Pagando por Sexo

Pagando por Sexo Robert Crumb
Chester Brown




Resenhas - Pagando por sexo


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Roberta 11/08/2013

Tão machista quanto aquele que discrimina a prostituição.
Chester Brown ousou em sua obra ao abordar tão abertamente um tema polêmico: a prostituição. Suas considerações são muito relevantes e, ainda que não eu concorde com a maior parte do que ele expõe, uma coisa é certa: cada um é dono de seu corpo e Sexo por amor, por prazer ou por dinheiro é uma questão de escolha pessoal. A violência existe dentro do sexo pago, dentro do sexo matrimonial e onde quer que haja sexo. A prostituição existe e descriminalizá-la é apenas evitar situações de risco para ambas as partes: o comprador e a vendedora do produto.

Entretanto, sua opinião sobre o "amor romântico" é um tanto quanto tendenciosa e conveniente para sustentar e apoiar sua escolha de vida decorrente de sua incompetência para conquistar mulheres sem que tenha que pagar por elas (é o velho caso do desiludido que resolve não mais se envolver com ninguém e coloca todo relacionamento a dois na mesma panela).

Alguém deveria lembrar esse autor que o desejo por ninfetas, o ato de considerar velhas as mulheres de 28 anos, não gostar de gordas bem como fascinar-se com um corpo escultural são hábitos tão culturais quanto a ideia de amor romântico que ele tanto refuta. Se "aprendemos" que devemos viver um amor monogâmico e "egoísta", segundo ele afirma, também aprendemos a cultuar formas físicas sexualmente atraentes seguindo um padrão estigmatizado pela sociedade. E, se ao mesmo tempo que esse livro expõe um assunto que merece a atenção da sociedade, ele expõe também que os hábitos culturais que aprendemos socialmente são perfeitamente aceitos quando são convenientes para atender os próprios desejos.

Dou duas estrelas só pelo fato de Brown expor alguns aspectos pertinentes sobre a prostituição. Do mais, não merecia nem meia estrela.
pflct 25/03/2014minha estante
E em que isso é machista?


Murilo 16/02/2015minha estante
Calma, você disse que concorda com a maior parte e depois faz um monte de crítica?
E desde quando isso é machista? Ou vai dizer que as mulheres também não traçam padrões de beleza para os homens? Gostaria de tentar entender esse seu ponto de vista...


Moyashi 09/07/2016minha estante
Com certeza é uma feminista que apenas está repudiando o livro por ser contra os seus princípios feminista...apesar dos argumentos ilógicos. Enfim, cada um tem uma opinião sobre o livro...


Julia 21/08/2016minha estante
Começou o chororô da macharada


Jéssica 01/06/2018minha estante
O livro é muito bom se você não ler o posfácio. Eu gostei bastante de como ele retratou os acontecimentos e colocou luz em um assunto que não é muito falado. Mas me incomodou o final por ele ficar tentando me convencer de que eu preciso pensar como ele!




Heitor 28/11/2023

IDEIA LEGAL, RESULTADO MEH
Peguei esse quadrinho sem saber absolutamente nada sobre ele ou o autor, apenas o título me chamou atenção e a temática promissora.
A história é verídica sobre as experiências do autor com prostitutas no final do milênio até 2012 no Canadá, isso importa para termos uma noção da regularização dessa prática la.
No geral, a história é bacana e mostra uma vivência muito interessante, tendo alguns breves momentos onde é possível debates sobre a regularização do trabalho da prostituição e ideias de amor romântico.
Agora o lado negativo eu sinto que o autor tem uma visão "positiva demais" do assunto, levando em conta que é uma vivência mais antiga e não levando em consideração nosso contexto do Brasil, ele fala como se todas as prostitutas gostassem do que fazem e não considera uma realidade sócio-econômica que atravessa esse debate, por mais que seus apontantamentos sobre questõea burocráticas da profissão sejam validos, acho que é um pouco romantizado, como hoje em dia vemos a romantização de vender conteúdo erótico online.
Além disso durante a história o autor se mostra muito inflexível com suas ideias, por mais que sejam apresentados outros pontos, ele raramente muda de opinião.
Um outro ponto é que não achei o quadrinho bonito, a arte do autor é única e expressa bem seu jeito direto e frio de ver as coisas, mas meu problema é a respeito da capa que é basicamente uma parte do quadrinho pintada de outra cor, achei meio sem criatividade.
Um quadrinho bom mas com opiniões que não concordo, uma leitura interessante para gerar discussões sobre o assunto
Daniela340 29/11/2023minha estante
eh foda ??




amanda.salander 01/09/2012

tive que segurar o grito ao ver alguém falando exatamente o que eu penso sobre prostituição.
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Ricardo 21/09/2012

Graphic Novel muito boa. Sincera e sem rodeios, mostra a realidade da atmosfera do sexo pago, serviço ao qual alguns de nós recorremos. O engraçado é que me diverti mais com os comentários no final da Graphic do que com a história em si,comentários esses que ajudam a complementar muitas passagens da vida desse homem que transita à tanto tempo entre prostitutas, nossas companheiras das más horas.
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Lucas Ed. 24/01/2013

Uma vez a cada três semanas!
--esta resenha foi originalmente publicada no site Melhores do Mundo.net (http://interney.net/blogs/melhoresdomundo/2013/01/24/a-gente-lemos-pagando-por-sexo-de-chester-brown/)--

É possível que sequer você tenha ouvido falar deste álbum – um material de um quadrinista underground, sem muita tradição de publicação no Brasil (é seu segundo trabalho a sair por aqui), e versando sobre um tema pra lá de polêmico (ainda) que é a prostituição. Poxa, era um prato cheio para cair no limbo do esquecimento da nossa moralzinha judaico-cristã (que pode não ser a sua moral, mas predomina neste país e, sim senhor, te afeta). Sorte nossa que o material é tão bom, mas tão bom, que a crítica se viu obrigada a falar sobre, a chamar atenção. Claro, há de se considerar também que vivemos um momento em que, a despeito da qualidade técnico-literária, mulheres tem se sentido à vontade para ler 50 tons de cinza no ônibus sem ser um escândalo. Um tanto menos discreto, foi o que fiz com Pagando por Sexo.



No álbum, Chester Brown relata sua própria experiência de, ao longo de quatorze anos, mais ou menos (de 1996 até 2010) abandonar todos (ou quase) os devaneios do amor romântico e da monogamia e se entregar ao mundo do sexo pago. Não, por “se entregar ao mundo” não entenda como devassidão,/b>, muito pelo contrário: Chester adota a prostituição como uma saída racional e economicamente viável de se satisfazer sexualmente – tão racional e econômica que compreende mesmo intervalos de tempo fixos para os encontros.

Assim, Pagando por Sexo traz uma coletânea dos encontros que Chester teve com as mais diferentes prostitutas (são 23, salvo engano), suas histórias por detrás do trabalho na prostituição, em paralelo com as reflexões e discussões do próprio Brown com seus amigos e parentes acerca da discriminalização da profissão e da falácia do amor romântico, cheio de possessividade e neurose.



É impressionante como, a despeito de seu traço simples – até meio seco – Chester consegue passar tantas coisas, bem como descrever tão bem as prostitutas. De todas as profissionais que passam pelo álbum, todas elas são fisicamente diferentes, de alguma forma, umas das outras. O mais interessante é que essa diferença é retratada única e exclusivamente através do desenho dos corpos, já que Chester nunca desenha os rostos das acompanhantes. Veja você: num único álbum, Chester diferenciou mais as mulheres do que um Jim Lee(xo) ou Ed Benes conseguiram fazer na carreira inteira!

Mas, como tudo na vida, Pagando por Sexo não é um material perfeito. Como publicação, o álbum contém dois momentos bastante distintos: os quadrinhos (227 páginas) e algumas reflexões “teóricas” de Chester, transcritas em prosa com algumas ilustrações (da página 231 até o fim do livro, na 280). É justamente essa porção “teórica” que enfraquece o álbum. Veja bem, a experiência de alguém é a experiência de alguém. A reflexão que este alguém faz sobre a sua experiência, também é válida como a análise de alguém sobre a própria experiência. O problema é quando, baseado exclusivamente no que viveu, esse alguém decida universalizar as conclusões às quais chegou. E é aí que Chester pisa na jaca: os apêndices de seu álbum são tentativas, um tanto constrangedoras até, de universalizar a própria experiência – daí como muitos modelos de pequena escala que são ampliados para abarcar grandes escalas, dá zica.



Tão crítico ao “amor romântico”, Chester não percebe, por exemplo, que é isso que ele espera obter das prostitutas: só isso justifica, por exemplo, que ele defenda uma descriminalização da prostituição, mas não sua regulamentação. Fica claro quando ele chama o sexo pago de “namoro pago”, quando deveria chamar de prestação de serviço. Sim, a prostituição, enquanto trabalho, é uma atividade de prestação de serviço, e pouco se diferencia (veja bem, como PRESTAÇÃO DE SERVIÇO) de outra atividade laboral qualquer, como a de um psicólogo, por exemplo, ou de um médico, um encanador, um dentista, um padre, um lavrador. Todos estes oferecem, à partir de um conhecimento próprio (ora prático, ora técnico) um serviço a outra pessoa, e cobram por isso. O Estado legisla e tributa todas essas atividades, exceto a prostituição, e Chester defende que continue assim. E eu não poderia discordar mais dele, e de achar constrangedora sua “previsão futurística” sobre o utópico mundo de 2080 – quase um devaneio infantil. Quando ele defende a descriminalização da prostituição mas não a sua regulamentação, a meu ver ele parte do ponto de que as prostitutas negociam uma das poucas coisas que o Estado não legisla, ou pelo menos não deveria legislar, que é o amor. Daí toda a construção que ele fizera sobre o caráter cultural (e recente) do amor romântico, bem como a sua nocividade, acaba caindo por terra.



Veja bem, sou um cara e me considero feminista. Concordo e defendo um número grande de bandeiras e causas do movimento feminista, e me situo na ala que defende a discriminalização (que no Brasil já existe) da profissão de prostituta mas também sua regulamentação, inclusive com a ressignificação do crime de lenocínio (o famoso “favorecimento à prostituição”), aproximando-o, enquanto tipificação penal, dos crimes de escravidão, por exemplo, e distanciando-o do favorecimento. Também discordo (e aí concordo com Chester) é que essa regulamentação não deve vir de cima para baixo, de um grupo de burocratas sem envolvimento/conhecimento da realidade objetiva, e não vejo motivo para ver a prostituição como particularmente degradante se a prostituta não a vê assim (e me ofendo com o “ela é prostituta porque não teve escolha”, que acaba objetificando a mulher-prostituta). O problema é Chester construir castelos à partir de uma situação muito particular: certeza absoluta que o panorama da prostituição no Canadá (o autor é de Montreal) está a quilômetros do panorama da prostituição no Brasil, por exemplo, que está há quilômetros da prostituição nas Filipinas, e por aí vai. Claro, isso não invalida toda as “construções teóricas” que ele apresenta, só algumas. Talvez nem invalide, apenas demonstra que é um processo, que ainda está construindo o que pensa sobre o assunto.

Assim como ele fez na parte em quadrinhos – e ficou sensacional.
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Cassia 04/02/2013

Este livro conta a história real de Chester Brown, que, após um episódio amoroso não tão feliz, decidiu pagar para ter sexo.

Ao longo das páginas, somos apresentados a vários desses encontros, às mais diferentes garotas e situações de encontro, e às reações tanto dele quanto dos amigos a essa opção de vida tão diferente do usual.

É realmente um livro muito bacana. Como pontos fortes pode-se chamar atenção para a franqueza do autor, que não esconde suas dificuldades no início do processo de começar a escolher as prostitutas; as opiniões de seus amigos - nem sempre favoráveis (e, muitas vezes, condescendentes, por acharem que ele não tinha nada de moderno, e sim, de carência emocional pura e coração partido); suas opiniões sobre a prostituição e o amor romãntico que batem de frente com a maioria do que é ditado pelo senso comum.

Outra coisa muito legal foi a maneira como ele escolhe retratar a si mesmo. O tempo todo ele desenhou o próprio rosto como uma espécie de máscara impassível, e é provocador ver alguém fazendo e falando tantas coisas impactantes com aquela cara de jardim oriental. Jogada de mestre.

Só não dei nota máxima pela parte pós-história, conde há um adendo com várias notas onde ele explica seus pontos de vista, e outras cositas, e que achei desnecessário. Pouca coisa há nessa parte que realmente seja interessante e, além disso, são opiniões: cada um tem a sua, e temos que respeitá-las, independente de aceitá-las ou não.

Em minha modesta opinião, uma leitura imperdível. Recomendo!
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General ELL 13/09/2013

Por que às vezes tem que pagar né? hehehehe...
Se consomes o produto descrito na capa do livro vai se interessar de cara e até de ajudar em ser um consumidor mais eficiente com o teu dinheiro e tempo. Se não é não sabe o que está... digo, vai se interessar também porque o carequinha vai fundo nos anais da questão, metendo a cabeça mesmo, relatando o seu uso indiscriminado e sem pudores deste tipo de serviço. Por trás de tudo isso, ele ainda expõe e tenta argumentar a questão da legalização da prostituição e suas consequências, tendo até um apêndice bem elaborado. É um livro gostoso, pode cair de boca sem medo.
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Tauana Mariana 06/06/2014

Resenhas
Com um título desses, óbvio que o livro trata sobre prostituição. Mas também fala sobre relacionamentos, sobre o que é certo ou errado, sobre seguir seus princípios e sobre o amor romântico, principalmente sobre o amor romântico.

Como a história é autobiográfica, o personagem principal se chama Chester e é cartunista (nossa, capaz? hehehe). Assim, as experiências que ele retrata são, digamos, verídicas.

Ele mora com a namorada mas ela diz interessar-se por outro cara e termina com Chester, no entanto, os dois continuam sendo amigos e continuam morando juntos (o namorado também passa a morar com eles). Chester então passa a desacreditar no amor romântico, na monogamia e na possibilidade de ser feliz novamente com uma namorada. Diz aos amigos que não quer mais namorar porque não quer entrar em um relacionamento "aprisionando outra pessoa". Mas então surge um problema técnico: sem namorada, sem sexo. Sua amiga até tenta convencê-lo de que é possível conseguir sexo casual sem um compromisso afetivo, o cartunista afirma não ter jeito para essas coisas. Ele acaba ficando um bom tempo sem sexo.

Até que um dia ele decide procurar uma prostituta (depois de ver ao vivo e a cores uma atriz pornô em um evento). E daí em diante, foi uma coleção de nomes. E o final da história, é quase óbvio.

A HQ é recheada de conversas críticas e reflexivas sobre o tema, mas o que mais me incomodou foi o fato de ele avaliar e transar com as garotas como se estivesse checando uma "qualidade de serviço". Essa é linda, essa é gostosa, essa sabe chupar, aquela me deixa com mais tesão ....". Pra completar essa impressão "serviço", ele escreve resenhas sobre as garotas (quando alguma o decepciona, ele deixa um recado negativo para ela) e também checa as resenhas de outros clientes para escolher as garotas (Tipo a Bruna Surfistinha, só que ao contrário). Enfim, ele relacionava-se com elas como um mero serviço, atuando como um cliente exigente. Pelo menos foi o que eu percebi.

site: http://tauanaecoisasafins.blogspot.com.br/2014/06/pagando-por-sexo.html
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Jorge Gabriel 04/07/2014

Paying for it
Li “Pagando por Sexo” com muita satisfação e humilde admiração de Chester Brown, autor dessa HQ sem igual. Frustrado por desilusões amorosas, decide frequentar prostitutas, levando a cabo esse meio de satisfação sexual de modo elementar à sua vida.

Mas, veja bem!, engana-se quem encontrar aqui um livro devasso, caricatural, cujo tema dê aos traços do desenho motivo demasiado para agradar gratuitamente o leitor. Chester Brown pensa em tudo, pelo menos no que se refere a ele e às relações no Canadá. É um cara que tem ojeriza da situação “contratual” dos namoros. Apesar de um de seus amigos no livro ter dito que ele é um “robô” em matéria de sentimento (fato que dá azo a Chet contra-argumentar julgando-o vítima do ideal romântico de amor possessivo), ao lermos a HQ percebemos que não se trata só de temas sobre exploração sexual da mulher, descriminalização da prostituição e crítica à idealização romântica das relações. Chester justifica sua vida e, ao fazê-lo, demonstra o quão sagrado é o sexo e a individualidade sexual de cada um.

O traço dos desenhos é bem minimalista, mas de modo que dá finalidade à preservação da identidade de cada mulher com quem Chet teve relação, sem no entanto fazer com que elas percam distinção uma da outra (uma é mais gordinha, outra mais baixinha...).
Ao fim do livro, há notas e apêndices que servem de argumentos que justificam o posicionamento do Chet, mas que também defendem a integridade da mulher (e do homem, vale dizer!) que opta por vender e comprar sexo – não é só isso, claro, mas ele vai além dessas discussões.

Vale ressaltar que Chester Brown não é impositivo no que toca à sua vida sexual. Ele a justifica, sem porém abalar a moral de quem - a maioria das pessoas – leva uma vida amorosa mais parecida com a tradicional, romântica e monogâmica. Mesmo que a gente discorde de um ou outro ponto, podemos discordar do argumento dele, mas não julgar a vida do autor.

No Canadá, houve problemas com o comércio sexual no sentido de que as prostitutas não podiam ir “fazer entrega” a domicílio. Pareceu-me que as questões lá no que toca à prostituição são mais discutidas e vistas de modo mais humanitário, de modo que a legalização lá seria perniciosa a ponto de abrir espaço ao mercado negro, sendo a descriminalização a melhor opção. Aqui no Brasil – e não vamos dizer do ensino e aprendizado de palavras-chave em inglês para as prostitutas receberem estrangeiros em época de copa – algumas prostitutas defendem a assistência do Estado a fim de preservar sua integridade. Isto é, preferem a legalização

A prostituição aqui ainda não tem o halo de direito ao prazer a que Chester Brown se refere; pelo contrário, ela carrega o ranço de uma sociedade patriarcal, que visa à prostituição com fins lucrativos e cujo intercâmbio é mediado pela ideia de que se paga para ter uma/um escrava/o sexual. E a mulher é que sai perdendo nesse comércio. Vejo que a legalização aqui no Brasil seria um tapa-buraco, um lenitivo para a questão que diz respeito à integridade e ao respeito do outro. Embora meu medo seja o de que a legalização tenha de ser o único viés de preservação que caiba à nossa sociedade brasileira – matéria para um “Paying for it from Brazil”
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Julião 18/07/2014

Irreverente, ousado e sincero.
- Você? Tem namorada?
- Não. E nem quero ter. - Chester responde à linda prostituta deitada em sua cama.


Parece banal. Pouco promissor: um quadrinhista frustrado em seus relacionamentos decide não ter mais namoradas e consumir exclusivamente sexo pago. Quem poderia adivinhar que essa história autobiográfica renderia um EXCELENTE quadrinho?

O autor-quadrinhista Chester Brown parece um pobre coitado merecedor de mais pena do que todos os outros personagens de sua própria história. Mas essa ideia se dissolve, rapidamente. À medida que avançamos as páginas, Chester Brown vai virando a mesa: tímido e introspectivo, os seus pensamentos e reflexões são o ponto alto do livro, revelam e põem em cheque a hipocrisia social, os preconceitos, as expectativas de amor monogâmico e vitalício, a mesquinhez do amor romântico (Aqui a parte do livro que mais gostei).

"O amor é doação, partilha e carinho. O amor ROMÂNTICO é possessividade, mesquinhez e ciúmes. Acho que é a natureza excludente do amor romântico que o torna diferente dos outros tipos de amor. As mães que têm vários filhos amam todos eles. Quem tem vários amigos pode amar todos eles. Mas não se acha correto que se sinta amor romântico por mais de uma pessoa por vez. Acho que isso estimula certa mentalidade: o desejo de possuir outra pessoa. É o impulso do qual a escravidão nasceu." (p. 198)

Em algumas poucas páginas, reputei-o um pouco machista. Mas não digo que isso compromete a obra. Ao contrário, acho que sua visão faz muito mais justiça às profissionais do sexo do que a daqueles que condenam a profissão. E se há algo que torna a HQ do Chester Brown especial, fora do padrão, é que ele não escorrega na areia da moralidade. Sua reflexão é profunda ou, como disse o Neil Gaiman, é "dolorosamente sincera".

Se você quer um choque de realidade; se tem curiosidade em torno de quem ganha a vida ou vendendo ou comprando sexo; se você também acha que o amor romântico não existe; ou simplesmente se você tem um pé atrás com o modelo "convencional" de relacionamento amoroso e acha que ele não o satisfaz, esse livro é para você!


Favorito.
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Fruggerr 07/04/2015

Pagando por Sexo
Chester Brown, com relacionamento rompido

Sem conseguir alguém na sua vida

E saciar os seus desejos libidinosos

Encontra com meretrizes

Onde não há paixão e amor



De hora marcada e dinheiro na mão

Apenas para saciar as vontades do companheiro

Chester Brown, incapaz de sair com prostitutas

Ao menos isso achava

Acaba contando a sua história neste livro



Garotas de programas, ao contrário dos que muitos pensam

Há sentimentos e emoções

É feito de carne, osso e coração



O livro retrata seus encontros com diversas mulheres

Com suas peculiaridades e histórias de vida

Tipos físicos variados, magra ou gorda, negra ou branca

São capazes de proporcionar momentos de diálogo



A ilustração dos quadrinhos é boa

Sem deixar pistas dos seus verdadeiros personagens da vida real

Para quem busca mais detalhes neste gênero picante

Têm outros livros de outros autores

Que não vai te deixar "somente na mão"
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Arantes 23/07/2015

Ótimo!!
Livro muito bem escrito e muito fácil de se ler, apesar de ter uma opinião incomum ele é muito divertido ( a história é contada através de hqs), tanto é que li em apenas um dia.

O autor no livro conta sua própria historia de envolvimento com mulheres. Depois que o relacionamento com sua namorada chega ao fim ele toma a decisão que não quer mais se envolver em "amor romântico". Ele chega a conclusão que o amor romântico só traz a tona o pior das pessoas, como inseguranças, ciúmes e necessidade de ter o ego acariciado além de ser impossível dar certo a longo prazo, pois mesmo que inicialmente o casal realmente parece ter sido feito um para o outro, é inevitável que os dois mudem muito seu modo de ser ao longo do tempo, e se tornem praticamente outras pessoas, provocando desentendimentos.
Graças a esse pensamento ele resolve se envolver com prostitutas e descobre que realmente era daquilo que ele precisava ( relacionamentos sem compromisso), ele sai com inumeras mulheres e tem muitas surpresas no caminho, chegando até a se envolver emocionalmente com algumas..

O Livro é muito bom, o autor defende um pensamento bastante incomum.. Vale a pena ler, concordando ou não..
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Ludmila 01/12/2015

Péssimo
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Joao Felipe 03/12/2016

Poderosa
"Pagando Por Sexo" do canadense "Chester Brown" ( 1960 - ), é uma história em quadrinhos ( Graphic Novel ) em tom biográfico, nela ele nos conta suas experiências com prostitutas ao decorrer dos anos, evidenciando ao decorrer da narrativa sua crítica ao amor romântico e a vários conceitos do casamento.
É uma leitura poderosa, e certamente marca sua vida, o autor é lúcido ao defender seus pontos de vista, e demostra uma qualidade narrativa incrível, além do trabalho com notas e o apêndice, que deixaram a obra ainda mais magnífica.
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