Marcus Oliver 21/06/2023
Asimov consegue de novo!
Não imaginava que Asimov conseguiria fazer um final tão bom quanto o da trilogia inicial, mas este livro fecha certinho a história da Fundação e da humanidade.
O 4º, ?Limites da Fundação?, e o 5º, ?Fundação e Terra?, são excelentes expansões desse universo ficcional que achávamos que estava finalizado.
Continuamos com Trevize, agora, em busca da validação da sua escolha ao final do 4º livro (não darei spoilers) e como o título o indica, a busca da origem da humanidade é a resposta mais óbvia. Como saber o que fazer com o futuro se não sabemos o nosso passado?
Se no livro anterior vimos vários aspectos políticos, sociais, culturais e tecnológicos da Primeira e Segunda Fundação; neste livro vemos o Bom Doutor nos dar uma longa aula sobre astronomia e as inúmeras possibilidades de planetas e organizações sociais que a humanidade pode ?criar? (são extrapolações ficcionais, é claro) que nos fazem pensar: como será um planeta que perde contato com federações, com outras missões de colonização!? São muitas perguntas que a obra nos trás ao pensarmos no nosso futuro como humanidade.
Outro ponto interessante é Pelorat e a maneira como nossa própria história pode vir a se tornar uma pré-história e, caso nossos descendentes perdessem registros do nosso tempo na Terra, seríamos mitos e o quão difícil seria determinar o que é realidade e ficção diante dos nossos inúmeros poemas, livros, filmes, peças de teatro, séries e músicas? Pelorat é o senhor sensato e o pensador crítico que sempre estarei curioso e serve de contraponto com das certezas de Trevize, é o mentor e amigo que todos gostariam de ter.
Essa é para quem já leu (mas sem spoilers) eu discordei da decisão de Trevize e da posição de Júbilo o tempo todo, mas ao final, pelo pragmatismo extremo, teria feito a mesma escolha que Trevize. É um preço alto, mas um preço que tem que ser pago para garantir a sobrevivência da nossa espécie uma vez que nosso individualismo nos impede muita vezes de cooperarmos em situações mais que necessárias, por isso, acho que a saga da Fundação, em especial, faz muitas críticas ao individualismo e ao modo que a humanidade se organizou no tempo de Asimov e ainda perdura na nossa contemporaneidade.