Naty 10/03/2024
Li pela segunda vez e mantenho a mesma resenha
O objetivo do autor no livro é claramente tratar a instituição da Escravidão como algo repugnante e cruel, que não condizia com um país que se dizia civilizado. Tendo em vista que o livro é escrito no século XIX, em plena sociedade escravista, o autor cumpre esse objetivo, porém a obra é passível de críticas.
Para sensibilizar o seu leitor, que no geral eram mulheres brancas da alta sociedade e beneficiárias direitas da prática escravista, o autor traz uma protagonista escravizada de pele clara, cheia de encantos e beleza, dotadas de todas as qualidades que uma branca livre teria. Porém, o questionável é que o autor usa a beleza dela como arma para se posicionar contra a sua escravidão. Como se somente pelo fato de ela ser bonita e educada, ela não devesse ser escravizada.
Isso a torna melhor do que as outras escravizadas que eram negras e menos educadas? A escravidão não deveria ser criticada em todas as suas formas, independentemente da pessoa que seria sua vitima?
Considerando o contexto da obra, é aceitável que essa falha ocorra, mas fica aí a crítica. Tirando isso, a história é bastante envolvente, a escrita é muito fluida e até me surpreendeu. Gostei bastante da leitura.