As horas

As horas Michael Cunningham




Resenhas - As Horas


58 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4


Samara @o_gato_leitor 24/02/2020

Ler Mrs. Dalloway, de Virgínia Woolf, foi uma das experiências literárias mais catárticas da minha vida. Poucos personagens conseguiram cuspir em mim tanta verdade sobre mim mesma quanto Clarissa Dalloway. As horas é um tributo a essa obra tão fundamental da literatura. Uma espécie de spin-off no qual, por meio de 3 personagens (sendo uma delas a própria Virgínia Woolf), somos confrontados com o universo de Mrs. Dallloway, convidados a conhecer três mulheres muito diferentes (até mesmo no que diz respeito ao contexto histórico), mas que compartilham a percepção de uma vida que não lhes pertence .
.
Na obra de Mrs. Woolf encontramos uma protagonista cuja constituição subjetiva subverte aquilo que lhe é esperado: Clarissa é uma socialite inglesa da década de 20, uma mulher que corresponde aos padrões da época (bem casada, elegante, abastada, vida social ativa), mas que carrega um sofrimento muito entranhado. De forma bastante reducionista, pode-se dizer que Mrs. Dalloway é mais objeto do que sujeito de sua própria existência .
.
A obra de Cunningham é, ao meu ver, genial porque tira da perspectiva individual a vivência de nossa protagonista. Nenhuma delas é Mrs. Dalloway, mas ao mesmo tempo todas são. Virgínia Woolf, Laura Brown e Clarissa Vaughn são acompanhadas por um único dia de suas vidas, e em cada uma delas conhecemos a singularidade da dor e da perda progressiva da sanidade. Três histórias aparentemente independentes, mas que se tangenciam num final digno daquilo a que se propõe esse livro. Três personagens que não se conhecem, mas que estão amarradas por um grande elo invisível (como talvez estejamos todas nós, mulheres) .
.
As horas é um grande livro para ser lido sob a perspectiva do peso acachapante que a sociedade (de qualquer tempo) coloca sobre a mulher. Mas é também um grande livro para ser lido sob a perspectiva da dor psíquica, da perda da sanidade e de si mesmo. Leitura muito potente e muito bem escrita, que me colocou por dias em reflexão. Recomendar seria pouco.
comentários(0)comente



ZW 27/03/2009

o melhor final!
Intercalando as vidas de Laura Brown, Mrs. Dalloway e Virgínia Wolf, o livro expõe os sentimentos de não-pertinência comum à maioria das mulheres.

O começo é um pouco maçante,na partes da Mrs. dalloway. Porém, a vida das três mulheres intercalam-se de forma maravilhosa, mesmo com a diferença de temporalidade entre elas. O final é emocionante.

A adaptação para o cinema é realmente boa, mas... não tem o ritmo e a emoção do livro.
comentários(0)comente



Manu 23/04/2009

Outro abandono porque assisti primeiro o filme, talvez. Mas também, outro livro que pretendo tentar ler novamente daqui a um tempo. O filme "As Horas" é maravilhoso; será que o livro supera?
comentários(0)comente

kahcorso 27/04/2009minha estante
Por isso que não gosto de ver o filme antes de ler o livro, a gente perde o interesse. Comigo foi assim com Senhor dos Anéis, ou foi o fato de que embora eu goste de filmes de fantasia, não tenho o msm apreço pelos livros hehehe



e bem, sobre o livro ser melhor que o filme, em 99% dos casos eh hehehe




spoiler visualizar
comentários(0)comente



Dose Literária 20/02/2013

É quase um prazer voyerístico acompanhar a vida inteira dessas mulheres em apenas um dia.
O primeiro contato que eu tive com esse livro foi através de sua adaptação para o cinema. Rapidamente ele entrou para a minha lista de filmes favoritos e fiquei ansiosa para ler o livro. Até que neste ano, a Eni me presentou com o mesmo.

O livro é dividido entre três personagens e três épocas distintas. Temos Clarissa Vaughan em Nova Iorque, no final do século XX. Ela é uma lésbica de meia idade que vive uma relação completamente ambígua com seu amigo gay, Richard. Ele a apelida de Mrs. Dalloway. No final dos anos 40, temos Laura Brown, grávida, vivendo em Los Angeles com seu marido e seu filho. Ela lê a obra Mrs. Dalloway e se sente inquieta vivendo na rotina entediante. E voltando mais no passado, temos uma fictícia Virgina Woolf, atormentada por sua própria mente, vivendo com o marido no campo e escrevendo a obra Mrs. Dalloway.
O livro é considerado denso e de fato é, mas não há como não se envolver com a escrita de Cunningham.
Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2012/11/1001-livros-as-horas.html
comentários(0)comente



Dilso 25/02/2024

Lindíssimo...
Antes de ler esse livro, leia antes "Mrs. Dalloway". Lembrando que "As Horas" foi o primeiro título do romance, depois descartado e renomeado por Virginia W.. A obra em questão é uma clara homenagem à escritora, um livro lindo pelo qual vale a pena a leitura. Eu adorei.
comentários(0)comente



Lucas 17/03/2014

Cunningham se apropriou muito bem da rara e preciosa capacidade de expressão de Woolf, e o resultado é semelhante: um significativo e rico fluxo de impressões e sensações mais ou menos conscientes, mas que tornam a narrativa um tanto cansativa, com uma carga de exigência sobre o leitor em que não são concedidos aos diálogos e à ação o espaço e a função esperados. Parece que em "Ao anoitecer" houve um melhor equilíbrio - mas, por outro lado, parece que aqui em "As horas" o autor atingiu o cume da sua capacidade de expressão. Talvez seja isso: o vigor da expressividade sufocou a narrativa. Woolf assumiu o mesmo risco em seus romances, sobrepujando-os talvez apenas em "Passeio ao farol", "Orlando" e "Mrs. Dalloway".
comentários(0)comente



Evelyn Véras - 26/10/2014

As Horas
Em um subúrbio de Londres, no ano de 1923, a escritora Virgínia Woolf está escrevendo o que viria a ser um dos seus grandes sucessos, o livro Mrs Dalloway. Enquanto isso, reflete sobre suas dores de cabeça e como gostaria de voltar a Londres, por isso esforça-se para aparecer saudável afim de convencer seu marido Leonard da melhora do seus estado mental.
Já nos ano de 1949 em Los Angeles temos Laura Brown, uma típica dona de casa melancólica e grávida de seus segundo filho, fazendo um bolo de aniversario para seu marido com a ajuda de seus filho de 3 anos Ritchie.
Nas primeiras horas do dia Laura começou a ler o livro Mrs Dalloway e parece refletir sobre o livro, a autora dele, sobre sua vida de casada, sobre seu filho e sobre o desejo de deixar tudo para trás.

Para continuar lendo essa resenha acesse o link abaixo e visite meu blog sobre resenhas de livros..

Bosque da Leitura...Resenha:As Horas


site: http://bosquedaleitura.blogspot.com.br/2014/08/AsHoras.html
comentários(0)comente



Viviane 01/05/2016

Magnífico!
Esse é um livro que leva o leitor a refletir.
São temas pesados. Porém, atemporais.
Suicídio, depressão, arrependimentos.
Não é um livro pra ser abandonado. Tem que ser lido até o fim. Não se trata de um gênero de livro: drama. à uma obra prima!
O final nem passou pela minha cabeça, foi surpreendente!
Cinco estrelas porque não existe dez estrelas aqui!
Recomendo.
comentários(0)comente



Mari 18/02/2024

Lembro que vi o filme há alguns anos e fiquei impactada, mas não estava preparada p/ livro do Michael Cunningham. Maravilhoso!

Acho que gostar ou não desse tipo de história vai muito do quanto ela te toca, do quanto você consegue se conectar em algum nível com as personagens. A escrita inclusive tem a mesma pegada da Virginia Woolf, então p/ quem gosta da autora, é um prato cheio. Eu amei!
comentários(0)comente



Marina 07/02/2018

Que livro bonito! Adorei como o autor usou uma personagem real, e entrelaçou a história com mais 2 personagens fictícias. Gostei também do texto, muitas passagens bonitas, é muito bem escrito. E além disso é muito melancólico, então pra quem gosta de livros nessa vibe é uma boa indicação!
Diogo Maciel 01/05/2018minha estante
Você leu com a tradução do português de Portugal?


Marina 09/05/2018minha estante
Oi, Diogo! Não, li a versão daqui mesmo, da companhia das letras.




@gugugb 13/03/2019

Fica ainda melhor após o filme.
Duas obras sublimes.
comentários(0)comente



Léia Viana 15/08/2023

Três mulheres, três décadas distintas e várias questões.
Três mulheres em três épocas distintas, mas com os mesmos dilemas e emoções compõem o tema central do livro "As Horas", de Michael Cunningham.

Soube da existência desse livro - sim, ainda não assisti ao filme - pelo Clube de Leitura da Ju Gervason: Lendo Clarice Lispector em ordem cronológica. Nos primeiros livros publicados por Clarice, a Ju Gervason aponta algumas semelhanças com as personagens Claricianas e sugere, tanto o livro quanto o filme, como apoio para uma melhor absorção do estilo das personagens femininas de Lispector.

Aqui encontramos essas três mulheres vivendo suas questões pessoais. Virginia Woolf, Laura Brown e Clarissa Vaughan, que vivenciam o tédio, a escolha da identidade sexual e um forte desejo de autonomia e auto-realização. Sendo que para compor o personagem da própria Virgínia Woolf, Cunningham se vale dos seus diários e também do romance "Mrs. Dalloway".

Aliás, é importante reforçar a sub-narrativa respeitante a Virginia Woolf contida neste livro. Também, é importante frisar que gostei da escrita, mas ao contrário de algumas resenhas que li, não achei poética.

Destaco dois fragmentos que considero importantes e que me fizeram refletir muito sobre a vida:

"Ela não é dada a bajular celebridades, não mais do que a maioria das pessoas mas não consegue evitar a atração exercida pela aura da fama - mais do que fama, imortalidade mesmo - que a presença de uma estrela de cinema num trailer, na esquina da MacDougal com Spring, sugere. Essas duas moças paradas ao lado de Clarissa, uns vinte anos, se tanto, desafiadoramente corpulentas esboroadas uma em cima da outra, carregando sacolas coloridas de lojas populares; essas duas moças se tornaram mulheres de meia idade, depois velhas, vão murchar ou inflar; o cemitérios onde forem enterradas acabaram arruinados, com mato crescendo em volta, cães perambulando à noite; e, quando tudo que restar dessas moças foram punhado de obturações de prata perdidas na terra, a mulher no trailer, seja ela Meryl Streep, Vanessa Redgrave ou mesmo Susan Saradon, ainda será conhecida. Ela existirá nos arquivos, nos livros; sua voz gravada será guardada entre outros objetos preciosos e venerados."

É interessante perceber o quanto nós, considerados simples mortais, só permaneceremos vivos enquanto quem lembrar de nós estiver vivo. Mas, os classificados como famosos têm esta vantagem: sua obra será perpetuada de geração a geração, sendo lembrados para quase uma eternidade pelo que realizaram ou como tocaram uma boa parte da humanidade.


"Gostaria de dizer a ela alguma coisa, alguma coisa importante, mas não consigo pensar em nada. "Eu te amo" é fácil demais "Eu te amo" tornou-se quase corriqueiro, algo que é dito não só nos aniversários, mas também de modo espontâneo, na cama ou na pia da cozinha, até mesmo em táxis, ao alcance dos ouvidos de motoristas estrangeiros que acreditam que a mulher deve andar três passos atrás do marido."

O quanto a mulher evoluiu na sociedade e o quanto ainda tem para conquistar? E a banalização de uma frase com significado tão grandioso e que hoje é simplesmente jogada ao vento, como um simples termo utilizado como uma forma de acelerar o relacionamento, a uma falsa segurança de que assim o compromisso está se firmando, que o outro é importante quando na realidade não o é.

Gostei bastante do livro mas fica a ressalva para quem ainda não o leu que leia após a obra de Virgínia Woolf: "Mrs. Dalloway". Não é fundamental, mas creio que a experiência será bem diferente.
comentários(0)comente



Valquiria.Beltramini 27/09/2020

Releitura de Mrs. Dollaway
Uma releitura do livro Mrs. Dalloway, de Virgínia Woolf, uma leitura envolvente , três histórias que se intercalam, cada uma em uma época, muito bem escrito , nos prende do começo ao fim da narrativa.
comentários(0)comente



Rafael.Montoito 18/05/2020

De apertar o coração
Passei anos correndo atrás de uma edição deste livro - esquecia dele por um tempo, depois voltava a procurá-lo nos sebos -, até que finalmente comprei uma cópia usada e em bom estado. Estou imensamente feliz por não ter desistido de o ler ou cedido às afirmações do tipo "mas vc já viu o filme, pra que quer ler o livro se já conhece a história?".
.
"Maravilhoso", "tocante", "sensível" são alguns dos adjetivos que não contemplam a preciosidade que é este livro. Descrente, por vezes, da literatura contemporânea (que perde em estilo, em história e, até mesmo, em escrita, se comparada com os grandes escritores do passado), tenho minhas esperanças renovadas para pensar que, do final do século passado até o presente, volta e meia surgem escritores capazes de contar histórias que conseguem fazer o tempo parar, que fazem o leitor flutuar entre seus parágrafos.
.
Para quem não conhece a história, "As horas" rende homenagem à Virginia Woolf, posto que este seria o nome de um dos seus mais aclamados livros, "Mrs. Dalloway". Em "As horas", Cunningham constrói três linhas temporais de narrativa: na primeira, em 1929, Virginia Woolf tenta resistir à sua doença e começa a escrever "Mrs. Dalloway"; na segunda, em 1949, Laura é uma mulher comum, dona de casa, esposa de um homem comum que alcançou o status de herói de guerra, tem um filho pequeno e está grávida de novo - a pequenez do dia a dia dissolve-se quando ela pega "Mrs. Dalloway" para ler; na terceira, Clarissa, que é chamada pelo seu melhor amigo de Mrs. Dalloway por ter o nome da personagem principal do romance de Woolf, prepara para ele uma festa, a fim de celebrar o importante prêmio literário que esse recebera - seu amigo, que também é um antigo amor da juventude, está com AIDS e pode não viver por muito tempo mais.
.
Para quem leu "Mrs. Dalloway", fica clara a estrutura escolhida por Cunningham que lhe rende homenagem: tal como o livro de Woolf, cada uma destas três histórias são "apenas um dia comum na vida de uma mulher"; e, tal como a autora inglesa, Cunningham esquadrinha e expõe ao leitor os sentimentos mais profundos destas três personagens, em torno de perguntas que a maioria de nós se faz todos os dias: sou verdadeira feliz? o que tenho é a vida que eu queria ter? o que teria acontecido se, naquele exato momento, tivesse tomado uma decisão diferente? não está na hora de - ainda há tempo para - recomeçar?
.
As horas arrastam-se enquanto as mulheres tentam compreender melhor suas vidas, suas escolhas, suas angústias e suas próprias existências. Para o leitor, as horas voam e chegam ao fim cedo demais.
comentários(0)comente



58 encontrados | exibindo 31 a 46
1 | 2 | 3 | 4