Bom-Crioulo

Bom-Crioulo Adolfo Caminha




Resenhas - Bom Crioulo


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Felipe.Lopes 17/07/2021

A idiossincrasia de um homem "livre"
O autor apresenta-nos a história descrevendo a ambientação como um retrato, uma quadro que descodifica e fornece uma quantidade abissal de informações e que nos prepara para grande parte do trama da história.
Após formular as primeiras páginas da história, conhecemos melhor Amaro e o porque se encontra em tal situação.

Eu li este livro esperando mais, mas reconheço que foi muito bom, ainda mais para a sociedade que lhe foi entregue.
Acho que o que Amaro buscava, ele nunca conseguiu de fato. Ele ansiava a liberdade, mas encontrou a escravidão; ora na marinha, ora com seus sentimentos.
Talvez amar o grumete não foi de tão ruim para Amaro. Ele pelo menos amou alguém.
A edição do livro que li, têm notas da editora que me botou nos trilhos da história (o que eu achei ruim! Ora, se eu estou lendo, devo mesmo ser levado a interpretação que eles querem que eu tenha - mesmo embora seja o que eu autor tenha querido?) Algumas notas, embora, tenham me ajudado a enteder melhor alguns capítulos e o prefácio me orientado sobre o que eu iria ler.
O final, para mim, ficou um pouco confuso, entretando tenha entendido o porquê.
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Arthur Sanches 07/07/2021

Ótimo livro! Ainda não havia lido nada parecido, um bom exemplar do realismo brasileiro. Vale a pena conferir!
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z..... 06/07/2021

Edição Martin Claret
Faz tempo que li. É obra naturalista com retrato pioneiro sobre o homossexualismo, tendo Amaro como protagonista. Apresenta relevância histórica, abordando realidades de seu contexto. Não gostei de nada e nem me disponho à nova conferida.
Horrível, detestei.
Registro breve, apenas para organização das leituras.

Resenha em Macapá, nos idos da vacinação contra a covid. No momento a vacinação na cidade está na idade de 40 anos para cima...
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Thiago 06/07/2021

um anti-romance
De modo a não exprimir o fato da homossexualidade neste livro ser tratada por uma visão zoológica e homofóbica, e o racismo exagerado da época permear cada parágrafo do livro, Bom-Crioulo é, muito menos que um romance, uma história sobre posse e de desejo mórbido.
As personagens se desenrolam de forma animalesca e suas ações são desumanizadas ao cômico, a empatia pelos atores deste minúsculo ato do começo ao fim se degrada, e ao fim, temos o sentimento de que nada restou da inocência deles.
Ainda assim, o livro funciona como um marco necessário no naturalismo/realismo e como um clássico polêmico "escondido".
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Manu 26/06/2021

Também tinha LGBTs no século 19
A história de Aleixo e Amaro, conhecido como "bom-crioulo", além de narrar uma grande paixão homoafetiva, apresenta o cenário de vivência dessa paixão nos fins do século 19, período em que a abolição da escravidão ainda estava fresca. Esta narrativa evidencia o racismo atrealado à homofobia, até pelos termos utilizados para se referirem a pessoas negras e LGBTs.
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Le Foltran 24/06/2021

livro indicado por Rita von hunty, adorei a leitura, mas ela é incômoda em muitos momentos.
leitura rápida, que reflete muitos pensamentos que podem inclusive serem utilizados para os dias atuais.
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Dominic nic nic 01/06/2021

Uma leitura interessante pela época em que foi escrita, com uma narrativa interessante e nem um pouco cansativa. Mas é um produto de seu tempo e possui consequentemente suas problemáticas.
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GabrielaDR 24/05/2021

Só serviu pra uma coisa
O livro pode ser considerado o primeiro a tratar a temática homossexual abertamente no Brasil, mas de forma alguma lida bem com a questão da homossexualidade. Gostaria de começar falando que mesmo que na época fosse um grande avanço já tratar desse tema, eu li esse livro em 2019, com a minha mente de 2019, num mundo de 2019, então não irei abrandar os erros que vejo nesse livro somente porque foi escrito a muito tempo.
Todas as relações sexuais no livro são forçadas. O Amaro força uma relação com o Aleixo, com diversos abusos sexuais e psicológicos. Após eles se separarem, Amaro continua com uma obsessão doentia em Aleixo até o final da história.
Outros pontos nesse livro me incomodam como o Aleixo ter características mais femininas quando está com o Amaro, desde a estatura corporal até em seu comportamento, e características mais masculinas quando está em uma relacionamento heterossexual.
Nenhuma relação nesse livro é saudável ou natural, todas são muito forçadas. Me incomoda também o fato do homem negro ser o que obsessivo e abusivo e o homem branco ser quase uma vitima. Não foi um livro gratificante de ler e só leva 1 estrela pelo valor histórico de ter sido o primeiro livro a tratar o tema da homossexualidade abertamente no Brasil e pra mim foi só pra isso que o livro serviu.
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Sabrina 03/05/2021

Bom Crioulo
Eu só ligo porque a escola obrigou? sim, mas valeu super a pena, é o primeiro clássico lgbt que eu leio, Amém muito a narrativa a escrita do autor, simplesmente perfeita.
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Drighi 28/04/2021

O Bom-Crioulo pertence aos clássicos da Literatura Brasileira e ao período do Naturalismo no Brasil. Adolfo Caminha Militar e romancista brasileiro nascido em Aracati, Estado do Ceará, considerado um dos principais representantes do naturalismo no Brasil.
Apesar de ser considerado um dos principais representantes do naturalismo brasileiro, Caminha escreve seu livro de maior prestígio sobre fortes influências do Naturalismo Francês. O transplante das regras do romance naturalista europeu para o Brasil acarretará uma série de problemas do ponto de vista da interpretação da matéria brasileira. Neste período, a ciência tem uma forte importância para a escrita dos romances e ocorre que a ciência da época postulava como “verdades”, por exemplo, a superioridade racial dos brancos sobre os negros e o caráter insalubre do clima tropical. Miscigenação racial e clima quente eram vistos como fatores de degeneração humana, verdadeiros obstáculos para o estabelecimento de uma civilização nos trópicos. Assim, ao acatar tais verdades científicas, o escritor brasileiro produzia um documento literário que declarava a inferioridade do Brasil em face da Europa... São contradições comuns em um país como o Brasil, que em suas trocas culturais tende a adotar as ideias, vindas do estrangeiro de forma passiva, sem ousar criticá-las.

Como já dito antes, a ciência em meados do século XIX afirmava a inferioridade racial de negros e a determinação do ambiente e do clima como fatores decisivos na constituição do ser humano. Um ambiente insalubre, como um cortiço ou uma favela, segundo esse raciocínio, determinaria comportamentos individuais e coletivos também insalubres e anormais.
Com relação ao clima, entendia-se que o clima tropical, marcado pelo calor excessivo, também era prejudicial ao desenvolvimento civilizado do ser humano. Nesse sentido, pode-se entender que ocorre uma espécie de inversão da concepção da natureza brasileira: se, no período romântico, a natureza era enaltecida pela sua exuberância sem igual, no romance naturalista ela é vista como um obstáculo ao progresso do país.

Como uma obra produzida totalmente influenciado pelo meio, temos em “O Bom-Crioulo” questões que hoje são consideradas totalmente preconceituosas tanto em questões raciais quanto sexuais. Apesar de ser considerado o primeiro grande romance por abordar a homossexualidade, ele não foi muito bem recebido na época de sua publicação. Fora taxado como um livro obsceno, erótico, na maneira pela qual a homossexualidade foi trabalhada, além de vincularem os fatos narrados no romance à vida pessoal do autor.
Não é uma obra que vem tratar as relações sexuais homoafetivas como naturais, infelizmente. O fato de ser considerada a primeira obra a abordar o assunto, ela não vem com uma perspectiva positiva, pelo contrário, ela usa de termos e expressões duras para abordar tais questões. Fruto do meio em que foi produzida, cabe ressaltar.

A fábula de Bom-Crioulo consiste, em suma, na relação homossexual do escravo fugido, Amaro, também chamado de Bom-Crioulo, e do grumete Aleixo. Ambos se conhecem numa corveta da Marinha e passam a ter um relacionamento, chegando a viver juntos em um quarto alugado em um sobrado no Rio de Janeiro. Após Bom-Crioulo passar a servir a outro navio, o que fez com que ele raramente frequentasse sua moradia, Aleixo inicia uma relação com D. Carolina, a dona do sobrado em que viviam. Por fim, após fugir do hospital da Marinha no qual se encontrava em recuperação por causa dos ferimentos causados por um castigo no navio, Bom-Crioulo descobre o relacionamento entre Aleixo e D. Carolina e, tomado por ciúmes, assassina o grumete.

Para finalizar a resenha, deixarei alguns de inúmeros trechos que chamaram minha atenção durante toda a leitura para julgamento e observação dos leitores. Trechos que fundamentam minha resenha acima e que trazem os principais temas abordados no livro: sexualidade, machismo, feminino e superioridade racial, entre outros.

• “Navio de guerra sem chibata é pior que escuna sem mercante;”

• “Ora, aconteceu que, na véspera desse dia, Herculano foi surpreendido, por outro marinheiro, a praticar uma ação feia e deprimente do caráter humano. Tinham-no encontrado sozinho, junto à amurada, em pé, a mexer com o braço numa posição torpe, cometendo, contra si próprio, o mais vergonhoso dos atentados.
[…] no convés brilhava a nódoa de um escarro ainda fresco: Herculano acabava de cometer um verdadeiro crime não previsto nos códigos, um crime de lesa-natureza, derramando inutilmente, no convés seco e estéril, a seiva geradora do homem.
Grande foi o seu desapontamento ao ver-se apanhado em flagrante naquela grotesca situação.”

• “Estava satisfeito: mostrara ainda uma vez que era homem… Depois estimava o grumete e tinha certeza de o conquistar inteiramente, como se conquista uma mulher formosa, uma terra virgem, um país de ouro… Estava satisfeitíssimo!”

• “Nesse tempo o "negro fugido" aterrava as populações de um modo fantástico. Dava-se caça ao escravo como aos animais, de espora e garrucha, mato a dentro, saltando precipícios, atravessando rios a nado, galgando montanhas...”

• “Até então sua vida ia correndo como Deus queria, mas ou menos calma, sem preocupações incômodas, ora triste, ora alegre, é verdade, porque não há nada firme no mundo, mas, enfim, ia-se vivendo... Nada é impossível debaixo do céu.”

• “Sua amizade ao grumete nascera, de resto, como nascem todas as grandes afeições, inesperadamente, sem precedentes de espécie alguma, no momento fatal em que seus olhos se fitaram pela primeira vez. Esse movimento indefinível que acomete ao mesmo tempoduas naturezas de sexo contrários, determinando o desejo fisiológico da posse mútua, essa atração animal que faz o homem escravo da mulher e que em todas as espécies impulsiona o macho para a fêmea, sentiu-a Bom-Crioulo irresistivelmente ao cruzar a vista pela primeira vez com o grumetezinho. Nunca experimentara semelhante coisa, nunca homem algum ou mulher produzira-lhe tão esquisita impressão, desde que se conhecia! Entretanto, o certo é que o pequeno, uma criança de quinze anos, abalara toda a sua alma, dominando-a, escravizando-a logo, naquele mesmo instante, como a força magnética de um imã.”

• “Ao pensar nisso, Bom-Crioulo sentia uma febre extraordinária de erotismo, um delírio invencível de gozo pederasta...
Agora compreendia nitidamente que só no homem, no próprio homem, ele podia encontrar aquilo que debalde procurava nas mulheres.
Afinal de contas era homem, tinha suas necessidades, como qualquer outro: fizeram muito em conservar-se virgem té os trinta anos...”

• “Enquanto iam-lhe cicatrizando as feridas roxas do corpo tatuado pela chibata, abria-se-lhe na alma rude de marinheiro um grande vácuo.”
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Lêla 12/04/2021

Vale a pena ler.
O Bom-Crioulo tem quase uma ironia no próprio título. A relação de Amaro e Aleixo são bem divergentes aos olhos um do outro, enquanto um vê paixão o outro só enxerga simpatia.
A escrita de Adolfo Caminha fez com que eu imaginasse tudo perfeitamente, ele usa comparações e inúmeras figuras de linguagem que se encaixam perfeitamente bem. Vale a pena ler esse livro.
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TatianaTati 11/04/2021

Eita atrás de vixe
É notável por que esse livro causou tanto escândalo à época de seu lançamento, é cada "eita" com que me deparei. Porém, apesar de todas as "ressalvas" pelo contexto histórico, tive bastante dificuldade em lidar com o preconceito e a desumanização expostos na obra. Na edição da Todavia, gostei bastante do texto complementar de Regina Dalcastagnè, com uma análise bastante detalhada do livro e paralelos com a história de vida do autor – foi por meio desse texto que descobri que Caminha morreu aos 29 anos, de tuberculose (é, eram outros tempos, realmente). A melhor coisa da leitura dos clássicos é poder contar com análises como essa, para nos situarmos no tempo, na história, nas tradições.
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Otavio Contente 11/04/2021

Ambientação primorosa
O romance tem uma narrativa espetacular, nada cansativa e com um ótimo fôlego. Entretanto, o que me chamou bastante atenção no livro foi a ambientação. É fácil imaginar todo o aspecto do cenário, suas cores, seu clima e até mesmo seus cheiros. Não se pode deixar de comentar sobre o romance homoafetivo entre as personagens principais. Porém, isso acaba ficando em segundo plano quando se observa na obra o papel do negro (e ainda mais sendo homossexual) em um país patriarcal e escravocrata, no qual a violência e a degradação da sociedade faz parte desta. Leia sem preconceitos.
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leportom 09/04/2021

Romance e a natureza da crueldade humana
Adolfo Caminha, neste célebre livro, retrata, não só o que é considerado como sendo uma das primeiras obras sobre homossexualidade e erotismo LGBTQIA+, mas também, a realidade do período escravizar e (quase) pós escravista onde a cor da pele importa de forma clara e visível mas também através do espectro invisível e subjetivo.
Um conto que retrata não só o erotismo entre brancos e negros, mas o erotismo gay. Também nos remete a crueldade da instância militar, principalmente contra os negros na égide da história brasileira. Um retrato histórico e ao mesmo tempo quase que atual do sistema racista e militar.
Do ponto de vista de um romance ele é bem perigoso e de certa forma tóxico ao trazer elementos de possessividade violenta e tóxica. De uso do ?outro? como posse o que leva ao que poderia ser traduzido como abuso psíquico e físico. Não torna o livro pobre, ruim ou fraco, muito pelo contrário, Adolfo Caminha nos remete a uma visão completamente crítica da história, do racismo e do romance ocidental que permeia justamente a cultura messiânica de amor.
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