spoiler visualizarDébora 13/11/2017
Decepcionante
A premissa do livro é ótima: quatro personagens são transportados por um piloto misterioso e desconhecido e vão parar num mosteiro tibetano secreto, Shangri-Lá. Lá, segundo a sinopse, eles teriam contato com a mais alta sabedoria e espiritualidade, despertando e percebendo o caos do mundo "civilizado".
A primeira parte é bastante envolvente e o ritmo é bom. Acompanhamos o clima de mistério acerca da identidade do piloto e do destino do voo.
A partir da chegada ao mosteiro, porém, a narrativa se arrasta, pouco revelando sobre os mistérios do lugar e pouco afetando os 4 personagens, salvo Conway, o protagonista, que se sente bem física e espiritualmente no novo ambiente.
Portanto, a "iniciação" nunca chega a acontecer, e se alguns dos personagens desejam permanecer no local é por pura conveniência ou crença na providência divina, e não pelo ambiente em si. E, após muitas páginas que mais descrevem o mosteiro e a personalidade das personagens, o protagonista é convidado a um encontro com o Lama Superior, onde algumas coisas são enfim reveladas.
Pensei: pronto, agora sim a história vai se desenvolver, apesar de que já passei da metade do livro. Agora os personagens terão contato com as práticas e filosofias do mosteiro.
Mas o livro faz o oposto, nos decepcionando, pois Conway se deixa convencer facilmente a abandonar Shnagri-Lá e partir com seu amigo. Tudo isso depois de ter a certeza de ter encontrado a felicidade, de ter passado a narrativa toda com a certeza de permanecer no local e de ter sido designado como o sucessor do Lama Superior. Ele, o "iniciado", o equiparado aos demais lamas em nível de sabedoria. Não me convenceu.
Tudo isso sem falar do plot twist em que um conhecido de Conway, um escritor denominado Rutherford, escreve a história a ele narrada, pelo protagonista, e viaja mundo afora simplesmente a fim de encontrar pistas do paradeiro de Conway e da veracidade do relato.
Não se engane pela sinopse! O livro é, em suma, a construção de uma expectativa que não se concretiza em nada.