Hudson.Miranda 18/06/2021
Sex and The City, sem o "Sex" ou a "City".
Com a passada de um cavalo manco, a empolgação de uma fila de banco e o compromisso de quem não sabe o caminho, J. K. Rowling conduz a drama do Conselho Paroquial de Pagford, após a morte inesperada de um de seus membros, e mostra que, como diria o piloto Maurílio, "livro de Harry Potter, sem Harry Potter, é golpe". A primeira metade da obra é como uma versão de "The Office" ambientada em uma repartição pública, produzida pelo SBT e estrelada pelo elenco da Record. Sem um mísero "cliffhanger", a narrativa gira em torno dos interesses que rodeiam a cadeira vaga no supracitado conselho, tangenciando um drama aqui e outro ali, e... só. Nada acontece. A segunda metade do livro, por outro lado, você só quer que acabe.
Para não dizer que não falei das flores, o início é interessante e o final, comovente (a tragédia mora é na meiuca).
Talvez minhas expectativas estivessem mal posicionadas, talvez eu não entenda nada desse gênero literário ou, talvez, Mrs. "It isn't hate to speak the truth" Rowling seja uma "one-hit wonder", vai saber. O fato é que o livro fica bem na estante, com sua capinha amarela, e virou minissérie (embora pudesse, facilmente, ser uma novela da Gloria Perez).