Água funda

Água funda Ruth Guimarães




Resenhas - Água Funda


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Maria Clara Mendes 19/01/2021

Merecia o reconhecimento de clássico
Água Funda é o primeiro romance da Ruth Guimarães e foi lançado em 1946.

Uma prosa interiorana, mas como bem disse o Antonio Candido no prefácio, sem "querer imitar com ânimo de exotismo pitoresco os modismos caipiras foneticamente sugeridos". 
 
Vai contar histórias de diversos personagens e mitos do folclore brasileiro com toques de realismo mágico.

As histórias nem sempre se entrelaçam, mas estão presentes na vida cotidiana do interior que muitas vezes a gente só ouve falar, mesmo que não estejamos envolvidos. Filho de fulano, neto de ciclano, casado com beltrana.

Gosto de falar dos sentimentos que os livros despertam em mim e em Água Funda, muitas vezes me peguei extremamente indignada com as situações colocadas. Como as pessoas se comportavam frente a injustiça, como davam a vida e sorriam, mesmo sabendo que estavam sendo explorados.

E mais uma vez me deparo com o sentimento de viver. Viver, apesar da dificuldade. Apesar da ruindade. Apesar da indiferença. Contar os causos, lidar com doenças desconhecidas, sorrir sem motivo, se apaixonar, fazer serenata, duvidar e mesmo assim não pestanejar. Seguir a vida.

Não dá pra romantizar essas situações, mas certamente elas ensinam muito a sociedade. Uma passagem que exemplifica bem isso está a seguir:

"Ruindade, às vezes, é só falta de imaginar a tristeza dos outros. Imaginar mesmo bem pouco adianta. Ter dor de barriga é uma coisa. Pensar na dor de barriga alheia é outra coisa muito diferente. Sempre parece que a dos outros dói menos."

Fluido e bem ágil. Me pergunto por que não ouvimos falar dele na escola. É um clássico. Vale a pena demais.
Wanderson 19/01/2021minha estante
Falando assim deu vontade de ler :)


Maria Clara Mendes 19/01/2021minha estante
Que bom que você gostou, Wanderson. E te digo que vale a pena conferir. :D


Patresio.Camilo 09/10/2021minha estante
Obrigado pela resenha, estou começando a leitura agora e sempre gosto de ver uma resenha antes e achei a sua muito boa e produtiva.


Maria Clara Mendes 24/12/2021minha estante
Muito obrigada! Fico muito feliz que gostou ? espero que tenha aproveitado a leitura ??


Patresio.Camilo 26/12/2021minha estante
Maria Clara, sim, uma leitura gostosa e encantadora....




Duds___ 22/01/2024

Um começo próspero
Comecei o livro empolgada por me deparar com um ambiente e período que eu gosto de estudar - um aspecto rural, que remonta a tempos próximos à escravidão. A autora emenda as histórias dos personagens de forma brilhante e muito original. Mas confesso que o dialeto e a escrita não me cativaram, muito menos a temática folclórica que circunda todo o livro. Devido a esses últimos aspectos, não o leria novamente ? e até o teria abandonado lá pela metade, caso eu não precisasse dele pro vestibular.
LetAcia765 26/01/2024minha estante
você leu por pdf? se sim, me passa?


Duds___ 28/01/2024minha estante
eu li no livro físico mesmo, peguei na biblioteca


Duds___ 28/01/2024minha estante
@LetAcia65




Ratinha de Biblioteca 16/08/2022

Escrita fluída e rica
Este é o livro de estreia de Ruth Guimarães, publicado em 1946. Mistura folclore, "causos" e o jeito de falar do interior. Não há um personagem principal, há o lugar, a fazenda Olhos d'água e aqueles que passaram por ela.
Lembrou-me "Grande Sertão: Veredas" por ambos terem estilo de conversa, como se o narrador estivesse sentado ao nosso lado, tomando um café e contando a história.
Margô 21/08/2022minha estante
O comentário me animou a ler a obra... parece que a narrativa tem um tom de " prosa"...rsss
Bom, muito bom.???


Ratinha de Biblioteca 22/08/2022minha estante
Sim, bem isso, Margô! ??


Margô 22/08/2022minha estante
?????




Nado 10/04/2022

Uma obra que merece ser lida e divulgada. Ruth Guimarães era uma escritora desconhecida para mim, eu tive a grata surpresa de conhecer a autora e esse clássico da literatura nacional, infelizmente abafado pelos hypes e pelo que as editoras consideram um título de mercado. A escrita de Ruth é acolhedora e você a sente sentada na sua frente, lhe contando uma linda história com brilho nos olhos. Recomendo fortemente a todo amante da nossa literatura brasileira.
Pâm 07/05/2023minha estante
Perfeito comentário. Eu achei o livro assim, por acaso. E, me encantei com a sinopse. Estou lendo como alguém que me conta a história, é muito fascinante.


Nado 07/05/2023minha estante
É muito bom. Tenho certeza que vai gostar até a última palavra.


Gabrielli.Quadrado 25/09/2023minha estante
Onde eu vou para conseguir ler?




beatriz.nalon 17/01/2024

Não amei o final mass a a leitura foi maravilhosamente deliciosa fiquei entretida do começo ao fim, gostei da escrita e os personagens sao muito interessantes obrigada fuvest
LetAcia765 26/01/2024minha estante
moça você leu por pdf?se sim, me passa pelo amor de Deus




spoiler visualizar
Catharine.Nabuco 22/03/2024minha estante
KKKKKKKK AVERO




Nico_di_Angelo 09/01/2024

Apesar de ter sido um sacrifício ler isso aqui, esse final foi muito bonito. E depois de ter uma noção do que aconteceu em meio a essa narrativa confusa, acho q talvez se eu ler uma segunda vez a experiência seja melhor.

Enfim, acho q o livro é bom, talvez eu só não tenha conseguido entender isso direito.
Catharine.Nabuco 22/03/2024minha estante
perfeito! Como o decorrer da história está em fragmentos é como um quebra cabeça, então com uma segunda leitura acho uqe encaixa melhor!




Eduardo1646 27/04/2024

"A gente passa nesta vida, como canoa em água funda."
Em "Água Funda", é exposto como a vida é: como somos moldados pelos acontecimentos, como nós nos construímos e escolhemos ser, como a vida nos devolve tudo de bom e ruim que fazemos, e, enfim, como nós não temos importância alguma para o universo ? a vida e o resto das pessoas seguem em frente (precisam), apesar de você.

A leitura é muito gostosa, porque a Ruth usa uma linguagem descontraída e divertida, como se tivéssemos ido tomar um chá da tarde na casa dela para fofocar. A história, em si, é uma grande fofoca, uma grande observação sobre o passado. Está presente, também, muito do folclore e crenças do interior do Sudeste, o que torna essa obra ainda mais rica. Enfim, uma delícia de ler e adorei a maneira que a autora terminou o livro.
Eduardo1646 27/04/2024minha estante
P.S.: três resenhas em um dia! ? hoje eu tô impossível.




pirocadeperuca 29/02/2024

É daqueles livros que passam 100, 200, 600 páginas e não se vê, de tão envolvente. é denso e simples ao mesmo tempo, que nem história de tropeiro mesmo. sensacional em todos os aspectos
Catharine.Nabuco 22/03/2024minha estante
concordo!




Alana512 09/01/2024

Cara fui com nenhuma expectativa para começar a leitura(até ter começado por ser uma leitura obrigatória da FUVEST) imaginei que seria mais um livro com uma linguagem rebuscada e uma história lenta, mas fui completamente surpreendida pela linguagem da autora e pela leitura fluida que me prendeu do início ao fim? me senti presa e curiosa pra saber os caminhos de cada personagem? somado por passagens poéticas e metáforas sobre a ambientação rural, resumindo, amei
LetAcia765 26/01/2024minha estante
você leu por pdf?se sim, me passa por favor? tô lutando pra achar esse




Maria10911 14/05/2024

Água Funda
Li esse livro porque é uma das leituras obrigatórias para o vestibular UFRGS 2025. De início estranhei a forma que o livro é narrado: não sabemos quem é o narrador, as cenas se passam no passado (50 anos antes) e no presente, tudo dito ali é uma lembrança do próprio narrador ou daqueles que vieram antes dele e passaram adiante as histórias. A escrita de Ruth é marcada pela regionalidade de Minas, as vezes confusa para mim, mas nada que atrapalhasse o entendimento. Depois que passei a visualizar o livro como uma "grande fofoca local", consegui fluir na leitura.

Sobre a história: como disse, é uma fofoca local que se inicia com um aviso, mas só iremos entende-lo próximo ao final. Durante o enredo conhecemos várias histórias das pessoas que moravam próximo da Fazenda Olhos D'Água mas o livro se centra nas personagens sinhá Maria Carolina, Joca e Mãe de Ouro e suas histórias se passam com anos de diferença.
Vou buscar pontuar as coisas que mais importam dentro do livro: Sinhá Carolina morava na Fazenda Olhos D'Água e durante o início da sua vida vemos de pano de fundo a escravidão. Seus pais tinham escravos, ela teve escravos. Uma passagem bem evidente é quando ela compra uma escrava, Joana, pra ser sua cozinheira e separa a mulher de seu marido, que também era escravo em uma fazenda vizinha. As diferenças sociais também é um fator interessante de se analisar. Sinhá tinha uma filha, Gertrudes, que se apaixonou pelo filho do capataz. Essa relação nunca foi aceita por sinhá, imagine sua filha se casar com o filho de um de seus empregados? Gertrudes fugiu com a família de seu amado e sinhá ficou sozinha na fazenda. Mal sabia Carolina que o seu preconceito passaria por cima do ego quando ELA se apaixona pelo novo capataz da fazenda, o filho do dono da Fazendo do Limoeiro.

Outro aspecto importante é a crendice popular, presente durante todo o livro: no primeiro momento com a chegada do novo capataz, as pessoas que ali residiam não gostaram do sujeito e diziam que era mal pressagio, o vento assoviava coisas ruins e os cachorros latiam ao ver o homem; e quando é apresentado a história de Joca, ele zomba das pessoas que tem medo da Mãe de Ouro e logo ele acredita estar condenado por ela. O modo como as relações são influenciadas pelas crenças e o folclore local é desafiador, eu diria: você nunca sabe se de uma conversa vai sair briga ou uma piada.

Por último, as mudanças que acontecem no espaço rural durante esses 50 anos são drásticas. As fábricas se alocam no campo, os serviços braçais são feitos por máquinas que necessitam de homens para operá-las, o modo de cultivo e criação de animais também muda e a escravidão é proibida no papel, mas a organização social continua a mesma.

Ruth Guimarães é sensacional e seu livro é único. Espero que gostem e se houver dificuldade para ler lembre-se que tudo é uma grande fofoca (e isso torna muito especial o jeito de ler).
manu368 28/05/2024minha estante
obrigada pela resenha! to lendo pra ufrgs e sua resenha me ajudou a clarear a mente, pois até então a leitura tá sendo beeem confusa pra mim




Ana Quintela 15/02/2020

Na busca por autoras brasileiras, encontrei Ruth Guimarães. A primeira escritora negra a ter projeção no país. Nascida no interior de São Paulo, levou para o livro Água Funda o regionalismo "caipira". Diria que há muito de literatura fantástica, com as superstições do interior paulista.
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Flavinha 06/11/2020

Uma história mineira com pitadas de realismo mágico
O romance ?Água funda?, da mineira Ruth Guimarães, quando foi lançado em 1946, foi bastante celebrado pela crítica. É de uma força literária impressionante. A escritora, uma mulher negra, foi apontada como uma revelação literária e tida como precursora do gênero realismo mágico no Brasil. Mas o que aconteceu foi que seu livro caiu no esquecimento por décadas e só foi resgatado recentemente, nos anos 2010.

A narradora conta os ?causos? da região do Vale do Paraíba e do Sul de Minas como se fosse uma costureira emendando pequenos pedaços de tecido. Ela vai criando imagens que se transformam em uma rica colcha de retalhos. O processo narrativo é calcado na oralidade, a costura da colcha imaginária é feita artesanalmente. São muitas personagens cujas histórias vão se entrelaçando, as linhas e os fios vão formando uma paisagem carregada de supertições e de fatalidades, cheia de crenças populares e de duras realidades interioranas.

Esse livro foi pra mim uma ótima surpresa, me fez lembrar das minhas origens mineiras, tão distantes e ao mesmo tempo tão próximas. ?Água funda? lembra um pouco da narrativa de Guimarães Rosa, principalmente nas mineirices dos dois. Eles eram contemporâneos, ?Sagarana?, por exemplo, é do mesmo ano de ?Água funda?, o que me fez questionar porque ele é tão exaltado como escritor e ela tão desapercebida nos livros de história literária brasileira. Sem tirar o mérito do Rosa, claro, mas só consigo analisar essa disparidade pelo ponto de vista do gênero e da raça. 

Ruth Guimarães, obrigada pela história.
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Sir Santiago 28/05/2024

Sensacional
Ruth Guimarães simplesmente foi lá e estreiou sua carreira de escritora com uma pedrada.
Um livro fascinante, que me chamou atenção logo de cara pela narrativa, pela forma como é contada a história.
Com um regionalismo muito bem aplicado, Ruth Guimarães cria um narrador anônimo que conta a história como que "em volta da fogueira", com intervenções de outros anônimos e fenômenos muito clássicos de uma história narrada oralmente.
Assim, a autora também consegue manter o fascínio e o aspecto quase mitológico das histórias sertanejas, que busca explicações sobrenaturais para os fenômenos aparentemente inexplicáveis (como a tragédia da fazenda Olhos D'água, nessa situação)
Além disso, a narração consegue criar linhas e linhas de imagens belíssimas, mescladas a "lições de moral" e reflexões do sertanejo anônimo. Só para citar exemplos, cito a descrição da Missa e a reflexão sobre as "coisas divinas no cotidiano", se é que posso chamar assim esse trecho hahah
Seja como for, é um ótimo romance, realmente de encher os olhos d'água.
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Faluz 25/05/2021

Olhos d'água - Água Funda
A prosa poética nos alcança num livro que nos conta a história de um lugar e seus moradores ao longo de anos. Seus moradores, seus amores, dores e crenças, num vocabulário muito próprio das pessoas muito próximas na vida do campo, com seus aspectos mágicos.
Deliciosos momentos de pureza de vida.
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