danilo_barbosa 26/11/2012Três irmãs e muitas diversõesQuer ver mais resenhas? Acesse o Literatura de Cabeça:
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Bom, gente! Vou começar essa resenha confessando algo para vocês:
Hoje em dia, é cada vez mais difícil um livro me agradar. Estou na faixa etária dos 30 anos, mas leio livros como um velho de 70! Isso porquê desde que me conheço como um ser pensante e viciado em cultura (o despertar do meu lado "vampiro literário" começou desde os 7, 8 anos) eu passava muito tempo na biblioteca - também era para fugir do bullying, confesso.
Bom, a questão é que aos 10 já mergulhava na saudosa Série Vagalume. Aos quatorze, era considerado um jovem além do meu tempo mergulhado no mundo de Sidney Sheldon - culpada da vizinha, que me emprestou "Se houver amanhã"... A droga é que quando a gente começa a se aventurar no prazer da leitura, quer cada vez mais. Não me contento mais com coisinhas comuns... Quero coisas que me peguem de jeito, sabe? E isso não tem nada a ver com os "50 tons" da vida, que me entediaram... Christian Grey, meu querido, você não dá conta de mim...
Bom, parando de divagar, vamos ao que interessa. Hoje eu quero falar de comédias românticas, que são coisas bonitinhas, fazem bem para a gente, alegram o nosso dia, com mocinhas atrapalhadas, homens que OH, MEU DEUS, viram o mundo de cabeça para baixo e confusões que, no final, sempre dão certo. Apesar de não alimentarem o cérebro do leitor com as maiores verdades do mundo, sempre são boas. Para descontrair, fugir da rotina e dar boas risadas diante do stress do dia a dia.
Mas vai achar uma que faça este "velhinho mental" se interessar? Tento uma, desisto logo de cara; tento outra, leio 100 páginas e paro - pois é, hoje tenho a liberdade de se não gostar do livro, não leio até o fim; coisa de gente doida, rs - até que finalmente a editora Bertrand Brasil me enviou o seu Joias de Manhattan, escrito por Carmen Reid ( 345 páginas).
O livro fala sobre três irmãs texanas muito doidinhas, as Jewel, que saem de sua cidade natal procurando um mundo de aventuras em NY. E assim que abrimos as páginas, sabemos como elas encontram!
Logo de cara, duas delas, Amber e Saphire, presenciam um assalto em uma loja de joias vizinha ao seu apartamento. E para completar, na mesma semana, Amber é mandada embora do banco onde trabalha, só porque foi uma boa moça e falou para uma de suas maiores clientes, a cretina da sra. De La Hoz que não podia montar uma instituição e contratar todos os seus parentes... Pois é, não é bom ser legal na cidade grande... A não ser que você seja como Saphire, que parece a perfeita princesinha e moça ingênua, que veio para a capital do mundo na busca de uma vida de contos-de-fadas. E está no caminho, já que trabalha em uma grande casa de leilões e está paquerando um cara que parece saído de um dos livros de Jane Austen...
Vocês devem estar me perguntando - Não está faltando uma irmã não? - Já vou falar da louca da Em... Sim, esta já tem toda a doideira no sangue, então ficou bem acostumada ao ritmo novaiorquino. Cleptomaníaca convicta, aparece em casa sempre com uma coisa nova, trabalhando como uma louca em uma loja de roupas e numa balada à noite.
Acha que a vida destas meninas é fácil? Nada. E fica pior ainda quando elas são despejadas do apartamento, já que o dinheiro de Amber era o que pagava a maior parte das contas... E aí que Em, em mais um de seus pensamentos malucos, descobre que na loja de leilões onde Saphire trabalha serão leiloadas as magníficas joias da Duquesa de Windsor, cuja dona não é ninguém menos que... a cruel sra. De La Hoz, que fez o banco mandar Amber embora! Sendo assim, porque não aproveitar as chances e fazer o grande assalto que sempre quis?!
Já imaginou a confusão que te espera? O livro é divertidíssimo, levando o autor entre momentos de grandes risadas, aventura e tensões absolutas. A comédia de costumes não é escrachada. É sarcástica e mordaz, um humor que diria ser mais tipicamente inglês que norte-americano. Na abertura de cada capítulo, sempre tem trechos de diálogos, extremamente mordazes, como se fossem mulheres da alta sociedade conversando, que me fizeram dar grandes risadas.
Mas o melhor é que o livro, apesar de previsível, sai do senso comum. Sem apelações ou coisas fora do senso, a trama diverte e encanta na medida certa. Você torce por elas, mesmo em meio as suas ações "politicamente incorretas" e acaba querendo ver como esta zona vai terminar.
Vale a pena ler a história desta três grandes joias que viram Manhattan da cabeça aos pés!