Marina
14/04/2021InteressanteNesse livro o autor tenta demonstrar como 4 fatores: disponibilidade de plantas e animais domesticáveis, facilidade de comunicação intra-continental e extra-continental e tamanho do continente constituíram vantagens iniciais ao longo de milhares de anos de existência humana que explicam a desigualdade hoje.
O argumento não é perfeito, nem pretende ser, mas é científico e cria bases para que outros o contestem ou complementem.
O mais relevante no livro é a importância de fazermos perguntas científicas que costumam ser respondidas através de preconceitos. A razão para as desigualdades entre povos costuma ser atribuída a fatores biológicos, culturais e institucionais, mas essas respostas são frágeis e costumam ignorar que a longo prazo certas tendências se perpetuaram com povos mais pobres em determinadas regiões e mais ricos em outras.
Ao contrário de buscar um ?determinismo? geográfico, o que o autor defende é a tentativa de achar as causas e consequências estatisticamente predominantes para determinados eventos, o que ele afirma ser a função da história. Não se trata de afirmar que toda sociedade agirá da mesma forma nas mesmas circunstâncias, mas que existe uma probabilidade maior de elas agirem de forma semelhante do que sociedades em circunstâncias diversas. Entender essas probabilidades e padrões nos permite entender melhor a nós mesmos e superar crenças preconceituosas e racistas.