Telma 27/10/2013Seis estrelas! ;)Resenha feita por Mallu Marinho para o Blog Livro com Dieta
Editora: Novo Conceito
Páginas: 416
Estou simplesmente sem palavras em relação a esse livro. Minha intenção era escrever uma super resenha citando todos os motivos possíveis para todos lerem esse livro, mas eu provavelmente daria muitos spoilers ou poderia criar tanta expectativa que quando alguém resolvesse ler, acabaria se decepcionando e toda a minha "credibilidade" de resenhista iria por água abaixo, não?
Primeiramente pensei que o resultado de eu ter amado tanto esse livro foi porque quando olhei a capa e li a sinopse, não dei nada. Não criei nenhuma expectativa, simplesmente não esperava nada demais. Mas me enganei. E muito.
A sinopse, que particularmente achei muito fraca, não nos prepara para o quanto vamos nos prender nas 416 páginas que nos aguarda. A genialidade da Karen White em guiar a história e fazer com que não queiramos parar de ler é absolutamente fantástica.
A Julie está há 17 anos procurando por sua irmã, Chelsea, que desapareceu quando ela tinha 12 anos. Agora, com 28, ela se vê diante de uma grande responsabilidade: Mônica, sua amiga há 10 anos faleceu, deixando-a como tutora de seu filho Beau, de 5 anos, e uma casa de praia, em Biloxi, que sua família costumava passar os verões.
Mônica havia acabado de fugir de casa quando conhecera Julia e a última se vê voltando ao passado de Mônica através de um endereço que tem em mãos e algumas histórias que a amiga contara antes de morrer. Quando vai até a casa de praia descobre que esta foi completamente destruída pelo Furacão Katrina que havia passado ali 5 anos antes. E então Julie conhece a família de sua melhor amiga e percebe que os segredos são muitos e que conhecê-la (talvez) não foi obra do acaso.
“Porque algumas coisas nunca devem ser esquecidas. Não importa se é uma lembrança que nos ensine alguma coisa ou uma lembrança de algo precioso, como um botão para rebobinar a vida. Às vezes, é só o que temos.”
O livro é narrado em primeira pessoa por Julie, mas alguns capítulos são narrados por Aimee, avó de Mônica e que tem papel fundamental na solução do quebra cabeça. A família guarda um grande segredo que é o mistério do livro e é a explicação para tudo que acontecera no passado. Cada capítulo tem uma descoberta e o suspense vai até a última página. Não aquele suspense que fica cansativo depois de um tempo, mas aquele suspense que lhe deixa no meio termo entre querer acabar o livro logo para desvendar o mistério e não querer que o fim chegue logo para se deliciar um pouquinho mais com cada página.
"As respostas que buscamos nem sempre são aquelas que desejamos."
Agora vamos para o contexto histórico: Furacão Katrina.
A mensagem do livro é bem bonita em relação a devastação que o Katrina fez na região de Nova Orleans e como as famílias que perderam suas casas e até suas famílias conseguiram se restabelecer e construir suas vidas novamente, ainda que a área ainda seja considerada de risco e um novo furacão possa voltar a atingir.
“River Song”, como é chamada a casa de praia que foi destruída, acaba se tornando uma missão para Julie. Ela deve reconstrui-lo, ainda que não acredite e nem ache lógico as pessoas reconstruirem sabendo que a qualquer hora pode tudo ir abaixo de novo.
“- Eu? Reconstruir? - balancei a cabeça negativamente. - Primeira coisa contra: não sei nada sobre construção ou reconstrução. E, segunda: já esteve lá? Viu como está? São tantos os que não voltaram ou que não reconstruíram, eu entendo completamente. Por que investir tanto tempo e dinheiro se cada temporada de furacões significa uma nova ameaça?
Aimee me fitou fixamente com aquele olhar azul.
- Por que levantar arranha-céus em São Francisco que podem vir abaixo em um terremoto? Por que construir fazendas no Kansas ou em Oklahoma que podem ser varridas por um tornado? - Ela bufou, o que pareceu tão improvável para uma senhora idosa elegante que quase caí na risada. - Para onde queriam que fôssemos, afinal? Eu acho que, se ainda respiramos, temos de continuar. Portanto, nós reconstruímos. Começamos tudo de novo. É exatamente o que fazemos. Imagino que era isso que ela desejava para o Beau: um sentimento de pertencimento, de ter um lugar para o qual voltar, estivesse onde estivesse. Um lugar para ele chamar de lar por senti-lo assim, respirá-lo. Saboreá-lo.”
E eu não poderia deixar de destacar a dedicatória do livro:
“Aos moradores da Costa do Golfo e de Nova Orleans, porque eles sabem melhor do que ninguém o porquê de reconstruirmos.”
Estou apaixonada pela Karen White, a sensibilidade dela é algo que eu não consigo descrever. Já virei fã e já pretendo ler “De volta para casa” também publicado aqui no Brasil pela Nova Conceito.
Após a Tempestade entrou para os meus favoritos e foi o meu livro do ano (pelo menos até agora).
Seis estrelas pode? Hahaha
site:
http://livrocomdieta.blogspot.com.br/