Mau_Caetano 12/01/2024
Um clássico atemporal
Maquiavel escreveu o príncipe como uma forma de cair na graça dos Médici. Exilado da política que tanto amava, após o retorno da família à Florença.
Maquiavel, infelizmente, não teve fortuna em sua empreitada, a pesar de possuir a virtude, visto que Lourenço de Medici pouco ligou para o príncipe.
Essa edição de o príncipe conta com um prefácio que narra brevemente a vida de Maquiavel e a sua influência na política após a sua morte.
Além da obra ?O príncipe?, o livro conta um ?Glossário?, relatando cada figura que Maquiavel lá aborda, bem como alguns escritos políticos do mesmo.
Em relação a obra, pouco se tem a dizer do que já não foi dito. Maquiavel é considerado pai da ciência política e filosofia política moderna não sem razão.
Adota-se a noção de que a história é cíclica, por tal motivo, os eventos do passado são um prenúncio para o que ocorrerá no futuro.
Devido a isso, Maquiavel utiliza-se do seu vasto conhecimento histórico e político ao citar diversas vezes príncipes contemporâneos e passados.
Porquanto, a obra acaba por ser um pouco mais histórica do que filosófica em determinados momentos, tendo capítulos dedicados quase que exclusivamente a relatos históricos.
Como ela foi escrita para ganhar a graça dos Médici, seu texto visa demonstrar como Maquiavel era um homem culto e poderia ser um ótimo conselheiro do príncipe.
Sem o auxílio do glossário supramencionado, alguns trechos ficariam mais difíceis de se entender, uma vez que é necessário o contexto da figura ali retratado.
Por isso, a obra figura mais no plano do ?ser? no que do ?dever ser?, a contrário da filosofia platônica ou agostiniana. Entretanto, penso que em determinados momentos seria melhor ficar no ?dever ser?. Contudo, conforme dito, Maquiavel queria demonstrar todo seu ?Know how? da política.
Dou ao fim, 4.5, pois é uma obra atemporal, na qual alguns ensinamentos ainda podem ser vistos e aplicados hoje, a despeito de ter sido escrita a meio milênio.
Apenas não dou 5 estrelas, pois penso que seria mais benéfico para filosofia maquiavélica o aspecto do ?dever ser?. Talvez, caso assim fizesse, não teria a infortúnia má fama que detém nos dias de hoje.
Um clássico é um clássico, pois ele está além do seu tempo, algo extemporâneo. É um escrito atemporal, essencial para entender o porquê de estarmos onde estamos.
4.5/5