Janaina Vieira - Escritora 18/10/2021Se você está na França, aja como os francesesO livro é muito bom, li em três dias! É impressionante como as diferenças culturais são fortes em qualquer lugar e determinam boa parte das nossas ações, escolhas, hábitos e preferências. A narradora da história, uma norte-americana, um dia descobre que criar filhos em Paris, França, é exatamente o oposto de criar filhos nos EUA, sua terra natal. Ela se casa com um holandês e, por razões de trabalho, eles vão morar em Paris. Em seguida ela se descobre grávida. E aí começam os problemas culturais! Desde a gravidez até praticamente o "fim da vida", nada é igual ao que ela vivenciou. E agora?
Se nos EUA, por exemplo, a criança é considerada quase o "rei" da família, na França não é assim. De um lado do oceano, os americanos não gostam da ideia de mandar os filhos para creches, mas na França isso é comum e quase "obrigatório" desde que a criança completa dois anos de idade, até porque as creches são públicas, muito bem organizadas e estão espalhadas pelo país inteiro. Crianças norte-americanas são criadas para se tornarem as melhores em alguma coisa e por isso não devem ser cerceadas. Ou seja, "podem quase tudo". Na França, os limites são muito bem definidos e a criança reina, por exemplo, em seu próprio quarto, mas esse é o limite de liberdade que ela tem. Espalhar brinquedos pelo próprio quarto? Pode. Fazer a mesma coisa na casa inteira? Não pode. E assim por diante. O livro é muito interessante, com certeza, mesmo para quem não tem filhos.
Acho que muitos pais e mães brasileiros talvez não concordem com a tal criação à francesa, mas que o método tem muitas vantagens, é certo. A partir do que corresponde ao ensino médio eu já não acho legal, muito menos a cultura do ensino universitário. Porém, no que se refere à educação de crianças até o começo da adolescência vejo muitos benefícios (com algumas adaptações, claro).
Para quem gosta do assunto, recomendo muito! O livro também tem passagens bastante divertidas. Vale a pena ler!