Henggo 22/09/2022
Instigante (um relato pessoal)
Eu lembro de ter 19 anos, estressado no curso de Direito, perdido e infeliz naquelas aulas chatas em uma faculdade particular caríssima, quando decidi largar tudo no 4° período e fazer vestibular de novo para a universidade pública (que eu já tentara 3 vezes, sem sucesso). Quando recordo daquela época, no momento da tomada de decisão, eu lembro de ter um sentimento arrebatador de "Cara, agora eu vou conseguir!". Eu lembro de ter convicção disso. Dormia com isso, vivia cercado por artigos sobre jornalismo (que era o que eu queria fazer) e, sim, fiz cursinho pré-vestibular, mas tem um detalhe: eu já estava tão cheio daquilo que só ia às aulas de História e de Geografia, que era o que gostava. Eu tinha convicção de que daquela vez tudo o que eu tinha estudado nos anos escolares não desapareceria por nervosismo. Eu lembro da sensação de preenchimento; de certeza. E foi tranquilo como nunca que fiz o vestibular e passei para Jornalismo.
Anos depois, com o estouro do livro "O Segredo" comecei a compreender todo esse sentimento. Contudo, confesso, tive dificuldade para alcançar aquela mesma sensação e para ter empatia com o que a Rhonda Byrne trazia.
Essa frustração me perseguiu por anos porque eu vivia me questionando "o que estou fazendo de errado? Por que não mereço as coisas que quero?" Eu estava tão mergulhado na ausência que era incapaz de parar para pensar, afinal, o que eu de fato queria.
Foi um longuíssimo processo solitário até entender a questão de gratidão, muito devido aos ensinamentos de Marie Kondo que apliquei às questões da vida. Foi só aí que fiz uma análise de toda a minha vida e cheguei à conclusão de que eu havia sim conseguido muito do que queria, porém, de formas modificadas conforme minha realidade e amadurecimento.
Eu já vivia em abundância, mas não enxergava, pois sempre ficava ávido por um "e se". E se eu tivesse mais disso? E se eu não tiver dinheiro? E se algo der errado? E se...
O "E se" era um óculos de realidade virtual que me fazia enxergar tudo como ausência. Sabe a história do copo meio cheio ou meio vazio? Foi com Marie Kondo que passei a enxergar abundância.
Eu passei a enxergar a água do copo, simplesmente.
E eis que aqui, com o Michael Losier, eu finalmente ganhei um entendimento prático e mais completo de tudo isso. Eu ganhei ferramentas mais objetivas. É maravilhoso.
Entenda: "O Segredo" foi um impulso. Não nego isso. O problema é que o livro da Rhonda Byrne tem algo de épico, sabe?; de que "Uau, você vai ter o Universo e tal...". Beira uma fantasia. Só que ela não dá ferramentas práticas. É genérico. O bom de "A Lei da Atração" é que o Losier destrincha algo que pode soar como fantasia e traz como exercício, uma espécie de ginástica mental (algo que é muito estudado hoje dia).
É uma luta constante contra pensamentos repetitivos. Somos todos educados para ignorar tudo isso, para fugirmos da abundância como se a busca por ela fosse um pecado. Se você entrar no Twitter, por exemplo, verá muitos discursos contra ricos, contra acumulação de hens, contra o dinheiro... E isso, mesmo que não percebemos, entra na mente e fica alojada lá. É preciso dar um passo além.
É maravilhoso ter a sensação de abundância em todas as áreas da vida, para além da questão financeira. É maravilhoso se sentir preenchido por essa sensação. Tenho tudo o que quero? Estou em processo de ter. Algo que acho muito bonito desse estudo é o processo de autoconhecimento. Praticar esses exercícios, abrir a mente,fugir das piadinhas que fazem sobre o tema, são coisas que te farão olhar no espelho, mergulhar em dores, lutos, fardos, ausências a fim de encontrar vida.
A lei da atração é uma busca bonita por amor próprio.