individual e inalienável, como faz parte da premissa religiosa. Para ele (e, segundo a interpretação da Bíblia) é impossível ser moral sem ser imoral. Não há futuro sem a quebra de paradigmas, e o próprio Deus (que ele sempre redige D'us, de acordo com a doutrina judaica), é mostrado como a instância superior que não só encoraja a transgressão, como a pratica. Leitura imprescindível para desconstruir falsos moralismos tão presentes na sociedade atual.
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bardo 26/02/2022

Com pouco mais de 100 páginas esse pequeno livrinho extremamente complexo vira do avesso várias concepções que nós habituados a uma herança judaico-cristã estamos acostumados. Para começar o autor subverte nossa ideia de uma alma exterior ao corpo, pura e imaculada, ao contrário ele defende a alma como uma instância responsável pelo nosso instinto fundante de "transgredir", de "deixar a casa de nossos pais e ir em busca de outra terra". Partindo do mito do Éden (e como o autor sustenta o que interessa aqui é o seu valor profundamente simbólico e mítico de traduzir uma ideia), somos levados por meio de várias histórias bíblicas conhecidas a repensar esse curioso namoro entre alma e corpo. Essa tensão entre o nosso desejo de preservação da espécie e permanência versus a tentação constante de "transgredir" e se transformar. Não é uma leitura fácil, ainda que o autor não use uma linguagem complexa o que ele propõe aqui é complexo, é um livro que demanda releitura. Principalmente aos não iniciados no texto bíblico vale a pena em pontos da leitura ir atrás das histórias citadas para uma melhor compreensão do que o autor está construindo. Em tempos de leituras fundamentalistas e descoladas da realidade ler um texto que defende a suprema liberdade da "transgressão" e mutabilidade é um alento.
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Lanny 19/11/2023

A traição é transgressão.
?O maior companheiro do traído é seu traidor e vice-versa. Ninguém mais detém tantos segredos relativos à vida e ao bem-estar do que estes parceiros.(?) Extinguir o traidor é aniquilar o traído - é roubar-lhe a possibilidade de discernir, que tanto pode ser perversa na desobediência como na obediência.?
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Mi Aragão 23/11/2023

Esse livro apresenta uma abordagem fascinante sobre alma, corpo e comportamento. O autor explora antigos conceitos, fundamentando-se em textos bíblicos e na psicologia, e utiliza parábolas exemplificativas para argumentar que nem sempre o que é considerado certo é bom, e, por vezes, o que é considerado errado pode ser benéfico. Nilton Bonder disserta sobre as mudanças que evitamos ao subestimar nossas capacidades e busca evitar desconfortos. Ele defende a importância de reconhecer nossas transgressões como parte essencial de nossa própria evolução, assim como a necessidade de nos orientarmos e quebrarmos paradigmas, já que a vida é uma oportunidade para nos redefinirmos. No entanto, o livro peca em algumas partes devido à sua forma de escrita.
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Beatriz 12/05/2020

Marcou quem sou
Esqueça qualquer tipo de livro de auto ajuda e tenha em suas mãos um texto arrebatador que te faz olhar pra dentro de si, pro seu âmago, sem nenhum subterfúgio. É isso que Nilton Bonder faz com "A alma imoral". Acho praticamente impossível sair o mesmo depois dessa leitura. No mínimo, seus conceitos sobre alma, corpo, transgressão, traição, tradição e moralidades serão revirados.
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Nati Kubo 17/02/2022

Não gostei da escrita. Leitura nada envolvente e por vezes confusa. Acredito que deva ser uma leitura pausada e estudada para melhor compreensão.
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Robson.Loiola 17/02/2022

Traição, apego, correto, bom...
Não só sobre a traição você vai poder reavaliar seus conceitos neste livro. O autor faz a gente ter uma reflexão sobre que nem tudo aquilo que é bom pra mim, é correto. Ao mesmo tempo mostra que o correto também pode não ser bom. Mostra muitos paradoxos com exemplos fantásticos da Bíblia em que personagens importantes deixaram de fazer o correto em prol do que fosse melhor para a sua linhagem.
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Ade 25/09/2020

Corpo moral X alma imoral
Nesse livro o autor apresenta a alma em sua imoralidade transcendente, é pela imoralidade da alma que evoluímos através de uma linha tênue e tensa entre o que é correto (corpo moral) e o que é bom (alma imoral). É esse equilíbrio que faz com que não fiquemos estagnados, é esse equilíbrio que propicia a evolução do status atual para um novo bom e um novo correto. Difícil explicar tudo o que esse livro proporciona de reflexão, tem que ler pra sentir o que estou tentando (e falhando miseravelmente) explicar
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