Grazi 11/04/2020
Leitura indicada para quem gosta de clássicos.
Entrei nessa leitura já sabendo que mesmo o nome do livro sendo Ana Karenina, grande parte também corresponde a Lievin.
Tolstói tem uma forma de escrever simples, sem enfeites desnecessários, o que deixa a história de fácil leitura e sem dificuldades para pessoas das épocas futuras ler. Não possui aquelas descrições de ambientes minuciosas e vamos ao longo da história descobrindo as mudanças dos personagens que muitas vezes nos desgosta da leitura.
Na minha leitura, achei ambos os personagens (Ana e Lievin) parecidos demais na questão de buscar a felicidade e também desespero quando não a encontra. Acho ambos tanto carnais (nas descrições do livro tanto Lievin como Ana são descritos como pessoas agradáveis ao se ver), e inteligentes ( uma parte bem legal no final mostra o encontro de Ana com Lieven, e ele mesmo sabendo da condição dela de mulher separada, não a julga, e sim a considera uma mulher encantadora e muito inteligente, os dois escreviam) e espirituais, procurando o conceito do amor utópico que não se pode encontrar nunca, firmando sua eterna felicidade neste conceito.
No início amei tanto Ana Karenina, sua postura, beleza, tanto física com da alma, distribuindo alegria como disse Vronski, que não conseguir perdoar Tolstói por fazer o que fez com tão bela personalidade, no meio do livro transformou ela em uma figura mesquinha e egoísta e apesar de grande culpa do isolamento social que sofreu, não achei coerente essa insanidade dela.
Me parece que Tolstói focou na felicidade de Lievin, e mesmo assim, no final não o encontramos feliz de todo, mas com dúvidas e vivendo sentimentos pela metade ( busca pela religião, paternidade e a esposa), muito parecido com Ana no início do livro, homem de deveres cumprindo seu papel de pai de família.
Kitty me irritou muito, não gostei dessa personagem de forma nenhuma, não a achei conceito de pureza e nem de perfeição cristã. Mesmo com a maternidade, a acho com personalidade de criança mimada e querendo agradar demais a sociedade.
Quanto a Vronski, achei que ele teve o relacionamento com Ana assim como o leitor, no início amava Ana, tanto de corpo como de alma, ela era livre, decidida, correta, era uma musa para ele, uma mulher que ter ao lado dava certo status de superioridade a ele. Depois, quando ela começou a ficar possessiva e sem controle de si ( e nesta parte culpo tanto a Vronski como as falsas amigas de Ana), seu amor se tornou apenas carnal. No final não o sentir arrependido e nem chorando pelo amor dela, mas sim perdido por não ter mais a sua bela estátua de prêmio para mostrar a todos.
Devo também ressaltar a crítica escondida em vários momentos sobre a aparência de felicidade escondida na sociedade russa daquela época, no julgamento apenas da mulher e não do homem pela traição no casamento e as falsas relações de cortesia para manter a sociedade.