Ceile.Dutra 15/02/2013Resenha retirada do meu blog - www.estejali.comAcreditem: valeu a pena ler a Trilogia Cinquenta Tons de Cinza.
Agora, Christian e Anastasia estão casados e em lua-de-mel pela Europa, a bordo de um belo barco. Através de alguns flashbacks, temos vislumbres da festa de casamento que foi até simples, considerando toda a extravagância que Sr. Grey costuma praticar. O casal está em busca de um equilíbrio: Ana continua desafiando Christian e ele continua tentando castiga-la, mas de uma forma que seja prazeroso aos dois.
Porém, um incêndio criminoso na empresa de Grey tira o sono dos pombinhos. Como sempre, Christian tenta proteger Ana de tudo e todos e a deixa quase sem informações sobre o que está acontecendo. Além de pequenos incidentes que não são apenas coincidências e aleatórios, o casal enfrenta pequenas divergências sobre como levar a vida dali pra frente. Ana quer continuar trabalhando na editora, usar seu nome de solteira para que o novo sobrenome não atrapalhe a forma como as pessoas a tratarão (agora que Grey é dono da SIPPA), enquanto Christian quer manter sua mulher dentro de casa, usufruindo do luxo e ryqueza que ele pode proporcionar, frisando em vários momentos que, agora, ela tem tudo aquilo também.
Como sempre, acontecem muitas coisas na mesma história. São muitas emoções com direito a fuga em alta velocidade e sexo no estacionamento após despistar o indivíduo. Bem, assim como em Crepúsculo, minhas partes preferidas ficam na lua-de-mel: os passeios, as sacanagens, as demonstrações de amor... E as discussões. Ah, como eu adoro as brigas destes dois! Uma pena que Ana não saiba brigar direito e aí vem uma coisa que me irrita muito: mesmo ela estando certa, tendo todos os motivos para deixar Grey com consciência dos seus erros e as consequências, ela afrouxa e pede desculpas para ele – sempre! Ok, tem uma briga em especial que eu estava quase pegando a pipoca, porque foi boa demais! Só não peguei, porque foi impossível largar o livro para fazer qualquer coisa.
O livro fica muito tempo preso à rotina do casal – coisa que eu até gosto, pra falar a verdade. Normalmente, quando há muita convivência, há também pequenas discussões que apimentam ainda mais o romance deles, mas isso ficou ruim quando percebi que este tempo poderia ser usado para estender outras situações mais pesadas. As cenas mais tensas duram pouquíssimas páginas, enquanto outras tão corriqueiras, se estendem por várias e várias. Os personagens amadureceram, é fato. Assim, Ana ainda é muito adolescente para a idade dela, mas ela chega ao final do livro bem mais madura do que na primeira vez em que a vimos.
Fico feliz em terminar esta trilogia sem maiores traumas. Quem ler minha resenha de Cinquenta Tons de Cinza, pode ver que eu tinha muito medo do que iria encontrar pelo tanto de coisas que falaram. Encontrei muitas das coisas que li por aí, mas elas não eram tão ruins assim. A autora tem muito a melhorar, mas ela escreveu uma história que prende, tentou (e pra mim conseguiu) falar do amor e das mudanças que ele pode fazer com as pessoas. Tem sexo, é repetitivo, é sempre fantástico, nunca falha e é o escape para qualquer coisa que acontece (seja boa ou ruim), mas por trás de tudo isso, estão duas pessoas tentando, a qualquer custo, provar o quanto amam, o quanto estão dispostas a ceder – mesmo que não assumam. Neste volume, veja só, a autora chega a pular algumas cenas de sexo. Ana induz o leitor a pensar no que aconteceu, mas não conta em detalhes o ato. Mas só em algumas partes, hein, galera, o sexo continua firme e forte (literalmente!).
Não é uma obra sobre sadomasoquismo – isso é só um fetiche do multimilionário. Isso é o que a autora encontrou para que o personagem pudesse descontar (no sexo) seus traumas. Mais revelações são feitas e Ana chega a conclusões que eu já sabia lá no primeiro livro, mas mesmo assim, valeu a pena. Eu indico sim a leitura da trilogia – ela vai, de alguma forma, te marcar.