A Mãe

A Mãe Maksim Górki




Resenhas - A Mãe


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triz.machado 28/10/2022

Panfletário? Sim, mas há contexto e ele deve ser levado em consideração
Para entender o livro, o porquê dele ser um pouco panfletário, é preciso entender quem é Máximo Górki.

O autor teve uma vida muito difícil. Foi sapateiro, desenhista, lavador de pratos, vigia em um teatro porque não conseguiu entrar na universidade, depois pescador, vendedor de frutas e etc. Sua vida melhorava nunca, ao ponto de já ter tentado suic1dio.

Em virtude da tentativa, ele engajou-se na política porque era quase um operário (quase porque ele era descendente de camponeses, logo não era um operário de nascença), membro de uma classe altamente explorada pelo regime tsarista. Górki passou a ler Marx. Não obstante, ele passou a seguir os passos do revolucionário Lênin, que sequer ainda tinha tentando uma revolução no momento. Nesse tempinho, ele foi preso, mas o auge da situação foi em 1905, período pré-revolucionário, onde houve a tentativa de derrubar o último tsar, o Nicolau II.

O livro se passa justamente nesse período. O romance inspira-se em um acontecimento real onde em 1ª de maio de 1902, na cidade de Sormovo, as tropas de Nicolau II atacaram massas operárias e reprimiram fortemente as manifestações na cidade mencionada. Diante dessa repressão política e exploração econômica sofrida pela classe operária pelo regime imperial tsarista, Górki escreveu "A mãe".

Pélagué Nilovna é a mãe, e Pável, seu filho. Ambos membros da classe operária que mais tarde derrubaria Nicolau II com a Revolução Russa de 1917, causando ascensão de Lênin. Pável, que aqui é quase um Lênin, vai ser muitas vezes preso com a sua tentativa de tumultuar a classe trabalhadora com a finalidade de derrubar o tsar, mencionando os trabalhados forçados e as parcas horas de descanso. A sra. Pélague, na sua fragilidade, assume muitas vezes o papel do próprio filho, ao ponto de irradiar seus sentimentos também aos operários enquanto seu filho fica em cárcere. Desse modo, Pélagué leva panfletos às indústrias, responde mal as tropas do tsar, ajuda amigos do Pável que também são revolucionários e etc.

Aqui, "A Mãe" mostra a revolta do próprio autor, que era comunista, na imagem de Pélagué e Pável e seus compatriotas. Portanto, o fato de ser "panfletário" condiz com a situação histórica. Quanto a nota que eu dei (3/5), muitas vezes o livro se torna cansativo, talvez até prolixo, o que me incomodou um pouco. De toda forma, é um livro bastante rico, principalmente quanto ao contexto histórico.


site: https://www.instagram.com/readstriz/
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Peleteiro 01/07/2022

Poderia ser mais curto, mas não deixa de ser brilhante
Um pouco prolixo, mas encantador. Uma narrativa brilhante! Cada palavra bem medida e posta no lugar certo. Um final brilhantemente arquitetado. Um livro de encher o coração.
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Cringe Literário 31/12/2021

Uma mãe revolucionária
Resenha ?????
A Mãe: Máximo Górki
@novafronteira

Romance Russo sobre consciência de classe, relatos de pobreza, propaganda da movimentação da revolução socialista russa.

Com descrições dos abusos sofridos pela classe suburbana dos operários das fábricas que viviam nas cidades e dos trabalhadores do campo.

E o mais importante, narra a trajetória de uma mãe ao se tornar uma revolucionária.

A personagem principal, a mãe: Pélagué, representa o papel de muitas mulheres referenciadas nesse período histórico e nesse contexto político-social, geralmente como esposas, não letradas, com função social limitada, com casamentos por conveniência sofrendo violência doméstica.

Somente após a morte do marido que essa mãe/mulher consegue ter tempo para ocupar seus pensamentos com filho e com seus próprios sentimentos, antes sua preocupação era não apanhar desse marido alcoólatra.

Com o pai falecido, Pavel filho de Pélagué, junto com seus novos amigos se torna um revolucionário engajado na luta dos trabalhadores.

Mas a mensagem mais impactante dessa obra é o crescimento da personalidade da personagem que representa não só uma mulher e não só uma mãe, Pélagué.

Uma mulher velha, submissa, refém de seus medos, que se torna uma
Ativista na causa do povo, liderada por seu filho que está agora preso.

Ela ocupa pouco a pouco o lugar do filho, ela leva a mensagem da "verdade" em seu coração para os oprimidos.

Eles lutam por uma vida digna e o sistema não quer proporcionar isso.

Apesar de ser uma ficção, um romance russo, essa narrativa tem um fato histórico como pano de fundo:

*1902: uma manifestação de estudantes russos que pedem melhores condições de vida, melhores condições de trabalho e junto a eles havia uma senhora, uma mãe. Foi um marco histórico importante contra o Czar e para a história da Rússia.

Eles buscam uma utopia...e deveríamos buscar essa utopia também???

* UTOPIA: substantivo feminino
1. lugar ou estado ideal, de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos.
2. qualquer descrição imaginativa de uma sociedade ideal, fundamentada em leis justas e em instituições político-econômicas verdadeiramente comprometidas com o bem-estar da coletividade.
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Gabriel Alencar 30/06/2021

Muito panfletário pro meu gosto
Gente, sem querer acho que acertei na loteria dos livros. Se o bendito site da Biblioteca Nacional abrisse, eu poderia ter certeza de que este livro é classificado lá como "obra rara". Presumo eu que se trata de uma edição de pelo menos uns 50 anos (embora eu tenha quase certeza de que ela é mais antiga do que isso!). Pra completar: super bem conservada, com tudo intacto.

Acho que não preciso ter vergonha de admitir que não conhecia esse autor. Máximo Gorki, pseudônimo de Aleksei Peshkov, foi um dos mais importantes escritores no começo da União Soviética (ele morreu nos anos 1930). Defensor árduo e apaixonado do regime socialista, ele imprime uma boa dose de militância nas suas obras.

Aqui tem um ponto interessante antes de partir para a análise da obra. Nunca escondi de ninguém que não tenho paixões pelo socialismo; mas achei muito bom ver que, apesar da discordância de ideias, eu consigo apreciar uma obra que tem claramente uma inclinação política. E não só apreciar, mas extrair coisas boas, coisas que marcam. Creio que essa deve ser a essência de todo bom leitor.
"Acostumados a ser oprimidos pela vida, aquela gente considerava todas as transformações possíveis como próprias somente a tornarem o seu jugo ainda mais pesado." (p. 7)
Como falei, eu não conhecia o autor. Logo no começo, com essa citação aí em cima, eu já saquei que o cara tinha cara de ser da era modernista. Trazia o realismo forte da Rússia pré-sovietica. Há umas tendências na escrita que apontam pra isso também, como as temáticas mais chofres e personagens que são os mais pés-rapados possíveis da sociedade.

O livro não tem necessariamente uma linguagem simples, até por conta da época da tradução (pra se ter ideia, encontrei um "rehaver" – e não foi erro de digitação). Mas, não sei por que, o livro é extremamente fluido e dá vontade de continuar lendo página atrás de página. Dissesse que era um cliffhanger atrás do outro, mas nem isso! Não sei explicar, talvez seja pura e simplesmente a capacidade narrativa do autor, que fisga o leitor de jeito.

Existe na linguagem da literatura russa alguma coisa de truncado que não sei explicar direito. Ora é direto demais, ora é melindroso demais. Isso deixa o texto truncado de um jeito estranho. Imagino que é só uma forma cultural de organizar a linguagem. Um jeito tão diferente do meu que, embora eu não saiba dizer exatamente o que é, percebo uma diferença.

Já que citei a tradução, vou falar da revisão do livro, porque oxente viu! Olha, sinceramente eu acho que o tradutor devia estar numa pressa danada (não sei se por culpa dele mesmo ou da editora), porque pense num livro cheio de problemas. Há vários erros de digitação, como ausência de travessões em determinados momentos, erros de português mesmo (ausência de letras, por exemplo).

Mas acho que vale lembrar que essa é realmente uma edição antiga – uma edição que não tinha Word pra mostrar os erros básicos. Pra ter uma ideia, em uma nota de rodapé o tradutor fez referência a "réis" pra dar ao leitor uma noção de valor em relação aos "copeques" russos.
"Somos todos nascidos da mesma mãe, da grande, da invencível ideia da fraternidade operária, em todos os países da terra." (p. 34)
Quanto ao conteúdo da obra, a mistura da verdade com a mentira nos discursos dos revolucionário é ao mesmo tempo triste e cruel. Um fiapo de verdade, que serve de floreio pra um conglomerado de mentiras. É a essência da filosofia mais perversa que pode haver. Infelizmente eu vejo que há ali uma semente de boa-fé, de vontade de fazer o que é certo. Meu problema não é o "o quê", mas "como" isso é realizado. Mas nesse ponto não estamos mais falando de literatura, então prefiro seguir em frente.

O foco narrativo na mãe foi uma sacada muito inteligente do meu ponto de vista. Embora o filho seja o personagem com traços mais próximos de um "herói", o autor deixa as cenas sempre centradas na mãe, na sua realidade, no seus dilemas, no seu jeito de ver a cena. Ele faz aquilo que eu mais gosto: falar dos personagens cujas histórias poderiam até passar despercebidas, mesmo que isso não signifique que eles não sejam importantes.

Até em momentos cruciais da trama, nós ficamos à margem dos grandes acontecimentos ou, mesmo estando neles, não conseguimos entender o que se passa. Por quê? Porque é exatamente assim que a mãe, uma senhora de idade, iletrada e alienada, vê e experimenta a situação.
"O meu marido me bateu tanto, que sacudiu de mim todas as recordações. A minha alma era completamente fechada; tornou-se depois cega e muda." (p. 84)
O autor não tem pena de mostrar a realidade da época. Tá que boa parte do que ele escreve tem por objetivo um pouco de sensacionalismo pra gerar um sentimento de revolta. Mas vale lembrar que ele não estava necessariamente exagerando a realidade, uma vez que aquilo era realmente comum – e que o próprio autor chegou a experimentar várias agruras dos pobres.

Na segunda parte o livro dá uma desacelerada grande demais pro meu gosto. Eu acho que isso se deu em razão da falta de um ticking clock, ou seja, de algum acontecimento no futuro que desse pressão à história. Embora os fatos sejam interessantes, a gente só vê a protagonista vagar entre acontecimentos, sem noção certa de futuro. Isso acaba deixando o texto entediante. Mas talvez isso seja parte do estilo do autor, que realmente foge um pouco ao entretenimento meramente comercial.
"– Eu não lhe queria mal, nem me alegro por ele ter morrido... Tinha apenas dó dele... E agora... nem mesmo isso sinto mais...
– Eis o que é a vida, mamãe!" (p. 116)
O livro tem frases muito impactantes que fazem a gente pensar. Como falei, essa é a grande beleza da boa leitura: eu consigo ver frases que fazem o texto brilhar. O autor é extremamente inteligente na escolha de algumas palavras e – o mais triste – terrivelmente certeiro nas realidades que descreve e nos sentimentos que desnuda.

Penso que, neste ponto, ele se aproxima muito de Érico Veríssimo (quiçá este último até tenha lido Gorki!). Falar da realidade, do dia a dia, dos personagens que não estão no centro dos acontecimentos e, ainda assim, fisgar o leitor com histórias fantásticas, porque percebemos que a beleza da vida não está apenas no grande ou complexo, mas especialmente no pequeno e no simples.
"É certo o que diz, Natacha! declarou a outra, depois de refletir. Para viver é preciso que se espera alguma coisa. Nada esperar, é viver?" (p. 176)
Assim como você, Pélagué Nilovna, mãe do operário militante Pavel Vlassof, eu também não acredito que seja possível viver sem esperar nada. Eu só espero, sinceramente, que a sua esperança esteja nas coisas boa da vida e que seu desejo de alcançá-las não deturpe seus princípios mais básicos. Só assim você poderá um dia conhecer a Verdade.

site: https://escritoraoacaso.blogspot.com/2021/04/resenha-mae.html
Marlo R. R. López 16/05/2023minha estante
Excelente resenha, dá vontade de ler o livro. Até estranhei as duas estrelas que você deu!




Ebenézer 22/02/2021

Leitura libertária.
Não conhecia o russo Máximo Gorki e foi lendo a sua obra A Mãe que tive a imensa sorte dessa descoberta literária. Dessas joias que me acompanham há décadas e que somente agora "escapa" da minha estante para me encantar ainda mais pelos autores russos.
A Mãe, de Gorki, é aquela literatura engajada que, com seu enredo tenso e suas personagens fortes, transporta o leitor para experienciar, à distância, o contexto histórico do que foram as condições políticas, econômicas e sociais da Rússia contemporâneas ao autor.
A obra de Gorki é denunciadora das circunstâncias sociais paralisantes e embrutecedoras a que estavam submetidos os camponeses, os operários, os trabalhadores, enfim, as classes sociais da base da pirâmide.
Todo o enredo da obra A Mãe está circunscrito nesse ambiente severamente hostil aos trabalhadores no qual todos os movimentos sociais eram espionados e duramente reprimidos.
Regimes políticos totalitários abominam movimentos libertários e, no caso russo, a repressão sempre foi a tônica para o pronto aniquilamento das liberdades individuais uma vez que da repressão sistemática dependia toda a estrutura do sistema político vigente.
É exatamente esse império do mal que a obra de Gorki procura evidenciar mediante a apresentação das condições vis do povo russo em seus estágios preliminares, do desabrochar dessa percepção da força do povo em busca de sua emancipação.
É libertador acompanhar a tenacidade, a coragem e a determinação de Pavel. Seu caráter indômito, penetrante e contagiante cujas características fortaleceram muitos trabalhadores russos e, especialmente, sua mãe Pélagué para enfrentar com realismo e denodo as adversidades na dura trajetória, independente dos custos pessoais a que se expunha quem ousava enfrentar o regime imperialista russo.
Pélagué, mãe religiosa e devota, sofredora na alma e no corpo, vivencia uma mudança substancial em seu engajamento político-social que a fazem perder seu apego à transcendência espiritual que cede lugar a atitudes mais imanentes e pragmáticas, defendendo, então, que a autêntica libertação do ser humano está na livre determinação das pessoas.
Máximo Gorki escreveu como escreveu porque sabia na pele sobre o que escrevia: a biografia de Gorki é um longo caminhar enfrentando adversidades, mas semeando a boa semente da dignidade humana em oposição à subserviência imposta pelo Estado.
Gorki em A Mãe, "um autêntico romancista da revolução proletária e de uma nova era, lançando através das suas dolorosas páginas as ideias que pregava e que a massa entendia e esperava."
Enfim, Gorki realmente é o Máximo.
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Carol 19/03/2020

O livro nos apresenta a dura realidade dos trabalhadores e a luta dos revolucionária dos cidadãos em busca de seus direitos e de uma vida digna.
É muito interessante também acompanhar as mudanças da mãe, mulher tão simples, que através de seu filho, começa a conhecer e se interessar pelas questões sociais e políticas em que vivem.
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Ana Clara 05/07/2018

Este é um exemplar do que poderia ser descrito como uma quarta geração romântica, a revolucionária. Na Rússia pré-1917, Gorki narra a luta dos novos heróis: homens e mulheres determinados a defender a verdade e a solidariedade proletária (e camponesa) em meio a repressões, prisões e exílios. A defesa do socialismo aqui é profundamente emocional, e se dá pelo exemplo eloquente do respeito, abnegação e amor entre aqueles que se dedicam a defendê-lo.
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Gabê 23/08/2016

O início desse livro me trouxe muitas esperanças. Achei que se tratava de um livro que dava conta de narrar um período histórico ao mesmo tempo em que conferia profundidade aos personagens principais. Infelizmente, não foi assim. O livro vai ficando cada vez mais raso em relação as personagens e seus sentimentos em relação ao mundo.
Tenho certeza que aos dezessete anos de idade teria amado este livro, mas aos vinte e quatro me sinto menos propenso a acreditar em saídas românticas e personagens sem profundidade. Pobreza não é e nunca será sinônimo de simplicidade existencial. Vlassova (a mãe) é realmente uma personagem interessante, o autor lhe concede certa complexidade, ainda é pouco. Mesmo as disputas representadas neste livro são muito mais complexas na vida real. O mundo não é um jogo de oposições simples.
nana lima 10/06/2018minha estante
olá, tudo bem? troca ou vende A Mãe do Gorki?


Gabê 12/06/2018minha estante
Podemos conversar sobre isso sim. Preferia trocar do que vender. O que acha?


nana lima 29/06/2018minha estante
acho ótimo!




Cristiano.Vituri 08/08/2015

Russia 1907 X Paraná 2015


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Nica 14/05/2011

Possuo este livro, A Mãe, de Máximo Gorki, há algum tempo e sempre ficava adiando a hora de lê-lo, exatamente para que o momento de nosso encontro fosse para quando eu estivesse preparada, sem muitas obrigações de leitura ou de trabalho. Sempre faço isso com alguns livros, espero o momento certo para aproveitá-lo melhor. Assim, deixei nosso encontro para este mês de maio por ser o mês das mães, da mulher e principalmente do trabalhador, e foi confortante saber que fiz a escolha certa.
...
Fiz a resenha completa deste livro no blog http://lereomelhorlazer.blogspot.com/2011/05/mae.html#more
Agnes 17/02/2017minha estante
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Pseudokane3 06/09/2010

Quando a realidade é mais urgente...
Um dia, eu estava a ler este livro numa praia, enquanto aguardava a chegada de alguns amigos e fui parado por um senhor, que ficara admirado por encontrar alguém lendo ali. Perguntou de que livro se tratava e, quando eu mostrei, calhou de ele ser justamente um professor de literatura russa do Rio de Janeiro, em férias na cidade de Aracaju, onde eu moro. Conversamos. Foi bonito!

É mais ou menos assim que se desenvolvem as relações humanas neste livro fabuloso: como se o acaso mandasse, mas, na verdade, levando-se em consideração os clamores hodiernos e cotidianos da interação social. Maravilha de livro. Passei a valorizar e respeitar ainda mais as diferenças culturais entre eu e minha mãe 39 anos mais velha depois de lê-lo...

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Alessandra 28/12/2009

Pelageya é uma mulher simples, ingênua e de origem humilde, através de seu filho revolucionário ela toma conhecimento de questões sociais e políticas do meio em que vivem, aderindo ao movimento, esta mulher sensível e inteligente, até então submissa e ingênua, aos poucos vai despertando (acordando) para a sua dura realidade, numa sociedade machista e autocrata. Traz a tona questionamentos sobre a vida, especialmente a vida das mulheres em geral, bem como de toda a sociedade, dos trabalhadores, se tornando uma revolucionária que junto com seus “camaradas” lutam pelos direitos dos trabalhadores, pelo direito dos cidadãos a uma vida digna.
Escrito em 1905 me faz lembra das histórias sobre o período da ditadura militar no Brasil. Em diversas passagens, penso que é absurdamente atual, apesar das grandes transformações políticas, das diferenças de época e diferenças culturais. Quantas Pelageyas ainda existem na Rússia, na China, no México e no Brasil e em varias partes do mundo, muitas das quais não despertaram ou não podem despertar.
Apesar do tema o livro de forma alguma é entediante pelo contrário, é instigante; a mediada que demonstra a força e obstinação de uma mulher simples, sofrida, de pouca instrução, uma mulher do povo, em frente a injustiças sociais e políticas de sua época, e trazendo uma carga de humanidade, uma garra de superar os próprios limites, de aprender, de ser melhor, fazer melhor enquanto mulher e cidadã. Como muitos dos escritos de M. Gorki é uma lição comovente de humanismo e obstinação.
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