João Miguel

João Miguel Rachel de Queiroz




Resenhas - João Miguel


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Ocelo.Moreira 10/07/2024

João Miguel - O Detento
É um livro bem curtinho e conciso. Estilo "O quinze", apesar de não ser parecido e nem tão bom quanto o mesmo.

João Miguel é um livro sobre o próprio João Miguel como diz o título. A história se passa entorno da rotina desse personagem.

Nesse romance a autora como é a vida de uma prisão numa pequena cidade do inferior nos anos de 1932. Ela também faz uma mistura de fatalismo, de acaso, de injustiça social e de uma denúncia e um protesto.

Mesmo o livro abordando tais coisas é sobretudo um romance da solidão!

O livro é bom, mas ao mesmo tempo um pouco cansativo. Mesmo sendo conciso. Acredito que isso se deve ao fato de toda a história se passar dentro de uma cela!
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Cristiane 17/06/2024

João Miguel
Como não amar a prosa de Rachel de Queiróz?
Neste livro o leitor conhece João Miguel, um trabalhador rural embriagado que num arrasta pé se desentende com um homem e o mata. É preso em flagrante.
A forma como a autora descreve as sensações de João Miguel ao constatar que matou um homem é fora de série.
A cadeia é um capítulo à parte: cadeia é chamada de pensão, as celas de quarto e os prisioneiros de pensionistas, mas as condições de vida deles são horríveis: celas sujas, comida que eles mesmos têm que pagar. Há homens, mulheres e crianças naquele lugar.
João Miguel era amigado com Santa, no começo ela vai visitá-lo com frequência, arruma-lhe um advogado, palha para ele fazer chapéus, esteiras e ter algum dinheiro. Aos poucos ele percebe que Santa está se afastando dele, descobre que ela se envolveu com Salú, um dos guardas. Ela deixa de visitá-lo. Ele sofre com isto.
A história dos presos e a forma como eles vivem ali é muito interessante: Maria Elói era casada, mãe de dois filhos, o marido a trocou por outra mulher que ela esfaqueou com uma navalha. Zé Milagreiro matou um homem que insistia em deixar sua burra invadir sua roça .Tem este apelido porque esculpe votos em madeira. Sua mulher e seus filhos estão sozinhos no mundo trabalhando como podem.
Filó uma prostituta que também atacou um homem, ela cozinha para os presos.
Seu Doca o carcereiro... Havia um preso que só dormia na cadeia, trabalhava na roça, um dia tem uma síncope e morre na prisão, seu velório e seu enterro é descrito com muita sensibilidade.
Coronel Nonato mata a tiros Dr. Bentinho, o coronel é inimigo do delegado.
João Miguel vai travar uma amizade com a filha do coronel.
Vale destacar a reflexão de Zé Milagreiro sobre a inutilidade da cadeia, ele fica angustiado com a visita da esposa, e desabafa (página 129).
É interessante que as autoridades não têm nome: o advogado é advogado, o promotor é promotor, o delegado é delegado. Somente tem nome os personagens que convivem diariamente com os presos direta (Angélica a filha do Coronel ou Santa) ou indiretamente ( como Leocádia a mulher que divide a casa com Santa) .
Este livro é o segundo escrito pela autora, foi publicado dez anos depois de O Quinze.
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Laudiceia.Penafort 20/05/2024

Uma história comovente que nos faz refletir a vida do povo pobre, do sistema prisional. O personagem principal, João Miguel, foi preso por matar, com um golpe de faca, um homem comum, durante uma festa, quando estavam bêbados. Passou dois anos na prisão até ir a julgamento. Nesse período, ele reflete, sobretudo no último capítulo, em como será a vida, sem casa, sem emprego, sem família, ou seja, na árdua missão que é recomeçar a vida, se a vida lhe der chance de recomeço.
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Rafael1906 19/05/2024

Vocês só matam por três coisas: terra, cachaça, mulher...
Esta é mais uma obra grandiosa da eterna Rachel de Queiroz. João Miguel, sertanejo que se vê, depois de matar um homem, preso e desonrado em todos os aspectos masculinos, curte anos de prisão até ser levado a júri por seu crime. Durante esses anos, ele recebe apoio de Santa, sua amasia, de Zé, o santeiro que está preso por homicídio também, algumas mulheres que estão pagando suas penas e, logo mais, por Angélica, filha de um coronel do lugarejo.
O livro conta todo esse caminho e todos os personagens que passam por ele durante a prisão de João, as injustiças sociais, as tramóias, as traições, as religiosidades de um sertão que ainda é tão atual e vivo.
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JuanComjota 14/04/2024

?Deus é para os ricos, Dona Angélica??
"...ensinando que o homem foi feito na semelhança de Deus... Que dirá se não fosse!"

João Miguel nunca foi pai, mas poderia ser. O seu. O meu.
João Miguel bebeu o veneno que incendeia coragem nos homens. João matou.

O cárcere transforma quem o vivencia, mas não em outro. Como ser outro se não a si mesmo?
A privação, a criação de novos vínculos, o encerramentos de velhos ciclos. Uma traição, várias lições.
Muitas camadas de interpretação, mas uma me atravessou de forma mais poderosa, mesmo sendo uma leitura curta, a reflexão tende a perdurar mais tempo na minha cabeça.
O sofrer de quem te fez desesperar pode até te trazer prazer, mas nunca, nunca, nunca vai ser um alivio pra sua própria dor.
João preso, traído, se compadece (mesmo que pouco e embriagado pelo amargor da lembrança) da situação de quem uma dia chamou de "Santa".
Escrita leve de uma história tão áspera, carregada e cheia de paralelos. De se levar para a terapia, para descobrir sobre si mesmo. Excepcional!
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@Matcholo 14/03/2024

Rachel dispensa comentários meus amigos, vocês sabem que sou fã de carteirinha e João Miguel foi mais um grata surpresa, acompanhar o dia a dia do protagonista preso por matar um cabra a facadas se torna por demais interessante na narrativa da autoral, com um final lindo de doer, mais um que entra na minha lista de favoritos, LEIAM RACHEL DE QUEIROZ, recomendo fortemente.
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Vanessa.Vtknas 04/02/2024

Retrato de um ser humano que sofre a consequência de um erro
É a história de um homem simples que comete um crime numa bebedeira e vai preso. O livro, escrito em terceira pessoa mas do ponto de vista do preso, relata o cotidiano dele na cadeia, suas angústias, sua visão sobre o crime e suas relações pessoais. É uma interessante maneira de humanizar os detentos, bem escrito e envolvente.
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Sylvia 19/12/2023

Rachel de Queiroz simplesmente não erra uma!

Uma história melhor que a outra; um livro melhor que o outro!

Maravilhosa!
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Hono 15/08/2023

Above the Mother Earth
Gostei. Um livretinho rico em questões, ótima leitura de verão. Sobre temas do profano ou juízos divinos. Rachel de Queiroz consegue transitar muito bem (para o segundo livro publicado da vida dela). Uma boa inspiração para a obra que tô tentando juntar em palavras.
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Tiago 18/02/2023

Rachel de Queiroz e a psicologia do preso
"João Miguel" conta a história do protagonista que dá nome ao romance logo após ele ser preso por assassinato e durante o tempo que passa na prisão. O livro começa exatamente com a cena do assassinato, onde João Miguel, completamente bêbado, se desentende por um motivo fútil com a vítima. Ele é imediatamente preso e é levado ao estabelecimento prisional da cidade, onde irá aguardar o julgamento.

A forma como Rachel de Queiroz conta o tempo que João Miguel passa na prisão é fascinante. Ela consegue explorar muito bem a psicologia do preso sob várias dimensões. Temos o abandono e equecimento paulatino por parte das pessoas que estão do lado de fora bem destacado nesta passagem: "A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar." .

Observamos também como se dá a criação de novas relações dentro da cadeia (tanto com os funcionários quanto com outros presos), os momentos de solidão onde o preso muitas vezes "analisa" o próprio crime e, também, como o trabalho na cadeia é uma via de escape dos maus pensamentos.

Alguns diálogos do livro tem reflexões bastante interessantes, principalmente se a pena de prisão é realmente a forma mais adequada para um criminoso pagar pelo seu crime: " Me diga, Seu João, me diga, pelo amor de Deus, qual pode ser a vantagem para esse homem que morreu, e para o povo do Riaçhão, em me botarem apodrecendo aqui neste chiqueiro, meus filhos morrendo de fome, minha mulher se acabando para arranjar um cozinhado de feijão ou uma cuia de farinha? Por aquele infeliz ter ido para debaixo do chão valia a pena se fazer essa desgraça toda a tanta gente?"

Mais um grande trabalho de Rachel de Queiroz. Este é o segundo livro que li da autora e mais uma vez gostei bastante do seu estilo de escrita.
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voandocomlivros 27/09/2022

〰 "A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.

Afinal, quem se pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?"


"João Miguel" é aquele livro que começa quietinho, bem de mansinho, e quando a gente menos espera, ganha uma proporção gigante.


Foi meu primeiro contato com a escrita da Rachel de Queiroz e eu só sabia ficar encantada com tamanha delicadeza em transmitir suas mensagens. Uma prosa regionalista cheia de oralidade agradável.


O protagonista do livro dá título a obra, "João Miguel" trata a história desse homem de vida simples, humilde, um homem comum, que em um dia de samba, fica bêbado e acaba por tirar a vida de outro homem. Como consequência, João Miguel vai para a cadeia.


〰 "Mas o pior desta vida não é a gente viver só não, dona... Em qualquer parte se acha companhia. O pior é a gente saber que não presta pra nada no mundo, que só serve pra andar se alugando, de patrão em patrão, feito burro de frente."




Quase 100% do livro se passa na cadeia. A Rachel consegue trazer a perspectiva da vida de um preso. Mas a obra não é apenas isso, de maneira muito singela, a autora construiu várias camadas significativas que propõem, ao leitor, inúmeros questionamentos e reflexões. João passa a se autoanalisar, e essa visão interna constratando com a externa fazem borbulhar nossos pensamentos.


Outra questão proposta nesse romance que também pode ser nomeado como social é como a justiça funciona de forma diferente para os ricos e os pobres.


"João Miguel" foi publicado pela primeira vez em 1932, mas que ainda hoje grita por atenção ao sistema carcerário brasileiro.


Eu não sabia muito o que esperar do desfecho, mas confesso que a surpresa foi muito positiva. Esse livro/protesto me fisgou e agora eu só desejo ter oportunidade de ler outras obras da autora.


Você já leu Rachel de Queiroz?

site: https://www.voandocomlivros.com/post/jo%C3%A3o-miguel-resenha
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Rae 12/02/2022

Interessante, porém repetitivo.
Digamos que esta seja uma leitura para quem gosta de livros mais simples em entendimento. O enredo se passa sempre em um mesmo local, sob a perspectiva de um observador-narrador quase que por inteiro. Há um aprofundamento psicológico do protagonista, o que permite o entendimento sobre a questão desenvolvida no enredo de uma forma mais justa. O livro é bom se você pretende usar como repertório para redações, por exemplo, pois retrata de uma outra perspectiva, as angústias e mazelas de quem vive a realidade do cárcere. Talvez seja um ponto de partida pra quem tem resistência sobre essa temática. Aconselho a dar uma chance para além das primeiras páginas, e que se permita vivenciar uma experiência de imersão durante a leitura, porque essa é acima de tudo, uma leitura sensorial.
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Lucas.Batista 24/04/2021

Rachel é Rachel.
Narrativa curta. Sucinta.
A diferença que sentimos quando lemos uma escritora do calibre de Rachel de Queiroz, para quando lemos um Torto Arado, por exemplo, é nítida.
Aqui encontramos um agreste pobre, triste e, acima de tudo, crível.
As denuncias e críticas sociais são tão fortes quanto qualquer narrativa nova, porém aqui você enxerga também a humanidade desses personagens. Eles possuem erros e acertos. Erros que, muitas vezes não são desculpáveis por sua condição social.
E a narrativa de Rachel é chover no molhado. Sublime. Regionalista no ponto certo. Te insere em uma conversa nordestina, mas sem utilizar-se de tanto regionalismo que acaba por excluir a compreensão do leitor de fora.
A é, e a história? João Miguel, logo na primeira página, fica "de fogo" e mata um homem num pagode. A novela se passa então dentro da cadeia, acompanhando as reflexões dele e de seus companheiros. Personagens muito bons e que mostram a maestria dessa escritora, pois ela, em menos de 150 páginas, constrói personagens profundos.
Ótimo livrinho, para ler numa sentada.
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Clau 26/03/2021

Drama da prisão. Traição. Investigação psicológica. Romance social.
João Miguel é o personagem principal do livro: um homem simples e comum que foi preso em flagrante por ter cometido um crime por ele não planejado. A tomada de consciência do preso, sua angústia e tensões vividas na prisão são o foco da narrativa. O enredo do romance se passa no interior do Ceará, traz muito da cultura e registros típicos da linguagem do povo nordestino. Vale a pena ler.
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