Água funda

Água funda Ruth Guimarães




Resenhas - Água Funda


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rafa_._cardoso 24/01/2022

Ruth Guimarães produziu um clássico!
Água funda conta casos que acontecem da comunidade rural do sul de Minas Gerais, na fazenda Olhos D´Água. Em especial, são contadas as histórias da Sinhá Carolina, dona da Fazenda Nossa Senhora dos Olhos d’Água, e do casal Joca e Curiango, trabalhadores e moradores do entorno, histórias que se passam em períodos diferentes, que vai da época da escravidão até os anos 1930.

Tudo isso com um toque de realismo fantástico e um trabalho de linguagem muito bem enredado. Visões, superstições, simpatias, casamentos desejados, maldições, fofocas etc., são fortes pontos nesse livro.

Há na narrativa uma realidade socioeconômica e política do interior do Brasil que é contada de forma excelente (falar sobre seria Spoiler).

Ruth Guimarães produziu um clássico!
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Rhu 28/02/2021

Água Funda: O fantástico mundo de Ruth Guimarães
Ruth Guimarães em seu primeiro livro já escreve um clássico. Publicado em 1946 ?Água Funda? apresenta as histórias fantásticas da fazenda Olho d?água, um lugarzinho perdido entre sul de Minas e Vale do Paraíba e acompanha ao passar dos anos, entre o fim do período escravocrata e as primeiras décadas do século XX, as mudanças desse lugar e o medo dos moradores, sobre o olhar de um narrador maravilhoso.

Duas camadas narrativas estão presentes na obra, a história de Sinhá Carolina, de início, e que se prolonga durante toda a história e mais à frente o romance entre Joca e Curiango. Uma personagem de destaque e que guia boa parte da narrativa é a entidade Mãe de Ouro, irremediável, ela se apresenta como o destino e o medo dos personagens. As histórias contadas nos fazem lembrar das histórias de terror da infância, dá aquele frio na barriga e são histórias únicas e instigantes: são as lendas, os mistérios e as superstições desse povo.

A narrativa desse romance ? em terceira pessoa - flui como água, um grande ponto é o primeiro capítulo, somos acompanhados por um narrador, desconhecido, com poucas informações, mas que se torna nosso amigo de cara, ele aponta, mostra, como estivesse sentado do nosso lado, deixando as descrições mais claras e vibrantes. O narrador tudo vê e tudo sente. Outro fator que nos aproxima bastante é a forma como a história é contada: ao longo dos anos; boa parte da vida daquele lugar é vivida também por nós leitores. Podemos enxergar as marcas da oralidade, mais compassada e as vezes lenta, que pode causar estranheza para alguns.

Acompanhado de escrita espetacular, a autora não inventa, não força, os vocábulos são próprios daquele povo, saem naturais e fazem toda a diferença na construção da verossimilhança, a voz do caipira está ali, presente nas bebedeiras, nos casamentos e nas festas dos santos. Além da língua, os sofrimentos daquele povo também são reais, ao tratar da exploração do homem do campo que sonha em conquistar o que é seu e busca por mínimo de conforto, a autora nos alerta de uma realidade cruel e que se perpetua até hoje, temática inclusive que foi tratada por Itamar Vieira Junior em Torto Arado, publicado em 2019. Sinto que essa obra me acolheu para viver em seu mundo fantástico e por mais que a temática me agrada muito, confesso que fui surpreendido. Uma obra que deve ser conhecida e divulgada, traz temas pertinentes e uma escrita maravilhosa.
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Glauber 10/06/2022

Uma obra-prima da nossa literatura
Um grande achado deste ano! Não só o livro como a autora.

O livro conta duas histórias paralelas, no mundo rural do Vale da Paraíba, entre Minas e São Paulo, onde a autora passou alguns anos da infância.

Acompanhamos a história de uma Sinhá do auge à decadência, mas também de um casal que vive na fazenda 50 anos depois. O que há em comum entre ambas as histórias? A atração da fatalidade do destino, que tanto pode ser lida como manifestação fantástica e folclórica, quanto um fato banal.

A autora nos mostra, de maneira vívida, a imaginação e a linguagem caipira, imergindo na realidade local como só a verdade artística consegue.

Ruth Guimarães foi contemporânea de Mário de Andrade e Guimarães Rosa, sendo uma autora de destaque desde o seu primeiro livro, que foi seguido de outros, entre ficção e não ficção, todos enriquecidos por pesquisa sobre cultura e folclore da sua região e do Brasil. Quero ter todos, quando puder fazer minha biblioteca!

"A gente passa nesta vida, como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada.

E quando alguém mexe com varejão no lodo e turva a correnteza, isso também não tem importância.

Água vem, água vai, fica tudo no mesmo outra vez"
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@eu_rafaprado 21/06/2022

Incrível! Leia Ruth Guimarães
Água Funda
Ruth Guimarães

Com esse romance, Ruth Guimarães inicia sua carreira sendo considerada uma das primeiras escritoras negras a ganhar destaque na cena literária brasileira, Água funda foi lançado em 1946.

A história se passa em uma comunidade rural na Serra da Mantiqueira.

Ler essa história é como sentar aos pés de uma avó muito querida e escutar causos de uma época sofrida e rica em cultura popular, cheio de ditados populares e realismo fantástico.

Personagens como Sinhá Carolina, Joca e Curiango, são essenciais pro desenrolar da história mas quem rouba mesmo a cena é a Mãe de Ouro.

A história se passa do regime escravagista até os anos 1930, e com uma voz potente em meio a uma narrativa cultural, Ruth denúncia abusos de uma época opressora, seja pela escravidão ou pela exploração da mão de obra ?remunerada?.

?A gente passa nesta vida como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada?.

Está foi a leitura do mês de Março do clube Lendo Mulheres Nacionais com a curadoria da @silmarapereira_ que também fará a mediação do encontro que será dia 10/04 as 19:00 pelo Meet.

Nota 10/10 ??

#lendomulheresnacionais #ruthguimarães #aguafunda #literaturanacional #clubedolivro
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Renata 11/10/2020

Depois de uma certa idade, de uma determinada quantidade de livros lidos, a expectativa em relação às leituras é que elas sejam ok: "ok, é um livro bacana". É difícil se deparar com um "Oww". O livro "Água funda" de Ruth Guimarães (1920-2014) é definitivamente um "Oooww". Escolhi esse livro por que Ruth é vendida como uma das primeiras escritoras negras a ganhar destaque na literatura brasileira. E, depois de ler, acredito firmemente que se Ruth fosse homem e/ou branca, esse seria um título muito mais conhecido entre nós.
A história ganha vida por meio de um narrador onipresente, que tudo sabe, e transmite todos os fatos por meio de uma linguagem muito característica, do interior, com expressões que as vezes parecem outro idioma, e é um trabalho maravilhoso por que em nenhum momento resvala na caricatura, pelo contrário, só faz com que o leitor se afunde naqueles cenários, é uma delícia. E o cenário é a Fazenda Olhos d'Água", lá pelos lados da Serra da Mantiqueira, em momentos diversos de sua história, revelando dramas e políticas da época, do período escravocrata ao início de uma indústria, a transformação do modelo econômico e ainda assim a manutenção da exploração dos corpos.
A história conta com lapsos temporais, personagens que desaparecem e depois retornam para nos assombrar, tal qual a Mãe de Ouro, elemento mítico que nos deixa entre a dúvida e a loucura. Dos personagens, de Sinhá, Joca, Curiango, é melhor não falar, por pura falta de espaço. Não há nada a reparar, nada fora do lugar nesse romance. É desses que ficam com a gente pra vida.
Um salve para a @editora34 não só por reeditar, como por ter caprichado na edição com essa capa estampando Tarsila do Amaral.
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Mayara 26/07/2022

"Nunca existiu alguém como você antes, não existe ninguém neste mundo como você agora e nem nunca existirá (...)'
Um livro que trata de assuntos importantes como escravidão, abolição, folclore brasileiro e muito mais. Rico em detalhes, porém detalhes que são importantes, retrata a vida do sertanejo mas não de uma maneira debochada, mas sim no intuito de mostrar para o Brasil de que era assim que funcionavam as coisas.
Uma leitura que te deixa curioso do início ao fim, te faz não querer parar de ler, pois ele fica indo e voltando nos diferentes tempos que se passa a história: um durante a escravidão e o outro durante o começo da abolição e do trabalho "assalariado".
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ViviCs 07/02/2021

Encanto de linguagem
O prefácio de Antônio Cândido traduz tudo e diz muito mais do que eu poderia dizer sobre esse livro. Com uma linguagem encantadora, a autora consegue a proeza de dar uma voz única e realista aos personagens de um romance classificado como regionalista. A narrativa, aparentemente entrecortada e construída com saltos temporais inesperados, mostra sua enorme habilidade em surpreender. Ruth Guimarães nos conduz até Olhos d?Água para revelar seus segredos com uma sutileza excepcional. Leitura encantadora!
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Beto | @beto_anderson 27/09/2022

Narrativa muito fluida
Demorei a pegar esse livro na estante com receio de ter uma obra truncada, de linguagem difícil, rebuscada, ou coisa que valha. Mas o que mais chamou atenção na obra é justamente a linguagem simples, fluida, sincera. A primeira parte da história para mim é a que mais me agradou, já a segunda, quando entram as histórias dos várias pessoas da região não me agradou tanto, talvez porque esperasse uma continuidade da história inicial. Só por isso não dei uma classificação melhor de estrelas. Mas vale muito a pena a leitura.

site: https://www.instagram.com/beto_anderson/
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Anna 08/10/2022

"Alguma coisa guia os perdidos para o caminho de casa"
Esse livro eu tive que ler lra escola, e todo mundo que já leu livro que a escola pediu, sabe que é chato, e que o livro nunca é tão bom. Mas eu realmente gostei desse. Ele é tão diferente, tão único, que tinha uns momentos que eu só parava pra pensar sobre. Ele é tão poético.
Parte disso, e da cultura do livro (mais do interior) me deixou um pouco (MUITO) confusa na leitura, eu tive que voltar algumas vezes pra entender quem era o personagem, mas, apesar disso, só me fez amar e me surpreender com a leitura.
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fev 23/11/2022

Espetacular
Fascinado pela escrita. Uma linguagem e uma narrativa sem igual. Não tem como um grande causo, como é Água Funda, ser algo ruim. Apesar de ter gostado mais da primeira parte, o conjunto final funciona é espetacular. Ruth Guimarães faz com destreza ao que se propõe: contar uma história com folclore e elementos regionalistas. É maravilhoso. Recomendadíssimo. Já passe o cafezinho para iniciar a leitura.
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Flavinha 06/11/2020

Uma história mineira com pitadas de realismo mágico
O romance ?Água funda?, da mineira Ruth Guimarães, quando foi lançado em 1946, foi bastante celebrado pela crítica. É de uma força literária impressionante. A escritora, uma mulher negra, foi apontada como uma revelação literária e tida como precursora do gênero realismo mágico no Brasil. Mas o que aconteceu foi que seu livro caiu no esquecimento por décadas e só foi resgatado recentemente, nos anos 2010.

A narradora conta os ?causos? da região do Vale do Paraíba e do Sul de Minas como se fosse uma costureira emendando pequenos pedaços de tecido. Ela vai criando imagens que se transformam em uma rica colcha de retalhos. O processo narrativo é calcado na oralidade, a costura da colcha imaginária é feita artesanalmente. São muitas personagens cujas histórias vão se entrelaçando, as linhas e os fios vão formando uma paisagem carregada de supertições e de fatalidades, cheia de crenças populares e de duras realidades interioranas.

Esse livro foi pra mim uma ótima surpresa, me fez lembrar das minhas origens mineiras, tão distantes e ao mesmo tempo tão próximas. ?Água funda? lembra um pouco da narrativa de Guimarães Rosa, principalmente nas mineirices dos dois. Eles eram contemporâneos, ?Sagarana?, por exemplo, é do mesmo ano de ?Água funda?, o que me fez questionar porque ele é tão exaltado como escritor e ela tão desapercebida nos livros de história literária brasileira. Sem tirar o mérito do Rosa, claro, mas só consigo analisar essa disparidade pelo ponto de vista do gênero e da raça. 

Ruth Guimarães, obrigada pela história.
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antuan_reloaded 18/02/2023

[8/10]
De todos os aspectos que compõem uma narrativa, acredito que a linguagem seja uma das mais desafiadoras de se construir. Digo isso, pois é a responsável por envolver e cativar todos os tipos de leitores.

Em "Água Funda", esse aspecto se sobressai, fazendo com que seja uma de suas maiores surpresas. Ruth Guimarães mimetiza de forma ímpar a essência da linguagem da região sul de Minas, onde viveu sua infância.

Em vários momentos, é como se o leitor estivesse sentado com anciãos que, misturando suas vozes, contam a história:

"A morte não é castigo, e Deus que poupou o Joca, à toa não foi. Alguma coisa ele tem para pagar [...]. Mas é melhor contar as coisas direito, sem pular para a frente, senão não se entende"

Nesse sentido, o narrador é outro aspecto fundamental para a riqueza dessa obra. Nota-se que a história é contada sob o ponto de vista de anônimos, uma espécie de voz coletiva.

No entanto, essa voz coletiva é formada por pessoas que viveram e conhecem aquela região e que somando um fato a outro vão compondo o imaginário polular dali:

"Onde mora? Mora no fundo da terra [...]. A gente enxerga um minuto só aquilo, avermelhado no ar. Depois some. Eu já vi. Vi com estes olhos que a terra há de comer, a Mãe de Ouro se mudando de Olhos D?Água."

Apesar desses pontos, senti que no final a escrita ficou meio perdida, assim como boa parte dos personagens. Consequentemente, as soluções dadas para cada um deles me pareceram um pouco previsíveis: todas trágicas.

De toda forma, isso não é capaz de tirar o brilhantismo de "Água Funda". Este é um romance para ser lido rápido e que, sem dúvida, tem o seu valor, seja para o imaginário popular, seja para a literatura brasileira.
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Mari_Cardinho 26/02/2023

Água Funda
Por incrível que pareça foi um livro da escola que eu gostei de ler. Neste livro a autora conta a história de diferentes personagens, em diferentes tempos de uma comunidade rural. No início do livro acompanhamos como principal a Sinhá Carolina, dona de uma fazenda importante da região, e conforme a história se desenrola e o tempo passa acompanhamos Joca e Curiango nessa mesma comunidade, só que anos depois.
O livro acompanha nesse decorrer o desenvolvimento dessa região, a mudança da população e suas crenças sobre o que acontece na comunidade.
Achei o livro com uma linguagem muito fácil de ler e uma narrativa legal que deixa a pessoa que está lendo curiosa pelo próximo capítulo.
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Elane.Medeiross 28/02/2023

Ruth Guimarães trouxe uma obra incrível, com uma escrita muito característica, que fascina o leitor. A premissa aborda temas muito essenciais como escravidão, Folclore,superstições e o Brasil do sertanejo.
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