Lucy 14/11/2020
Eu sei que ele é clássico. Mas não deu. Nada nessa história me prendeu, mesmo com a premissa interessante envolvendo política e religião como controle das massas.
-Escrita dolorosamente crua. Desprovido de qualquer emoção, parece ter sido feito por um robô. (Deve ter sido dai a ideia de "Eu, robô")
- Você gosta de deus ex machina? Então toma!
- Todos os personagens são iguais e pensam da mesma forma, só mudam de nome. O que dificultou em saber quem era quem e o que na trama. Todos são planos e sem qualquer personalidade (em Crepúsculo, isso é um demérito. Aqui, vira um clássico). Além disso, não há desenvolvimento nenhum de personagem, e isso considero inadmissível.
- Diálogos intermináveis (boring!) e expositivos. O livro todo tem uma fórmula que odeio que é o "conte, não mostre". Acabei de sair de uma situação em que, em momento algum, foi deixada qualquer sinalização de que tal coisa seria feita, e, do nada, BAM! O cara tinha um plano perfeito arquitetado e começa a explicar como ele vai funcionar... Pior do que diálogo de vilão clichê.
- Psico-história. Parecia uma ideia interessante, depois só excessivamente conveniente e ridícula. Com estatística, um cara (só ele, mais ninguém), conseguiu prever o fim do império e tudo (TUDO) que ocorreria nesse período de queda. Tá, Asimov não fazia ideia de como o ser humano funciona e como o futuro é terrivelmente incerto. É preciso apenas uma pessoa para mudar todo o curso previsto pelo Seldon. Mas não aqui. Aqui todos são máquinas programadas para serem e agirem da forma exata para que apenas auxiliem no objetivo final que é a queda do império. Ninguém pensa: "eu não dou a mínima para o que vai acontecer daqui a 1000 anos, quando eu nem vou mais estar aqui para ver, então foda-se Hari Seldon e esse império!"
- Não tem UMA mulher na história. Não, espera, tem sim. Mas uma fala sua deixa robótica e some e a outra não fala nada e parece uma criança inútil. Apenas homens tem a capacidade de usar sua massa encefálica. Mulheres servem para... Realmente eu não sei. A época de lançamento desse livro não é justificativa.
- O livro tem uma fórmula repetitiva: Temos um líder, lidando com uma "grande crise", que tem uma ideia genial (do nada, como sempre) que resolve tudo e então partimos para a próxima parte, anos à frente. Então temos um líder, lidando com uma "grande crise", que tem uma ideia genial...
- Todo a trama parece um esboço de uma boa ideia. A "casca" é lustrosa e apetitosa, mas quando você a corta ao meio, descobre que ela está oca por dentro. É assim que me sinto lendo o clássico Fundação.