Giulia 24/06/2023
? Flowers for Algernon
Esse é um daqueles livros que alguém não pode passar pela vida sem ler. Antes de colocar em minha lista de leitura para esse ano, o vi em diversos vídeos de indicação de livros, onde as pessoas falam sobre o quanto é bom, emocionante, triste e até mesmo lhes trouxe alguns gatilhos sobe situações vividas no passado.
Vim aqui compartilhar a perspectiva de quem não teve todos esses gatilhos, pois não havia muitos motivos, mas, como trabalho como pesquisa científica, vi o livro por essa perspectiva o tempo todo. Do ponto de vista científico o livro foi muito bem escrito. A ideia de relatar tudo como um diário de progresso foi muito boa, pois nos aproxima do personagem e nos faz sentir muita empatia por ele. Me senti muito envolvida com cada capítulo e também me bateu um desespero ao perceber pelos erros de escrita o que estava acontecendo com ele ao final.
É muito triste perceber que ao abrir os olhos para a realidade, o Charlie vai percebendo que era mais feliz quando não era inteligente e que a sabedoria lhe trouxe solidão. Não porque ele tinha amigos verdadeiros antes, ou que não tivesse ninguém disposto a ser seu amigo agora, mas sim porque antes tinha a ilusão de que fazia parte de um grupo, e agora, depois de ter muito conhecimento, não conseguia sentir como se fosse normal o suficiente para fazer parte de qualquer grupo. Ter noção da própria condição era o que prejudicava sua vida. Torci muito para um final justo, mas ao menos fiquei feliz por ele não ter perdido o que realmente lhe deu toda essa experiência: a vontade de aprender.