Resenhas - Mansfield Park

Dora 21/04/2021

Uma história sobre a mesquinharia
Este não é um livro sobre amor. Fanny e Edmond não são meus personagens favoritos de Austen; são frios, sem graça. Fanny ama Edmond mas este só a vê como irmã e no final aceita que ela é sua melhor companheira.
Esta, na verdade, é uma história sobre a mesquinharia da sociedade: inveja, cobiça, vaidade, a caridade exibicionista. Fanny enxerga tudo isso nas pessoas que a rodeiam. As irmãs que desejam o mesmo homem, as mulheres que procuram pelo melhor partido, o homem que conquista mulheres sem amá-las, os parentes que ?adotam? a sobrinha sem pretender dar-lhe carinho.
A maioria dos personagens são bem humanos porque nenhum é totalmente bom ou ruim. Todos falham em determinados momentos e tem atos de bondade em outros. Alguns se regeneram após algum sofrimento, outros estão além dessa possibilidade.
Nesse ponto é que o livro se torna bem fiel a sociedade e apesar de dois séculos já terem passado ainda é a mesma.

Esta é a segunda vez que leio Mansfield Park. Da primeira vez foi com uma tradução horrível e agora, finalmente, pude apreciar a obra. Mas não foi esta edição e sim um compêndio com outras duas obras da autora.

Lu 01/05/2021

Eu gosto quando a Jane Austen faz um capítulo se introduzindo na história, só pra contar tudo pro leitor, como se fosse dar notícias de um velho conhecido em comum. Mas dessa vez eu fiquei muito frustrada. A gente não sabe como as coisas se desenvolveram, ela só simplesmente conta: eles casaram! Eu li os últimos capítulos impacientemente, o tempo todo pensando em como terminaria e como a Jane Austen faria pra desenvolver isso nos poucos capítulos que restavam. Por isso minha frustração.

ale 12/05/2021

eu amei! nesse livro a gente vai acompanhar o círculo social da família bertram e todas as fofocas que envolvem essa novela mexicana. eu sou apaixonada pela escrita da jane e esse livro só me fez querer ler mais obras dela

Lutty1 18/09/2022

Quem são os pobres?
Os desencontros dentro de uma mesma família. A posição social, o valor de cada dote, o vestuário, a casa, a propriedade, a quabtidade de ratoa à mesa, enfim tudo o que se destaca em uma serve de desabano para a outra. As origens são as mesmas mas a índole difere e muito. No início da obra uma peça de teatro e o improviso do local é motivo de encontros e ensaios fúteis, até que o dono da casa retorna de uma longa viagem e acaba com o delírio. A menos favorecida socialmente é a que mais tem discernimento frente os devaneios luxuosos e incoerentes. Longas cartas co escrita requintada, só por isso já vale a leitura. Jane Austen no melhor de sua essência. Adorei.

Pois o tempo se impõe entre os planos e as decisões dos mortais, para o seu próprio aprendizado e entretenimento dos próximos.
P 512

Sie Thonas reconhecia as vantagens da adversidade e da disciplina no início da vida, além da consciência de nascer para lutar e suportar. P 513.

Beatriz 23/04/2022

Achei que já tinha visto de tudo, mas romance entre primos?
Achei que já tinha visto de tudo na vida, mas romance entre primos?foi a primeira vez confesso, e se tudo der certo a última. Se dependesse unicamente da habilidade da Jane Austen com o livro, poderia facilmente ser 5 estrelas, mas nesse caso acho impossível ignorar certas coisas da história. Metade do livro é maçante, demora muito pra entrar em um ritmo que te entretém, mas você compreende que é necessário para você compreender individualmente cada personagem, porque a partir da segunda metade, você consegue entender o que cada um vai fazer e como cada um vai reagir aos acontecimentos. A fanny é chata, mas ela é uma boa pessoa, rodeada, porém, de uma família muito soberba, o que acaba influenciando ela a agir de forma soberba várias vezes, o que faz dela uma heroína muito real, todo mundo tem defeitos, e Jane Austen não teve medo de expor os da protagonista. Da família , a única pessoa que gosta dela e trata ela bem é o primo? sim é isso mesmo que vc tá imaginando?ela se apaixona pelo primo porque ele é o único que respeita ela (seria engraçado se não fosse trágico). Até o último capítulo eu fiquei torcendo pra todo o ciúmes dela com o Edmund não passasse de sei lá, ciúmes de irmã, AFINAL ELE CHAMOU ELA DE IRMÃ VÁRIAS VEZES, E ELA CITOU ELE COMO IRMÃO DIVERSAS VEZES TAMBÉM. Por isso fica um relacionamento beirando muito incesto, devo confessar kkkkk não é muito minha praia. Foi difícil engolir e fiquei extremamente incomodada, torci MUITO pro Henry virar uma pessoa boa e pra Mary deixar de querer dar o golpe do baú e se casar com o pobretão do Edmund mesmo, mas infelizmente não rolou, Henry fugiu com a prima da Fanny e a Mary, como irmã dele, jamais iria tomar o lado de outra pessoa né? então o Edmund desolado por não poder casar com quem ele queria, olha pro lado, vê a prima que é apaixonada nele e pensa ?porque não?? Pois eu consigo listar mil motivos do porque não. Se em 1800 a prima da Jane Austen achou estranho e implorou pra ela mudar esse final, não sei porque bulhufas a mulher achou que seria ok? pra mim tirou a maioria do brilho do livro e da história, mas pra não dizer que não falei nada de bom, com certeza um dos livros mais maduros que Austen já escreveu, fica muito claro como ela aperfeiçoou a escrita dela. Te amo muito Jane mas meu pano não é grande o suficiente para romances incestuosos.

Thaliame 08/04/2021

De todos os livros que eu li da Jane Austen nenhum conseguia chegar no patamar de Orgulho e Preconceito pra mim, mas esse conseguiu. Eu simplesmente não conseguia parar de ler ele. Tô completamente apaixonada.

najubs 08/04/2021

Um livro que divide opiniões, mas que me agradou muito. Conforme acompanhamos a vida de Fanny descobrimos um círculo social leviano que só se importa com status. Acho que todos os pontos que são ditos como negativos no livro, como a demora em certos acontecimentos e diálogos, são o reforço para mostrar as características das pessoas e situações que muitas vezes são prolixas e sem fundamento.

Hortência Maria 02/11/2020

Mansfield Park, assim como orgulho e preconceito e todos os livros de Jane Austen, retrata um pouco sobre a vida familiar de algumas famílias, costumes ingleses, sobre o caráter e como molda a personalidade de alguém.E com o romance da primeira página a última, moldando toda a história. Incrível Austen

Paula 17/04/2021

Estou na meta de ler todos os romances da Jane e Mansfield tem uma heroína um pouco destoante das demais das obras da autora. Fany é uma personagem cheia de medos, que você consegue entender, mas não simpatizar.

Isabelle 25/12/2020

Penso ser um dos melhores livros da Jane Austen, talvez o mais focado no ser humano e em seus defeitos, tais quais duas qualidades e em como eles influenciam e agem entre si... Foi uma leitura que me interessou bastante e todos os personagens tinham suas personalidades bem definidas e trabalhadas, superou minhas expectativas inicias!

Thai Zavadzki (@meowbooksblog) 21/02/2020

Me decepcionou.
Eis o livro menos conhecido da Jane Austen! Vejo pouquíssima gente comentando sobre ele e demorei para ouvir falar. Foi a última obra da autora que eu li e justamente por não conhecer até pouco tempo atrás.

E digamos que agora, que eu li, entendo por que as pessoas não falam muito. Acontece que é um livro bastante maçante e como criticar clássico sempre rende gente chata enchendo o saco… As pessoas preferem ficar quietas.

A protagonista é uma qualquer. Sem graça, sem sal, sem carisma, sem nada. Não marca nem um pouquinho, o que torna a leitura chata, inevitavelmente. O único sentimento que ela conseguiu me arrancar é raiva. Não exatamente por ela em si, mas pela forma como a excluíam sempre e ela aceitava numa boa.

As vezes dava vontade de dar um tapa nas costas dela e gritar “REAGE, MENINA”, porque ela é muito passiva! Deus do céu!

A tia dela, Lady Bertram, se aproveita da menina de todas as formas imagináveis, o tio, Sir Bertram, é omisso, assim como o primo mais velho. As primas apenas a subestimam e menosprezam, enquanto a pior de todas é a outra tia, Sra. Norris. Que vontade de dar uns socos nessa mulher insuportável! Ela humilha a menina sem nem disfarçar, não entendo como Fanny demora tanto para surtar com aquelas pessoas!

E mesmo que aquela não fosse a casa, nem a família, dela, Fanny já morava lá há anos! Seria mais do que natural ela reagir de formas mais ativas. Ela é muito morta e a gente acaba sentindo saudade de elementos como a inteligência da Lizzy, a sagacidade de Catherine, sensatez da Eleanor, ardileza da Emma, até a tolice apaixonada da Marianne me fez falta! Porque pelo menos ela fazia alguma coisa, eram coisas idiotas? Eram! Mas pelo menos tinha.

Anne o que tenho a ver?

Enfim, a figura feminina não tem nem um atrativo e quanto a figura masculina… Eu gostei dele. De verdade, achei-o fofo e queria ver ele junto de Fanny desde o início. Só que ele também não é grandes coisas, não. As qualidades param por aí. Na verdade, há defeitos crassos a serem ressaltados, Fanny pareceu ser tomada como uma segunda opção, o que me irritou demais. Que macho mais indeciso! Fofo, porém irritante ao extremo.

A narrativa foca muito em coisas desinteressantes e eu a julguei bastante instável. O livro começou super interessante, parecendo que dali renderia, mas não. Começa bem e depois vai capengando, focando em fatos inúteis. Tipo, eu não quero saber da rotina do povo tão minuciosamente. Eu não me importo com bordados para peças de teatro. Muito menos me importo com quando o tio da Fanny vai voltar! Teve um capítulo que começou falando de uma carta e que Sir Thomas dissera voltar em novembro e são uns três parágrafos discorrendo sobre o mês e sobre a volta. [...]

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@entre.as.paginas 09/05/2021

Jane?
Esse foi de longe o livro mais penoso de se ler da Jane, na minha opinião. Senti a história muito travada, sempre esperando por algum acontecimento e foi tudo tão pacato!

SamireRod 24/06/2022

Assim, dei 3,5 pois a Fanny com Edmund são bonitinhos juntos, e desde o começo do livro eu torcia pra eles ficarem juntos, mas mano, OS PERSONAGENS SÃO MUITO CHATOS, não tem um que se salva. A única mais normal é a Fanny, mas essa menina só chora e não sabe falar as coisas. Esse Edmund acorda, come, dorme pensando na Mary, não faz outra coisa da vida, ela fala um "a" ele só falta lamber os pés dela. Aquela tia Norris insuportável mano, mulher chata do caramba. A outra tia Bertram, não faz nada da vida, só fica sentada costurando e é uma sonsa. As primas da Fanny umas meninas bobas, só pensa em macho. O Tom não serve pra nada. O tio Bertram se salva ali tbm, mas no meio do livro ali querendo "forçar" a Fanny a casar com o Crawford, a menina falou que não queria é pq ela não quer caramba, eohein. O Crawford cara chato do caramba também, a Fanny falava um "a" e ele "oq você disse? Me diga eu preciso saber oq você pensa" ai vai se ferrar mano, homem insuportável, ele e a Maria se merecem. Resumindo, o livro em si não é chato, mas os personagens são uns negócio difícil. Parece que a Jane Austen tinha um dom de criar personagem chato porque não é possível, todos os livros dela tem um personagem insuportável.

Dama 02/06/2021

Constante e Lindo
Depois de 2 meses consegui terminar esse livro! E não, não é culpa dele, é minha. Como conhecedora da escrita de Jane Austen, sei que o começo geralmente é mais lento, para nos ambientar com os personagens e nos ensinar quem é quem. Acabei me perdendo em meio às coisas pra fazer e leitura de outros livros, admito que deixei ele um pouco de lado. Mas a leitura lenta não atrapalhou minha experiência com esse livro, na verdade parece que vivi a história com a protagonista.
A história acompanha Fanny Price, logo depois de um pequeno capítulo de prólogo, que é levada ainda criança para viver em Mansfield Park, com a família rica dos tios. A narrativa segue o ritmo do dia a dia em Mansfield, com a eventual chegada de novos personagens, saída de outros, e acontecimentos um pouco maiores na história.
Também é um daqueles livros em que não fica logo claro qual será o "mocinho" que realmente terminará com a protagonista, que traz um mistério bem gostoso pra história. Fanny é uma personagem de temperamento meigo, tímido e grato, tão respeitosa e cheia de princípios que tanto faltam as pessoas ao redor, que é impossível não amá-la e torcer por seu final feliz. No início todos os personagens, exceto a Fanny, me irritaram demais com sua falsa generosidade, modéstia e alta hipocrisia. Mas com o tempo, passamos a entender muitos deles e até realmente gostar de mais alguns. A maioria tem caráter duvidoso e nos deixa com aquela pulguinha atrás da orelha, o que é perfeito para o plot twist final, o clássico Austeniano de revelar quem as pessoas realmente são.
Se comparado a outros romances da autora, como Orgulho e Preconceito ou Persuasão, Mansfield Park se revela com muito menos acontecimentos e reviravoltas. Mas eu acredito que a leitura valha à pena, por ter uma protagonista gentil, uma história constante e bonita, e também uma válida reflexão sobre o que é realmente importante e de valor.

Quase Thaís 18/07/2020

História repleta de reviravoltas
Mesmo com um começo um pouco mais comedido, os elementos da boa tia de Steventon são nítidos na narrativa. Jane Austen traz em Mansfield Park mais um heroína forte e determinada em manter seus princípios.
O único ponto negativo observado por mim foi a inércia do mocinho, não há dúvidas de que é um bom rapaz e tem seu charme, mas se tratando de um livro de Austen é impossível não tentar compará-lo aos tão admirados Sr. Darcy (Orgulho e Preconceito) ou Sr. Knightley (Emma).