spoiler visualizarPaulinha 03/09/2012
Bem melhor do que esperava!!!! =D
Na entrada da vila de Tizangara é encontrado um pênis nu e cru, os soldados das nações unidas estavam explodindo; preocupados com esses acontecimentos foi enviado a essa pequena vila no meio do continente africano uma delegação para apurar os fatos.
O administrador local Estevão Jonas, para mostrar as demais civilizações que eles também eram cultos e mandou chamar um jovem rapaz e o nomeou tradutor oficial do governo.
Com a chegada dos representantes das Nações Unidas, todos foram ao local onde jazia o anônimo sexo, porém aquele indicio não era suficiente para descobrir quem era a vitima.Para solucionar essa questão, por indicação do administrador mandaram chamar a prostituta local.
- Prostitutas? Vocês tem cá disso?
-É a descentralização senhor ministro, é a promoção da iniciativa local- e repetia enfunado- A nossa Ana!
Ana Deusqueria era uma mulher de demasiado corpo e insuficiente vestes, onde ela passava chamava atenção.Para a investigação sobre a explosão dos capacetes azuis, foi escalado o italiano Massimo Risi para fazer um relatório, ele fez algumas perguntas a Ana Deusqueira às quais ela respondeu com muita altivez.
- Morrem milhares de moçambicanos, nunca vos vimos cá.Agora, desaparecem cinco estrangeiros e já é o fim do mundo?
-“Mas vou lhe ajudar!” Esse homem aí era do sexo *maisculino.
Massimo não precisava de tradutor, mas mesmo assim o jovem tradutor a mando do administrador não saia de perto dele, havia preparado uma casa para o italiano Massimo, mas ele preferiu ficar na pensão local; lá encontrou uma velha com corpo de moça, quando o seu olhar cruzou com o dela ele sentiu um arrepio percorrer por todo o seu corpo.
A noite Massimo foi dormir e acordara todo suado, teve sonhos eróticos a noite toda com a velha e estes pareciam que haviam sido reais, saindo do quarto deparou se deparou com ela e está disse-lhe que estava grávida e o pai do filho dela era ele.
Tizangara é uma vila cheia de mistérios, suas ruas são *impreguinadas de miséria o real e o imaginário se confundia, nada era o que parecia; mesmo depois de ter acabado a guerra a população andava com medo, aquela pequena vila era cheia de corrupção e superstição.
“ Para viver num país de pedintes, é preciso arregaçar as feridas, colocar a mostra os ossos salientes dos meninos.”
Os políticos viviam da miséria do povo, e estes não se rebelavam porque acreditavam que aquilo tudo que lhes acontecia era castigo dos antepassados.
O livro “O Ultimo voo flamingo, de Mia Couto”, tem personagens muito marcantes como Sulplício o pai do tradutor, Zeca Andorinho, Pe. Muhanho e a mulher do administrador dona Ermelinda; com um enredo fascinante trazem a tona a cultura de um povo e a realidade do continente depois da guerra e guerrilhas. Um livro que ao mesmo tempo que é comovente é divertido. A forma como foi escrito, causa nos a impressão que somos nós o tradutor de Tizangara.Creio que foi essa a intenção do autor ao não nomear esse personagem.
A editora optou por manter inclusive no titulo a ortografia vigente em Moçambique, o que deu um tom muito peculiar a leitura. Foi um livro de leitura rápida e agradável. O autor caprichou nesse livro ele é muito critico, tem frases marcantes e profundas, porém confesso que não compraria esse livro pelo titulo, pela capa talvez; o titulo a principio não consegue transmitir toda a profundidade do livro, mas depois da leitura percebemos que melhor titulo não poderia ter.