Lorena 25/04/2013Zuenir Ventura é o escritor/jornalista que mais gosto. Gosto tanto que meu TCC foi um estudo de caso de "Chico Mendes - Crime e Castigo". Confesso que estava muito ansiosa para ler "Sagrada Família".
“Sacrada Família” demorou mais de dez anos pra ser concluído e foi lançado no final do ano passado. O livro é um romance feito a partir das lembranças de infância do autor na cidade de Nova Friburgo. Na descrição da contra-capa diz que é "um romance rebatador sobre a perda da inocência".
A história se passa na década de 1940, na cidade ficcional de Florida, e gira em torno do cotidiano e segredos de uma família (que não tem nada de sagrada). O contexto histórico se ambienta na II Guerra Mundial e no governo de Getúlio Vargas. De longe, o livro nem chega aos pés das grandes obras de Ventura, mas tem uma narrativa leve, engraçada e um final surpreendente. Vale a pena a leitura, com certeza.
Porém, o que mais me chamou atenção foi a referência a Belém no texto. Acho que as visitas frequentes de Zuenir à Cidade das Mangueiras nos últimos anos (2009, 2010 e 2011), de certa forma, influenciaram no final da narrativa. Bem que ele poderia voltar esse ano e assim a gente pergunta pessoalmente, né?
Manuéu (alterego do autor) se casa com uma paraense e vai morar em Belém. Até os nossos sorvetes maravilhosos são citados: cupuaçu, carimbo, tapioca, castanha-do-pará... Aposto que ele estava lembrando da Cairu, nossa sorveteria mais famosa, nessa hora. Hum! Me deu até vontade agora, apesar de meu sabor predileto de sorvete de lá ser "menta".
É isso! Gostei muito do livro, mas em algumas momentos fiquei meio frustrada ao lembrar de “Chico Mendes – Crime e Castigo”, “1968 – O Ano que não terminou” , “1968 – O que fizemos de nós” e “Cidade partida”. Com certeza Zuenir nasceu para jornalismo e para as grandes reportagens. Sorte nossa.