Fernanda631 05/07/2023
A Casa das Marés
A Casa das Marés foi escrita por Jojo Moyes e publicada em 2003.
Esse foi o segundo livro publicado por Jojo Moyes, em 2003. Como é até frequente nas histórias da autora, duas histórias são contadas ao mesmo tempo, separadas por décadas.
Na primeira, que corresponde aproximadamente às primeiras 200 páginas, a história se passa em meados dos anos 50 na cidade de Merham, na qual imperam rígidas regras sociais. Aqui somos apresentados à Lottie e Celia, jovens que cresceram juntas após a família da segunda ter, de certa forma, adotado Lottie durante a Segunda Guerra Mundial. Quando uma excêntrica família de artistas se muda para Arcádia, mansão de Merham, as duas garotas criam uma proximidade com os recém chegados capaz de desencadear uma série de acontecimentos para suas vidas. Na segunda e terceira partes da obra, somos transportados ao início do século 21, no qual Daisy, uma decoradora de interiores londrina, após ser abandonada pelo marido, é contratada para restaurar Arcádia, retornando, assim, ao cenário original da trama.
Primeira estória: temos Lottie e Celia, duas garotas que nos anos 1950 vivem em Merham, uma pequena cidade litorânea inglesa. Celia é filha do médico local, muito respeitado, e Lottie, durante a Segunda Guerra passou a morar com a família de Celia, numa espécie de adoção.
Merham é extremamente conservadora, seguidora dos bons costumes e nada realmente interessante acontece lá, para desespero de Celia, que deseja ver o mundo, enquanto Lottie só deseja achar seu lugar no mundo. Mas quando excêntricos artistas se mudam para Arcádia, uma mansão de Merham, as duas garotas se encantam com os recém-chegados, tão diferentes de todos na região. E a relação com eles muda toda a trajetória de vida das meninas.
Já na estória da segunda trama, vamos para o século XXI e conhecemos Daisy, uma decoradora de interiores londrina que acabou de ter um bebê, foi abandonada pelo marido e é contratada para restaurar Arcádia. Merhram, mesmo tantas décadas depois, ainda é retrógrada e conservadora e Daisy precisa aprender a lidar com os cidadãos da cidade, com o seu recém-divórcio e com as descobertas que faz sobre a história da casa – e sobre si mesma.
A Casa das Marés é dividido em três partes e tem todos os elementos que conhecemos e amamos em Jojo Moyes. Romance, protagonistas feministas fortes que passam por crescimentos pessoais dolorosos, perdas, sensibilidade, segredos que são desvendados aos poucos e muita emoção.
A escrita da autora, mesmo esse sendo apenas o seu segundo livro publicado, é fluida, bem desenvolvida e com pontas bem amarradas. Um ponto positivo da autora é que sabemos que sempre podemos esperar um bom livro, muito bem montado.
Os personagens são bem construídos, principalmente Lottie, que é o foco da primeira parte – ainda que Celia apareça bastante -, Daisy, protagonista da segunda e terceira partes, e a sra. Bernard, antiga proprietária de Arcádia e que ajuda a decoradora, ainda que seja uma pessoa amarga e sempre de cara fechada.
Mas apesar desse tanto de pontos positivos, A Casa das Marés demorou muito a me envolver. Achei a leitura interessante desde o início, mas estava com dificuldade em me conectar. Aproximadamente da metade para frente mergulhei mais no enredo e o ritmo fluiu melhor para mim.
A narrativa de A Casa das Marés se dá sempre em terceira pessoa, porém alternando a visão dos fatos de acordo com diversos personagens que vão surgindo ao longo do enredo. Assim, é possível tanto ter uma visão mais ampla dos acontecimentos da história quanto pode-se compreender melhor as emoções e pensamentos de muitas das figuras que aparecem nela.
Dessa maneira, A Casa das Marés, ao falar de amores, perdas, encontros e desencontros, traz um retrato sobre o que é a vida e os sabores e dissabores de vivê-la. A ação do tempo no enredo foi seu perfeito ingrediente: ao mesmo tempo em que é capaz de intensificar emoções, permite que ações e escolhas sejam reavaliadas, e ressalta o que realmente vale a pena em nossas jornadas.
Uma leitura deliciosa e recomendada aos românticos.