Barroso 13/01/2010
quinta resenha
“Como alguém pode descrever um assalto engrandecendo seus assaltantes? Como uma pessoa pode ter carinho e dedicação pela maioria dos personagens que, invejosamente, habitam seus dias gloriosos? Como pode-se ter amor e dedicação na maioria das linhas que se escreve? Enaltecer maravilhosamente a natureza e os artistas fundindo-os freqüentemente? Ter clareza nas mínimas declarações e vidência em todas as atitudes, colocando perfeitamente as palavras, sendo mestre nisto, a ponto de realçar essa criação de modo singular? Ter definido caminhos e pensamentos, tanto ideológicos como de vida, que numa simples descrição permitem nos convencer de sua perfeição? Ter aversão à violência em todos os sentidos e ser fortemente delicado? Ser crítico, em potencial, de injustiças por todo o mundo, rebaixando desde as más administrações educacionais até as ditaduras políticas? Ser incansável lutador das causas minoritárias, condenando o racismo a ponto de renunciar a um alto posto diplomático? Este é Neruda na sua autobiografia."