Por Que as Nações Fracassam

Por Que as Nações Fracassam Daron Acemoglu
Daron Acemoglu
Daron Acemoglu
James A. Robinson




Resenhas - Por Que As Nações Fracassam


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Daniel 09/06/2013

Liberdade e inovação produzem sociedades mais ricas.
O livro descreve e compara sociedades muito parecidas que se diferenciam ao longo do tempo (como a Espanha, França e Inglaterra no fim da Idade Média) produzindo economias e graus de desenvolvimento econômico completamente opostos ao longo do tempo.
Ainda que não apresente uma resposta única às razões da riqueza e pobreza das nações, mostra que sociedades que permitem maior participação social e controle sobre os governos tendem a ser mais inovadoras, ricas e desenvolvidas que aquelas que tendem a concentrar o poder nas mãos de elites que resistem a mudanças que possam ameaçar seu controle. Aquelas tendem a criar mais riqueza e distribui-la, enquanto estas tendem concentrar a riqueza e destrui-la. Ainda que não seja claro o processo pelo qual isso acontece (cada sociedade reage de formas diferentes a fenômenos semelhantes) é possível observar que quanto maior o poder de pequenos grupos, menor a chance da sociedade se desenvolver e produzir ou assimilar inovações.
O livro também aponta o fato de que as sociedades europeias coloniais normalmente se associaram a elites locais ou copiaram modelos econômicos locais, como o trabalhos forçados na América Espanhola ou a comercialização de escravos na África, para maximizar os lucros do modelo extrativo e esses modelos continuaram em vigência depois da descolonização prolongando a pobreza sob o manto de diferentes ideologias (ditas de esquerda ou direita) que simplesmente legitimavam a exploração existente. Esse processo continua ainda hoje com a busca de paises com mão de obra barata com o apoio das elites locais que se beneficiam dos investimentos sem oferecer nada em troca para a população.
Muito interessante a anâlise sobre o desenvolvimento sob governos autoritários os quais podem criar a impressão inicial de maior desenvolvimento (como na URSS, China e Cuba) canalizando recursos de uma área da economina para outra, principalmente da agricultura para a indústria ou outro setor de prestígio (que serve como "vitrine"), mas que no longo prazo são incapazes de sustentar o crescimento e, ao não oferecerem nenhum estímulo à inovação, tendem a entrar em colapso.
O livro tende a certo academicismo, traçando arcos de séculos para para indicar mudanças reais em contraste com o mundo de rápidas mudanças a que estamos acostumados. A URSS durou menos de oitenta anos, o que é muito pouco para justificar a sua importância como modelo econômico.
De qualquer forma permite entender um pouco melhor o abismo que separa as sociedades das Coreias do Norte e Sul que partindo das mesmas condições iniciais (economias agrárias com governos autoritários) são hoje umas das mais ricas (a do Sul) e uma das mais pobres (a do Norte) do mundo. E, por outro lado, o caminho que a China vai escolher no futuro próximo, entre o controle da elite cujo modelo está se esgotando ou a democratização que integre a maioria da população na escolha do seu destino.
comentários(0)comente



Señorita Li 09/06/2013

Porque Inglaterra é rica
O livro explica a teoria de que os países são ricos por terem instituições inclusivas, que permitem o controle do poder pelos distintos segmentos da população. A diferença dos países pobres, que possuem instituições extrativistas, onde os governos são controlados por uma elite que não representa a população, mas aos seus próprios interesses, fomentando ditaduras, abusos de poder, etc, etc.

Para demonstrar esta teoria, o autor fala amplamente de exploração colonial na Latinoamerica e da exploração inglesa na África. Explica como esse abuso de poder dos colonizadores gerou novos abusos de poder após a independência e como se gera um circulo vicioso, onde a elite se perpetua no poder enquanto a grande massa se empobrece. Fala também como foi a diferença da colonização dos Estados Unidos e como na Inglaterra a Revolução Gloriosa garantiu as bases para um governo que represente a todos e não permita os abusos de poder.

Em geral achei interessante a breve historia das nações e do seu desenvolvimento econômico.

Mas este livro esquece-se de explicar como os países com "instituições inclusivas", como Inglaterra e os Estados Unidos, fomentaram estes governos na África e Latinoamerica e as diferenças entre os países pobres e ricos, e usufruem destas instituições extrativistas.

Esquecem também de explicar como o capitalismo de mercado que suas instituições fomentam, geram as elites e as diferenças e os abusos. Como são as grandes empresas provenientes destes países “inclusivos”, que obtêm sua riqueza por medio da opressão dos países "extrativistas".

Ache um ponto de vista muito parcial, muito americanizado, e pouco representativo dos países "pobres". Sabemos que muito do que padecemos é causa dos governos que não nos representam, mas também sabemos quem tira proveito dessa mão de obra barata e tercer mundista são os países ricos.

Lamentavelmente nossa realidade é um pouco mais complexa que esta teoria das instituições inclusivas...
Fotossíntese 16/02/2015minha estante
Nem sempre apenas os "países ricos" obtêm sua riqueza por meio da opressão dos países "extrativistas".

Veja o caso da Vale (brasileira) e a exploração mineral em países africanos ou da China também na África.

"sabemos quem tira proveito dessa mão de obra barata e tercer mundista são os países ricos", quanto a isso, o que tem feita a China com os seus países vizinhos asiáticos mais pobres, a fim de camuflar barreiras comercias a seus produtos instalando empresas chinesas em países com mão de obra barata e exportando seus produtos a partir de lá.

Sem essa de ricos x pobres. Todos fariam as mesmas práticas comerciais, basta que tenham a oportunidade.

Sorry






Graciano 02/03/2015minha estante
Concordo que o livro é um pouco parcial e pra mim foi pouco convincente.
Mas existem exemplos de países "desenvolvidos", com instituição inclusivas e que não fomentam exploração extrativista nos mesmos moldes das ex-colonias, tipo a Austrália.
Ora, o livro se propõe a explicar o porque as nações fracassam e não o mundo. Como ter um planeta inteiro com "bem estar social" e desenvolvimento é outra história...

O autor deixa bem claro que, as elites que empoderaram na Inglaterra surgiram justamente por conta do livre mercado ultramarino. Na minha opinião os abusos não são culpa do capitalismo, mas sim falta/excesso de regulamentação ou falta/excesso de competitividade saudável.


Raul 21/05/2015minha estante
Em suma, para você a riqueza e a bonança são coisas naturais e não haver isso é que é algo inatural, irreal, impensável.
Próximo...


Nélson 05/02/2016minha estante
Liana,

Eu pretendia fazer uma resenha (estou quase terminando o livro), mas você já escreveu exatamente o que achei do livro.



Flavio.Gabriel 15/12/2016minha estante
Liana, me poupou uma resenha! Obrigado!




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