Pagando por Sexo

Pagando por Sexo Robert Crumb
Chester Brown




Resenhas - Pagando por sexo


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WilsonSacramento 27/08/2017

Tabu
Um tema espinhoso, e que tem no cerne de tudo, bases da formação social moderna, como dote de casamento - transação financeira; relações por aportes financeiros de parte d@s consortes; casamentos arranjados que eram as bases até meados do século XX, e não tinham como foco o "amor romântico" tal como foi criado a partir dos anos 1800.

Por outro lado, a questão da prostituição em termos monetários, enquanto venda de produto: prazer e/ou sexo, é também fruto de nosso tempo, em suas nuances quanto a liberdade, a livre exposição do corpo como ferramenta de trabalho, venda do tempo e serviços em livre mercado, sob a égide do deus dinheiro, tanto quanto qualquer outro serviço ou trabalho, famoso vender e viver do próprio suor laboral.

Obviamente há outras tantas discussões quanto a sacralidade e santidade do corpo, mas somos participes do altar se por ele e nele trabalhamos; questões da legalidade tão justa quanta a posse de outro ser humano, regularizada enquanto escravidão por séculos; a descriminalização ou tributação sob regulamentação e a exploração de poucos abastados de sempre, a usarem o serviço para lucrarem ainda mais;

Venda e Exploração de mulheres no mundo como "objeto sexual" tanto quanto explorados em carvoarias, Minas, fábricas e fazendas de drogas dos ricos senhores e com o aval da lei de sempre, enfim o tema é longo e de ampla discussão. ..infelizmente, pessoas rasas só verão a questão simplório se há 'pornografia' ou não, pois só lhe interessam os instintos básicos da carne!
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Che 20/06/2017

O tema me interessa bastante. E aqui é materializado na forma de quadrinhos autobiográficos pelo cartunista canadense Chester Brown, de modo bastante honesto e direto, por vezes até didático (o que não chegou a me incomodar, muito pelo contrário) acerca de como foi a iniciação dele na vida de 'putanheiro' e como seguiu nela nos quatro anos seguintes. Para quem não conhece nada ou não faz ideia de como seja essa vida, do ponto de vista do cliente, a primeira metade do livro será excelente para matar essa curiosidade. Pra quem já sabe de cor e salteado como esse universo da putaria paga funciona, ali vão ser observáveis vários clichês e situações comuns desse tipo de prática, facilmente reconhecíveis pelos mais experimentados.

O traço de Chester é bastante simples (talvez até demais), todo em preto e branco e sempre no formato de oito quadros por página. Nesse sentido, não é nada que chame a atenção artisticamente, embora satisfaça. Irrita um pouco a birra dele com o mito do amor romântico, a ponto dele precisar ficar reafirmando o quanto é contra isso e a prostituição o 'libertou' quase toda hora no transcorrer do livro. Acaba dando um tom 'topo da pirâmide de Maslow' à obra, com uma investigação adentrando por demais na seara do emocional/afetivo e de menos nas veredas do tesão, dos fetiches, do 'sexo selvagem e furioso' que - ora, pipocas - eu esperava que fosse integrar pelo menos parte do livro. Mas, que nada, Chester é meio otário apesar de ser putanheiro experiente, o tipo de trouxa que, ao final do programa, dá gorjetas polpudas para putanas que já cobram os olhos da cara por meia-hora de trepada - e se limita a transar quase sempre num papai e mamãe bem morno e previsível. Ainda por cima é meio enjoadinho, qualquer coisinha o faz perder o tesão e jogar um programa caríssimo no ralo, interrompendo-o pra se vestir e voltar pra casa.

O que mais acaba me distanciando do livro, porém, é o fato de pertencer a um contexto social e cultural muito diferente: a cidade de Toronto, cuja prostituição é bastante diferente (em aspectos positivos e negativos) daquela praticada em solo tupiniquim. Embora tenha essas diferenças, porém, tem de fato um punhado de situações que são típicas do universo 'putanhístico' talvez em qualquer lugar do planeta. No tocante às opiniões jurídicas de Chester, discordo de muita coisa e sou A FAVOR da regulamentação (e não só da descriminalização, que é a preocupação dele para o contexto canadense), porque entendo a atividade como profissão e não só como 'relação sexual casual mediada pelo 'presentinho' do dinheiro'.

Feitas todas essas importantes ressalvas, a HQ é narrativamente muito cativante e a leitura passa que é uma beleza. Pra se ter uma ideia, li tudo do prefácio (de Robert Crumb) ao posfacio em poucas horas ontem à noite, restando apenas os vários apêndices e notas que o autor coloca ao final, a maioria bastante interessante e que revelam como o autor de fato pesquisou e leu para escrever sobre o assunto, não se baseando só nas próprias experiências empíricas. Li esses apêndices também em pouco mais de uma hora, com bastante voracidade, tanto pelo meu interesse contumaz no assunto, quanto pela boa escrita e debates pertinentes levantados por Chester.

Boa pedida, especialmente se você, como eu, é apaixonado pelo assunto. E narrativamente, é delicioso de acompanhar do começo ao fim. Mas eu, pessoalmente, tenho várias ressalvas - inclusive ao próprio comportamento do autor, que talvez devesse ter se jogado ainda mais de corpo e alma nessa jornada de (auto)descoberta sexual...
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NYS 10/05/2017

O mundo idealizado das prostitutas
Eu daria 4/5 para a parte quadrinho da obra. Achei que foi uma obra que de tão sincera beirou ao bizarro. Os quadrinhos do Chester Brown sempre tiveram esse sentimento de sei-mais-do-que-gostaria-de-saber-sobre-sua-vida-pessoal, mas é um bizarro bom. Na verdade, não é um bizarro BOM, até porque eu -realmente- sei detalhes da vida dele que eu não precisava saber, mas é um bizarro que incomoda e faz a gente refletir e -isso- é bom. Não tem como não dizer que é uma HQ fria, calculista, analítica e que faz sentido em diversos pontos. E por conta disso, é uma obra genial.

Mas aí o Chester Brown deu uma de Chester Brown. Finalizou sua obra com suas quase 100 páginas de notas e argumentos em texto corrido, permeado por uma ou duas tirinhas para fazer seu ponto. REALMENTE PARA FAZER SEU PONTO. E isso sim que foi ridículo. Ele promoveu um debate unilateral (obviamente sem direito a resposta) com pessoas particulares para provar pontos estúpidos. E quando eu estava lendo, não estava achando tão horrível até que ele chegou a discussão das drogas. Aí eu comecei a desconfiar de uma "leve" manipulação no debate e, com um pouco mais de pesquisa e reflexão eu me toquei que tava tudo errado.

Não acho que CB em si seja uma pessoa horrível. A impressão que eu tenho dele é que ele é um homem branco, de classe média, vivendo em um país de primeiro mundo, onde um primeiro ministro tem que se desculpar PUBLICAMENTE -TRES- vezes por esbarrar em uma pessoa. Ou seja: É um mundo idealizado e utópico que só funciona nessa visão de mundo! Ele não consegue entender como uma mulher pode se sentir ofendida se passa um homem e oferece para comê-la no meio da rua (só para deixar claro, não acho que a obra em si seja machista). Acho que depois dessa, não precisamos discutir, né?

-spoiler-
Com relação aos amigos dele não apresentarem argumentos lógicos com relação a esse tema: sinceramente, se alguém chegasse para vc, de supetão, para discutir um tema da qual você não conhece e ela conhece, obviamente você faria papel de bobo e apresentaria argumentos ruins (isso se você for educado o suficiente para responder). Você não acha? É um assunto do qual eles não tem vivência e muito menos interesse em discutir.
-fim do spoiler-
Enfim, só reforçando para quem leu até aqui:

Como um relato auto-biográfico de um tema que leva à reflexão esse quadrinho é excelente e deve estar em várias estantes como leitura obrigatória.

Como fonte para discussão sobre prostituição, pode jogar no lixo.
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Renan Motta 03/04/2017

Verdadeiro e sincero
Chester se mostra um autor sem medo de expressar suas verdades e realidades. Ele nos mostra sua vida íntima, introduzida ao máximo no mundo da prostituição. E o mais incrível é vermos que sua obra é um grande manifesto aos direitos e liberdades da mulher. Nunca foi expresso com tanta força e sinceridade o que Chester se propõe a defender. Não é uma mulher e muito menos feminista, mas Chester se mostra como um grande admirador e respeitador das mulheres. Sua vida e trabalho serviram para abrir os olhos das pessoas, principalmente quanto às mulheres que se prostituem.
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Pri Gabarron 23/03/2017

Pedantismo alternado com baixa auto estima que culmina numa história bem pretensiosa.
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Candice 17/01/2017

Leia e se permita
Além de excelente, a obra é daquelas que se recomenda a qualquer um - seu amigo, um mero conhecido, alguém da família, seu hamster etc. - por tratar de assunto polêmico, que vai suscitar sentimentos feios dos puritano-hipócritas e empatia dos receptivos e mentes-abertas. Traz à tona um tema passível da desmistificação, um assunto que, para quem não é afetado diretamente, nem lembra que existe.

Já tem uma carga de julgamento intrínseca à palavra "prostituição"; quanto mais se falar, se esclarecer e enxergar como normal (aí pensadores, mídia, celebridades - principalmente da Internet - têm papel fundamental), com mais naturalidade o tema será tratado.

Homossexualidade, separação, monogamia, direitos da mulher (voto, trabalho, indumentária etc. etc. etc.) também já foram práticas e condutas condenáveis, tidas como execráveis; contudo, hoje em dia são temas tolerantes. São trabalhos como Pagando por Sexo que ajudam a criar um arsenal para discussões na sociedade - nem que elas venham quando minhas cinzas já tiverem sido lançadas.

Outro ponto que faz da obra uma beleza é a sintonia entre o desenho e o roteiro. Um traço leve, que justamente por querer despretensioso, mostra sua grandeza e fluidez. Uma arte que mostra apenas o necessário, até porque o peso da obra está nos diálogos conflitantes com os amigos e, não menos relevante, nos embates com ele mesmo (considerações, discussões que trava consigo, "conclusões" não conclusivas, enfim). O desenho nos conduz e introduz a esse mundo sem fazer alarde.

Por vezes ele tem uma visão/opinião ingênua e argumentos vazios, mas é perceptível o quanto ele acredita nisso, o quanto defende a legalidade de poder pagar por sexo e também de cobrar por ele. Depois, o autor amadurece. E essa imaturidade não desfavorece a obra; pelo contrário: dá força, convence. Mostra o processo pelo qual passou, as experiências que vivenciou, e como isso o fez evoluir no assunto e dar embasamento aos discursos - até pra ele mesmo.

Parabéns ao autor pela coragem! Por ter se desnudado (nos sentidos figurado e literal) usando sua arte para documentar um assunto que merece ser tratado até ser compreendido.
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Joao Felipe 03/12/2016

Poderosa
"Pagando Por Sexo" do canadense "Chester Brown" ( 1960 - ), é uma história em quadrinhos ( Graphic Novel ) em tom biográfico, nela ele nos conta suas experiências com prostitutas ao decorrer dos anos, evidenciando ao decorrer da narrativa sua crítica ao amor romântico e a vários conceitos do casamento.
É uma leitura poderosa, e certamente marca sua vida, o autor é lúcido ao defender seus pontos de vista, e demostra uma qualidade narrativa incrível, além do trabalho com notas e o apêndice, que deixaram a obra ainda mais magnífica.
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Ludmila 01/12/2015

Péssimo
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Arantes 23/07/2015

Ótimo!!
Livro muito bem escrito e muito fácil de se ler, apesar de ter uma opinião incomum ele é muito divertido ( a história é contada através de hqs), tanto é que li em apenas um dia.

O autor no livro conta sua própria historia de envolvimento com mulheres. Depois que o relacionamento com sua namorada chega ao fim ele toma a decisão que não quer mais se envolver em "amor romântico". Ele chega a conclusão que o amor romântico só traz a tona o pior das pessoas, como inseguranças, ciúmes e necessidade de ter o ego acariciado além de ser impossível dar certo a longo prazo, pois mesmo que inicialmente o casal realmente parece ter sido feito um para o outro, é inevitável que os dois mudem muito seu modo de ser ao longo do tempo, e se tornem praticamente outras pessoas, provocando desentendimentos.
Graças a esse pensamento ele resolve se envolver com prostitutas e descobre que realmente era daquilo que ele precisava ( relacionamentos sem compromisso), ele sai com inumeras mulheres e tem muitas surpresas no caminho, chegando até a se envolver emocionalmente com algumas..

O Livro é muito bom, o autor defende um pensamento bastante incomum.. Vale a pena ler, concordando ou não..
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Fruggerr 07/04/2015

Pagando por Sexo
Chester Brown, com relacionamento rompido

Sem conseguir alguém na sua vida

E saciar os seus desejos libidinosos

Encontra com meretrizes

Onde não há paixão e amor



De hora marcada e dinheiro na mão

Apenas para saciar as vontades do companheiro

Chester Brown, incapaz de sair com prostitutas

Ao menos isso achava

Acaba contando a sua história neste livro



Garotas de programas, ao contrário dos que muitos pensam

Há sentimentos e emoções

É feito de carne, osso e coração



O livro retrata seus encontros com diversas mulheres

Com suas peculiaridades e histórias de vida

Tipos físicos variados, magra ou gorda, negra ou branca

São capazes de proporcionar momentos de diálogo



A ilustração dos quadrinhos é boa

Sem deixar pistas dos seus verdadeiros personagens da vida real

Para quem busca mais detalhes neste gênero picante

Têm outros livros de outros autores

Que não vai te deixar "somente na mão"
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Julião 18/07/2014

Irreverente, ousado e sincero.
- Você? Tem namorada?
- Não. E nem quero ter. - Chester responde à linda prostituta deitada em sua cama.


Parece banal. Pouco promissor: um quadrinhista frustrado em seus relacionamentos decide não ter mais namoradas e consumir exclusivamente sexo pago. Quem poderia adivinhar que essa história autobiográfica renderia um EXCELENTE quadrinho?

O autor-quadrinhista Chester Brown parece um pobre coitado merecedor de mais pena do que todos os outros personagens de sua própria história. Mas essa ideia se dissolve, rapidamente. À medida que avançamos as páginas, Chester Brown vai virando a mesa: tímido e introspectivo, os seus pensamentos e reflexões são o ponto alto do livro, revelam e põem em cheque a hipocrisia social, os preconceitos, as expectativas de amor monogâmico e vitalício, a mesquinhez do amor romântico (Aqui a parte do livro que mais gostei).

"O amor é doação, partilha e carinho. O amor ROMÂNTICO é possessividade, mesquinhez e ciúmes. Acho que é a natureza excludente do amor romântico que o torna diferente dos outros tipos de amor. As mães que têm vários filhos amam todos eles. Quem tem vários amigos pode amar todos eles. Mas não se acha correto que se sinta amor romântico por mais de uma pessoa por vez. Acho que isso estimula certa mentalidade: o desejo de possuir outra pessoa. É o impulso do qual a escravidão nasceu." (p. 198)

Em algumas poucas páginas, reputei-o um pouco machista. Mas não digo que isso compromete a obra. Ao contrário, acho que sua visão faz muito mais justiça às profissionais do sexo do que a daqueles que condenam a profissão. E se há algo que torna a HQ do Chester Brown especial, fora do padrão, é que ele não escorrega na areia da moralidade. Sua reflexão é profunda ou, como disse o Neil Gaiman, é "dolorosamente sincera".

Se você quer um choque de realidade; se tem curiosidade em torno de quem ganha a vida ou vendendo ou comprando sexo; se você também acha que o amor romântico não existe; ou simplesmente se você tem um pé atrás com o modelo "convencional" de relacionamento amoroso e acha que ele não o satisfaz, esse livro é para você!


Favorito.
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Jorge Gabriel 04/07/2014

Paying for it
Li “Pagando por Sexo” com muita satisfação e humilde admiração de Chester Brown, autor dessa HQ sem igual. Frustrado por desilusões amorosas, decide frequentar prostitutas, levando a cabo esse meio de satisfação sexual de modo elementar à sua vida.

Mas, veja bem!, engana-se quem encontrar aqui um livro devasso, caricatural, cujo tema dê aos traços do desenho motivo demasiado para agradar gratuitamente o leitor. Chester Brown pensa em tudo, pelo menos no que se refere a ele e às relações no Canadá. É um cara que tem ojeriza da situação “contratual” dos namoros. Apesar de um de seus amigos no livro ter dito que ele é um “robô” em matéria de sentimento (fato que dá azo a Chet contra-argumentar julgando-o vítima do ideal romântico de amor possessivo), ao lermos a HQ percebemos que não se trata só de temas sobre exploração sexual da mulher, descriminalização da prostituição e crítica à idealização romântica das relações. Chester justifica sua vida e, ao fazê-lo, demonstra o quão sagrado é o sexo e a individualidade sexual de cada um.

O traço dos desenhos é bem minimalista, mas de modo que dá finalidade à preservação da identidade de cada mulher com quem Chet teve relação, sem no entanto fazer com que elas percam distinção uma da outra (uma é mais gordinha, outra mais baixinha...).
Ao fim do livro, há notas e apêndices que servem de argumentos que justificam o posicionamento do Chet, mas que também defendem a integridade da mulher (e do homem, vale dizer!) que opta por vender e comprar sexo – não é só isso, claro, mas ele vai além dessas discussões.

Vale ressaltar que Chester Brown não é impositivo no que toca à sua vida sexual. Ele a justifica, sem porém abalar a moral de quem - a maioria das pessoas – leva uma vida amorosa mais parecida com a tradicional, romântica e monogâmica. Mesmo que a gente discorde de um ou outro ponto, podemos discordar do argumento dele, mas não julgar a vida do autor.

No Canadá, houve problemas com o comércio sexual no sentido de que as prostitutas não podiam ir “fazer entrega” a domicílio. Pareceu-me que as questões lá no que toca à prostituição são mais discutidas e vistas de modo mais humanitário, de modo que a legalização lá seria perniciosa a ponto de abrir espaço ao mercado negro, sendo a descriminalização a melhor opção. Aqui no Brasil – e não vamos dizer do ensino e aprendizado de palavras-chave em inglês para as prostitutas receberem estrangeiros em época de copa – algumas prostitutas defendem a assistência do Estado a fim de preservar sua integridade. Isto é, preferem a legalização

A prostituição aqui ainda não tem o halo de direito ao prazer a que Chester Brown se refere; pelo contrário, ela carrega o ranço de uma sociedade patriarcal, que visa à prostituição com fins lucrativos e cujo intercâmbio é mediado pela ideia de que se paga para ter uma/um escrava/o sexual. E a mulher é que sai perdendo nesse comércio. Vejo que a legalização aqui no Brasil seria um tapa-buraco, um lenitivo para a questão que diz respeito à integridade e ao respeito do outro. Embora meu medo seja o de que a legalização tenha de ser o único viés de preservação que caiba à nossa sociedade brasileira – matéria para um “Paying for it from Brazil”
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Tauana Mariana 06/06/2014

Resenhas
Com um título desses, óbvio que o livro trata sobre prostituição. Mas também fala sobre relacionamentos, sobre o que é certo ou errado, sobre seguir seus princípios e sobre o amor romântico, principalmente sobre o amor romântico.

Como a história é autobiográfica, o personagem principal se chama Chester e é cartunista (nossa, capaz? hehehe). Assim, as experiências que ele retrata são, digamos, verídicas.

Ele mora com a namorada mas ela diz interessar-se por outro cara e termina com Chester, no entanto, os dois continuam sendo amigos e continuam morando juntos (o namorado também passa a morar com eles). Chester então passa a desacreditar no amor romântico, na monogamia e na possibilidade de ser feliz novamente com uma namorada. Diz aos amigos que não quer mais namorar porque não quer entrar em um relacionamento "aprisionando outra pessoa". Mas então surge um problema técnico: sem namorada, sem sexo. Sua amiga até tenta convencê-lo de que é possível conseguir sexo casual sem um compromisso afetivo, o cartunista afirma não ter jeito para essas coisas. Ele acaba ficando um bom tempo sem sexo.

Até que um dia ele decide procurar uma prostituta (depois de ver ao vivo e a cores uma atriz pornô em um evento). E daí em diante, foi uma coleção de nomes. E o final da história, é quase óbvio.

A HQ é recheada de conversas críticas e reflexivas sobre o tema, mas o que mais me incomodou foi o fato de ele avaliar e transar com as garotas como se estivesse checando uma "qualidade de serviço". Essa é linda, essa é gostosa, essa sabe chupar, aquela me deixa com mais tesão ....". Pra completar essa impressão "serviço", ele escreve resenhas sobre as garotas (quando alguma o decepciona, ele deixa um recado negativo para ela) e também checa as resenhas de outros clientes para escolher as garotas (Tipo a Bruna Surfistinha, só que ao contrário). Enfim, ele relacionava-se com elas como um mero serviço, atuando como um cliente exigente. Pelo menos foi o que eu percebi.

site: http://tauanaecoisasafins.blogspot.com.br/2014/06/pagando-por-sexo.html
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General ELL 13/09/2013

Por que às vezes tem que pagar né? hehehehe...
Se consomes o produto descrito na capa do livro vai se interessar de cara e até de ajudar em ser um consumidor mais eficiente com o teu dinheiro e tempo. Se não é não sabe o que está... digo, vai se interessar também porque o carequinha vai fundo nos anais da questão, metendo a cabeça mesmo, relatando o seu uso indiscriminado e sem pudores deste tipo de serviço. Por trás de tudo isso, ele ainda expõe e tenta argumentar a questão da legalização da prostituição e suas consequências, tendo até um apêndice bem elaborado. É um livro gostoso, pode cair de boca sem medo.
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