Berenice

Berenice Edgar Allan Poe




Resenhas - Berenice


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Augusto Jr. 21/09/2013

Uma comparação necessária!
Sempre que eu falo de Stephen King, alguém me pergunta: "você já leu algum livro do Edgar Allan Poe?". Pra piorar, a série The Following traz a obra de Edgar Allan Poe como inspiração dos crimes cometidos pelo antagonista Joe Carroll. Portanto, resolvi descobrir o que há de tão especial nos livros de Edgar Allan Poe.

Berenice é um conto, um conto curto, com menos de vinte e uma páginas, que alguns dizem ser de terror/horror/suspense - mas nada disso vi.

Talvez eu seja o único a precisar de um dicionário pra entender a escrita "erudita/complexa/difícil/intelectual/rebuscada" usada por E. Allan Poe. Mas foi ótimo saber o que é "vetustas", e... náiade e sílfide como uma forma de "elogiar/comparar" alguém.

Portanto, o conto é narrado por Egeu, o personagem principal. Egeu começa nos falando sobre sua personalidade, de quando nasceu, de quando e onde perdeu a mãe, e principalmente de ter crescido com a prima Berenice.

Nas próximas páginas Egeu compara sua personalidade com a de Berenice, nos falando que era um jovem com má saúde e mergulhado na melancolia; Já Berenice, era ágil, graciosa e exuberante de energia.

Mas com o passar dos anos o inverso acontece. Berenice sem explicação alguma fica doente e vai perdendo todo o brilho de outrora. A morte de Berenice é dada como certa. E, Egeu ao lembrar da prima quando bela e cheia de vida, resolve pedi-la em casamento, mesmo sabendo que ela estava nos seus últimos dias. - O tipo amor doado por pena, ou foi apenas uma ilusão do amor.

Segue um trecho: "Posso afirmar que nunca amara minha prima, durante os dias mais brilhantes de sua incomparável beleza. Na estranha anomalia de minha existência, os sentimentos nunca me provinham do coração, e minhas paixões eram sempre do espírito. Através do crepúsculo matutino, entre as sombras estriadas da floresta, ao meio dia no silêncio de minha biblioteca, à noite, esvoaçara ela diante de meus olhos e eu a contemplara, não como a viva e respirante Berenice, mas como a Berenice de um sonho...".

O "horror/suspense" - que muitos falam - surge quando Egeu, que estava no escritório da casa, viu Berenice surgir e parar na entrada da porta. Berenice apresentava uma aparência pálida, sendo comparada a um vulto. "Entreabriram-se e, num sorriso bem significativo, os dentes da Berenice transformada se foram lentamente mostrando."

Egeu ficara "encantado/obcecado/fascinado" pelos dentes brancos cor marfim de Berenice. Uma cobiça louca surgiu em Egeu, na qual lhe fazia pensar que somente com a posse dos dentes ele poderia restituir a paz que lhe faltava, fazendo-o voltar a razão.

Dias depois, Berenice falece. O enterro é preparado pelas pessoas da casa. E, Egeu resolve então visitar o cadáver de Berenice. Enquanto contemplava a imagem do corpo, Egeu acredita que um dedo dela se mexeu e que ela sorriu, com isso, Egeu sai do quarto assustado.

O que aconteceu depois disso... eu não pretendo dar mais spoiler. Leia!

Não vi terror algum. Não vi suspense algum. Quem pegou o dente da Berenice? O que tinha na caixinha? Quem colocou lá? Quem colocou a pá? E as marcas de mancha de sangue e de unhas em Egeu? A resposta pra tudo isso é desinteressante.

É um conto bem escrito, mas por uma questão de OPINIÃO - minha opinião - senti falta do "Terror/Horror Suspense" a lá Stephen King. King me assusta, Edgar Allan Poe com sua Berenice, não!

Mas vale a pena ler, já que toda leitura bem escrita é válida!
Jossi 11/01/2014minha estante
É um conto curtinho, mas a sugestão maior está na morbidez da "doença mental" de Egeu. Há mais horror nisso, do que no desenlace em si.
:)




@literatoando 16/01/2014

Pra começar...
Eu gostei bastante desse conto, o final foi assustador. O terror do conto é totalmente psicológico, tem horas que você não sabe mais se ele está sonhando ou se está acontecendo mesmo. O conto é bem curtinho, não dá pra falar muito sobre ele sem dar spoilers, mas eu vou tentar.
O conto começa com o personagem Egeu contando sua infância e contando como era Berenice. Ele diz onde perdeu sua mãe e nos diz que viveu com Berenice. Berenice é uma menina ágil, agitada, exuberante, de bem com a vida. Egeu era quieto, melancólico. Pouco tempo depois uma doença forte atinge Berenice, ela perde todo seu brilho e sua morte é dada como certa, Egeu comandado por uma lembrança passada de Berenice a pede em casamento. O terror finalmente chega quando Berenice, muito pálida entra no escritório de Egeu e dá um sorriso pra ele, sim, um sorriso e ali ele fica encantado por seu dentes, ele não para de pensar em seus dentes, na forma como ela sorria pra ele. Dias depois Berenice morre e ali começa o mistério.


Eu dou 4 estrelas pro conto e recomendo que leiam, tem ele disponível na internet pra quem se interessar.

site: http://maetoescrevendo.blogspot.com.br/2013/10/resenha-berenice-edgar-alan-poe.html
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W. Pardim 05/12/2014

Berenice
Esse foi o primeiro livro que li do Edgar Allan Poe, Berenice é um conto de cerca de 7 páginas, mais é bem rico, há passagens que o personagem Egeu cita trechos em Latim da Cidade de Deus, e de outros autores, minha primeira impressão enquanto lia o livros não foi boa, pois achei muito rico em gramática, uma linguagem muito culta, mas depois percebi que o conto se encaixou com essa linguagem já que o conto tem 2 ou 3 "highlights", e a Berenice não seria tão bonita sem a escrita muito culta.
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Pietra Galutty 13/10/2015

O mistério de Berenice
"Desgraça é variada. O infortúnio da terra é multiforme. Estendendo-se pelo vasto horizonte, como o arco-íris, suas cores são como as deste, variadas, distintas e, contudo, intimamente misturadas. Estendendo-se pelo vasto horizonte, como o arco-íris! Como é que, da beleza, derivei eu um exemplo de feiura? Da aliança da paz, um símile de tristeza? Mas é que, assim como na ética o mal é uma consequência do bem, igualmente, na realidade, da alegria nasce a tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angústia de hoje, ou as agonias que existem agora têm sua origem nos êxtases que podiam ter existido".
Assim dá-se o início do conto "Berenice", publicado por Edgar Allan Poe em 1835. O conto é narrado por Egeu, que transporta o leitor ao tempo de sua infância, para contar os seus infortúnios. A confusão de tempo entre passado e presente é característica do estilo literário de Allan Poe e, por esse motivo, os contos parecem ser de natureza onírica, fruto dos sonhos e devaneios de um narrador-personagem.
O desenrolar da trama traz a descrição da figura de Berenice, prima de Egeu, e como os dois possuíam vidas distintas. Berenice era vivaz, feliz e alegre, enquanto Egeu era taciturno e passara a vida enclausurado com os livros da biblioteca. Egeu relata a beleza e a alegria de viver de Berenice. No entanto, em sua fase adulta, Berenice é acometida por uma grave doença, que Egeu descreve ter sintomas de epilepsia e catalepsia (distúrbio que simula a morte). Berenice perde sua beleza e sua figura torna-se mórbida, no entanto, mesmo com sua palidez e apatia, Egeu, que desenvolve uma obsessão patológica, fica obcecado pelos dentes de Berenice, os quais acredita ser o único traço de vida que ela ainda possui.
A figura de Berenice pálida, doente e infeliz causa uma terrível tristeza a Egeu que ainda se lembra da prima de outrora. Movido por sua angústia, Egeu resolve ficar noivo de Berenice, que aparentemente não tem mais muito tempo de vida.
O choque entre a monomania de Egeu, que possui transtornos psicológicos graves, e a nova figura de Berenice, traz o suspense e o horror ao conto, surpreendendo o leitor de todas as formas possíveis – característica das grandes obras de Edgar Allan Poe. Assim, tratando-se de um conto curto, é com certeza uma ótima forma de conhecer o estilo literário do autor e surpreender-se com esta nebulosa narrativa.
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Cristina Henriques 02/10/2016

“E que, assim como na ética o mal é uma consequência do bem, da mesma realidade, da alegria nasce a tristeza. Ou a lembrança da felicidade passada é a angústia de hoje, ou as amarguras que existem agora têm sua origem nas alegrias que podiam ter existido.”
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 25/10/2016

Conto lido para o desafio literário 12 meses de Poe
Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje, venho comentar sobre minha experiência de leitura com o conto “Berenice”, lido para o desafio 12 meses de Poe; eu já havia visto alguns comentários sobre ele, mas não sabia ao certo do que se tratava, agora entendo o motivo de ser uma das histórias mais famosas do autor.


É um conto diferente dos demais que já lemos no desafio, pois o narrador tem um nome: Egeu, que foi um garoto de saúde delicada, e que na vida adulta desenvolveu uma certa doença que o fazia ficar fascinado por um determinado objeto, por mais simples que fosse, e passar horas apenas o observando, absorto, perdido do resto do mundo. Egeu até tentava lutar contra essa doença, tentava não ficar obcecado por algo, mas era mais forte do que ele.

“As meditações nunca eram agradáveis, e ao fim do devaneio, a causa primeira, longe de estar fora de vista atingira aquele interesse sobrenaturalmente exagerado que era a característica principal da doença.”

Na mesma casa também morava sua prima, Berenice, que foi uma criança cheia de vida, muito diferente dele, mas havia ficado doente, uma doença que trouxe muitas mudanças para a jovem, especialmente ataques de catalepsia, eventos em que ela parecia morta.

“Entre a numerosa série de males acarretados por aquela fatal e primeira doença, que realizou tão horrível revolução no ser moral e físico de minha prima, pode-se mencionar, como o mais aflitivo e o mais obstinado, uma espécie de epilepsia, que não poucas vezes, terminava em catalepsia, muito semelhante à morte efetiva e da qual despertava ela, quase sempre, duma maneira assustadoramente subitânea.”

Eis que as doenças dos dois primos se chocaram em certa ocasião, Egeu ficou obcecado por certa parte do corpo de Berenice, que por sua vez parecia ter sido fatalmente atacada por sua enfermidade. O resultado disso foi chocante!

Eu li o conto duas vezes, na primeira a linguagem me pareceu um pouco complicada, já na segunda a leitura foi muito mais fluida. Alguns elementos de outros contos já lidos no desafio reapareceram em “Berenice”, como a catalepsia e a obsessão por uma parte do corpo (no caso de O coração denunciador, era pelo olho com catarata do patrão). Foi uma história muito bem pensada, onde na medida em que ia lendo, já imaginava o que o narrador poderia ter feito, mas não cogitei a hipótese da doença de Berenice contribuir para tornar a “loucura” do narrador ainda mais assustadora. Ou seja, gostei do conto e recomendo a leitura!

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/10/resenha-conto-berenice-edgar-allan-poe.html#links
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Evy 16/12/2016

Fascinante
Realmente um conto muito bom e que mexe profundamente com o seu psicológico. Edgar Poe nos descreve cenas aterrorizantes em uma história pra lá de envolvente. Confesso que fiquei um pouco perturbada após a leitura, mas tudo valeu à pena, pois Edgar Allan Poe é um autor extraordinário.
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Na Literatura Selvagem 18/12/2016

12 Meses de Poe: Berenice
Berenice foi escrito em 1835 por Edgar Allan Poe e faz parte do Projeto 12 meses de Poe, que consiste em ler um conto do autor por mês, ao longo de um ano...

O conto é narrado pelo personagem Egeu, que de início nos relata como era sua personalidade e de como viveu boa parte de sua vida no solar da família. A partir disso ele fala da prima e de quão diferentes eles eram... Passava o tempo confinado na biblioteca enquanto a garota vivia ao ar livre, contemplando o campo... Egeu é um homem de frágil constituição, ao contrário de sua prima Berenice, desde cedo dotada de extrema saúde e beleza.

leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2016/11/12-meses-de-poe-berenice.html
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Wania Cris 25/02/2020

O cara é mesmo bom...
Num conto diminuto Poe mostra seu talento e genialidade em mexer com nossas estruturas, crenças e medos. Berenice será presença constante em meus pesadelos de hoje e diante cruz credo...
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Mari 24/05/2020

Um ótimo conto!
Um dos melhores contos que já li.
Esses final me causou arrepios.
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Felipe Ribeiro ð 02/06/2020

"A desgraça é variada..."
É um conto curtíssimo de 1835, mas que diz muito sobre a paranóia (monomania) do protagonista. Esse foi o primeiro lido do Poe!
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Jujuba 06/06/2020

É meu primeiro contato com o Poe. Apesar da minha dificuldade com a escrita rebuscada, não estragou com a experiência, vale a leitura. E o final é muito bom!
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Naza 09/06/2020

UM olhar mais profundo
Eu li este livro duas vezes, e voltaria a ler de novo. Este é um dos contos que mais faz sentido no olhar tanto psicológico quanto da psicanálise. Quando você se a profunda a cada detalhe e traduzindo cada palavra escrita que o narrador faz questão de colocar, você percebe que não são simples palavras, ou seja, elas não estão ali por acaso. No final do conto, cada palavra escrita faz todo sentido social, ao que se refere ao estado de espírito do narrador. Este é um dos pontos que mais me chamou atenção porque vai além de simples terror gótico.
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Bruno B. 09/06/2020

Berenice
Não dá pra confiar no narrador, Berenice coitada era a paixão que seu primo tanto sufocava, Berenice e tudo que ele mais queria pra sua vida, ou até mesmo ter a vida dela.
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I. de Rohan @izabelderohan 13/06/2020

Rei
O estilo gótico romântico brilha nesse suspense típico de Poe com seus narradores desconfiáveis.

O narrador não confiável com sua história com sua prima, que ele diz não ser apaixonado, mas percebemos rapidamente que não é verdade. Ao contrário do narrador, Berenice é alegre, até que uma doença recai sobre ela, assim como recai sobre ele. A doença dela a deixa semi morta, a dele faz com que ele se reclua para reflexões estúpidas intermináveis. Um dia Berenice aparece em seu escritório e sorri para ele com seus dentes perfeitos e seu corpo semi morto. Isso causa uma reflexão interminável no narrador e essa faz com que ele tome ações.

Se você gosta de mistérios, suspense e horror, esse conto é necessário para ler outras histórias do tipo. Poe é o supremo rei do gênero e o grande inventor de vários imagens e mensagens que vemos, apesar de ser uma pessoa bem parecida com o nosso narrador.
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