spoiler visualizarHeLe 09/04/2017
Que sejamos muitas...
Leymah Gbowee, a mulher que mobilizou outras milhares a saírem do fundo dos cenários de extensão de conflitos e guerras, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, em 2011, juntamente com a primeira mulher a torna-se presidente em um país africano, Ellen Johnson Sirleaf.
A Libéria passou por uma guerra civil, que iniciou-se, em 1989 e arrasou o país até o ano de 2003, após a queda do governo Charles Taylor. Leymah que tinha 17 anos, narra seus sonhos postergados, como ir à universidade, tornar-se pediatra, viver com sua família e em liberdade?. O motivo, uma guerra que tirou toda dignidade de um povo. Ela descreve o cenário da Libéria e Serra Leoa neste período, assolados? pela miséria, mortes por inanição, malária e cólera; mulheres torturadas e estupradas, o aliciamento de soldados mirins e o descarte deles quando feridos.
Foram 14 anos de conflitos na Libéria, neste período, Leymah viu-se obrigada crescer em todas as dimensões. Cresceu em fé e em força para lutar pelo seu povo, aproveitou as oportunidades postas diante dos seus olhos. Engajou-se na luta em defesa das mulheres marginalizadas por um governo e pela guerra. Levantou um exército de mulheres negras e ouviu de uma amiga: "Leymah, você irá longe. Estude!" "Não pare." "Quanto mais eu reconhecia minha ignorância, mais sede tinha de aprender." (p.115)
Leymah tornou-se uma mediadora de conflitos, construtora da paz. Porém ela tinha que romper um ciclo em que vivia e que muitas mulheres do seu país são sujeitadas, a violência doméstica.
Leymah conheceu a palavra piquete e colocou em ação, diante do Palácio do governo pedindo o fim da guerra. Iniciou-se com uma dezena de mulheres, depois centenas e milhares, vestidas de branco no sol escaldante por semanas, além da greve de sexo. Ela correu a África (como leoa) para dar voz às mulheres liberianas e quase se despiu diante dos congressistas, (adorei essa parte) quando por fim decidiram iniciar as negociações de paz.
É um livro instigante, que retrata a busca de uma mulher por direito à dignidade, paz, liberdade e o direito de criar seus filhos em um país sem guerra, além disso, é um levante de empoderamento, representatividade feminina e igualdade.