A República

A República Platão
Platão




Resenhas - A República


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Dreyer 05/03/2014

"abraçar a essência de cada coisa"
A República é a criação de um Estado ideal onde Sócrates e alguns outros pensadores da época criaram o perfil com todos os detalhes enfatizados do que seria um "Estado ideal" visando o bem comum da sociedade com detalhes como a formação do cidadão, até a nomenclatura de quem seriam os ‘comandantes/governantes’. A educação do cidadão foi direcionada para formação de defensores do Estado e cada um tem sua função para o bom funcionamento do mesmo.

Platão (Sócrates) destacou alguns pontos fundamentais e outros bem polêmicos, principalmente ao falar da formação das mulheres e filhos, mas se o leitor conseguir fazer a leitura de forma limpa e cronológica percebe-se a evolução do pensamento e até adaptar para algumas sociedades de hoje.

Para manter um adulto perfeitamente centrado em sua função é necessário que haja um trabalho de educação desde o começo de sua vida e voltado exclusivamente para aquela função, assim também eleva a importância de que cada cidadão deveria cuidar de sua função apenas, sem se meter na função alheia. Outro ponto importante é quando Sócrates e Polemarco entendem que para entender e usar Simônides é preciso conhecer vários pontos de seu pensamento e só então considerar que o entenderam. Uma observação importante para valorização do conhecimento da essência de uma coisa para então podermos nos apropriar dela.

Entre tantas contradições, uso da dialética, uma das primeiras foi sobre exatamente o que a obra trata: justiça. Quando a dialética aparece, o leitor atento, consegue fazer um paralelo com suas próprias ideias e então pode acrescentar mais ideias aos diálogos. É um trabalho exaustivo, mas de muita valia para quem deseja entender suas ideias e a do pensador. Quando começa a discussão sobre justiça há a necessidade de encontrar um ser totalmente justo e outro totalmente injusto. E então chegamos na formação do Estado ideal (justo).

Alguns temas paralelos são trabalhados como a questão da remuneração da troca de conhecimento quando Trasímaco alega que “não basta aprender, você deve pagar”; outro quando trata a mentira como algo a ser útil ao homem e logo depois seria como remédio.

Para criação de um defensor do estado ele enfatizou a importância da cultura, ginástica e música onde era preciso encontrar o meio termo para manter o defensor do Estado em equilíbrio. Para isso é preciso encontrar o que deveria apresentar ou não aos seus cidadãos indo de postura, passando por contos, músicas, exercícios cada parte muito bem detalhada pelos personagens a conversar analisando todos os pontos. E então temos um outro ponto paralelo e possível de adaptar ao hoje: a formação do currículo. O poder cria e modela o currículo de seu país a favor daquilo que ele deseja, ou seja, para favorecer os seus interesses. Sócrates enfatiza com exemplos e justificativas claras de como seria e seus benefícios para o Estado, mantendo essa postura de ‘apresentar o que convém’ visando o bem do Estado aos olhos do poder, no caso (Republica) um Estado ideal/justo e benéfico para seus cidadãos.

Características como o exagero, intemperança não inspiram moderação, e então chega-se na necessidade de despertar/criar três faculdades fundamentais: coragem, temperança e sabedoria. Onde cada uma é responsável por sua atuação no defensor, sendo que onde uma predomina as outras, será a virtude visível no defensor. A obra analisa como chegar em cada faculdade e encontra onde estaria a quarta faculdade que então é a justiça.

Não pense que a remuneração e vida do defensor ficou de fora, no livro IV é feita uma análise profunda e cuidadosa a respeito disso visando a prevenção da alma do defensor. Já o livro V ficou reservado para algo cheio de contradições e polêmicas: como seria a formação da mulher e os filhos. É um ponto onde Sócrates usa a racionalidade comum dos cidadãos e enfatiza que o importante é o bom funcionamento do Estado para que suas ideias tenham melhor aceite aos demais.

A parte 1 de República termina com um belo diálogo sobre o ‘belo’ e a opinião. O que seria o belo? Quem admira o belo? Podemos considerar quem aprecia o belo das coisas, um filósofo? E a opinião? Onde ela está? E quem a tem poderia ser um filósofo? Qual a diferença entre um filósofo e quem tem opinião sobre algo que admira? Além da busca pelo intermediário entre o conhecimento e a ignorância. É uma obra instigante que, se apreciada com tempo e dedicação, nos leva a novos milhares de horizontes no pensamento, é um convite para “abraçar a essência de cada coisa” (Sócrates).

site: http://paoladreyer.wordpress.com/2014/03/05/a-republica-parte-1-platao/
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Marcos 28/02/2014

Mais que uma descrição, uma metodologia
Existem duas formas principais de se aproximar da obra-prima de Platão. Por um lado temos um estudo profundo sobre a pólis, a referência que o filósofo tinha de sociedade. Não se trata de uma utopia, como acham alguns, da defesa de um estado perfeito, mas da busca da idéia da pólis, do que faz algo ser uma scciedade, da relação do uno perfeito com sua manifestação real e corrupta.
A segunda forma de aproximação é como o método filosófico que permance insuperável até hoje. Confrontando as retóricas de sua época, Platão busca o conhecimento novo, a síntese do que existe. O capítulo central do livro é a alegoria da caverna, que magistralmente registrou a essência da filosofia.
De maneira geral a reflexão sobre a República, que talvez fosse melhor traduzida como cidadania (Politéia), é a demonstração prática da método socrático, revelando toda a genialidade de Platão e tornando seu livro uma peça essencial da cultura clássica, atual até os dias de hoje.
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Marcelo 28/01/2014

"Mais luz"?
Lançar luz é para ver além da imagem, do objeto, do material palpável; é encontrar um saber. O saber não abarca o todo, mas funciona como uma pista. Diz que podemos avançar um passo, que devemos olhar para os lados e para traz; assim, estabelecemos uma conexão e um diálogo com a vida e com a experiência, sem as quais não temos fundamento para nossa construção. Quem disse que o amor edifica, nada mais disse que através dessa iluminação divina, alçamos voo; ao passo que o egoísmo apenas nos mantém aprisionados na caverna: local onde só podemos abraçar as sombras da ignorância.

O mundo gira em torno da fome. Alguns pensam que é fome de comida, outros de prazer, outros de felicidade, outros de eternidade. Enquanto o homem não encontrar a verdade, e não se filiar à sabedoria, sua vida se resumirá às indas e vindas dos espetáculos. Se no mundo de hoje existem os que acreditam que não é possível viver ou ter vida social sem entretenimento é porque acreditam de Deus está morto, e que se o mercado o substituiu e vem ocupando muito bem o seu lugar, provando cada vez mais e cada vez menos que é possível construir um paraíso terrestre ou artificial, para que alguém iria sair no meio de uma sessão de cinema para defrontar a realidade sem imagens projetadas na parede, e conhecer o além do homem, uma fonte inesgotável de ser, a paz perpétua, e a solidão do pensamento que nos coloca no meio dos grandes pensadores?

Quando adentramos o comércio com as luzes das esferas do alto, sentimos que estamos fora do mundo: um novo tempo regula nossa história. Embora saibamos que estamos nos elevando, somos assombrados pela angústia, o tédio, a náusea, o sono, a dor, o medo, as tentações do passado que nos seduzem sempre com o seu sorriso efêmero, travestido com uma suposta novidade perpétua. Quanto mais abrimos a porta para esses fantasmas, mais a inveja, o orgulho e o egoísmo podem ganhar força para nos arrastar do espetáculo da Verdade. É por isso que o divino mestre acendeu uma tocha em nossa terra com as palavras: "a fé remove montanhas". Ele sabia que sem ela a humanidade iria se consumir pelas pedras.
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Lista de Livros 23/12/2013

Lista de Livros: A República, de Platão
“Mas ter uma natural avidez por aprender não é a mesma coisa que ser filósofo?”
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“Não é lícito irritar-se por causa da verdade.”
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“Com toda a certeza deve-se evitar chegar ao poder com paixão, do contrário, rivalidades e lutas serão inevitáveis.”
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“Mas entre a riqueza e a virtude não subsiste àquela diferença que, se ambas postas nos pratos de uma balança, uma não pode subir sem a outra baixar?”
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2007/09/repblica-plato.html
Marcos N. 24/10/2023minha estante
Leia a versão do Alain Badiou!!!




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JUNIOR 06/04/2012

A República
Uns dos melhores livros de Platão, onde ele fala do conhecimento sobre: educação dos atenience, metafora da linha, alegoria da caverna, etc.
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Marcus 02/03/2012

Tradução confusa
Não sei vocês, mas eu achei a tradução da Martin Claret, em certas partes do livro, um tanto quanto confusa. Palavras "esquisitas", sintaxe e estrutura de frases mal elaboradas, etc. Uma pena, pois trata-se de uma obra-prima e merecia tradução condizente com a grandeza do livro para um melhor entendimento das ideias de Platão.
Bruno Oliveira 05/09/2012minha estante
Eu nem li, mas a Martin Claret geralmente faz traduções bem ruins dos textos clássicos.

Eu li pela Martins Fontes e confesso que não gostei muito, mas ela é bem feita e funciona muito bem para não iniciados.

A que considero melhor é a tradução do Guinsburg, inclusive, queria comprá-la.




Paulo Silas 22/12/2011

Um livro que deveria ser lido por todos.
Platão descreve, em um diálogo entre Sócrates e outras figuras, conceitos sobre justiça e o Estado ideal, narrando minuciosamente todos os pontos quem formariam "A República".
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Nica 10/11/2011

“A República de Platão”: O poder da mímesis e a arte de pensar segundo Platão
Platão caracteriza o poder de influência da mímesis através das fábulas e da literatura. Para ele, as autoridades moldariam a sociedade de acordo com os seus interesses e, assim, passariam a exercer maior controle sobre a mesma. As principais medidas que deveriam ser tomadas para conter esse poder de influência seriam a seleção das fábulas boas e a proscrição das más.
Além disso, deveriam ser persuadidos todos àqueles que fossem passar as estórias / os contos adiante para que, por meio das mesmas, fosse possível moldar as almas, ou seja, a consciência das pessoas com mais cuidado. Nesse momento, ainda não existia o conceito de subjetividade / lirismo, mas sim, o conceito de uma identidade coletiva.
Durante “A República”, Platão idealiza um sistema educacional onde a poesia tem o papel fundamental de educadora, ou seja, seria através da leitura poética que se ensinaria o conceito e valor que determinada sociedade deveria privilegiar.
Com base nesses ensinamentos por meio da poesia, poderia ser definido o conceito de justiça que dependeria do ponto de vista de cada pessoa, ou seja, da relatividade de valores que cada ser adquiriria, pois já se começava a pensar no ser como subjetivo: ter alma é ser independente.
Porém, Platão não deixava de acreditar que o fascínio e a sedução causados pela mímesis deveriam ser controlados. Segundo ele, a mímesis seria a projeção da consciência alheia e por isso, qualquer tipo de arte (pintura, teatro, conto) deveria ser censurado, ou seja, deveria ter um controle para que não incentivasse as pessoas a se rebelar, principalmente, contra os guardiões.
Platão criou um conceito, uma forma de conhecer. Tudo deveria estar sobre controle (censurado) desde a infância, o que seria uma forma de colonização pelo imaginário fazendo com que a imagem abstrata aja sobre o homem, sobre sua alma.
Outro ponto por ele discutido, foi o fato de que cada ser humano tem seu papel na sociedade, pois nenhum homem é auto-suficiente. Cada homem deve exercer somente uma “profissão”, cada qual com sua especificidade. Foi com base nesse e nos demais pensamentos citados acima que Platão criou “A República”.

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Maurino 01/04/2011

A-se-pensar em Platão.
No final do livro IX, Glauco afirma: “... Tu te referes à cidade de que falamos enquanto a fundávamos, uma cidade que só existe em nossas discussões, pois não creio que exista em algum lugar.” Ao que Sócrates responde: “... talvez no céu haja um modelo para quem queira vê-la e, de acordo com o que vê, queira ele próprio fundá-la, mas não faz diferença alguma se ela existe em algum lugar ou não, porque ele só tratará do que é dessa cidade, e de nenhuma outra.” Em momento algum, em “A República”, Platão substancializa o Ser, ou o trata como ente - como muitos acreditam. Ele os separa sim, todavia, apesar da distinção há uma ligação "essencial" entre o inteligível e o sensível. Invisível, do Ser é dito, pelo próprio filósofo, não importar se existe ou não, na medida em que é dele mesmo que se trata: é a partir dele que se empreende a ação,por exemplo, na fundação da cidade justa. Talvez não seja sempre tão evidente que Platão optou pelo Ser, em detrimento do Nada. Nem tudo parece tão claro sob o seu Sol, pois em sua "nadicidade"(por mim inferida a partir da referida não importância da “existência” da Cidade Ideal) é que aparece a cidade real. Nesse sentido o Ser de Platão me parece encarnado, ainda que distanciado. Um livro impressionante que, a meu ver, encerra um a-se-pensar.
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Raquel Lima 04/02/2011

Que viagem!
Nossa, que viagem! ...O diálogo como arma de persuasão é até de assustar!...rsrsrsr... Não é a toa que a oratória nasceu na Grécia!... Viajei tanto em algumas páginas que confesso nem entendi, em outras entrei na história e participei com Sócrates, Trasimaco, Polemarco e Clitofon..rsrsr...Até que no capítulo XI, o mito da caverna vem fechar a obra. Muito bom!... O próprio sentido do mito fica mais claro.
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Fábio Ataíde 20/03/2010

Filosofia
Não possuo a edição da martin claret da fotografia, mas outra versão da coleção pensadores. Prefiro esta. Bem, A República simplesmente é um dos grandes livros do pensamento humano. Não apenas para filósofo, mas inclusive para penalistas. O livro me marcou. Já havia lido Plantão antes, mas a fama de A República é mais do que merecida. Grande obra do saber.
Barcelos 25/05/2011minha estante
Fábio, sabes que podes marcar a edição específica que tu leste. Eu estou lendo a mesma sua, da coleção pensadores, que por sinal é ótima realmente, e tem ela cadastrada aqui para marcar.




JIMWauters 08/02/2010

Poeminha.
Pensar sobre a sociedade
Com a sociedade
entre a sociedade
com os homens,mulheres,crianças,idosos,estrangeiros
entre os homens,mulheres,crianças,idodos,estrangeiros,

sobre criminosos,guerreiros,comerciantes,políticos,esportistas,legisladores,professores...
acerca do justo e do injusto, da paz e da guerra,da honra e desonra,
da virtude e do vício,do prazer e da dor, do conhecimento e da ignorância...

nada fica esquecido neste diálogo platônico,nada escapa ao seu olhar profundo,reflexivo,poético sobre o ser humano e a sociedade.

Toda a sua Filosofia aqui está.
Para ser vista, conhecida,criticada...

Uma contribuição a todos aqueles corajosos sempre sedentos de entender o elo entre o homem e o seu meio...
Não é uma resposta definitiva, nem a certeza absoluta...
é um caminho... que deve ser percorrido lentamente
para que se de tempo ao tempo de contemplar as árvores,os prados, os desertos...e as próprias IDEIAS!
Boa Leitura...de si e do mundo de hoje de ontem e do futuro.
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Tania 28/12/2009

Ensaio sobre o Livro a República, de Platão – Parte I
A primeira parte do livro, a República, gira em torno da discussão sobre o homem ser justo ou injusto por natureza. Para provar que é o medo de ser castigado que impele o homem à justiça, um dos participantes do diálago, Glauco, recorre a Parábola de Giges.

Na segunda parte, Platão continua narrando de forma dialética, o debate entre Socrates, Glauco, Polemarco, Trasimaco, Adimanto e Céfalo.
Aqui seus personagens tentam explicar as formas de Estado: A Aristocracia, Timocracia, Oligarquia, Democracia e o Estado Tirânico.
Uma linguagem tão acessível que em alguns trechos é possível nos reportar aos dias atuais.
Debatem também sobre o domínio da razão, as leis naturais e o sofrimento, como no Capítulo XI: "A lei diz que nas adversidades é melhor conservar a calma e não se agitar, porque em tais circunstâncias não é muito claro o que é bom e o que é mau, e aquele que se agita não ganha nada, nem para seu futuro. Finalmente, nenhuma das vicissitudes humanas merece grande consideração, além do que a aflição é um obstáculo para o que deveria vir em nosso auxílio de imediato".
Debatem ainda sobre a imitação e a poesia.





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