A casa das sete mulheres

A casa das sete mulheres Letícia Wierzchowski




Resenhas - A Casa das Sete Mulheres


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Lucas 02/06/2019

Um romance histórico de amor e espera
A Casa das Sete Mulheres, lançado em 2002, é um livro universal. É uma daquelas obras que transcende o tempo, capaz de emocionar leitores de toda e qualquer época. Toda essa sensação de encantamento quase mágico em alguns momentos deriva de um contexto histórico de medo e apreensão, que corresponde à Guerra dos Farrapos, intenso conflito ocorrido especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina entre 1835 e 1845.

Letícia Wierzchowski (1972-), a autora, fez d'A Casa das Sete Mulheres a sua obra-prima e um dos melhores romances nacionais deste século. Tamanha rotulação é justa: o livro é fruto de uma intensa pesquisa a respeito de personagens reais (a base principal do romance e a imensa maioria dos personagens existiram de fato, muitos deles símbolos máximos da cultura gaúcha).

Praticamente todos os livros que tratam de um contexto histórico próprio precisam de uma pré-contextualização para que as nuances da narrativa sejam mais bem assimiladas. Mas A Casa das Sete Mulheres foge dessa regra no que se refere ao conflito em si: é totalmente explicativo em narrar as principais ocorrências que marcaram a Guerra dos Farrapos. Inclusive, recomenda-se até que o leitor que não tem muito conhecimento dos detalhes do conflito ou que não tenha muito contato com a cultura e tradição gaúchas não pesquise antes ou durante a leitura a respeito dos personagens históricos mencionados, pois essa pesquisa pode trazer spoiler's acidentais.

No que tange ao contexto histórico geral, é necessário, contudo, tecer algumas observações. A década de 1830 foi marcada por vários movimentos sociais que visavam, mesmo que indiretamente, o fim da monarquia. Isso porque em 1831 o imperador Dom Pedro I abdicou em favor do seu filho, Dom Pedro II, que, na época da abdicação, contava com pouco mais de 5 anos de idade. Assim, até que ele atingisse os 15 anos, o Brasil foi controlado por quatro regências, compostas basicamente por militares e importantes elementos próximos da monarquia. Aproveitando-se desse ambiente instável, foram diversas as revoltas, como a Balaiada (Maranhão, 1838), Sabinada (Salvador, 1838) e a Cabanagem (Belém, 1835 a 1840), tendo como base bandeiras como o fim da monarquia e da escravidão. A Guerra dos Farrapos foi a mais longa, contundente e sangrenta dessas revoltas.

Além do fim da monarquia e instauração da república, os "farrapos" (como eram chamados os revoltosos, em função do estado deplorável das vestes que a maioria deles usava), defendiam melhores condições econômicas ao charque, carne bovina produzida com sal e secada ao sol, o que aumentava a sua durabilidade, e que era o principal produto da economia do Rio Grande do Sul. O charque era muito utilizado especialmente na alimentação dos escravos do sudeste, mas que advinha em grande parte do Uruguai, que possuía isenções tarifárias para exportação. Assim, o charque produzido no Rio Grande do Sul não era economicamente viável. Tal fato foi gerando revoltas dos grandes estancieiros do estado, e, ao provocar um latente sentimento de ódio e revolta contra o Império, trouxe ao movimento um sentido de busca por liberdade, seja econômica ou social (eles também defendiam a libertação dos escravos, apesar de muitos desses senhores de terra, inclusive os personagens d'A Casa das Sete Mulheres, possuírem vários deles). Tudo isso acabou eclodindo em 20 de setembro de 1835, quando Porto Alegre foi tomada pelos revoltosos (a data hoje é um feriado muito importante no Rio Grande do Sul) e houve a criação da chamada República Rio-Grandense, um "país" inicialmente com bandeira e hino próprios, correspondente ao território do Rio Grande de Sul, mas sem o reconhecimento do Império, óbvio. A partir daí, A Casa das Sete Mulheres narra com pormenores emocionais e históricos os fatos que marcaram o conflito.

Bento Gonçalves da Silva (que foi homenageado com o nome de uma bela cidade da Serra Gaúcha, capital nacional do vinho) assume um papel central na obra, apesar de estar longe de ser o protagonista da narrativa. Grande líder farrapo, ao perceber a inevitabilidade do conflito, acaba por agrupar todas as suas parentas na chamada Estância da Barra, situada à beira do Rio Camaquã, a cerca de 30km a oeste da foz do rio, na famosa Lagoa dos Patos. A estância era de propriedade de D. Ana, irmã de Bento, e abrigou por lá sua outra irmã, a caçula Maria Manuela com suas três filhas (Rosário, Mariana e Manuela) e Caetana e Perpétua, respectivamente esposa e filha do líder revolucionário. Ainda havia D. Antonia, a "oitava" mulher, irmã mais velha de Bento, viúva, que vivia na Estância do Brejo, fazenda que ficava na foz do Rio Camaquã, e que visitava regularmente as outras mulheres. Cada uma das sete mulheres possuía outros irmãos e/ou maridos, que, junto com Bento Gonçalves, resolveram desafiar um Império em nome de um ideal de liberdade e justiça social, o que traz uma aflição intermitente aos dias delas nessa quase reclusão. Elas também possuíam filhos e filhas menores, que residiam com elas no refúgio (a "casa" não era apenas ocupada pelas sete mulheres, portanto).

A narrativa, rica em detalhes, não se restringe apenas às duas estâncias. Se, de fato, no começo da história há uma relativa monotonia (os primeiros 25% da obra são basicamente a leitura de cartas advindas dos parentes homens na guerra e o seus respectivos impactos entre as mulheres), aos poucos a autora direciona o escopo da sua narrativa para questões mais práticas do conflito. Ela faz isso principalmente pela inserção histórica do italiano Giuseppe Garibaldi, aventureiro dos mares e que, identificado pela causa farroupilha, acaba por se envolver na guerra e no círculo feminino principal do livro. Figura emblemática, Garibaldi também se tornou um símbolo de bravura e liberdade e isso é reforçado aos olhos do leitor quando a história se debruça sobre as suas heroicas ações na guerra.

É a filha mais jovem de Maria Manuela e sobrinha de Bento quem assume o papel discreto de protagonista do livro. Os capítulos, divididos de acordo com os anos da guerra, possuem diversas inserções em primeira pessoa de Manuela, por meio dos seus diários. Algumas dessas inserções datam de muito depois do fim do conflito, onde se percebe um olhar nostálgico para um momento muito difícil vivido no passado. Estas descrições vão deixando pistas do que vai ocorrer na obra, mas fica claro o caráter doce, ingênuo e romântico da personagem. Mesmo após o fim dos combates, ela seguiu travando seu "conflito" particular, diante de um adversário intransponível: o tempo, incapaz de desconstruir os laços com um amor impossível. Estes relatos também servem para ilustrar o talento narrativo da autora, já que eles são ficcionais (todos os personagens citados realmente existiram e o "enclausuramento" que prende a narrativa também ocorreu de fato).

Quando se fala em A Casa das Sete Mulheres é inevitável que não se tenha por referência a produção seriada da Rede Globo, exibida pela primeira vez em 2003. De forma geral, o trabalho artístico ali desenvolvido é espetacular: trilha sonora impecável, excelente escolha de atrizes e atores e outros pontos tornam a minissérie um marco no que tange a produções históricas nacionais. Mas é igualmente inevitável que não se compare a obra literária com a adaptação; o livro possui uma atmosfera mais real da época em termos de conservadorismo feminino e alguns personagens são deixados de lado na série. Tanto a série quanto o livro merecem ser apreciados, todavia, pois ilustram bem a resiliência silenciosa das mulheres gaúchas da época, que se tornaram um símbolo do período mais sangrento da história do sul do Brasil e que tão bem Letícia Wierzchowski consegue descrever (a travessia por terra de dois barcos de 12 e 18 toneladas cada um por quase 90 quilômetros de pampa, idealizada por Garibaldi e seus homens e traduzida em imagens na adaptação, torna esse momento do livro ainda mais sensacional; mesmo que não tenha relação com essa resiliência feminina, é um exemplo bem representativo da qualidade da minissérie).

Esta resiliência, esse caráter quase infinito de espera das mulheres do Rio Grande do Sul, a sua força de superar a agonia da falta de informação e estar sempre pronta para receber de volta seus homens após as guerras ou enterrá-los, se for preciso, está longe de ser uma criação de Letícia. Erico Verissimo (1905-1975) esteve na vanguarda dessa descrição, ao colocar mulheres fortes como maiores elementos da saga d'O Tempo e O Vento, em especial no seu primeiro volume, o incrível O Continente, de 1949 (que, dentre outra infinidade de conflitos, também descreve a Guerra dos Farrapos, mas sem personagens reais na narrativa). A relação, portanto, entre os dois livros é bem latente nesse aspecto de paciência feminina. Há certa semelhança também com o excelente E O Vento Levou (1936), da norte-americana Margaret Mitchell (1900-1949), que narra a brutal Guerra de Secessão dos EUA (1861-1865) sob o ponto de vista predominantemente feminino. A verossimilhança com A Casa das Sete Mulheres se refere, nesse caso, aos ideais norteadores dos revolucionários, que visavam à liberdade e o fim da exploração econômica, alimentados por uma esperança convicta em torno de uma visão de sociedade que precisava destruir certas estruturas sociais para florescer (as semelhanças políticas se restringem a isso, todavia. Os sulistas norte-americanos defendiam muitos pontos antagônicos aos defendidos pelos farrapos, se é que podem ser comparados, mesmo que rasamente). Outro ponto em comum (este mais nítido) é o enfoque narrativo direcionado ao lado derrotado de um conflito que, cada um a sua realidade e cultura, marcou gerações e deixou marcas eternas.

A Casa das Sete Mulheres é uma obra magnifica, não só por relatar situações reais que tornaram mais especial e inconfundível a cultura gaúcha como também por funcionar como um monumento histórico do mais relevante movimento de revolta do Brasil Império. Debruçar-se sobre a excelente escrita de Letícia Wierzchowski é ter uma aula de história com tons pessoais, marcada por um heroísmo, ora épico, ora melancólico, que sempre irá encantar e emocionar qualquer leitor de qualquer origem.
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Darlene_Poetisa 07/05/2019

O livro que originou a série de TV produzida pela TV Globo e exibida em 2003, “A casa das sete mulheres” conta a guerra dos farrapos sob o ponto de vista feminino, expondo não apenas fatos históricos mais importantes como também a forma como tais fatos alteraram a rotina das mulheres da família do General Bento Gonçalves, que liderara a Revolução Farroupilha.

O ano é 1835. Os fazendeiros sulistas estão descontentes com a política nacional em relação ao charque. Alegam que o governo permite que o charque de países vizinhos entre livremente no país ao mesmo tempo em que impõe tributos altos ao charque nacional e ao sal, imponto um grande prejuízo aos estancieiros (fazendeiros). Em 19 de Setembro de 1835 eclode a revolução, que duraria até 1845 e deixaria um rastro de mortes, sangue, dor e amor. Inicialmente o intuito da revolução é apenas depor o presidente da província para que em seu lugar o imperador designe outro, mais sensível às necessidades dos produtores. Para resguardar a segurança das mulheres de sua família, o General Bento Gonçalves reúne todas na Estância da Barra. São sete mulheres em uma única casa, isoladas da sociedade, dos bailes, condenadas a uma espera permeada pelo medo e pela solidão. Na estância vizinha, a Estância do Brejo, vive sozinha D. Antônia, irmã do General Bento Gonçalves

site: https://devaneiosepoesias.wordpress.com/2014/09/18/146/
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Lara 29/04/2019

Curti
A guerra é sempre triste, e o livro mostra o lado das mulheres que ficam em casa esperando as noticiais, vivendo os dias em meio a angustias, lutos e solidão, tentando seguir em frente. Fiquei incomodada com algumas coisas da época, mas se tu consegue ''''relevar'''' isso...é uma leitura muito boa, a escrita da Letícia é cheia de detalhes, tanto de sentimentos das personagens como de cenas de batalhas.
Mas é bem triste, viu.
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Wal - Ig Amor pela Literatura 16/02/2019

E o vento ainda sopra...
A trilogia "A casa das sete mulheres" foi, certamente, uma das coisas mais lindas que já li.

________ 📚1°volume: “A casa das sete mulheres”: as mulheres da família do general Bento Gonçalves foram confinadas em uma estância, enquanto os homens da família lutavam na Revolução Farroupilha. Esperavam estar longe dos perigos da guerra, mas não sabiam que o embate duraria 10 anos e que nesse tempo suas forças seriam minguadas. Perderiam parentes, conheceriam o amor, a loucura, a desilusão; saberiam, enfim, que a guerra não atinge só quem está no fronte, ela lança sua tristeza a uma alongada distância.
Manuela viu a guerra trazer e levar o grande amor de sua vida, seria para todo o sempre a "eterna noiva de Garibaldi". Chorei, sofri, torci...vivi momentos inesquecíveis com essas mulheres maravilhosas. A espera sempre foi a maior batalha de todas e nem sempre a vitória chegou.

________ 📚2°volume: “Um farol no pampa”: não tente lê-lo sem ter lido o primeiro, não vai entender. Que saudade sinto de Manuela, ainda escuto os meninos passando pela rua, gritando "Olha a noiva, a noiva de Garibaldi, a louca.", enquanto ela sorri na janela. Esperou uma vida inteira pelo seu único amor; esperou ciente do peso de sua escolha, das renúncias e dores que seriam consequências desse ato -, mas escolheu ser, "para sempre", "A noiva de Garibaldi". A Guerra do Paraguai é a batalha desse volume, mas as guerras íntimas são inúmeras; a dor e a alegria de enxergar o tempo mudando tudo, o vento varrendo certezas, o farol guiando histórias nem sempre felizes.

_______ 📚3°volume: “Travessia”: seguimos com Anita e Giuseppe Garibaldi. Um homem que amava e defendia a liberdade e a justiça; uma mulher à frente de seu tempo; um amor que ultrapassou regras e uniu dois espíritos carregados de uma vontade incansável de trazer igualdade entre os povos. Garibaldi, um eterno guerreiro sedutor; Anita, uma fortaleza que lutava, enfrentava inimigos poderosos, mas que era consumida por um ciúme que corroía suas forças. Ela nunca aceitou ver seu "José" partir para as batalhas, enquanto ela ficava a cuidar da casa e dos filhos. Queria pelear ao lado do italiano que foi o único amor de sua breve vida.
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alisson mota 27/09/2018

Um excelente livro,uma agradável leitura!
Resolvi que só iria colocar o livro A Casa das Sete Mulheres na minha estante,apenas quando tivesse finalizado a leitura,o que ocorreu na data de hoje(27/09/2018).E acho que também vou proceder da mesma forma com as futuras leituras,evitando assim,colocar um livro na estante e após,abandoná-lo.iniciei a leitura desse livro em agosto,finalizando-o agora.Gostei muito da leitura.Por alguns momentos,parecia que eu estava no pampa gaúcho,sentindo o minuano,ou o tempo fechado que caía lá fora.E esses momentos,me fizeram ter um prazer imenso em cada página lida.E ao aproximar-se do fim,essa sensação de leitura prazerosa foi aumentando,o que me fez ler as últimas páginas tão rapidamente.É uma leitura que recomendo,e que,futuramente,voltarei às suas páginas.
"Restei eu,como um fantasma,para narrar uma história de heróis,de morte e de amor,numa terra que sempre vivera de heróis,morte e amor.Numa terra de silêncios,onde o brilho das adagas cintilava nas noites de fogueiras.Onde as mulheres teciam seus panos como quem tecia a própria vida."
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Ana 31/08/2018

A Casa das Sete Mulheres é, sem sombra de dúvidas, um clássico da literatura brasileira. Leticia Wierzchowski narra com detalhes esplendorosos a Gerra dos Farrapos — que durou dez anos, de 1835 a 1845 —, sob os olhos das sete mulheres da família do general Bento Gonçalves: Ana, Antônia, Caetana, Perpétua, Rosário, Mariana e Manuela. A obra faz parte de uma trilogia e foi relançada no ano de 2017 pela editora Bertrand Brasil em uma edição de encher os olhos.

Sabendo que o perigo estava por vir devido a Revolução, Bento Gonçalves decidiu reunir as mulheres de sua família na Estância da Barra, uma fazenda distante onde, imaginava ele, elas poderiam viver tranquilas enquanto durasse a guerra. O que ninguém imaginava é que essa tormenta duraria dez longos anos. Vivendo no meio do nada, as sete mulheres só tinham umas as outras como companhia, além das crianças, dos escravos e da angústia que sempre as acompanhava, visto que as notícias só chegavam esporadicamente.

Em minha opinião, apesar de todas as mulheres terem um certo protagonismo na história, a mais importante delas era Manuela, uma jovem cheia de carisma e sonhos, mas muito mais inteligente e esperta do que todas as pessoas imaginavam — principalmente porque ela teve uma "premonição" da guerra. Manuela também se torna o foco de um dos romances mais aclamados da literatura, com Giuseppe Garibaldi. Vale lembrar que tal romance é muito bem inserido no enredo, sem parecer que foi enfiado ali só para dar um gás na história.

A Casa das Sete Mulheres possui uma narrativa cheia de detalhes, que envolve o leitor de uma forma única. A única coisa que talvez incomode o leitor é a monotonia dessa espera que parece durar uma eternidade. Digo isso porque em alguns momentos eu me sentia exausta de ter que esperar, quase como uma das personagens do livro, e uma ansiedade tomava conta de mim, como se fosse o meu marido que estivesse comandando uma revolução. Mas, como todo bom livro, acredito que essa ambientação foi feita para causar esse desconforto, para que a gente realmente sentisse também todo o sofrimento.

A narrativa, apesar de ser um pouco mais formal do que estamos acostumados, é muito fluida e fácil de entender. Isso para mim só prova que é possível inserir clássicos, por exemplo, na lista de leitura de uma turma do ensino médio sem ter a necessidade daquela linguagem tão complicada que afasta os adolescentes da literatura brasileira. Os capítulos têm a visão de vários personagens, e trechos do diário/caderno de Manuela também são usados o tempo inteiro para contextualizar o leitor.

Leticia Wierzchowski conseguiu com maestria intercalar realidade e ficção em A Casa das Sete Mulheres, uma própria representação da literatura do nosso país. A obra foi adaptada pela Rede Globo em 2003 através de uma minissérie que teve cinquenta capítulos. A adaptação fez tanto sucesso que foi reprisada em 2006 e, ainda hoje, é possível encontrá-la completa em DVD.

site: http://www.roendolivros.com.br
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Miranda82 26/05/2018

Ponto forte: narrativa, personagens, contexto histórico.
Ponto fraco: na minha opinião... nenhum.
Personagens: embora os homens sejam os heróis, já que são eles que lutam pela causa da Revolução, as personagens femininas são as protagonistas dessa história uma vez que, mesmo em sua longa espera, conseguem demonstrar toda a força, determinação, paixão e doçura das mulheres.
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Attraverso le Pagine 15/03/2018

Sete estrelas presas no giro
Da roda do céu
Sete flores dançam no pampa
No sul do Brasil
Sete mãos de fadas destrançam
Intrincados nós
Sete cruzes
Sete rosários
Velando por nós

Sete Vidas – Adriana Mezzadri

Letícia Wierzchowski é uma escritora, nascida em Porto Alegre e que aos 25 anos já havia publicado seu primeiro romance, “O Anjo e o Resto de Nós” de 1998. Mas, talvez, você deva conhecê-la pelo seu mais famoso romance: “A Casa das Sete Mulheres”, de 2002 e que deu origem a grande minissérie de Maria Adelaide Amaral da Rede Globo, produzida no ano seguinte do lançamento do livro homônimo.

Letícia Wierzchowski, autora do livro.

E a fim de iniciar novo projeto do blog sobre livros ligados à História, escolhi este romance que é um dos meus livros favoritos. A ideia é publicar a cada 3 meses alguns livros que abordam certos assuntos históricos, seja romance histórico ou livro historiográfico mesmo. Preciso de ajuda para dar continuidade ao projeto. Então, podem dar a opinião de vocês, dicas de temas e livros e, claro, um nome para essa sessão já que não faço ideia de como chamar. Mas vamos ao artigo em si.
O romance de Letícia se passa na conhecida (ou nem tanto) Revolução Farroupilha ou ainda Guerra dos Farrapos, como ficou sendo chamada por muitos livros de História de forma pejorativa, em referência aos trapos das tropas de Bento Gonçalves.

Ilustração que representa a Revolução Farroupilha, retirada do site http://jornalsemanario.com.br/quem-foram-os-herois-da-revolucao-farroupilha/

A Revolução Farroupilha foi uma das maiores guerras que o Brasil teve, ocorrida no Período Regencial, onde não havia um imperador de fato governando o recente “país” independente. Quem governava em nome do futuro imperador (ainda criança) era um grupo de regentes. Esse é um ponto que muitos estudiosos apontam como causa das diversas revoltas que ocorreram em território nacional nesse período. E a Farroupilha foi a mais longa. Foram 10 anos de batalhas entre os anos de 1835 e 1845 no Rio Grande do Sul, sendo liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.
Como local de fronteira, o Rio Grande do Sul sempre foi palco de disputas e guerras, inclusive entre Portugal e Espanha e a proteção e os recursos necessários para a defesa daquele território era sempre pedidos aos grandes fazendeiros locais. No ano de 1821, o governo central (imperial) passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros. Na década posterior, o governo passou a cobrar uma taxa enorme sobre o charque gaúcho, facilitando a entrada do charque importado do Prata. “Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.”
A revolta teve inicio em 20 de setembro de 1835, tomando Porto Alegre. Bento Gonçalves, um dos líderes do movimento, se tornou o vice presidente da província. Em 1836, os farrapos perdem Porto Alegre para os caramurus (ou imperiais, as tropas do governo), mas a guerra ainda estava no início.

É nesse contexto que Letícia Wierzchowski inicia “A Casa das Sete Mulheres” e logo conhecemos a doce e romântica Manuela. Ela é a sobrinha mais nova de Bento Gonçalves, o líder da revolução e, de certa maneira, o líder da família. É através de Manuela e seu diário que o leitor conhece o ponto de vista das mulheres que vivem na Estância da Barra, intercalando com a narrativa da autora em terceira pessoa. É na noite de Ano Novo que Manuela prevê, vendo nos céus do Rio Grande, uma guerra longa e sangrenta. Assim, para proteção das mulheres (além de serem mulheres, faziam parte da família de um grande líder o que as tornava um alvo fácil se continuassem em Pelotas, na cidade), esposa, irmãs e sobrinhas de Bento partem para o interior, para a fazenda da tia e ali aguardam o desenrolar da guerra, rezando por elas e por seus homens que estão na peleja.

Enquanto os homens cuidam da guerra, as mulheres cuidam da casa e das mais novas. E no livro o leitor pode sentir a angustia que as mulheres sentiam “presas” naquela casa. Mulheres jovens (adolescentes ainda) que tiveram que largar a vida na cidade grande, os bailes, as festas, as “paqueras” para um período de espera. A obra apresenta a história de forma leve, com muitas pitadas de romance, mas não sem cansar, contando todas as batalhas, conflitos, amores e dificuldades. A autora faz seus leitores suspirarem juntos com Rosário e Manuela, a torcer por Mariana, ao mesmo tempo em que deixa uma pontada de curiosidade para saber quem foram alguns dos heróis do livro como Bento Gonçalves, Garibaldi, Anita e Manuela (que tem poucos documentos a respeito dela, infelizmente).
Como em toda guerra, há mortes e a autora aborda essas mortes de forma densa e, ao mesmo tempo, linda, poética. Aos poucos, a casa vai se esvaziando, restando apenas o silêncio e a ausência daqueles que a guerra levou: pais, irmãos, amigos, amores. E esse vazio, essa ausência é sentida pelo leitor ao longo do livro. Costumo dizer que a história de Letícia é uma grande despedida em doses homeopáticas: começa com festa e termina de forma calma e com muitas mudanças, dando a vontade de possuir um vira tempo e retornar na História para mudar todos os pontos tristes que acabamos de ler. E não só de romance é feito o livro. Há detalhes incríveis sobre episódios reais como a batalha de Moringue que leva o leitor para o século XIX, dentro da batalha.
A guerra termina 10 anos depois, em 1845, com um acordo assinado em 1° de março de 1845 em Ponche Verde (“Paz de Ponche Verde”), já sem a presença de Bento Gonçalves. Mesmo o governo não concordando com um Tratado de Paz, pois é um acordo que só é realizado entre países e o governo imperial não considerava a República Rio-Grandense que foi proclamada ainda no início da revolução. Sim, o Rio Grande do Sul já foi, tecnicamente, independente, apesar de nunca ter tido o reconhecimento por parte do império brasileiro. A revolução é tão importante para o povo gaúcho que todo ano há a Semana Farroupilha, que é um momento especial de culto às tradições gaúchas, transcendendo o próprio Movimento Tradicionalista Gaúcho, acontecendo um grande Acampamento Farroupilha que tem uma duração de quase 30 dias. Durante a Semana Farroupilha são relembrados os feitos dos Gaúchos no Decênio Heróico (1835-1845), através de palestras, espetáculos, lançamento de livros entre outras atividades. Esse ano, a Semana Farroupilha acontecerá entre os dias 14 e 23 de setembro.
A primeira imagem é da nova edição. “Um Farol no Pampa” é uma continuação de “A Casa das Sete Mulheres”, mas que se trata de outros pontos históricos do Brasil, sendo trabalhado desde 1847 até 1903 e mostra o destino de Matias, um conhecido dos leitores do primeiro livro, e aborda a Guerra do Paraguai. Recentemente soube que saiu um terceiro livro, fechando, assim uma trilogia: “Travessia” que aborda a história de Anita e Garibaldi.

(Resenha por Moony)

site: http://attraverso-le-pagine.blogspot.com.br/2018/03/resenha-livro-casa-das-sete-mulheres.html
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Manuela Marques Tchoe 03/03/2018

Leitura inspiradora
É claro, já havia assistido à série da Globo e havia gostado muito. Depois de ler a obra Sal, da mesma autora, achei sua escrita inspiradora. A autora não economiza em analogias, pensamentos, sentimentos profundos, descrições da natureza e suas quatro estações, mas sem ser cansativo. A escrita de Letícia Wierzchowski te transporta para a obra.

A história em si é interessante, emocionante, um belo exemplo de um livro que sabe equilibrar o real e a ficção, levando ao leitor apenas informações históricas que são necessárias. Nesse livro, você sofre junto com o personagem. Com certeza um dos melhores livros que li nos últimos tempos.
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Nathalia Almeida 06/12/2017

Além do tempo
Sempre sonhei ler este livro, desde a mini serie feita pela teve globo, porem na época ele estava muito caro. Estou mais que apaixonada.... O livro e extenso, difícil de ler, tem expressões um pouco complicadas, devido a época que ele se refere, porém ele não deixa de ser maravilhoso.
"(...) Sim, sempre os homens se vão, para as suas guerras , para as suas lides, para conquistar novas terras, para abrir os túmulos e enterrar seus mortos. As mulheres é que ficam, é que aguardam. Nove meses, uma vida inteira(...) "
Luciana 14/12/2017minha estante
Também sempre quis comprar e ler esse livro, agora consegui! Não cheguei nem na metade ainda, mas já posso dizer que é maravilhoso!


Nathalia Almeida 03/03/2018minha estante
Ele é maravilhoso vale a pena. Agora ansiosa para ler a continuação




Bianca 06/12/2017

Livro maravilhoso.
Narrativa de 07 mulheres fortes que vivem paixões, mortes e nascimentos confinadas em uma estância durante o período de uma das mais importantes revoluções brasileira - Revolução Farroupilha no Rio Grande do Sul.
A história faz com que o leitor se envolva emocionalmente com cada mulher e torça por elas durante os 10 anos em que a história se passa.
Além do relato, permeado por fontes históricas, ainda há os cadernos de Manuela, a eterna "noiva de Garibaldi".
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@chrisoliveira 04/10/2017

Bento Gonçalves é um revolucionário que luta por direitos e liberdade. Ao deixar sua casa para liderar a Guerra dos Farrapos, decide enviar sua mulher, seus filhos, sua irmã e suas sobrinhas para a casa de sua outra irmã, onde estarão longe dos conflitos e protegidos do perigo. Contudo, a guerra se estende e a família tem muitas perdas, e aquelas mulheres sofrem de uma enorme solidão que atinge cada uma de maneira peculiar.

Ninguém sai imune, todas sofrem as consequências da revolução, mesmo que distantes: uma enlouquece, outra é abandonada, uma sofre a perda dos filhos, outra se entrega a um amor proibido. Temos várias histórias narradas sob dois pontos de vista: um narrador onisciente e uma das personagens que escreve todas as suas dores em um diário.
Assim vamos descortinando a história e vivenciando todas as dores e sofrimentos dessas sete mulheres incríveis que, decerto, traduzem e dão uma amostra ao leitor das consequências da Guerra nas famílias envolvidas.

Um romance que tem como pano de fundo a Guerra Farroupilha e apresenta personagens históricos como Bento Gonçalves e o casal Anita e Giuseppe Garibaldi. Assim a história é desenvolvida, e o leitor fica em dúvida sobre o que de fato aconteceu e o que é imaginação da autora. A trama é tão bem construída e detalhada que nos confunde sobre a realidade e a ficção, e nos traz uma curiosidade crescente sobre os fatos históricos que marcaram essa parte da nossa História.

Eu gostei muito da leitura fluida, detalhista e muito envolvente da autora. A história tem uma atmosfera melancólica, consegui sentir a solidão das personagens em suas linhas, e os diários da Manuela trazem um tom verossímil à obra, que muitas vezes me confundi acreditando que se tratava de um registro histórico e não de uma obra de ficção.

site: https://www.instagram.com/p/BZzEThvAUHB/?taken-by=letrasextraordinarias
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Suka - Pensamentos & Opiniões 04/09/2017

A casa das sete mulheres é um romance histórico, ora narrado em terceira pessoa, ora em primeira, é uma trilogia que terá como cenário a Revolução Farroupilha, mas aulas de história a parte. Foquemos na narrativa.
A Guerra havia estourado, Bento Gonçalves líder da revolução, envia sua esposa, filhos (as), sobrinhas e irmãs para Estância da Barra que fica afastada da guerra, enquanto os homens mais velhos da família o acompanha.
A Estância é um lugar cercado de beleza natural e essas mulheres terão que viver ali, afastadas, de tudo e de todos, até que a guerra chegue ao fim.
Ana, Maria Manuela, Caetana, Perpétua, Rosário, Mariana e Manuela irão viver naquele lugar da melhor maneira possível, cada uma com seus sonhos, orações e afazeres. Mas nem todas sabem viver com aquela paz, em meio a guerra e as perdas.
Dentro da narrativa encontraremos os "Cadernos da Manuela", onde ela irá contar sua visão da guerra, suas angústias, seus sentimentos pelo aliado de seu tio, o italiano Giuseppe Garibaldi, um amor impossível visto que ela está comprometida com seu primo Joaquim que está na guerra.
Uma guerra que durou 10 anos, será contada com detalhes da batalha. Viveremos o drama dessas mulheres vendo seus filhos e maridos indo em busca de uma República com a incerteza de que irão voltar.
O leitor mergulhará de fato na escrita da autora e sentirá com os personagens a angústia da espera, veremos amores impossíveis surgirem e até sobrenatural.
Uma leitura densa, rica em detalhes, a cada página lida vemos a coragem e a força dos personagens diante das situações.
É um livro que vale a pena ser lido.

site: www.suka-p.blogspot.com
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Cheiro de Livro 28/08/2017

A Casa das Sete Mulheres
Não faço parte das pessoas que assistiram a minissérie da TV Globo (melhor avisar logo), ouvi falar de “A Casa das Sete Mulheres” assim que ele foi lançado lá em 2002 dentro de uma livraria (conversar com livreiros é a melhor coisa para descobrir bons livros) e ele entrou na listinha de livros para prestar atenção e ler no futuro. A obra de Letícia Wierzchowski virou sucesso na TV, eu assisti uma palestra ótima dela em uma Bienal e o livro continuava lá na listinha, depois na pilha de livros e assim se passaram 15 anos onde eu sempre ouvia pessoas me indicando essa leitura. Com uma década e meia de atraso finalmente me dediquei as pouco mais 400 páginas e fico me perguntando: porque demorei tanto tempo?
O romance histórico conta a vida das mulheres da família de Bento Gonçalves, as sete mulheres do título, que ficaram em uma estância durante os anos da Revolução Farroupilha. Ver a guerra pelo ângulo de quem espera, de quem reza e aguarda notícias é sempre uma experiência. Passamos a vida vendo os campos de batalha pela ótica de quem luta, das trincheiras, enfim, pelo olhar masculino. Leticia opta por nos mostrar a guerra pelos olhos das mulheres, aquelas que não iam para a frente de batalha mas sofriam cada momento do confronto com a angustia de quem nada sabe e que apenas torce pelos que lutam.

Os dez anos da Revolução Farroupilha são divididos em dez capítulos que se sucedem mostrando as angustias e a força dessas sete mulheres, as moças fúteis da cidade que crescem ao longo da guerra, as esposas que aguardam a volta de seus maridos, as sabedoria da que já perderam seus amados e sabem o quanto tudo aquilo marcará a vida. É uma narrativa envolvente, dessas que faz você torcer pelas personagens, torcer pelos seus amados, até torcer por desfechos diferentes em fatos históricos (quem nunca, não é mesmo).

No meio desse universo tão feminino, de amizade, solidariedade tem até o Giusepe Garibaldi (que mesmo eu não tendo visto a adaptação para a TV passei a imaginar com a cara do Thiago Lacerda). A história dele com Manuela é um dos hits do livro, todo mundo que lê fala deles. Para mim o livro é mais do que isso e me encantou bem mais pelo todo das mulheres do que por uma história especifica.

Caetana, Ana, Rosario, Perpétua, Mariana, Manuela e Maria nos acompanham por dez anos e mais de 400 págianas em uma viagem pela história menos explorada da Revolução Farroupilha ou de qualquer revolução ou guerra: as mulheres. É uma leitura que recomendo.

site: http://cheirodelivro.com/casa-das-sete-mulheres/
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Nay Moura 25/08/2017

[RESENHA]: A Casa das Sete Mulheres, Letícia Wierzchowski
A maioria, deve lembrar da famosa série da Globo, A Casa das Setes Mulheres, que tinha como pano de fundo a Guerra dos Farrapos (1835-1845). E como aprendemos na escola, essa guerra deu-se entre latifundiários do Rio Grande liderados por Bento Gonçalves, contra o Império. O que muitos não sabiam era que a série baseou-se no livro homônimo da autora gaúcha Leticia Wierzchowski.

Assim como na série livro traz a história das mulheres da família de Bento Gonçalves (D. Ana, Caetana, Perpétua, Maria Manuela, Manuela, Rosário e Mariana), numa espécie de exílio, protegendo-se na Estância da Barra, interior da província. A trama gira em torno da clausura dessas sete mulheres, da angústia dos dias carregados de espera e solidão. O leitor acompanha e se envolve muito facilmente com a história, não é difícil imaginar e visualizar tudo que está descrito, em parte porque pra quem assistiu a série vai lembrar de muita coisa, mas muito por conta da escrita da Letícia, que é bastante rica em detalhes e muito gostosa. Ao longo da trama vão se desenvolvendo os vários romances. Histórias de amores proibidos, improváveis, alguns felizes de certo modo, mas drama é o que não falta. Tudo isso atrelado a História da Revolução Farroupilha. Os relatos que permeiam a guerra em si, narrando as batalhas, as pelejas e toda a movimentação dos republicanos é descrita de forma muito precisa e com bastante propriedade. A autora consegue misturar a ficção e realidade daquele tempo de um jeito muito convincente, muito bem desenvolvido e muito bonito.


A narrativa se divide em dois tempos e visões. Antes de cada capítulo, há trechos dos Cadernos de Manuela, relatado em primeira pessoa. A outra parte da narrativa é contada em terceira pessoa, narrando os muitos anos e cada pedaço de tempo que sucedem a guerra. E como tudo vai ficando mais intenso, mais difícil e insuportável para elas. A perda dos filhos, dos maridos, irmãos, primos, sobrinhos, amigos e entes queridos vai despedaçando a esperança aos poucos.

Mas, umas coisinhas me incomodaram bastante e não poderia deixar de citar.

Levando em consideração a época e que o regime escravocrata ainda era vigente, eu entendo que descrições do tipo: negrinho(a), mestiço(a), preto(a), etc., eram comuns. O que me incomodou foi a excessividade delas.

-Haa Nay, mas na época era natural e não dá pra problematiza tudo buscando representatividade sempre. O foco é a revolução e a vida das 7 mulheres e não os negros da casa.

Sim, entendo isso, e é claro que é preciso questionar, pois existe diferença entre caracterizar o racismo e expressar racismo. Não se trata de buscar "representatividade ou protagonismo em tudo", se trata de ler algo e se sentir incomodado com a naturalização dessas expressões.

E pelo amor de Deus, eu não estou dizendo que a obra é racista, ou pior, que a autora é racista. Muito provavelmente, essas descrições foram sem intenção de causar desconforto, até por conta dessa visão naturalizada do racismo fomentada pela nossa cultura, e também pelo contexto da época. Mas não consigo ignorar, é preciso sim falar sobre isso. Pode ser um livro da Clarice Lispector (minha autora favorita), se tiver algo que me incomode eu vou falar.

Pra finalizar, eu espero que entendam o meu ponto. Eu acho o livro muito bonito e adorei ter lido, teria gostado muito mais se não fosse essa questão que citei, mas eu recomendo sim, para todos que já amavam a série e querem reencontrar esses personagens maravilhosos, e até para tirar suas próprias conclusões. Vale muito a pena a leitura.
Jéssica Lenz 27/03/2019minha estante
Entendo muito! Estou lendo esse livro agora e me sinto muito incomodada também. Ok que a história se passa no século XIX, durante a escravidão, mas ela foi escrita muitos anos após isso. Até o momento, esse é realmente o único ponto que me incomoda




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