vinizambianco 29/04/2024
[sobre fadas-do-dente, canibais e uma caçada psicológica intensa]
Motivado pela minha vontade de reler O Silêncio dos Inocentes, resolvi fazer do jeito certo e começar pelo primeiro livro da trilogia o thriller Dragão Vermelho, que introduz ao mundo dos livros o incrível, maravilhoso e intrigante Hannibal Lecter. Nesse primeiro volume da saga do canibal, Thomas Harris introduz também o detetive responsável pela captura do vilão, Will Graham e como ele tem de voltar a ver seu captor para caçar um outro maníaco a solta, o fada-do-dente, digo, dragão vermelho.
A história tem uma narrativa muito rápida, ágil e muito instigante, é bem difícil para de ler e ao mesmo tempo você quer “dar um tempo” para poder respirar pelo tanto de falta de fôlego que ele deixa. Os personagens são bem introduzidos e apesar da história de amor e ódio entre Will e Hannibal ser muito brevemente contada nos primeiros capítulos, todo o jogo de gato e rato entre eles e o Fada do Dente é bem estruturado e quanto mais próximo do fim, mas o coração vibra.
O único ponto que me deixou com certo gosto amargo foi o fato de o clímax ser muito rápido e não fazer jus a uma história tão boa, quase que como um coito interrompido, é claro que isso não tira todos os outros méritos da obra, foi só algo que achei necessário pontuar.
Com uma escrita policial incrível, Thomas Harris consegue com só um livro criar personagens que parecem saltar das páginas para vida real de tão críveis que são, e fazer uma marca na cultura pop que ressoa até os dias de hoje. Ao final do livro a vontade de ler a continuação é forte, e não só isso, a vontade de conhecer Hannibal e sua mente também.
PS¹ - O quadro do William Blake que é pano de fundo para algumas motivações é assombrosamente belo
PS² - A adaptação da NBC é ouro puro