spoiler visualizarDudu 02/06/2023
"Como podemos denominar, não sem ironia, um louco?"
A antropologia nunca foi tão desconstruída, desfragmentada e banalizada, quanto neste livro. E digo isso depois de todos os livros que já li até o dia de hoje. Não tive contato com nenhum outro livro do autor, mas se todos eles seguirem esse viés, certamente os deixarei de lado.
A forma como ele aborda os três temas centrais do livro e os secundários, é tão degradante que até mesmo alguns incautos certamente colocarão em dúvidas suas afirmações, acredito eu. No tópico "não nascer" o autor fala sobre a decisão de não ter filhos e o impacto que isso gera na sociedade. Todavia, para entrar nesse assunto ele tensiona suas reflexões a uma desconstrução da Soberania de Deus, tenta suavizar de início, mas fica implícito sua necessidade de ridicularizar o Eterno. Afirma ainda que os pais não possuem condições antológicas de dar absolutamente nada a seus filhos, e como consequência, os filhos nada devem a seus pais. Tentado resumir: Deus não deveria ter criado nada, filhos não pediram pra nascer, portanto não devem nada a seus pais, e estes não servem para criá-los, embora devam fazê-lo, "mesmo o filho sendo um fracasso na vida do pai."
Abordando o suicídio, as coisas ficam piores. Ele afirma que "quando alguém escolhe o suicidar-se pode colocar a decisão nos planos de uma reflexão racional [...]" que "a ideia do suicídio pode ser, dependendo das idiossincrasias, profundamente perturbadora ou profundamente confortadora." "que o suicídio é uma morte menos tramaumatizante" e permite tanto aquele se abstém de viver quando aos seus familiares e amigos se despedirem daquele que optar por partir assim caso este ato seja normalizado. "Nenhum ser humano deveria se sentir-se lesado ou ferido pelo ato suicida."
Em pequenos assassinatos as coisas saem literalmente de controle e normaliza-se o assassinato, apoia-se a loucura até determinado ponto, mas também os reprimi de forma deplorável: "O mundo seria mais respirável com mais suicídas e menos loucos. Fala-se sobre ocultar essa forma de pensar dos demais, e ainda sim a fazer valer, e finalizar com uma frase absolutamente diferente:
"Em filosofia atingimos o inferno ou a trivialidade."