Poesia na Alma 27/08/2012
[RESENHA] O cérebro de Buda
Confesso essa não ser uma leitura simples, mas também não é demasiadamente complexa. Por exemplo, consegui identificar rapidamente que a nossa cabeça é um pisca-pisca ou uma árvore de natal ambulante. Uma coisa bem bacana é o diferencial de trazer abordagens cientificas. As informações contidas são ricas em embasamento teórico e eficientes para qualquer pessoa que tenha disponibilidade de conhecer um pouco mais da natureza humana.
“Você não precisa de um eletroencefalograma ou de um doutorado em neurociência para avaliar sua experiência e o mundo e se tornar uma pessoa melhor e mais feliz. Contudo, saber como influenciar o próprio cérebro pode ser muito útil, sobretudo para aqueles que não têm tempo para práticas intensivas, como viver 24 horas por dia a vida reclusa de um mosteiro.”
Enquanto lia O cérebro de Buda, 269 pág., Editora Alaúde, me lembrei de Leonardo Boff. Principalmente no que diz respeito às práticas com pesquisas científicas e os relacionamentos vivenciais e intelectuais como forma de exercitar o cérebro. E é ai que entra o segredinho de Buda. Os hábitos saudáveis de nossa mente, por meio de treino, podem nos levar a uma vida plena e consistente. Um exemplo prático é a meditação.
Apesar de os estudos sobre o cérebro serem ainda recentes, já se sabe que a prática da meditação é um ponto forte de como me portar frente ao mundo. O nosso ideário consiste do interno para o externo.
Sinopse - O Cérebro de Buda - Neurociência prática para a felicidade - Rick Hansoné
Com explicações claras acerca da estrutura e do funcionamento do cérebro, os autores de O cérebro de Buda demonstram que é possível condicionar a mente para obter mais felicidade e sabedoria no dia a dia através de práticas meditativas simples e rápidas. Sempre fundamentado em estudos científicos, o livro mostra como modificar e treinar o fluxo de pensamentos para ativar respostas positivas, com calma e compaixão, em vez de reações negativas, cheias de raiva e angústia. Indicado a quem busca bem-estar e paz de espírito, O cérebro de Buda é leitura essencial para compreender melhor o cérebro, mudar a mente e transformar a vida.
A curiosidade é o ponto chave para chamar a atenção do leitor. Quem lê muito vai se encontrar por meio da intertextualidade. No capítulo que fala sobre a origem do sofrimento eu recordei de uma passagem que diz: Ao invés de construir muros, construa pontes. Também me lembrei do Pequeno príncipe. Ele precisava cuidar para os baobás não ocupar e sufocar o seu pequeno planeta.
“Afinal, se o cérebro é a causa do sofrimento, pode também ser a sua cura.”
Atrelar os ideários budistas as reações cerebrais e da mente, confesso que me surpreendeu. A virtude o bom senso e a atenção plena são pilares do ensinamento budista que estão incondicionalmente ligados ao trabalho da mente.
Esse exercício mental ligado às ações externas do homem, não vão dá uma receita eterna da felicidade, e sim, mesclar as experiências naturais da vida a capacidade de juízo crítico e a sabedoria de saber enfrentar o prazer e a dor sem ‘desabar’ num surto histérico ou mesmo se fechar as novas experiências. Preciso confidenciar que até agora essas palavras se formaram com a leitura da introdução. Meu receio é que ao término do primeiro capítulo tenha escrito outro livro no lugar de uma resenha.
Nunca havia pensado no sofrimento, tristeza e felicidade pelo prisma da Neurociência. Imaginar meu sofrimento no cérebro e como ele surge, os porquês desse sofrimento. As estratégias de sobrevivência que o homem cria, com o intuito de preservar a vida. E, por fim, ligar tudo isso a Buda. Que genialidade!
O livro é tão magnífico que acredito que terei dificuldades até para emprestar. Sugiro a leitura, mas cada um que compre o seu. O cérebro de Buda, para mim, é igual a Mulheres que correm com os lobos. Já está impregnado nas minhas células. É o meu clássico.
Resenha por Lilian Farias
http://lilianpoesiablogs.blogspot.com.br/