Liliane.Goncalves 21/07/2023
Em Dragão Vermelho acompanhamos a busca do FBI por um assassino que invade residências e destrói famílias inteiras. Algumas evidências nas cenas dos crimes mostram aos policiais e agentes federais que se trata de uma mente complexa, doentia e em conflito.
Passamos a maior parte do tempo acompanhando o assassino, conhecemos aspectos da sua vida pessoal e profissional, o modo como ele escolhe as suas vítimas, o que o leva a cometer tais atrocidades e finalmente, o que o levou a se tornar quem é.
Nessa altura mergulhamos em sua infância e é interessante como o autor consegue nos fazer sentir empatia por aquela criança, mesmo sabendo o que ela viria se tornar depois de adulta. É muito esquisito pensar que serial killers já foram crianças. O autor foi muito bem aqui, é impossível não se conectar com a história ou sentir alguma empatia em relação aos eventos narrados.
Com exceção das visitas a campo de Will Graham, que nos trazem certa dose de suspense e angústia, o papel da polícia é meio apagado. Esperava um pouco mais de análise de perfil, de abordagem psicológica da personalidade do assassino etc.
A presença de Hannibal Lecter é pequena neste primeiro livro, mas muito marcante. Todas as cenas no hospital no qual ele está internado são bastante tensas, apesar da sempre aparente tranquilidade do canibal. Mesmo quando apenas comentam sobre ele, é possível sentir uma atmosfera de medo. Outro ponto para Thomas Harris.
Por fim, apesar de um pouco clichê, é uma trama muito legal de acompanhar, tem umas reviravoltas excelentes, inclusive para quem já assistiu ao filme alguma vez e sabe mais ou menos o que esperar.