@aangeladani 19/07/2015
de "vingativo" não teve nada...
Quase dez anos depois de ter "comido o pão que o diabo amassou" ao trabalhar para Miranda Priestly, na Runway, Andrea tem uma vida bastante diferente. Meio que por acaso, ela reencontrou Emily, sua colega de trabalho dos tempos Runway, e juntas elas decidem fundar uma revista de luxo sobre casamentos, a The Plunge. Na verdade, mais por insistência de Emily, que viu nesse projeto uma grande oportunidade de sucesso. Também graças a Emily, Andy conhece seu então marido, Max Harrison, herdeiro de uma influente família de Nova York. Tudo parece correr muito bem, tanto nos negócios quanto no amor (apesar de Andy não se dar bem com a sogra e estar chateada por algo que soube sobre Max, bem no dia do casamento deles). Como se não bastasse as "caraminholas" que Andy tem na cabeça por conta do marido, a Plunge passa a ser completamente cobiçada pelo Grupo Editorial do Elias-Clark, e ninguém menos do que Miranda Priestly demonstra grande interesse em comprar a revista. Para Andrea aquilo só podia ser um pesadelo. Só de imaginar sua vida sendo novamente comandada por Miranda, aquela "diaba de salto alto", Andy já sofria um ataque de nervos. Às voltas com essa situação que está deixando Emily mais entusiasmada do que deveria; suas preocupações e inseguranças com seu casamento, e ainda as expectativas e rotina da maternidade, Andy ainda tem que conviver com certos arrependimentos e lembranças do ex-noivo, Alex, a quem ela não esqueceu mesmo depois de tanto tempo...
A continuação do grande sucesso O Diabo Veste Prada é composta por 24 capítulos, com títulos que são frases retiradas de cada um. A história é narrada em terceira pessoa - diferentemente do primeiro livro, que foi em primeira pessoa, com a própria Andy contando os fatos. Neste caso, a narração se foca mais em Andy e bem pouco em Miranda, algo bem diferente também do primeiro livro pois, naquele, a Miranda era narrada aos olhos de Andrea. Bom, foi uma boa leitura sim, mas também um pouco arrastada e sem grandes acontecimentos. Preciso ser bastante honesta, e dizer que este segundo livro não me agradou tanto quanto eu gostaria e esperava... e menos do que o primeiro. A "vingança" como título do livro, não combinou com o enredo, que de vingativo não teve nada pra dizer a verdade... pelo menos, não para Andrea, que era o que todos esperavam (eu, pelo menos, diante de tudo o que ela passou no primeiro livro). Óbvio que não vou contar o que acontece, mas pra mim, foi bastante injusto o destino da Plunge, a revista que a Andrea fundou junto com a Emily. Também não gostei de como a Andy foi retratada nesse segundo livro. Aquela mulher forte e determinada, que "peitou" Miranda no final do primeiro livro, simplesmente não existiu nessa continuação. Não é que a história foi ruim, não é nada disso. Eu gostei do enredo, entendi a proposta da narrativa, afinal, a Andy não é mais aquela garota meio ingênua que chegou do interior e agora tem outras coisas mais importantes com que se preocupar, e tal. Mas é que pra mim, ficou faltando alguma coisa, sei lá... Achei que a autora demorou demais em algumas coisas mais superficiais, chegando até a enrolar mesmo, enquanto que em outras ficou faltando mais aprofundamento. Repito: eu gostei de ler essa história, mas esperava bem mais da Andy. Daquela Andy do final do primeiro livro, que caiu em si e quis ir lutar pelos seus objetivos. A Andy desse segundo livro, demonstrou mais insegurança do que deveria, se martirizando demais e criando muitas desculpas para a vida atual que estava vivendo. Como eu falei, senti falta de ter lido algo mais empolgante e também da tal vingança, que simplesmente não acontece do jeito que deveria (por parte de Andrea, quero dizer). Não vou dar detalhes, claro, mas digamos apenas que Miranda se dá bem e Andrea, nem tanto (isso, claro, dependendo do ponto de vista). Mas, mesmo com esses "poréns" aí, eu recomendo o livro sim, pois a história tem lá a sua "moral" pra acontecer do jeito que acontece. E eu preciso acrescentar também que gostei do final do livro. Foi um final até meio improvável, digamos assim, mas que com certeza a Andy mereceu, pois a fez feliz. E, se por um lado as coisas não saíram como ela esperava (na questão profissional), por outro lado, a sua vida pessoal nos sugere que, finalmente, tomará o rumo certo.
Nota: 2/5 (regular)