Os deixados para trás

Os deixados para trás Tom Perrotta




Resenhas - Os deixados para trás


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Jônatas 30/05/2017

"The Leftovers" é uma narrativa que imergi na vida de diversos cidadãos de Mapleton, mas com destaque a família Garvey. O trauma que todos esses personagens têm em comum é chamado de "Partida Repentina", um evento acontecido há três anos, onde uma grande parcela da população simplesmente desapareceu no ar. Muitos podem chamam de arrebatamento, outros não conseguem nem definir.

Somos apresentados a família Garvey, uma família de classe média que está se destruindo. Kevin Garvey se tornou o prefeito da cidade. Laurie Garvey, cansada da futilidade do mundo, do sentimento de não pertencimento, se junta a um culto denominado "Remanescentes Culpados". Tom Garvey, o filho, se une a um homem que se autodenomina Santo Wayne, e agora viaja pelo país cuidando de uma moça, que supostamente leva em seu ventre o Salvador. Por fim, Jill Garvey, a filha, sofre com a falta da mãe e tenta seguir a vida.

Nora Durst é uma das personagens mais interessantes desta história já que toda a sua família desapareceu no dia 14 de outubro. A vida dela é um grande luto. Nora tenta sobreviver e refazer a sua vida, até que tudo vira de cabeça pra baixo, quando Kevin Garvey entra em sua vida.

Meg Abbot é uma discípula de Laurie nos Remanescentes Culpados, a relação entre elas é intensa e traz à matriarca da família Garvey aquele sentimento de amor e amizade o qual ela havia renunciado a muito tempo.

A premissa deste livro é espetacular desde a primeira linha. A experiência, porém, pode ser frustrante para alguns, afinal, pra quem gosta de mistério solucionados, o livro têm muito poucas respostas. Pra quem gosta de ação: Ela é quase inexistente. Pra quem gosta de narrativa lineares e com tudo muito coeso: os lapsos de tempo podem gerar estranheza. Contudo, o livro é fluído em sua narrativa. É impossível não se envolver com a trama, com as histórias, com a vontade de saber mais. O final do livro dá um gosto de "quero mais" já que termina no momento crucial da história.

A estrutura da narrativa é diferenciada, já que podemos considerar ser quase crônicas ou contos daquela situação. Eles são conectados, obviamente, porém é fácil escolher um capítulo e degustá-lo de forma avulsa. Existem capítulos incríveis de ser ler, tocantes, reflexivos.

O problema deste livro, talvez, esteja parcialmente na sua estrutura, pois muitos personagens acabam não tendo muito desenvolvimento ao longo do livro, muitas vezes desaparecendo da história. E outros personagens, apesar do destaque deles, possuem pequenas lacunas no seu desenvolvimento por conta dos lapsos de tempo.

O que seriam esses lapsos de tempo? Basicamente, uma situação é apresentada, contudo o leitor, em alguns casos, só ver as consequências daquela situação no capítulo seguinte que se passa alguns dias ou meses depois. Isso é interessante, mas algumas vezes gera estranheza e até falta de empatia por alguns personagens.

Por outro lado, a reflexão que esses capítulos, que a história em geral promove, possui uma força emocional muito intensa. Não é fácil escrever uma história sobre luto, perda e sentimento de deslocamento e isso ser fluído e ao mesmo tempo impactante. Uma personagem desse livro, que pra muitos pode não ser nada, é, talvez, uma das personagens que mais esteja próxima do real, do existente, do palpável. Aimee é uma amiga de Jill, que está passando um tempo na casa deles. Esse período de tempo permite a construção de uma amizade forte entre ela e Kevin. Quando você ver a relação que eles constroem de apoio, de cumplicidade, mesmo que com um teor sexual refreado, é bonito de ler, é interessante. A despedida dessa personagem é a mais emocionante, na minha opinião.

Essas reflexões em torno das relações humanas que envolvem perda, luto e recomeço pode ser feito com inúmeros personagens, em situações diversas. Um dos momentos mais tensos e sangrentos desse livro envolve justamente o sacrifício de algo que você ama muito. Você já parou pra pensar o quanto é difícil abrir mão de coisas materiais que são muito valiosas pra você, ainda que sejam fúteis? Agora, pense, você abriria mão de pessoas que ama com a finalidade de se encontrar? Você abriria mão de sua vida para fazer as pessoas lembrarem das perdas?

O que vale mais na sua vida? Como recomeçar uma vida, quando tudo o que você amava se esvai da sua mão?

Muitos dizem que este é um livro de recomeços, porém acredito que este é um livro de perdas constantes. Todos os personagens perdem coisas consideradas valiosas ao longo de todo o livro: fé, amor, amizade, dinheiro. Há momentos de vitórias, de recomeços, mas quando isso finalmente acontece, o livro acaba. Você nunca saberá o que aconteceu. Isso é incrível, ainda que frustrante.

A experiência que eu tive com esse livro se resume a refletir sobre as nossas relações com mundo, com as pessoas, com as coisas. Verificar o quanto podemos estar quebrados e sem vida, presos a inverdades. Além de perceber o peso e a dificuldade de tomar decisões na vida. Se possível, faça um favor a sua alma e leia "The Leftovers".
Lucas @_olucascosta 03/06/2017minha estante
Sim! Sim! Sim!


Lucas @_olucascosta 03/06/2017minha estante
Excelente!




Beatriz 08/03/2017

Deixados para trás... Assim como essa leitura
Foi difícil terminar. A escrita de Perrota não flui, não contagia.
Várias pontas soltas durante a leitura. Excesso de informações irrelevantes e falta do que seria essencial.
É um desafio em forma dè livro. Leia se tiver paciência.
Newton_Lopez 26/07/2017minha estante
Odiei o livro




avdantas 06/03/2017

Nós que sempre restaremos
Nós nos acomodamos muito fácil. Há vinte anos um smartphone era tecnologia de filme futurista de ficção científica e hoje é artigo mais que necessário, é quase vital para algumas pessoas. Eu já me perguntei diversas vezes: o que aconteceria se algo extremamente necessário a nossa sobrevivência simplesmente sumisse ou acabasse? Ao me fazer essa pergunta eu estou pensando em coisas como energia elétrica, por exemplo. Mas alguns autores levam essa discussão a outro nível, como José Saramago em “Ensaio sobre a cegueira” e Tom Perrota em “The leftovers” (ou “Os deixados pra trás”, primeiro nome da tradução brasileira antes da estreia da série na HBO baseada no livro).

Nesse livro, o enredo gira em torno de um evento misterioso: o sumiço repentino de milhões de pessoas ao redor do mundo, que não deixaram nenhum traço do seu paradeiro. Antes de continuar essa resenha eu quero deixar um aviso: se você se interessou pelo enredo e quer saber o que aconteceu com essas pessoas que sumiram, perca essa esperança. Como o nome do livro deixa claro, os personagens principais não são aqueles que sumiram no evento que ficou popularmente chamado de Partida Repentina, mas sim os que sobraram, os deixados pra trás.

Um conjunto de personagens traumatizados que tenta retomar sua vida ou se afogar na eterna ausência de alguém que partiu. O trauma, essa é a chave do livro. Imagine estar ao lado da sua mãe no supermercado, virar-se para pegar um produto na prateleira mais alta e quando for colocá-lo no carrinho perceber que ela não está mais ali. Ela não morreu, ela não fugiu sem avisar para onde iria. Ela sumiu no ar.

Alguns dos personagens do livro tentam iniciar o processo de luto, necessário para consolidar a cura do trauma da perda de alguém. Mas como ficar de luto por alguém que não morreu? Como esperar a volta de alguém que não se sabe se ainda está vivo? Os personagens se veem presos nessa espiral que os faz reviver o trauma da partida de seus familiares, amigos, vizinhos.

Os personagens principais são a família Garvey. Kevin e Laurie, o pai e a mãe, Jill e Tom, os filhos. Nenhum deles perdeu alguém extremamente significativo, exceto por Jill que foi testemunha ocular da partida de uma amiga de quem não era tão próxima assim.

Todo o mundo muda de alguma forma. Seja pelo surgimento de um grupo de indivíduos chamados os Remanescentes Culpados, que se atribuem o papel de lembrar a todos de que o mundo que eles conheciam já não existe mais e que não se pode retomar a vida como se nada tivesse acontecido; seja pelo aparecimento de um profeta que alega tirar a dor das pessoas que convivem com o peso daqueles que partiram, apesar de desenvolver métodos e dogmas questionáveis; ou ainda pelos traumas individuais, que atingem níveis de complexidade fortes, principalmente com a personagem Nora, que tem que lidar com a partida repentina do marido e dois filhos poucos momentos depois de ter desejado que todos eles sumissem.

A família Garvey vai se ramificar em todos esses segmentos, cada um a seu modo, lidando com traumas que às vezes podem estar associados com a partida repentina ou não.

Ah, a associação desse evento com o arrebatamento bíblico é óbvia, mas uma série de implicações vem disso e que na verdade só servem para intensificar ainda mais a dor e a culpa de alguns personagens.

Fiz uma resenha de certa forma superficial, por não querer entrar em detalhes já que a chave do livro é a complexidade emocional e psicológica.

O roteiro foi adaptado para televisão pela HBO em uma série que já conta com duas temporadas e tem produção executiva do próprio autor e que expande o universo dos acontecimentos a outros níveis, outros personagens e explorando ainda mais as complexidades envolvendo o caráter religioso do evento, o fanatismo religioso, o trauma generalizado e a dificuldade de reconstruir uma sociedade que não consegue explicar para onde essas pessoas foram. Indico tanto o livro quanto a série, pois os dois têm diferenças significativas.

site: http://cheirodesombra.blogspot.com.br/
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Beta 14/02/2017

Resenha por Roberta de Souza
The Leftovers (Os deixados para trás), Tom Perrotta, Editora Instrínseca
O arrebatamento, para muitos, aconteceu. Para outros não...

Um belo dia, muitas pessoas, em todo o mundo, desapareceram. Seria o início do Apocalipse? Difícil dizer, já que as escolhas, pelo menos inicialmente, pareceram aleatórias. Muitos dos que desapareceram ‘não seriam dignos’ desta escolha.

A obra conta esta estranha história sob o ponto de vista dos moradores de uma pequena cidade dos Estados Unidos, Mapleton. Muitos perderam suas famílias, outros se uniram a seitas dúbias e estranhas, outros se renderam ao desespero, e alguns, lutaram para seguir em frente. Após o arrebatamento, em três anos, muita coisa mudou na vida dos moradores desta pacata cidade. Nada mais será como antes e muito, muito se perdeu...

A profecia bíblica tornou-se realidade, ou ao menos parcialmente real. Pessoas desapareceram, milhões de pessoas ao mesmo tempo, em todo o mundo. (...) O arrebatamento aconteceu na cidade natal dela, com a filha de sua melhor amiga, entre outras pessoas, enquanto a própria Laurie estava na casa. A intromissão de Deus em sua vida não poderia ter sido mais evidente (...).

O livro faz parte de uma série do HBO. É apenas o início de uma intrincada, envolvente e surpreendente história.
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Daniel509 23/01/2017

A vida de quem foi deixado para trás
As pessoas não são as mesmas a vida inteira. O comportamento, o jeito de pensar, e o jeito de agir podem mudar em questão de anos. Outras vezes só e preciso que algo aconteça na vida das pessoas, para que toda essa mudança venha em um estalar de dedos.
The leftovers conta a historia, onde, em um fatídico dia, uma grande parte da população mundial simplesmente desaparece, sem deixar nenhuma pista do que aconteceu a elas. A partir dai, o livro avança 3 anos no tempo e mostra um pouco oque aconteceu a aqueles que foram deixados para trás.
No livro, conhecemos um pouco do dia-a-dia de uma pequena cidade americana, chamada Mapleton, e seus moradores. Mesmo após três anos, os moradores ainda sentem a falta de seus parentes e amigos que despareceram, naquilo que foi chamado de "A Partida Repentina", e tentam levar a suas vidas agora que tudo esta diferente para todo mundo.
Tom Perrota, o autor do livro, fez um trabalho muito bom ao mostrar como a mente, de alguns, se despedaçou facilmente com os acontecimentos daquele dia. Alguns personagens estão tentando continuar com a vida. Outros tentam descobrir qual o proposito dele ali. E alguns querem se redescobrir, recomeçando tudo com uma nova vida. Felizmente, todos tem um espaço na historia, sem se perder nela, e ser menos importante que o outro no livro. E, mesmo assim, suas historias individuais não se arrastam, e nem deixam um gosto ruim de "Inútil" para o resto do livro.
O livro em si não acontece muitas coisas. Não espere aquele tipo de historias cheias de reviravoltas e vilões. The leftovers não é esse tipo de livro, aqui a historia vai para um caminho mais humano. Um caminho que te faz entender o quão frágil é a mente das pessoas. E te faz pensar o quanto as coisas são voláteis nesse mundo. Uma hora esta tudo bem, os personagens estão vivendo suas vidas normais. No outro momento, tudo se desmorona na vida deles, e eles tem que aprender a conviver com essa nova realidade.
O livro é escrito na terceira pessoa, o que foi uma ótima ideia do autor. Assim podemos entender melhor o que se passa na cabeça dos personagens. Dividindo com o leitor toda as suas angustias e emoções, que cada pessoa estava passando naquele momento da vida dele. Fazendo com que nos aproximemos ainda mais, criando uma empatia maior por eles.
Não tenho muita coisa pra falar contra esse livro. Talvez por ser um drama, com uma historia um pouco densa, não acontece nada de mais por muito tempo. Os personagens acabam sustentado o livro, não deixando cair em um marasmo eterno, fazendo você desistir no meio do caminho. Talvez o único problema seja a parte final dele, onde as coisas começam a acelerar, e acabam indo rápido demais, deixando você um pouco perdido. Mas mesmo assim, eu fiquei com uma sensação de: Quero um pouco mais disso aqui.
Com certeza valeu, e muito, a leitura.
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Nay Albrich 22/01/2017

Não é para Cristãos
Pelo título do livro esperava que fosse tratar do Arrebatamento Biblico de forma diferenciada. Se trata de uma visão totalmente distorcida da Bíblia. Realmente não recomendo para Cristãos ou para aqueles que acham que a história é como eu pensava, em um contexto cristão. Não acrescentou nada em minha vida.
PY3LTK - Twitter @py3ltk 13/11/2018minha estante
Bom saber...


maucsjr 01/05/2019minha estante
Em nenhum lugar do livro tá escrito que seguiria um contexto cristão, já começou lendo errado.




João 27/12/2016

"O Arrebatamento"
"The Leftovers" é um livro para quem se interessa em avaliar as atitudes do ser humano em sociedade e como as relações sociais são afetadas por eventos corriqueiros ou extraordinários. Um desses eventos - de cunho extraordinário - é o pano de fundo da história: 2% da população mundial simplesmente desaparece sem deixar qualquer vestígio. A partir disso, o autor narra a vida de algumas pessoas que ficaram para trás na cidade de Mapleton, Estados Unidos.

É de se imaginar que algo assim alteraria bruscamente a sociedade. Seitas e determinados grupos surgiram após o Evento, conhecido como Partida Repentina por uns e Arrebatamento por outros. É interessante notar como as pessoas perdem um parafuso após um acontecimento semelhante ao descrito na Bíblia cair sobre o mundo. O autor trabalha muito bem com as angústias das personagens e retrata como o ser humano é frágil emocionalmente - eu diria covarde também.

Não acontece muita ação ao longo da história. No começo, os capítulos são dedicados a personagens específicas e, no decorrer da narrativa, personagens que aparentemente estavam isoladas, acabam se cruzando de alguma forma. A condução das ações dessa forma foi bem positiva. Portanto, não se preocupe se você não se localizar muito bem nos primeiros capítulos. Tudo fará sentido depois.

Fiquei intrigado com algumas personagens e fiquei morrendo de raiva de outras. [SPOILER ALERT] Queria dar um soco na Christine. Essa pirralha encheu o saco do momento em que apareceu na história até quando não se falou mais dela. Foi mais uma fanática religiosa que se entregou a um dito messias e quebrou a cara, ficando sem rumo - além de egoísta e sem graça [SPOILER ENDED].

Sem dúvida, o ponto mais interessante da história estava nos Remanescentes Culpados, uma espécie de grupo que se organizou após a Partida Repentina, com suas ideologias e dogmas. É um grupo assustador também e, ao longo da história, o leitor começa a perceber por quê.

Não é uma leitura que prende muito, a não ser nos últimos capítulos, mas achei interessante avaliar cada personagem. O fanatismo religioso ou espiritual é uma discussão bem abordada neste livro, bem como o vazio existencial. Vale a pena conferir.
Gabriel 22/01/2023minha estante
Não sabia que tinha livro! Quero ler pra ontem :D


João 15/02/2023minha estante
É mto bom! Achei interessante as discussões trazidas


Gabriel 15/02/2023minha estante
Ja terminei haha gostei :)


João 15/02/2023minha estante
???




Thais Moreira 27/08/2016

Minha primeira resenha!
Nunca em hipótese alguma escrevi uma resenha, e estou acompanhando a pouco tempo esse mundo literário.
Assim que terminei de ler falei a mim mesma que deveria ter uma continuação deste livro. Além de ter sido o primeiro livro comprado em uma livraria, e sou ré confessa de comprá-lo pela capa e pela intrigante sinopse envolvendo o sumiço repentino de milhares de pessoas e como afetou a vida dos que "ficaram para trás".
A trama mexeu comigo de uma maneira surpreendente pois esse romance de Tom Perrota mostra para nós como a dor da perda é esmagadora, mas podemos descobrir um caminho para um novo recomeço de vida. E onde podemos descobrir que o amor, a perda e a vida são caminhos por onde atravessamos, para poder seguir adiante.
Muito obrigada Skoob, por me proporcionar tamanha alegria com esse belíssimo livro. E que venham mais resenhas.
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albertinekyp 17/08/2016

The Leftovers - Tom Perrotta // instagram: @beeslivros
Já ouviram falar da série The Leftovers da HBO? Quando eu vi a chamada de estreia na propaganda do canal, eu corri pra procurar e me informar sobre a série, porque achei super interessante. E eis que já havia um livro sobre ela. Claro que corri pra comprar. E não me decepcionei. O que você faria se de repente as pessoas simplesmente sumissem? Se elas apenas desaparecessem no ar, sem nenhuma explicação? É exatamente isso que os moradores de Mapleton procuram: explicações! Algumas pessoas desapareceram sem deixar rastros no que eles chamam de ‘Partida Repentina’. O livro aborda de forma inteligente o extremo de cada personagem. Seus medos, suas dúvidas e acima de tudo as suas esperanças. O livro é uma critica pesada contra o fanatismo religioso de alguns, pois nele são descritos vários cultos religiosos e pessoas que acreditam que o fato tenha ocorrido por causa do arrebatamento divino e como alguns personagens lutam para seguir em frente após o sumiço dessas pessoas. Afinal, imaginem só o caos que se instalaria no mundo se pessoas estivessem lá e num piscar de olhos – puff – sumiram. OI? Isso mesmo! Acidentes, caos, pânicos. O livro é fantástico, eu amei, recomendo e não me arrependo. O autor descreve perfeitamente a angustia de perder pessoas próximas a você por um motivo desconhecido. Pra vocês terem uma noção, uma das personagens, Nora, perdeu TODA a família. O único motivo para eu dar nota 3 para o livro: Fiquei frustrada por ter um livro tão fascinante nas mãos e não ter uma explicação sobre o que acontecia. As pessoas somem, mas o autor não explica o que aconteceu com elas. Talvez seja essa a intenção dele: nos fazer pensar e achar a nossa própria explicação sobre o fato. Seja ela religiosa ou não. Ah, e eu achei essa capa sensacional! Se fosse julgar o livro pela capa, seria nota 5!


site: instagram.com/beeslivros
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Val 19/03/2016

Vivendo como sobras
Ao todo, levei uns quatro meses para terminar The Leftovers. Comprei o livro em dezembro, numa daquelas promoções de 9,99 nas Americanas, li o prólogo – que te prende sem esforço, como um bom prólogo deve fazer – e o coloquei na pilha crescente de leituras a completar. Tenho essa visão romântica de que toda obra leva um tempo próprio para cativar o leitor: dá pra insistir ou esperar, mas eventualmente você sentará um dia com o livro aberto e o devorará em algumas horas. Levei vários intervalos dessa semana para ler The leftovers: dentro do ônibus, no caminho de casa até a faculdade, da faculdade até o estágio e do estágio até em casa; nas horas antes de dormir e durante pausas no trabalho.

Existe uma série produzida pela HBO baseada no livro, entregue já na capa da edição que tenho com o pôster promocional. A Intrínseca já o tinha publicado antes, com o nome “Os deixados para trás” e uma capa bem mais simbólica (sapatos com fumaças, como se a pessoa que os calçava tivesse evaporado). Sei que o ator socando a parede na foto interpreta o protagonista Kevin Garvey, mas o personagem do livro dificilmente teve um momento de frustração tão grande. Se alguém comprar o livro esperando a angústia retratada na capa, vai se decepcionar.

Há angústia, é claro, mas é sutil, sem as paredes quebradas que o audiovisual precisa. O livro trata de como as pessoas tentam sobreviver e achar um sentido após um evento sem explicação. Mais do que tudo, elas estão tentando se conectar novamente ao mundo, seja através de uma pessoa, seja através de uma ideia. Kevin faz isso estabelecendo uma sensação de normalidade na própria rotina e na rotina da cidade; Laurie mergulha irremediavelmente em uma crença; Jill procura uma nova órbita, diferente da moça certinha que era; Tom segue um autoproclamado novo profeta; e Nora faz esforços simbólicos ou inúteis para seguir adiante.

Este é um livro que chamo de “livro-recorte”: uma parte de uma história dentro de uma linha temporal maior, com alguns eventos significativos, que não se preocupa necessariamente em ter uma conclusão. Acompanhamos pedaços da vida dos personagens, perdidos após o mundo virar de cabeça pra baixo, lidando com o fato de que a vida segue, mesmo que não se possa enxergar razões ou condições para isso. Não há um jeito correto de reagir. Você pode lamentar a ilusória sensação de controle da confusa Jill, sentir raiva do egoísmo final de Christine (personagem vital na trajetória de Tom) ou se indignar com as decisões de Laurie, mas é inevitável que acabe relevando, já que são personagens incrivelmente humanos lidando com uma realidade desoladora.

Sobre alguns elementos do livro: os Remanescentes Culpados ocupam quase um papel antagonista na história. Eles me irritaram ao mesmo tempo em que me deixaram curiosa para saber mais do funcionamento da organização e acabaram me pegando de surpresa: como qualquer outro culto, são perigosos em suas crenças cegas. O caminho que Laurie segue é surpreendente, porém inevitável.

Apesar do contexto, não há nada de sobrenatural em The Leftovers. Como falei acima, o que há são sentimentos e situações hiper-reais. A Partida Repentina é exatamente como descrita na sinopse: centenas de pessoas desaparecendo sem deixar rastros. No início pensei que me incomodaria com a dúvida pairando no ar, mas lá pela segunda parte do livro percebi que seria ainda mais deslocado se aparecesse uma explicação ou elemento apocalíptico/extraterrestre/mágico dando respostas. Fica claro, tanto para o leitor quanto para os personagens, a pergunta certa não é “o que aconteceu?” e sim “o que fazer?”.

No final, The Leftovers é uma obra que nos dá uma sensação de indefinição. Os últimos parágrafos não transmitem esperança e só nos deixam imaginando o que vai acontecer na vida dessas pessoas tentando encontrar um caminho em meio à dor, incertezas e decepções. Eles farão o seu melhor, como puderem e se puderem. É o que a humanidade faz, certo? Com ou sem Arrebatamento.

site: https://senhoritaemburrada.wordpress.com/2016/03/19/vivendo-como-sobras-the-leftovers-tom-perrota/
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rafazaakar 27/02/2016

ZaaKar.com Resenha - The Leftovers
Cuidado, pode ter alguns Spoilers!!! Mas leia mesmo assim!

Sinopse: "O que aconteceria se, de repente, sem nenhuma explicação, pessoas simplesmente desaparecessem, sumissem no ar? É o que os perplexos moradores de Mapleton, que perderam muitos vizinhos, amigos e companheiros no evento conhecido como Partida Repentina, precisam descobrir. Desde o ocorrido nada mais está do mesmo jeito — nem casamentos, nem amizades, nem mesmo o relacionamento entre pais e filhos. O prefeito da cidade, Kevin Garvey, quer acelerar o processo de cura, trazer um sentimento de esperanças renovadas e propósito para sua comunidade traumatizada. Ainda que sua família tenha sido desfeita com o desastre: sua esposa o deixou para se juntar a um culto cujos membros fazem voto de silêncio; seu filho, Tom, abandonou a faculdade para seguir um profeta duvidoso chamado Santo Wayne; e sua filha adolescente, Jill, não é mais a dócil estudante nota dez que costumava ser. Em meio a tudo isso, Kevin ainda se vê envolvido com Nora Durst, uma mulher que perdeu toda a sua família no 14 de Outubro e continua chocada com a tragédia, apesar de se esforçar para seguir adiante e recomeçar a vida. Com emoção, inteligência e uma rara habilidade para enfatizar os problemas inerentes à vida comum, Tom Perrotta escreve um romance impressionante e provocativo sobre amor, conexão e perda".


***

Essa semana eu decidi ler um livro diferente do que eu costumo ler. Já estava ensaiando para pegar ela há um tempo já. Comprei esse livro em uma promoção nas Lojas Americanas, apenas porque a capa me chamou muito a atenção. Obvio que eu já sabia que havia uma série relacionada ao livro, então aproveitei e fui com tudo.
Essa semana eu li The Leftovers – Os deixados para trás, do americano Tom Perrotta. Para quem não conhece, Perrotta nasceu em Garwood, New Jersey. É filho de um carteiro e uma secretária . Desde criança, Tom já adorava ler, tendo O. Henry, J. R. R. Tolkien e John Irving dentre seus escritores favoritos, começou, já no ensino médio, escrevendo contos para uma revista literária chamada Pariah. Cursou Inglês na Universidade de Yale, entrando lá em 1983 e logo em seguida fez mestrado em artes na Universidade de Siracusa.
Em 1991, Tom Perrotta casou-se com a também escritora Mary Granfield, com quem teve dois filhos: Nina, nascida em 1994 e Luke, que nasceu em 1997. Desde então, vive com sua familia Belmont, Massachusetts.
Em Junho de 2012 Damon Lindelof foi anunciado para desenvolver a serie baseada no livro junto com Perrotta. O episódio piloto foi encomendado em Fevereiro de 2013. No dia 16 de Setembro de 2013, a HBO anunciou que transformariam The Leftovers em uma série, encomendando uma temporada com 10 episódios. Essa foi a primeira série da HBO adquirida de um estúdio de fora, a Warner Bros. Television, e a primeira também a não ter sido produzida unicamente pela HBO. Hoje, a série passará por reformulações na trama e elenco para a sua segunda temporada.

"As pessoas precisavam de uma razão para saírem de suas casas e se divertirem um pouco, erguerem os olhos para o céu e se darem conta de que o mundo não tinha acabado".

A história se passa em uma cidade de Nova Iorque chamada Mapleton, e narra os acontecimentos do que muitos acreditam ser o ‘arrebatamento cristão’ e acompanha a vida das pessoas que não foram levadas pelo arrebatamento, três anos após ter ocorrido. Acredita-se que 2% da população mundial tenha desaparecido (algo em torno de 140 milhões de pessoas) e a série passa a acompanhar como a sociedade está agora.
Depois desse ocorrido o mundo todo fica abalado. Pessoas perdem seus entes queridos, filhos, irmãos, pais, amigos, namorados... Tudo se esvai em um piscar de olhos. Ninguém sabe o que realmente aconteceu, teorias bíblicas vem a tona assim como muitas outras teorias. Alguns dizem que os que partiram eram pecadores – mas haviam tantas crianças e pessoas de bem no meio -, outros dizem que eram os escolhidos para algo além – transformando-os em os deixados, os perdedores. O pior nisso é que as pessoas não não em quem por a culpa. E isso agrava ainda mais a tão esperada ‘cura’.
Organizações, seitas e vários messias e profetas aparecem para rebanhar a humanidade. Pessoas largam suas vidas para seguir aquilo que acreditam ser o caminho certo, enquanto deixam para trás família e entes queridos. A humanidade vive um estado de “meu Deus, o que vamos fazer?’... E parece que isso nunca vai passar. Alguns acreditam que, após 7 anos do arrebatamento, tudo chegará ao fim. Outros acreditam que esse vazio deixado por esse dia fatídico de 14 de outubro nunca deixara suas vidas.

“Tom Perrotta escreveu um conturbador ensaio sobre como pessoas comuns reagem a acontecimentos extraordinários e inexplicáveis, o poder da família para ferir e curar e a sutil facilidade com que a fé se transforma em fanatismo” - Stephen King.

Sem duvidas essa foi a leitura mais difícil do meu ano, até então. Tom, Perrotta nos apresenta a realidade de várias famílias, de várias pessoas a respeito do que era e do que se tornou a vida após os acontecimentos. Aquele sentimento de perda que nunca se vai. Uma mãe que se prende ao Bob esponja, um rapaz que larga a faculdade para seguir um messias e um pai que tenta cuidar de uma cidade e de uma filha após a mãe os abandonar para seguir uma espécie de organização.
O autor nos coloca a par de todos esses sentimentos internalizados, de toda essa saudade guardada por cada pessoa que perdeu alguém no dia do arrebatamento.
A escrita é pesada, demorada, e bem intrínseca. Não é para ser rápida, é para ser significativa. Você tem que sentir exatamente aquilo que a personagem está sentindo. Entender o que tinha antes, o que aconteceu e o que é hoje. Passado, presente e futuro.
Não há ação, não há respostas. A trama é isso, é conhecimento. Você precisa apenas entender o que aconteceu e como as pessoas têm reagido a isso. Não espere naves espaciais, Jesus descendo ou magia negra sendo feita. O livro está ai para trabalhar o seu psicológico. E se fosse você? E se o arrebatamento acontecesse?
Com uma escrita bem intrincada e detalhista o autor nos mostra como seus personagens são perdidos e encantadores, cada um com suas dores, cada um com suas realidade e fantasmas. A leitura vai exigir um pouco mais de você que que normalmente um livro exige, mas acredite, vale a pena. O final entra naquele ditado: Vamo fazê o quê? Acho que faz parte do autor não dar aquele final que nós esperamos.
13/55

site: http://zaakarcom.blogspot.com/2016/04/resenha-leftovers.html
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EURAC 06/01/2016

EM UM RELACIONAMENTO ABERTO COM - The Leftovers
Eu confesso: depois da segunda temporada bombástica de The Leftovers, uma série original da HBO, eu não suportei a ideia de esperar por mais um ano até o lançamento da terceira e última temporada - fiquei tão inquieto que tive que procurar, no livro, respostas para a trama.

Não as encontrei.

Mas certamente pude entender melhor a construção dos personagens e, no fim, até levantar algumas hipóteses acerca das direções que a série irá tomar.

A série dá de 10 a 0 no livro no qual ela foi baseada.
(...)
Confira a comparação entre a série e o livro no site www.eurac.com.br
um lugar para amantes da literatura!

site: www.eurac.com.br
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Rafaela 26/04/2015

Este livro tem uma premissa muito interessante, milhares de pessoas desaparecem no que é considerado o arrebatamento bíblico. O mundo que conhecemos fica em crise, alguns cristãos não acreditam que é o arrebatamento porque todo tipo de gente sumiu ate as de conduta questionáveis. As pessoas se arrastam atrás de novos profetas, de grupos fanáticos, se entendiam com uma vida que talvez esta prestes a acabar ou tenta fingir que nada aconteceu.

Deixados para trás ocorre três anos após o evento, e destaca principalmente uma família de quatro pessoas que está desestruturada, mesmo não tendo perdido ninguém. Ha outros personagens como a Nora que achei a mais interessante e talvez a única que eu tenha realmente importado com o que ia acontecer com ela.

O livro questiona à nossa capacidade e necessidade coletiva de esquecer tragédias e continuar vivendo uma rotina. A HBO fez uma adaptação do livro, a série The Leftovers com algumas diferenças em relação ao livro, mas conseguiu mostrar como as pessoas estão em desespero, se agarrando a qualquer coisa que possa salvá-las do fim ou que garante que o sumiço de milhares não foi o arrebatamento, ou somente em um tédio sem fim, sem nenhuma perspectiva de futuro. Tanto a série como o livro tem uma narrativa lenta, a da série seria superlenta, para quem quer muita ação talvez não goste.
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