A Escrava Isaura

A Escrava Isaura Bernardo Guimarães




Resenhas - A escrava Isaura


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Clio0 31/10/2023

A Escrava Isaura é uma das obras brasileiras mais populares do mundo e tem motivo, seu princípio é que o preconceito pela cor da pele é nulo e torpe. Ótima premissa, mas que exige um pouquinho de consciência critíca ao lê-la.

Guimarães é um escritor típico de seu tempo e carrega a obra com excesso de descrições e momentos dramáticos. Todos os exemplos típicos do Romantismo estão presentes: o amor mal-fadado, o sofrimento da heroína, o ideal de beleza associado a dor, o vilão terrível e semi-onipotente.

Há inúmeras circustâncias em que a palavra branca aparece ou é associada com bondade ou civilização. A proposta de "embranquecimento" parece óbvia, no entanto há também várias repetições das raízes de Isaura. Essa contradição permanece na sociedade brasileira e é explicítada pelo autor sem meias palavras.

Como uma obra incipiente do movimento anti-escravagista, sua publicação causou furor na época e, mesmo hoje, é alvo de críticas por aqueles que tentam levar conceitos modernos a épocas antigas. Seu valor, logicamente, é calcado em seu peso como crítica e retrato social e menos como literatura.

Recomendo.
preta velha 31/10/2023minha estante
tenho vontade de reler este livro, por ser uma leitora um pouco mais crítica em relação a primeira leitura, que aconteceu na adolescência, mas tenho uma fila tão grande que não posso me dar esse luxo.


Cris 31/10/2023minha estante
Também tenho vontade de reler, pois também li na adolescencia e lembro de ter gostado muito.


QUEIJO460 01/11/2023minha estante
Boa resenha.




mpettrus 16/12/2022

?Perfídia Senhorial?
??A Escrava Isaura? é uma obra de ficção popular e sentimentalista, publicada em 1883, que ganhou vida pelas mãos de Bernardo Guimarães, estudante da Academia de Direito de São Paulo, romancista e poeta do Romantismo brasileiro, cuja origem mineira é marcada com veemência em sua obra.

? Esse romance é uma obra freqüentemente rotulada como abolicionista, a despeito do teor de sua trama não propor uma extinção nacional ? e datada ? para o fim da escravidão. Ao contrário, no romance é defendida uma solução senhorial ? através da concessão de alforrias ? para se extinguir o regime servil. Eis aqui minha principal crítica a essa obra: o exagero em afirmar que houve certa coragem ao criticar a escravidão em pleno 1875.

Considero sim que essa obra tem um caráter político caracterizado como abolicionista, entretanto, afirmar que esse romance trouxe grande contribuição para a extinção do regime servil é desproporcional ao que ele realmente de fato contribuiu para o fim do sistema escravista.

?A obra também passa uma ideia de que a luta pela abolição do sistema escravista foi tarefa de indivíduos ?brancos?, ?cultos? e liberais ? representado na figura do personagem Álvaro - em detrimento dos escravizados que de diversas maneiras manifestaram seus descontentamento com a escravidão.

Outro ponto muito interessante que notei é sobre a composição das personagens femininas: Rosa, a escrava, portanto, negra, é a maldade em forma de gente, enquanto as personagens femininas ?brancas? são todas moldadas no amor e na caridade.

?E essa caracterização tem seu maior modelo na própria protagonista, que é um exemplo de pureza, ainda que escrava, porém, branca. Ela é talvez o nosso maior exemplo de uma ?alpinista racial? e, neste sentido, personifica a questão da mestiçagem no Brasil, um tema ainda não resolvido no nosso imaginário. O escarvo branco, que oficialmente não existia, era uma realidade que o governo e os escravocratas tentavam esconder, justamente porque no sistema escravista do Brasil o cativeiro se legalizava pela discriminação racial.

?O narrador bernardino nos mostra senhores terríveis representado nas personagens Leôncio e o comendador Almeida, este, estuprou Juliana, a mãe de Isaura. Aquele é a figura máxima de uma personagem senhorial que foi criada para ser obedecida em todos os seus desejos. Elemento que se acentua em seu obstinado e irracional desejo de possuir a escrava branca, ou seja, a representação de um senhor demasiadamente apegado à escravidão e extremamente irracional. No decorrer da narrativa podemos perceber que a perfídia senhorial ia para além de torturas físicas contra os escravizados, havia algo tão pior quanto: a tortura psicológica.

? Tortura psicológica, por exemplo, mostrado na perspectiva do olhar de Sinhá Malvina, que duvidou da ?pureza? da escrava branca, acatando a decisão de seu marido, de casá-la com o Srº Belchior, o Corcunda da história. Também saliento a tortura psicológica da própria protagonista quando fugiu com seu pai, o Capitão Miguel, mas vivia atormentada com medo de ser capturada pelo ?seu Senhor?.

?Sei que o autor fui uma voz ativa na defesa da dignidade dos escravizados, uma luz na escuridão apregoando discursos contra o sistema escravista brasileiro. Reconheço esses méritos. Mas também entendo que ele produziu um discurso favorável à perspectiva senhorial, um discurso essencialmente conservador, quase a nos dizer que ?senhor? e ?escravo? são vítimas, sendo aquele quem mais sensivelmente sofreu as consequências desse sistema injusto. E para corroborar mais enfaticamente essa minha afirmação, Guimarães popularizou uma protagonista romântica, porém, essencialmente branca. E não uma mulher negra, que efetivamente, sofreu com escravidão.

? Enfim, neste romance temos uma conhecida fórmula romântica cujos enredos envolvem um herói e uma heroína, brancos, cultos e ?civilizados? (protagonistas), pelos quais os leitores deveriam se comover e se identificar, e de outro lado um vilão (um ser repulsivo que deveria ser detestado, que sofre uma ruína moral e econômica), que antagoniza uma história de amor marcada por um obstáculo ? a escravidão ? que adia para os últimos momentos a união entre os enamorados. Tem seu valor, mas tenho a impressão de que essa obra envelheceu mal ficando excessivamente datada.
Regis 17/12/2022minha estante
Disse tudo, mpettrus. ????????


jessika59 17/12/2022minha estante
Já li esse,e achei um pouco confusa e arrastada a estória mas gostei


mpettrus 17/12/2022minha estante
Obrigado, Regis ????


mpettrus 17/12/2022minha estante
Acho que confusa porquê os fatos vão acontecendo e não percebemos a marcação dos acontecimentos. E acabamos se confundindo com a temporalidade. Mas Óh, eu achei até que a história foi bem rápida e sucinta, Jé.




Regis 13/08/2022

Fraco...
"Narrando o drama de uma escrava aparentemente branca, educada e bela, o autor pretendeu mostrar ao público da época, 1875, os abomináveis e hediondos crimes da escravidão e o aviltamento da pessoa humana pela distinção de classe.
A obra é um romance regionalista do Romantismo brasileiro. O romance possui a idealização do amor e da mulher, além de apresentar traços abolicionistas."

Partindo disso, eu entendo a importância da obra para a época e em como era difícil em 1875 se tocar no assunto da escravidão e ser ouvido pela sociedade. Mas daí a dizer que esse livro é perfeito como vi em várias resenhas, em comentários e blogs, já é demais.

A pouca discussão que tem sobre a escravidão se passa em um diálogo ente Álvaro e Dr. Geraldo: advogado e amigo íntimo que é contrário a veia abolicionista de Álvaro. A todo momento ele falam como se fosse injusto, que tendo Isaura nascido branca e bonita (Isso é frisado a exaustão) é aviltante que ela continue sendo mantida como cativa.

"? Escrava! - exclamou Álvaro cada vez mais exaltado, - isso não passa de um nome vão, que nada exprime, ou exprime uma mentira. Pureza de anjo, pele alva, formosura de fada, eis a realidade! Pode um homem ou a sociedade inteira contrariar as vistas do Criador, e transformar em uma vil escrava o anjo que sobre a Terra caiu das mãos de Deus??"

Ela é branca e bonita, logo não deve ter a mesma sorte dos outros escravos pois seria um erro com a clara e pura criação divina.

Leôncio é um personagem com uma única faceta: "ser mau".
Ele o tempo todo poderia ter tomado a força o que desejava de Isaura, e a justificativa para que isso não aconteça é qualquer coisa sem sentido. Seu próprio pai fez isso, e sabemos que um proprietário de escravo arrebatado como ele estava, não se privaria de tomar o que achava ser seu por direito.

Malvina a  mulher de Leôncio, muda suas convicções com apenas uma palavra da boca do homem que ela viu diante de si, com seus próprios olhos, desejar sua mucama.
O que se traduz em uma personagem idiotizada.

Isaura o tempo todo se mostra branda e subserviente, a única coisa que presa é pela sua pureza. A servidão parece estar impressa na alma da personagem, já que não luta de forma efetiva pela sua liberdade.
Ao ser abordada por Martinho no baile, logo se entrega como um cordeirinho para o abate, praticamente gritando: sim eu sou a escrava que procura.
Qualquer pessoa em situação semelhante não se privaria de mentir e bater o pé dizendo: deve estar enganado meu senhor, não sou essa escrava.
Fugindo logo em seguida.
Pois ser pega poderia acarretar em morte ou a tortura de ter seu corpo violado de várias maneiras.

Mesmo tendo sido criada pela Senhora dentro de princípios rígidos, não é possível que não haja, que seja uma pequena chama de revolta dentro dela que a fizesse se rebelar de forma mais veemente.
Só fugiu porque o pai tomou a frente e ainda assim na primeira oportunidade se entregou sem sequer lutar para se manter livre.

Gostei da escrita do autor e do narrador que transita entre a onisciência e a observação, e é um clássico de fácil leitura, mas a história me despertou mais de uma vez aversão pela simplória maneira de mostrar a personagem como uma das escravas que realmente sofriam as agruras da escravidão.
E acho que apenas apresentar traços abolicionistas não torna o livro um arauto de virtudes.
A história de amor de Álvaro e Isaura nem é tão cativante.
Me frustrei com essa leitura, sei que tem que ser levado em conta a época em que foi escrita a obra, mas não consegui sentir nada do que é apregoado por todas as resenhas que li... Sinto muito.
Alex 13/08/2022minha estante
Interessante. Nunca li. Tenho certa dificuldade com a literatura brasileira, mas sua resenha me fez pensar: ?se até Casagrande e Senzala, foi criticado por suavizar a escravidão, quanto mais um romance como o descrito por você?.


Si_Mone 13/08/2022minha estante
Entendo... Sinto muito incômodo com as questões de época em um clássico, sei que é impossível sanitizar o passado e luto contra a vontade de desistir da leitura ou julgar a obra como ruim, mas tem coisas que simplesmente não suporto e pronto.


Regis 13/08/2022minha estante
Gosto de livros nacionais, mas não consegui fingir que os personagens não eram fracos e até sem sentido Alex. Mas leia, é rápido e a escrita é a melhor coisa desse livro. ?


Alex 13/08/2022minha estante
Vou tentar.


Alex 13/08/2022minha estante
Aliás em 2023 vou colocar uma meta, de ler ao menos uns 6 clássicos nacionais. Em algum momento preciso começar, não é.


Regis 13/08/2022minha estante
Acho que foi a primeira vez que as questões de época me incomodaram tanto em um clássico Si_Mone. Queria ter gostado, mas Acho que têm coisas que não dá para deixar passar.


Regis 13/08/2022minha estante
Faça isso Alex... Fiz esse ano e estou conseguindo ler muitos clássicos. E a maioria não me decepcionou. ?


Si_Mone 13/08/2022minha estante
Régis... concordo plenamente contigo e acho legal apontar esses questões. ?


DANILÃO1505 14/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Vick 09/11/2011

Decepcionantemente romance. . .
Honestamente? Um entulho textual, tsc, grotesco.

Eis que há muito tempo, Guimarães acordou com ressaca e mal humor e teve a infelicidade de ter uma idéia a qual ele transpôs seus conflitos internos, os seus problemas e feitiches, organizando tudo isso em palavras, chamando-o de livro e nomeando-o de 'A Escrava Isaura'.

O problema que causa a sensação de estupidez, ao meu ver, é o fato de Isaura ser a mulher perfeita enquanto os outros, pouco conseguem brilhar na trama.
Todos a amam não pelo seu interior ou pelos seus atos, simplesmente por suas feições agradáveis. Isaura é quase que um feromônio ambulante. Não, não, ela é o feromônio em pessoa! Objeto de luxo para alguns das personagens, aliás.

As doses de romances exageradas, os detalhes desnecessários na fase intermediária, as personagens mal exploradas e o enredo pouco trabalhado e sofrido são desanimadores e agravam ainda mais a situação desta coisa que alguns ainda cismam em julgar de 'obra prima'.

Sem mais.
Dan 17/10/2017minha estante
Romance horrível mesmo!!! O cânone brasileiro precisa ser revisto e tirar esse lixo da lista de clássicos. É uma vergonha, penso que esse é um dos grandes motivos da Literatura Brasileira sofrer bullying lá fora, e sofre por merecer!! Como um inglês, por exemplo, pode levar nossa literatura a sério se ele ler ''A Escrava Isaura''? Nem a barata do Dickens escrevia mal assim!


Wander.Oliveira 27/12/2018minha estante
Só um idiota vai exigir características realistas de um romance notadamente inserido no idealismo romântico. Pára de dizer besteiras e desfilar sua falta de preparo crítico. Isso é péssimo porque influencia os outros que sabem menos ainda a acreditar que esse tipo de comentário tem alguma validade. Ensina mal e ensina errado neste país de péssimos e preconceituosos leitores.


Wander.Oliveira 27/12/2018minha estante
Decepcionante é ver que há leitores que, sem ter a mínima capacidade de escrever algo de valor, sentem um prazer especial em detonar as obras nacionais já devidamente consideradas canônicas pela crítica especializada. Resenhas como essa, que ensinam a ler mal um romance emblemático como esse é que se pode considerar verdadeiro entulho textual, digno de ser descartada no mais próximo lixão. Não concordo com a opinião defendida aqui. O que me causa uma sensação de estupidez é ver um leitor preconceituoso ignorar o contexto da época, as bases do idealismo romântico e exigir personagens construídos segundo algum tipo de profundidade realista ou psicológica que só seriam desenvolvidas por romancistas posteriores. É o cúmulo do anacronismo mal informado. E o pior é que esse tipo de opinião possa influenciar negativamente àqueles que não leram o livro a fazê-lo sob uma ótica tacanha e estreita. Trata-se, portanto, de uma opinião que deve ser repelida como algo que desvaloriza a contribuição válida de um escritor valoroso, cuja família possui vários escritores importantes no cenário da literatura mineira e brasileira, como Alphonsus de Guimarãens, João Guimarãens, Archangelo de Guimarães, Alphonsus de Guimarãens Filho e Alphonsus de Guimarães Neto. A leitura de "A Escrava Isaura" merece mais respeito do isso. E principalmente uma leitura mais atenta e sábia.


Wander.Oliveira 27/12/2018minha estante
Quanto àqueles que dizem que a literatura brasileira sofre bullying por ter em seu cânone um livro como "A Escrava Isaura" e diz que um inglês não pode levar nossa literatura a sério. Vejamos... Vc está dizendo que eu tenho que dar valor a minha literatura apenas se uma cultura estrangeira disser que ela tem valor? Justamente os ingleses que valorizaram a libra esterlina às custas de todo o ouro roubado de nossa terra pelos portugueses que o usaram para pagar pelas dívidas contraídas pelos produtos da revolução industrial denunciada pelo Dickens em "Tempos Difíceis"?Esses mesmos ingleses ladrões que mandavam surrupiar ouro dos galeões espanhóis enviando piratas e corsários como Frances Drake a mando da rainha da Inglaterra? Uma cultura forjada por ladrões espoliando terras por todos os continentes da terra? São esses que vão me dizer como valorizar a cultura de minha terra? Desculpe-me, mas pertenço com muito orgulho a um povo latino, verdadeiro herdeiro de um império sem igual, que dominou o planeta por mais de mil anos, e não preciso disso para saber que a cultura brasileira possui uma força que não deve vassalagem a nenhuma nação anglo-saxã, seja na Europa ou na América. É preciso abandonar esse complexo de vira-lata e passar a enxergar nosso verdadeiro valor e parar de abanar o rabo para quem vem aqui apenas para levar embora nossas riquezas.


Estefany43 09/11/2020minha estante
Gostei muito! É um livro farto de detalhes e verossimilhança, por exemplo: Durante a história, Isaura, por ser branca e educada é idealizada apesar de ser escrava. Os leitores da época não se interessariam pela história se fosse uma mulher negra... A descrição do autor ao falar sobre a escravidão foi excepcional.


Bruno 11/05/2022minha estante
Homens se interessarem apenas pela beleza é o retrato da época. As mulheres eram objetos. Os homens buscavam que fosse bela, recatada e de ?família?, o resto não importava. Então é bem real quanto a isso. Isaura além de bela, é bem educada e bem versada nos afazeres doméstico.




Laryssa Barros 21/04/2022

Expectativa completamente frustrada
Esperava bem mais desse livro, não apenas por ser um clássico da nossa literatura, mas também por ter assistido a uma adaptação quando adolescente e ter me encantado com a estória. Mas o que encontrei no livro foi apenas uma espécie de bravata abolicionista, que foi completamente hipócrita, pois em vários momentos os personagens apresentavam discursos extremamente racistas. Sendo assim, todo o encantamento instantâneo produzido pela Isaura, me soou muito inverossímil, tendo o único homem a ter escapado aos seus encantos ter sido seu pai.
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Roger Oliver 21/03/2021

Estilística Fantástica de Bernardo Guimarães
O autor pecou um pouco quando menosprezou o intelecto de diversos personagens: ora eram sagazes e astuciosos nos dizeres e exposição de raciocínio, ora eram dementes. Ao que me parece o autor tentou encurtar a história, ou tornar os acontecimentos mais cômodos, poupando-o de estender a história — mas para isso precisou “fingir” que o personagem não pensou em algo melhor para fazer (o que obviamente ficou incoerente com o que esperávamos daquele personagem). Apesar de tudo isso, o livro foi escrito com tamanha elegância que não consegui dar nota menor do que cinco estrelas.
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Vick 11/11/2011minha estante
Resenha perfeita. Sem mais.


Suzana 18/11/2012minha estante
O livro é romântico demais... teve horas que perdi a paciência com a leitura.
E todos os personagens são preconceituosos, do começo ao fim. Quem se salva é o feioso do Belchior.




Marina 03/09/2020

Em poucas palavras: Isaura tem como únicos atrativos ser branca, linda, jovem e prendada. Só por isso, é desejada e cobiçada por todos (por ser gata. E branca, lógico).
Parece ser um anjo na terra, uma fada (como bem diz Álvaro), mas enquanto o autor alaba o seu carácter forte (por não se render aos desejos de Leôncio), logo nos primeiros capítulos vemos como ela é submissa, fraca, resignada e está muito longe de ser uma escrava forte e uma heroína pela qual sentimos vontade de torcer. Isaurinha tem a pachorra de dizer, LITERALMENTE: "Deixe-se disso, senhora; eu não penso em amores e muito menos
em liberdade".
Uma escrava que não pensa em liberdade? Pelo amor de Deus!

Como um outro usuário comentou, o livro, longe de promover que os brancos sentissem a barbaridade da escravidão, só provocou que os brancos tivessem raiva de que uma mulher branca (e pura e perfeita), fosse escrava. Porque os negros, o autor continuava descrevendo como invejosos, diabólicos e malévolos.

A doce e linda Isaura, no auge de seu sofrimento, ainda diz:
"Meu Deus! meu Deus!... já que tive a desgraça de nascer cativa, não era melhor que tivesse nascido bruta e disforme, como a mais vil das negras, do que ter recebido do céu estes dotes, que só servem para amargurar-me a existência".

Então, né. Podre. 2,5 estrelas porque, pelo menos, a trama é ágil.
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Joao.Paulo 29/12/2016

Todo o clássico tem que ser lido com a mente da época
A Escrava Isaura é um livro que com toda a certeza do mundo não funciona nos dias de hoje, por inúmeras razões, como: a questão de entendermos que só a escrava branca merece a liberdade, que as virtudes de Isaura estão ligadas a cor de sua pele e etc. Porém, temos que entender a época em que esse livro foi escrito. Naquela época quem eram as pessoas que liam os folhetins nos jornais? Quem era o publico leitor? Principalmente as sinhá donas de casa grande, eu tento compreender que a figura dessa escrava branca filha de uma mulher negra e um capitão do mato (se eu não me engano) era o que tocava os leitores na época. É hipócrita? Sim, eu acho que é uma hipocrisia muito grande, mas a gente não tem a cabeça daquela época, diferente de alguns, se essa história teve uma importância para o movimento abolicionista então quer dizer que realmente essa era a maneira de chegar ao publico leitor sem chocar muito. Diferente dos dias de hoje que eu acho que devemos dar esse choque nas pessoas, naquela época não era muito bom fazer isso. Então se você pretende ler "A Escrava Isaura" tenha em mente que para você a história pode parecer extramente racista, mas naquela época não era. Vou fazer uma comparação, é como a Ariel da Disney, na época em que o filme foi feito ela era considerada uma personagem rebelde, hoje em dia não. Então tenha isso em mente se for pegar esse livro para ler. Você gostando ou não, isso não importa, o que importa é entender que a história funcionou em uma determinada época.
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JurúMontalvao 12/07/2023

Meio que Deus Ex Machina do início ao fim
As soluções (plots) pareceram-me meio que desesperadas, como se Bernardo Guimarães quisesse cortar qualquer possibilidadezinha de a obra tomar rumos, por ele, desconhecidos ou inesperados.

A partir de certo ponto, esse desespero pra "fechar logo" todas as cenas parece fazer algum sentido se estamos lendo uma peça teatral, mas a obra está catalogada como um romance!
Bom, a essência teatral está lá e talvez explique as várias adaptações que o livro teve pra TV.

Sobre o conteúdo, vou macunaimar: Ai que preguiça! rsrsrs Não... brincadeira rsrsrs?
Bem, a obra é considerada romance regionalista e, às vezes, também descrita como abolicionista.
Há trechos e diálogos pontuais sobre a condição de pessoas forçadas à escravidão, mas, a meu ver, não é abolicionista porque não traz oposição à escravidão enquanto sistema econômico e social.
Alan kleber 21/07/2023minha estante
"Sinha Moça" tambem foi um que me decepcionou bastante. Achava que seria um livro melhor.


JurúMontalvao 22/07/2023minha estante
Alan, minha leitura dos clássicos tá mt estranha...tipo, na escola li só os q precisava pra ir bem nas provas, afinal estudante n tinha tempo de ler o q queria, mas sim o q precisava.?? agora q tenho tempo pra ler, decidi que queria ler os clássicos, mas n sou mais aquela leitora escolar q via td como positivo pra literatura e pros meus resumos, resenhas e redações...hoje, q considero q tô amadurecendo como leitora, vejo defeito em td (e defeitos graves!), começo com expectativa e termino com decepção... tá um saco isso pq de certa forma sinto q n é justo com as obras tbm, afinal elas são só uma "fotografia" de um outro tempo sei lá...desculpa essa desabafão?




Ivan 12/03/2021

Um clássico
A leitura é um pouco difícil por ser um livro mais antigo, devido as palavras e expressões pouco comuns.
Mas é uma leitura agradável, uma obra prima do romantismo de época.
Conta a vida da bela e educada heroína Isaura, perseguida por seu proprietário Leoncio. São descritos todos os dissabores que ela tem que sofrer em virtude de ter nascido escrava.
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Rebecca.Lucena 22/01/2022

Por que não li antes?
Eu adorei este livro. Lembro de ter assistido a novela quando era criança, mas o texto original é de longe surpreendente, assim como o seu final. O conteúdo desse livro tem um teor libertário e de contestação social muito importante para a sua época, mas uma coisa é fato: não dá para ler com os olhos de hoje e sim por meio de seu contexto histórico.

É uma narrativa que passada a estranheza de linguagem, te conquista pelos personagens coadjuvantes e pelas descrições de caráter, que embora sejam caricaturas, são espetaculares. Uma baita de indicação para amantes e não amantes da literatura brasileira.
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Livros e Chocolate Quente 05/12/2022

Chato chato chato
Talvez eu "não entenda a magnitude da obra" atualmente, mas entre todos os clássicos que ei já li esse foi com certeza o mais chato e entediante.

Nada acontece e não é nem um pouco interessante, tão cansativo que quase me lançou em uma ressaca literária.
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estela.lavinia 05/11/2023

Esse foi o clássico mais rápido e mais fácil que já li. Para mim, nem parecia que ele foi escrito no século XIX.
Tem sim, algumas questões que poderiam ser mais desenvolvidas, mas num geral, eu entendi o porquê dessa história ter tido tanto sucesso.
Alice.Adriane 05/11/2023minha estante
Eu ameeeeei a novela!!!! ??


apucarana 05/11/2023minha estante
mano mandou bem na critica




uepa 30/07/2022

A sua novelinha das 19h
A escrava Isaura é uma obra de Bernardo Guimarães característica da segunda geração do romantismo na literatura brasileira. A narrativa segue pelas (des)aventuras de Isaura, uma escrava branca, que só deseja a paz. Por ser portadora de uma egrégia beleza e ter sido criada com nobre educação, a moça é alvo de diversos tipos de abordagens ( que beiram o assédio em alguns casos ).

Novelinha? Novelinha
Do movimento literário em que a obra provem, é comum notarmos a presença de personagens herói, heroína e vilão. Dada a falta de profundidade em que são tratadas, permanecem estáticas em seu caráter; mantêm defeitos e virtudes, independente das ações exteriores: " sempre iguais a si próprias e jamais reservando surpresas ao leitor por suas características específicas, mas tão-somente por sua ação."
O que me surpreendeu foi a movimentação de cenários. Acostumados à cenas que discorrem em poucos ambientes, preparem-se; Bernardo anda até de canoa.
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